Cicatrizes

Katrina e Gustavo, unidos pela ambição e pela ilusão de derrubar Guilherme, acreditavam que juntos poderiam destruir a estrutura de poder que ele havia conquistado e tomar o seu lugar. Eles estavam convencidos de que, ao se casar, poderiam não apenas humilhar Guilherme, mas também assumir o controle do império da máfia, com o apoio do pai de Katrina, que se veria à frente do império da máfia francesa. Era um plano impulsionado por ego e desejo de poder, uma aliança traiçoeira forjada no intuito de destronar o homem que já comandava tudo.

Para alcançar esse objetivo, eles urdiram uma trama ardilosa: simular um incêndio acidental no apartamento de Guilherme, algo que causaria sua morte e abriria caminho para a ascensão de Gustavo, enquanto Katrina assumiria seu lugar como esposa e herdeira. Tudo foi meticulosamente planejado para parecer um acidente, uma fatalidade inevitável. Mas a realidade era bem diferente. O incêndio foi inteiramente proposital, com cada passo calculado para garantir que Guilherme fosse atingido sem escapatória.

Na calada da noite, quando o apartamento de Guilherme estava tranquilo e ele estava em repouso, o fogo foi iniciado. O cheiro de combustível espalhou-se rapidamente pelo ambiente, impregnando o ar denso e quente enquanto as chamas se alastravam pelas cortinas e pelos móveis, tomando conta de cada canto da luxuosa residência. O fogo começou a consumir as paredes de maneira rápida, como um animal selvagem faminto, e as chamas pareciam engolir tudo ao seu redor, iluminando o apartamento com um brilho infernal.

Guilherme, no entanto, não estava totalmente alheio ao perigo. O calor crescente e o cheiro de fumaça o despertaram no momento em que o fogo começou a tomar conta da sala. Ele não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas algo o alertou para a ameaça iminente. As chamas engoliam os móveis, e a espessa fumaça dificultava a respiração. O apartamento, antes sinônimo de segurança e domínio, tornara-se um labirinto de fogo e destruição.

Foi nesse caos que César Moreau, primo e melhor amigo de Guilherme, entrou em ação. Ele, sempre atento e leal, soubera de algo estranho acontecendo nas sombras e, ao receber a ligação de Guilherme e saber sobre o incêndio, correu para o apartamento de Guilherme junto aos bombeiros. Sem hesitar, ele entrou na casa em chamas com ajuda, procurando pelo primo com coragem, enfrentando o fogo sem se importar com a própria segurança.

César finalmente encontrou Guilherme, que estava quase desorientado pela fumaça, os pulmões queimando e a visão turva. Em um esforço desesperado, César o arrastou para fora do apartamento, garantindo sua fuga. O fogo foi contido pouco depois, mas os danos já estavam feitos. O apartamento de Guilherme estava devastado, transformado em cinzas, mas o homem que deveria ser consumido pelo inferno ainda estava vivo, salvo por uma mão amiga e leal.

O incêndio, que deveria ser a sentença de Guilherme, falhou em sua execução, e os responsáveis pela traição nunca imaginariam que o laço entre ele e César fosse mais forte do que qualquer plano de destruição.

O incêndio deixou cicatrizes profundas em Guilherme, tanto físicas quanto psicológicas. Quando o fogo foi finalmente apagado, ele estava à beira da morte, seu corpo marcado por queimaduras terríveis, as chamas haviam consumido grande parte de sua pele, especialmente nas costas e nos braços. Seus músculos estavam tão danificados que a dor se tornou insuportável. O calor infernal das chamas deixou marcas no rosto de Guilherme, deformando sua pele e alterando a sua aparência. Seu corpo, antes imponente e forte, agora era um campo de batalha onde cicatrizes profundas e dolorosas se entrelaçavam, lembrando-lhe constantemente da traição e do perigo iminente que sempre o cercava.

Durante meses, Guilherme permaneceu hospitalizado, lutando pela vida. A cada dia, a morte parecia mais próxima, mas a força de vontade que o caracterizava impediu que ele cedesse. Seu corpo estava quebrado, sua pele devastada, mas sua mente e determinação se mantiveram firmes. Durante esse tempo, César e Meg, sempre ao seu lado, não apenas cuidava como também observava os eventos ao redor com um olhar atento. A suspeita de que Gustavo e Katrina estivessem envolvidos no atentado crescia no coração de Cesar, mas ele não tinha provas suficientes para acusá-los diretamente. Havia algo em suas ações, em sua frieza, que fazia César ter certeza de que eles estavam por trás de tudo, mas ele não conseguia juntar as peças do quebra-cabeça.

Enquanto isso, Gustavo e Katrina se viam em uma situação difícil. O incêndio não apenas fracassou em seu objetivo de destruir Guilherme, mas também os deixou em uma posição vulnerável. Sabiam que nunca mais teriam a chance de pegar Guilherme desprevenido. O atentado havia falhado e, com a sobrevivência de Guilherme, as consequências para eles seriam graves. A ambição deles, que até então parecia tão clara, agora era arriscada, pois qualquer movimento imprudente poderia ser fatal para ambos. .

Guilherme, agora com suas cicatrizes visíveis e profundas, estava mais determinado do que nunca a descobrir a verdade por trás do incêndio. Ele sabia que a traição estava próxima, mas sua dor e os fantasmas de sua aparência alterada se tornaram sua força. O jogo, mais uma vez, estava apenas começando, e, embora a guerra estivesse marcada pelas cicatrizes do corpo, a verdadeira batalha seria travada dentro de sua alma, em sua busca por justiça e vingança.

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