Um ano depois
Há um ano, nós vencemos a guerra. Todos os pontos da Organização foram destruídos. Em troca, perdemos um bom número de amigos. Pessoas que deram suas vidas pela causa.
As imagens gravadas por Ilya e pelos outros comandantes abalaram o mundo todo. Viramos noticia mundial. Governantes de outros países abraçaram a nossa causa. Todos ficaram chocados com o que estava acontecendo bem debaixo de seus narizes.
Com a ajuda deles, conseguimos produzir uma grande remessa do antídoto, evitando muitas baixas pelo vírus injetado para domesticar o povo das colônias.
Toda uma assistência foi montada, com psicólogos e terapeutas, para ajudar essas pessoas a voltarem a viver em sociedade. Os soldados do Projeto Fênix foram levados a uma área especializada, onde tiveram os chips removidos em segurança e estão, agora
Copyright © 2021 by Simone NavarroTodos os direitos reservados.São proibidos o armazenamento ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios–tangíveis ou intangíveis– sem o consentimento escrito da autora.A violação dos direitos autorais é crime estabelecido ne lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código penal.Capa: E.S DesignerRevisão: Tarciane Franco – O ponto e a Virgula.Revisão: Paula Está é uma obra completamente fictícia. Nomes, personagem, lugares e acontecimentos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.PrólogoCassandraOs
Dez anos depoisShadowObservo ela olhar para os ladoscom suspeita,antes de entrar em seu pequeno apartamento.Demorei aencontrá-la, pois é esperta, cuidadosa, nunca ficamuito tempo no mesmo lugar e estásempre se movendo. Sua aparência muda conforme suas novas identidades.Hoje, ela usa os cabelos loiros, pouco abaixo dos ombros, se veste de maneira recatada e discreta, podendo, assim, passar despercebidacom facilidade.Na foto que me foi entregue, usava os cabelos mais escuros e sustentava um olhar duro e cruel no rosto.A foto foi recortada de uma câmera de segurança, do momento em que quase fora capturada, mas escapara pela quarta vez, matando três agentes e deixando mais dois em estado grave, no hospital.Então, decidiram que, para capturá-la, a única solução seria enviar seu soldado mais letal. Ag
ShadowPassei boa parte da noite pensando em como sei o nome do maldito gato e por que ele tem o mesmo apelido que ela. O que isso significa?Em algum momento, acabo adormecendo e, quando acordo, ela está parada de costas para mim e de frente para a janela, com as cortinas parcialmente abertas. A claridade do amanhecer entra pela pequena abertura e deixa o quarto iluminado pelos primeiros raios de sol.Na noite em que ela invadiu as instalações e fugiu, levando consigo informações valiosasda Organização, todos os agentes presentes foram escalados para pegá-la antes que conseguisse escapar.Aencontrei do outro lado das instalações, de costas, se preparando para escalar o muro.Quando se virou e olhei em seu rosto, congelei. Algo nos seus olhos verdes me deixou paralisado; aprisionado ao chão, sem saber, ao certo, o porquê. Meu coração
ShadowA observo enquanto dirige, as mãos fortemente apertadas ao volante, mandíbula contraída, rosto tenso. Meus olhos se estreitam, enquanto a analiso. Tentando compreender os últimos acontecimentos que me levaram até esse momento.Não sei o que me fez segui-la até aqui. Não consigo explicar o motivo pelo qual entrei no carro e não a matei ou a levei para Organização como era a minha missão. Tinha estado a sua procura com um único propósito; prendê-la ou matá-la. Mas nada disso parece importante, agora.Talvez o fato de meu passado ser apenas um grande vazio escuro e profundo que não consigo alcançar, tenha me deixado reticente em cumprir a minha missão, principalmente pelo fato de que Spider parece saber muito sobre o meu passado. Talvez esteja cometendo um erro, mas essa pode ser a única chance que terei de
Spider— Você pode me colocar no chão, agora? — peço, depois de ter despertado, algum tempo depois ainda sendo carregada por ele.Shadow tem sangue seco nos cabelos e suor escorrendo no rosto pelo esforço que está fazendo para carregar o peso extra.— Você não está bem! — diz, ignorando meu pedido e continuando a caminhar a passos apressados, embrenhando-se cada vez mais na floresta.— Shadow, eu posso caminhar. Fui submetida a um Soro regenerativo, assim como você. A cura já está agindo há algum tempo e, com o descanso em seu colo, já me sinto bem melhor. Está exigindo muito de seu corpo. Coloque-me no chão.Quando descobrimos que Dr. Belikov, o cientista da Organização, criava soldados a partir de um Soro que, não só aumentava sua força física,
Spider— Vocês demoraram — digo, quando King sai cantando pneu com Ramon ao seu lado.Ativei o alerta assim que abri a escotilha para o porão da casa segura, uma medida de segurança muito eficaz, que avisou aos outros dos meus problemas, fazendo-os rastrearem o carro e me encontrarem. Apesar de provocá-los estou grata, por terem chegado bem a tempo.King me olha pelo espelho e bufa.— Porque sempre está catando confusão, Spider? Será que não podemos te deixar um minuto sozinha? — exclama.— Juro que, dessa vez, não fiz nada — respondi erguendo as mãos para o alto.— Como encontraram você na casa segura? Não me diga que se esqueceu de tirar o rastreador dele? — questiona Ramon, me olhando por cima dos ombros.Olho para Shadow desmaiado ao meu lado, depois do tiro com o sedat
Spider Muita coisa mudou por aqui, depois de minha última visita. Ilya pediu para a senhora responsável pela cozinha preparar alguns sanduíches, aos quais devoro avidamente antes de ir para a sala de reuniões. Perco-me algumas vezes por esses corredores, mas finalmente chego à sala de reuniões, onde os outros estão aguardando. Ilya é o líder da resistência, mas, para as coisas funcionarem, elegeu seis comandantes para ajudá-lo. — Esse lugar precisa de um mapa — digo, sentando-me em uma cadeira ao lado de King antes de cumprimentar os outros com um aceno de cabeça. — Sempre vem aqui por pouco tempo. Se ficasse, como sugeri outras vezes, já saberia andar por esses corredores de olhos fechados. — diz Ilya, contemplando-me tão intensamente que, por um momento, volto ao passado e lembro-me de quando decidi sair das proteções que o bunker oferecia para me aventurar no mundo em busca de Shadow. E lá está, em meio às
Shadow— Você não pensa em sair daqui? Descobrir o que tem por trás desses muros? — indaga.Estamos sentados na beira do rio, lado a lado. Cassandra segura seus cabelos longos no alto, como se fosse prendê-los, ergue a cabeça, fecha os olhos e aguarda minha resposta, mas esqueço completamente da pergunta enquanto observo seu pescoço lânguido, que há muito tempo desejo beijar. O que ela faria, se me inclinasse e deslizasse a língua ao longo de sua clavícula, provando da pele delicada. — Ei, Ty... Pisco rapidamente, saindo do transe e afastando o olhar do seu pescoço convidativo. Cas me observa com o cenho franzido.— Por que está olhando para meu pescoço desse jeito? — pergunta. — De que jeito? — disfarço.