A Renovação dos Reinos - Volume 2 - Série Regnaturi
A Renovação dos Reinos - Volume 2 - Série Regnaturi
Por: sandmmoreira
Capítulo 1

PARTE I

Me perdi no seu olhar, no seu sorriso, nos seus lábios;

Me ganhei no seu toque, nos seus beijos, nas suas carícias;

Mergulhei nas profundezas negras, no brilho escuro, fundo e ensurdecedor que o silêncio da falta de suas palavras causou em mim.

Estar ao seu lado, lhe ver todos os dias e não poder ser sua

trouxe-me a mais pura tristeza, e ao descobrir o seu amor 

 revivo todas as vezes que posso estar junto a ti, sem amarras, sem pudores, 

sem nenhum outro pensamento que não seja você.

Nada faz sentido sem a sua presença, sem o seu olhar que me perde e me ganha toda vez que estamos juntos.

Não quero nada mais, a não ser estar entre suas palavras e seus pensamentos todos os dias... até o fim, até que não seja mais possível respirar.

“...I can't describe your eyes

Eu não posso descrever os seus olhos

But they're as blue as the sea

Mas eles são tão azuis quanto o mar

Your heart, it beats

Seu coração, ele b**e

In perfect time with me

Em sincronia perfeita comigo

Baby you know that I won't mind

Amor, você sabe que eu não me importaria

If we get no rest, til' the sunrise

Se não tivéssemos descanso até o nascer do sol

Until you make me fall in love again

Até você fazer eu me apaixonar novamente

As light shows your face

Enquanto a luz mostra o seu rosto

I could never be the same

Eu não poderia ser o mesmo

I plan to love you all my life

Eu pretendo te amar por toda a minha vida

Until you meet your chariot

Até você encontrar a sua carruagem.”

(Chariot, Jacob Lee)

PRÓLOGO 

Aquele bosque era o meu lugar de paz, admirava sua beleza e sentava sob as árvores, apreciando uma boa leitura, respirando ar puro, sentindo a brisa, os cheiros, o tato nos troncos ásperos, na suavidade das pétalas das flores. Meus pés, muitas vezes descalços, pisavam nas folhas secas saboreando o som que elas faziam, o que me trazia relaxamento e bem-estar. 

Ali havia o riacho com suas águas límpidas, correndo sempre na mesma direção, e aquela flor... Ah! Aquela bela flor, que na parte calma e rasa do rio, onde as águas se misturavam com a terra e a transformavam em lodo, florescia. Quem poderia imaginar que uma flor tão bela e tão delicada nasceria ali, daquela maneira no lugar mais improvável, nas condições mais absurdas, pois lá estava ela!?

A chamavam de Lótus, a flor de Lótus. Descobriram alguns mestres do reino que estudiosos consideravam aquela flor símbolo da elegância, beleza, perfeição, pureza, graça, e teria sido associada aos atributos femininos ideais, além de simbolizar também a força e determinação, por ser uma planta aquática que floresce sobre a água lodosa. 

O fato de ser minha flor favorita, e por eu já ter sido coroada Rainha, fazia com que surgissem as comparações. Assim como a flor, eu nasci do improvável, da união de dois reinos praticamente impossíveis de viverem em paz após muitos conflitos. Assim como eu, a flor de lótus se tornou sagrada no reino, representava a renovação da fé, a purificação, a força e determinação que todos precisavam.

Sempre que encontrava alguma, a colhia para enfeitar meus aposentos. Era realmente uma pena que elas vivessem tão pouco e logo murchassem, seria maravilhoso poder conservar uma de alguma forma, minha amiga Serena pensava nisso com carinho e tentava fazer com que esse milagre acontecesse.

Estava sempre cercada de súditos, damas de companhia e guardas, fato que não apreciava muito, contudo já havia me acostumado. Apesar da paz e tranquilidade que nos acompanhava desde o meu nascimento, essa proteção era adequada, pois havia muitas famílias no reino e todos me veneravam e queriam de alguma forma chegar perto e conhecer-me pessoalmente. Os moradores do reino me amavam, no entanto, a segurança era necessária como prevenção e isso, às vezes, me irritava. Havia também alguns conselheiros do reino que pensavam de forma contrária e apoiavam o Clero na ideia de que o governo de um Rei seria muito melhor do que o de uma Rainha. Pensamentos retrógrados e machistas que enfrentávamos há muito tempo e que não desapareciam apesar de tantas mudanças já constatadas.

Estava sentada à sombra de uma de minhas árvores favoritas no bosque, observando a tarde, no trecho do rio onde exemplares da minha flor de lótus nasciam belas e pomposas. Apreciava muito estar ali. Assim como minha mãe, Felícia, eu gostava de colher flores e passear entre elas, e aquela havia se tornado especial em minha vida. Havia recebido essa herança dela, o amor pela natureza, assim como os grandes olhos azuis e a pele clara demais, por isso o sol me encantava e trazia um pouco mais de cor. Meus cabelos eram parecidos com os de meu pai, Anthony, castanhos, longos e lisos.

Somente ficar ali observando a natureza, mesmo com aquela bela visão, não estava mais contentando-me e decidi cavalgar. Estava um tanto inquieta naquele dia, sem saber ao certo o porquê. Um cavaleiro do reino acompanhou-me, ficando um pouco distante, conforme havia lhe pedido, e assim foi possível vislumbrar a paisagem, correndo pela clareira após o bosque, sentindo um pouco da liberdade que me era tirada a todo instante, não que eu reclamasse, como disse, já estava acostumada, porém, necessitava daquela liberdade em alguns momentos.

Sabia que se corresse muito pela clareira, logo ultrapassaria a fronteira entre Minsk e Neveri, no entanto, aquela divisão não existia mais, éramos agora um único reino. Mesmo assim, já estava bem distante do castelo, mesmo antes de cavalgar, e agora então, me afastava muito mais. Demoraria um bom tempo para retornar, então decidi avançar somente um pouco mais, dessa vez adentrando no bosque.

Apesar de meu cavalo ser um puro-sangue muito bem treinado, assustou-se após uma curva em uma pequena estrada que virei, quando cheguei a outra parte do bosque e outro cavalo vinha na direção contrária.

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