Daniel — Eu não queria agir daquela maneira com você, Isa. Eu juro que não, mas me senti invadido...— Você ainda a ama? — Sua indagação me deixa sem ação, então eu me afasto para olhá-la.— Sim... quer dizer... eu não sei, Isa. Eu... não sei! — Seus olhos dançam fitando-me.— Isso não é amor, Daniel, é obsessão e é doentio — diz com raiva, porém, a sua voz está embargada, e a formação de algumas lágrimas não derramadas fazem os seus olhos brilharem. — Ela te deixou! — Exclama e eu me pergunto de onde porra ela tirou essa sandice. — Ela te abandonou com uma criança pequena. Como pode amá-la por todos esses anos?— Você não sabe do que está falando, Isabelly! — rosno ríspido, mas em tom baixo. A garota me encara silenciosa e eles tentam me desnudar, me invadir, descobrir os meus segredos.— Então me conte. Diga-me que estou enganada. Eu estou cansada de ser tratada como uma flor delicada em um momento e no outro sou tratada como um capacho seu. — Ouvir isso da sua boca me mata por den
Bônus de Christopher Ávila.Desde que nasci escuto minha avó dizer que o meu pai me ama, que ele tem muitos problemas e que por isso nunca se aproximou de mim. Eu tenho só seis anos, não vivi muita coisa na vida, mas posso dizer que esperei a minha vida inteira por um pouco da sua atenção, um pouquinho do seu tempo para mim, uma palavra, um olhar de pai... Quando conheci a Sorvetinho na sorveteria, ela foi um amor comigo mesmo não me conhecendo e eu pensei que nunca mais a veria de novo. Até porque eu a escutei dizer que o meu pai era um ogro. Não sei o que isso quer dizer, mas achei engraçado ouvi-la chamá-lo assim. A Sorvetinho é bem brava e rela responde ao meu pai como uma pirralha birrenta. Vovô me explicou que ogro é um monstro malvado que só existe nos filmes de fantasia. Eu não acho que ele seja um monstro. Penso que o meu papai precisa de carinho, porque ele sente muita falta da mamãe. A mamãe era muito bonita. Eu sei por que eu consegui uma foto dela para mim. Um dia quando
Isabelly Mãos trêmulas, pernas bambas, coração agitado e angustiado no peito. Foi exatamente assim que saí do banheiro do balneário, mas acima de tudo, mantive-me firme em cima do salto e com uma pouse elegante, a final de contas ninguém precisava saber o que realmente aconteceu lá dentro. Se estou satisfeita de ter descoberto os seus segredos mais obscuros? Estou satisfeitíssima! Principalmente de saber que Daniel não é tão indiferente assim a mim. O que me incomoda é constatar que ele também mexe comigo. Seria tão simples nos entregarmos e darmos uma chance aos nossos corações quebrados, porém, antes de qualquer passo ele precisa aceitar que precisa de ajuda e não serei eu o seu bote salva vidas. Não, ele precisa da ajuda de um profissional. Seis longos anos. Penso enquanto caminho até a minha amiga e o seu marido. Seis anos vivendo um amor impossível, amando uma pessoa que nem está mais entre nós, um fantasma. De forma alguma isso é normal. Eu sei o que vi em Minas diante daquele
Daniel.Depois de uma conversa muito complicada trancados dentro de um banheiro e de um acordo nada convencional, ponho os meu os meus óculos de sol, pego a minha bebida e volto a me sentar na cadeira pegando o meu livro como se nada de anormal tivesse acontecido. Entretanto, sinto os olhos dos meus pais sobre mim, mas não digo nada e tento me concentrar na leitura.— Não vai nos dizer o que foi tudo aquilo? — Seu Dam inquire, mas dou de ombros. Dizer o que? Que me senti ameaçado por um merdinha que está se insinuando para a garota que de alguma forma, que eu não sei como, estou interessado? Ou que me senti atraído, enlouquecido e quase que faminto de desejo de tê-la ali mesmo e do jeito que eu quero? Ou talvez eu deva lhes contar que acabei de fechar um acordo maluco de procurar a porra de um psiquiatra em troca de ter uma mulher birrenta e atrevida para mim? Não mesmo. Melhor deixar quieto, não quero criar expectativas para eles e nem para o Cris. Porque se algo der errado apenas eu
Daniel— Não antes de conversarmos. — Interrompo-o, fazendo-o parar. Ele puxa a respiração, deixa os ombros caírem, se vira para mim e assente. — Sente-se Jonas, não vou tomar muito do seu tempo — ordeno e ele o faz.__ Como é o seu relacionamento com a senhorita Sampaio? — pergunto diretamente e ele ergue as sobrancelhas confuso. — É simples janeiro Jonas, me conte o que você sente por ela.— Desculpe, senhor Ávila, mas isso não lhe diz respeito. — O homem rebate nervoso e isso me diz muito sobre ele.— Você gosta dela. — Afirmo. Ele abre e fecha a boca, mas não diz nada. — Eu te pedi uma vez e vou repetir só mais essa vez, Jonas. Fique longe dela!— Não pode me pedir isso, Daniel! — E pela primeira vez na vida o meu assessor resolve me enfrentar sem titubear. Rio por dentro. É, ele realmente gosta da Isa e pelo que vejo se sentiu ameaçado por mim. — A Belly e eu nos conhecemos desde sempre, convivemos desde a adolescência e fizemos faculdade juntos. É uma amizade de anos e eu só me a
Isabelly— Onde ele está? — questiono assim que dona Sara abre a porta pra mim.— Isabelly? O que faz aqui a uma hora dessas, menina? — O Daniel me ligou, ele disse que o Cris precisa de mim. — Ela suspira, mas abre um pequeno sorriso.— Estão no quarto do Daniel. — Senhor Dam informa e sem pensar duas vezes vou para a casa de Daniel, entro e sigo para as escadas. Logo estou dentro do longo corredor e vou para a última. Respiro fundo e bato levemente na madeira. Não demora muito e um homem lindamente preocupado abrir a porta. Nossos olhos se encontram e ele engole em seco.— Que bom que veio, Isa. — O apelido sai com suavidade da sua boca e me causa pequenos arrepios, mas resolvo não dar importância a essa reação e sem lhe responder, eu entro no quarto e vejo que o brinquedo continua lá do jeito que deixei. Meus olhos correm imediatamente para a cama e vejo o pequeno Cris adormecido. Largo a minha bolsa em cima de uma poltrona e caminho ao seu encontro. Calmamente eu me sento ao seu
Isabelly — Tudo bem. consigo dizer, mas continuo em seus braços. Meus olhos caem em sua boca levemente entreaberta. Contudo, ele quebra a nossa conexão, me solta, se ajeita e faz um gesto mostrando-me a direção... do seu quarto? Deus me ajude! Penso e engulo em seco. Se uma conversa com Daniel dentro daquele banheiro do balneário me deixou inteiramente acesa e desejosa, o que pode acontecer dentro do seu quarto? Melhor nem pensar nisso, certo?— Não podemos conversar em um outro lugar? O jardim seria uma opção bem agradável — sugiro e ele concorda.Com certeza caminhar pelo jardim foi a decisão mais acertada. A brisa suave da noite afaga os meus cabelos, o perfume das flores parece mais intenso a noite e me distrai do homem lindo e sexy, que de alguma forma está mudando os meus sentimentos a cada encontro. Enquanto ele caminha ao meu lado, me guia para um banco de madeira pintado de branco, que fica de frente para uma fonte de águas tranquilas e educadamente Daniel me pede para me se
Isabelly — Boa noite, Isa! — diz. E eu me pergunto, isso é tudo? Qual é mulher, você acabou de jogar um balde de água fria no homem, o que quer que ele faça? Bufo.— Boa noite, Daniel! — digo por fim e penso em lhe dar as costas, mas inesperadamente ele me puxa pela cintura e sou beijada pela segunda vez essa noite. O beijo agora é calmo e meigo. A sua respiração quente acaricia a minha pele e os seus dedos nos meus cabelos... porra! Minha vontade é chamá-lo para subir e ficarmos juntos a noite inteira. No mesmo instante me lembro do sexo delicioso que me proporcionou em Portugal no meu pior momento e a conexão perfeita acaba quando os seus lábios se afastam dos meus e ele me olha nos olhos.— A gente se ver por aí. — O QUE?! NÃO! Ele se afasta e entra no carro e corre pelo asfalto em seguida. Estou estática, completamente abasbacada e cheia de desejo na calçada. Como assim, ele me beija dessa maneira e vai embora? Solto um grunhido frustrado e entro no prédio. No meu apartamento tom