Daniel.É como um ciclo vicioso que se repete a longos seis anos. É como se eu tivesse acabado de cometer o pior dos pecados, o que não é diferente dessa realidade. Depois de transar com a babá do meu filho no meio da cozinha da minha casa, eu me senti o ser mais desprezível e sujo desse mundo, um nada. Após lhe proporcionar o melhor orgasmo que ela já teve na vida e de ouvi-la chamar o meu nome enquanto gozava ardentemente, eu gozei como um animal irracional, urrando contra a sua pele suada e apertando as suas carnes. Então descartei a camisinha e a joguei na lixeira, e simplesmente a deixei lá sozinha e seminua. Subi as escadas com pressa e entrei no meu quarto, trancado a porta com chave em seguida. Como um menino assustado, eu corri para a minha cama e chorei pedindo o seu perdão. Um traidor, é que sou, um traidor. Eu a traí da pior forma possível. Embora a minha cabeça saiba que ela não está mais aqui, que ela não pode me ver e que não voltará mais, o corpo e o meu coração ainda
Daniel — Iremos conversar enquanto tomamos café da manhã — insisto um tanto autoritário. — Então eu sugiro que coma alguma coisa — digo e levo um pedaço de pão a boca. Ela apenas me olha e mesmo revirando os olhos para mim, ela bebericar o café. Boa menina! Penso sentindo-me satisfeito. — Adorei as ideias do marketing para o novo vinho. Faremos a apresentação sugerida em Lisboa e você virá conosco — aviso e Sampaio se engasga com o café. Levanto-me com pressa da cadeira e começo a massagear as suas costas. Contudo o perfume adocicado da mulher me envolve por inteiro e a vontade que eu tenho é de não sair de perto dela.— Eu já estou bem, senhor Ávila! — avisa impaciente, levando uma mão ao peito e respira profundamente algumas vezes. Contra a minha vontade, eu volto a ocupar a minha cadeira. — Que ideia é essa de me levar para Lisboa? Acredito que o senhor tenha uma equipe preparada para esse tipo de evento lá.— E eu tenho, mas só confio em você.— Senhor Ávila eu não posso...— Eu
Isabelly — Três dias, Amanda! — falo em tom de raiva. —Três malditos dias que ele sumiu do mapa e da minha vida. Evaporou e me deixou apenas um maldito bilhete sobre a cama. Greg não atende os meus telefonemas, não responde as minhas mensagens. E eu... eu não entendo o que aconteceu!— Calma, Belly! — Minha amiga pede com voz doce —Tem certeza de que não aconteceu nada, uma briguinha mesmo que boba?— Não aconteceu nada, estou dizendo. Passamos o domingo de boa, namoramos praticamente o dia todo. Não houve brigas.— É difícil de entender mesmo. Já tentou falar com o irmão dele? — inquire.— Eu nem sei quem é o irmão dele e nem a sua mãe. Na verdade, eu não conheço ninguém da família dele, Amanda. — E de repente me dou conta de que não conheço o próprio Greg.— Vamos ver, você disse que o Greg é conhecido certo?— Certo.— Então está fácil!— Como assim, está fácil?— A resposta está na palma da mão. — Ela me lança um sorriso maroto e me mostra o celular em sua mão.— Cacete, como eu
Isabelly Na quinta pela manhã entro na recepção do meu escritório chamando atenção dos olhares curiosos e surpresos para mim. Contudo, caminho em cimas dos meus saltos de 10 centímetros batendo com elegância no chão de madeira envernizada e passo pela recepção cumprimento a recepcionista com mais empolgação do que o necessário.— Bom dia, Bia, alguma correspondência para mim hoje?— Bom dia, senhorita Sampaio! Só um recado, a senhora tem uma reunião com o pessoal da França.— Só isso? — É frustrante, fala sério.— Sim, senhora.— Obrigada, Bia e tenha um ótimo dia de trabalho!— Obrigada e, adorei o novo visual! — Ela comenta sorridente e sorrio em resposta, acenando um até logo para ela e entro no elevador. Observo as minhas roupas na parede espelhada da apertada caixa metálica e aprecio a calça estilo boyfriend preta, e a blusa de mangas custas coral. Por fim, os saltos pretos. Deslizo as pontas dos meus dedos pelos meus cabelos e sacudo os fios, pensando que Cely sabe o que faz. S
Daniel Os últimos dias tem sido o inferno para mim, em especial porque se aproxima o aniversário dela. Em todas as datas eu fazia questão de acordá-la com beijos, carícias e presentes. Era lindo assisti-la se espreguiçar com um sorriso perfeito enfeitando os seus lábios e seus olhos brilhavam de ansiedade ao abrir o presente.— É lindo, Dani! — Ela disse ao tirar o bichinho de pelúcia cor de rosa da embalagem. — Ah, meu amor, você não existe! — Então ela me beijou quando encontrou o colar de diamantes que o bichinho segurava. — Obrigada, eu te amo sabia?— Senhor Ávila? — George me chama, abrindo a porta do escritório e me tirando dos meus pensamentos.— Sim.— Está tudo pronto, quer dar uma olhadinha?— Sim claro. — Guardo a sua foto de volta na gaveta e a fecho de chave. Saio da cadeira colonial e sigo em sua direção.— Constância organizou seis quartos como pediu e trouxemos o cozinheiro da cidade para fazer os pratos típicos.— E os vinhos?— Separei seis das melhores safras.— P
Daniel alcançá-la antes que uma merda aconteça. Logo fico pareado com o Alazão, o corcel que ela montou e seguro firme as suas rédeas, fazendo um som com a boca para acalmá-lo. Os cavalos param simultaneamente e eu desço para ajudá-la. Por um segundo Alazão se espanta e Isabelly grita. Ela se desequilibra e cai em cima de mim, e nós vamos ao chão. Seus cabelos cobrem o meu rosto e quando ergue a cabeça, me perco na imensidão azul dos seus olhos. Isabelly abre um pouco a boca para deixar a sua respiração ofegante passar e meus olhos param em cima pele macia a boca. Ah, essa boca que eu quase provei há poucos dias. Penso extasiado. Ela está ofegante e eu estou também. E sem conseguir me conter, levo as minhas mãos a sua cintura. É tão... macia e... quente como o inferno. Meus olhos agora estão fixos nos seus, mas insistem em fitar a sua boca também. Engulo em seco.— Eu quero muito provar essa sua boca — confesso baixinho, sentindo a minha garganta cada vez mais seca. Ela balbucia.— V
Daniel.Perto de uma da madrugada eu saio do escritório e encontro o casarão quieto demais e em um completo silêncio. Todos os cômodos estão na penumbra. Eu olho para a escadaria e depois para a saída na dúvida que fazer. A minha cabeça está um pouco zonza devido bebida, porém, não estou bêbado realmente, apenas um pouco mais leve, mais relaxado, um tanto dormente. Resolvo ir para fora da casa. Abro a porta com cuidado para não fazer barulho e chego à varanda. A noite está fria, o vento está forte e gelado, e bate em meu rosto causando alguns calafrios, mas não me importo. O rangido do balanço do lado de fora me chama a atenção e curioso, desço os três batentes de madeira. Sigo pelo caminho de pedras brancas e passo por entre o jardim. As roseiras balançam e suas folhagens batem no meu corpo perfurando a minha pele através do tecido da minha camisa. Ando por mais alguns minutos até chegar no lugar que me trouxe até aqui. Observo o mármore branco do túmulo frio e passo as pontas dos me
Daniel — O que vamos fazer para passar o tempo por aqui? — Iago pergunta quando terminamos o desjejum.— Temos muitas opções. Cavalgar é uma delas. Mais a fundo na propriedade tem uma cachoeira linda. — George diz empolgado.— Cachoeira? E dá pra fazer uma trilha?— Sim, pelas montanhas.— Legal! Topa, Belly? — Quero conhecer a cachoeira. — Ela diz olhando para mim. Percebo quando a babá encara Isabelly emburrada e me pergunto, qual é a dessa garota?— Posso ir com você, Sorvetinho? — O menino pede e automaticamente ela sorri para ele.— Bom, se seu pai deixar. — Ele me lança um olhar esperançoso.— Pode? — O garoto pede, unindo as mãozinhas na frente do rosto e é impossível dizer que não.— Claro — digo meio sem jeito. O pequeno desce da cadeira e inesperadamente ele me abraça. É a primeira vez que se aproxima de mim assim. Demoro a retribuir o seu gesto, engolindo em seco, porque realmente me sinto perdido diante desses novos acontecimentos. Simplesmente não sei como reagir. Então