Daniel alcançá-la antes que uma merda aconteça. Logo fico pareado com o Alazão, o corcel que ela montou e seguro firme as suas rédeas, fazendo um som com a boca para acalmá-lo. Os cavalos param simultaneamente e eu desço para ajudá-la. Por um segundo Alazão se espanta e Isabelly grita. Ela se desequilibra e cai em cima de mim, e nós vamos ao chão. Seus cabelos cobrem o meu rosto e quando ergue a cabeça, me perco na imensidão azul dos seus olhos. Isabelly abre um pouco a boca para deixar a sua respiração ofegante passar e meus olhos param em cima pele macia a boca. Ah, essa boca que eu quase provei há poucos dias. Penso extasiado. Ela está ofegante e eu estou também. E sem conseguir me conter, levo as minhas mãos a sua cintura. É tão... macia e... quente como o inferno. Meus olhos agora estão fixos nos seus, mas insistem em fitar a sua boca também. Engulo em seco.— Eu quero muito provar essa sua boca — confesso baixinho, sentindo a minha garganta cada vez mais seca. Ela balbucia.— V
Daniel.Perto de uma da madrugada eu saio do escritório e encontro o casarão quieto demais e em um completo silêncio. Todos os cômodos estão na penumbra. Eu olho para a escadaria e depois para a saída na dúvida que fazer. A minha cabeça está um pouco zonza devido bebida, porém, não estou bêbado realmente, apenas um pouco mais leve, mais relaxado, um tanto dormente. Resolvo ir para fora da casa. Abro a porta com cuidado para não fazer barulho e chego à varanda. A noite está fria, o vento está forte e gelado, e bate em meu rosto causando alguns calafrios, mas não me importo. O rangido do balanço do lado de fora me chama a atenção e curioso, desço os três batentes de madeira. Sigo pelo caminho de pedras brancas e passo por entre o jardim. As roseiras balançam e suas folhagens batem no meu corpo perfurando a minha pele através do tecido da minha camisa. Ando por mais alguns minutos até chegar no lugar que me trouxe até aqui. Observo o mármore branco do túmulo frio e passo as pontas dos me
Daniel — O que vamos fazer para passar o tempo por aqui? — Iago pergunta quando terminamos o desjejum.— Temos muitas opções. Cavalgar é uma delas. Mais a fundo na propriedade tem uma cachoeira linda. — George diz empolgado.— Cachoeira? E dá pra fazer uma trilha?— Sim, pelas montanhas.— Legal! Topa, Belly? — Quero conhecer a cachoeira. — Ela diz olhando para mim. Percebo quando a babá encara Isabelly emburrada e me pergunto, qual é a dessa garota?— Posso ir com você, Sorvetinho? — O menino pede e automaticamente ela sorri para ele.— Bom, se seu pai deixar. — Ele me lança um olhar esperançoso.— Pode? — O garoto pede, unindo as mãozinhas na frente do rosto e é impossível dizer que não.— Claro — digo meio sem jeito. O pequeno desce da cadeira e inesperadamente ele me abraça. É a primeira vez que se aproxima de mim assim. Demoro a retribuir o seu gesto, engolindo em seco, porque realmente me sinto perdido diante desses novos acontecimentos. Simplesmente não sei como reagir. Então
Isabelly Acompanho com os meus olhos a imensidão que é esse lugar, que para se tornar como um lindo conto de fadas só faltam os unicórnios e as fadas. É tudo simplesmente lindo, mágico e grande, muito grande. Para onde se olha só se ver lindas flores de vários tamanhos e cores, e um tapete verde se estende por cada cantinho dele. Contudo, tem caminhos de pedrinhas brancas que nos levam para todas as partes. Daniel nos leva para uma casinha rústica, toda de madeira e pintada de branco. Suas janelas azuis dão um charme a casa e dentro dela tem decoração que lembra um pouco a década de cinquenta. É impossível não se encantar com os detalhes. De onde estou, observo Daniel conversar com o meu tio e como meu pai. O tempo todo ele sorri, mas apesar do largo sorriso no rosto esculpido pelos deuses do Olimpo, consigo ver uma certa tristeza em seus olhos. É claro que eu já havia percebido isso antes, mais hoje parece mais intenso. Em algum momento ele nos deixa a sós. Entretanto, decido ir atr
Isabelly — Cris? — O menino abre um lindo sorriso e corre na minha direção no mesmo instante.— Sorvetinho! — Ele grita o meu apelido e a nossa conexão chama a atenção de todos pra nós. — Vovó vem conhecer a Sorvetinho que eu falei! — Ele exclama ainda animado empolgado e o casal sorri, eles parecem encantados. — Oi, tudo bem? Eu me chamo Isabelly. — Me apresento ainda com o pequeno nos meus braços.— É um prazer, Isabelly! Eu sou Sara e esse é o Sam, meu marido. Somos os pais de Daniel e avós do Cris.— Cris fala muito de você, menina. Parece que conquistou o coraçãozinho desse rapaz com uma bela taça de sorvete. — Sorrio o comentário de Sam.— É, acho que foi amor à primeira vista — digo. — Eu também gosto muito dele. — Beijo o seu rosto e o coloco no chão.— Vem, Sorvetinho, eu quero te mostrar uma coisa. — Ele me puxa animado para longe dos outros e me agacho para ficar da sua altura. Cris tira de dentro da sua mochila azul de bichinhos um lindo colar.— Uau, ele é lindo, Cris!
Isabelly A volta é feita no mais completo silencio. Daniel parece perdido em seus próprios pensamentos e o Cris está um tanto sonolento. E quando chegamos ao casarão, encontramos todos nos aguardando na varanda e tomando refresco. Assim que põe os pés no chão, Cris corre para os braços da avó e ele pula contando o quanto se divertiu e tudo o que fez com o pai. Por algum motivo, Sara olha para o filho com um brilho diferente no olhar. Tanto ela quanto o Dam parecem surpresos com o relato do menino. De verdade, eu não entendi nada. Por que tanto espanto, com algo que deveria ser tão natural entre pai e filho? Satisfeita, Sara leva o menino para tomar banho e trocar de roupa e eu faço mesmo em seguida.*** No dia seguinte... — Eu amei a estadia, Daniel! Cada cantinho desse lugar é simplesmente surpreendente. Diferente de ficar sempre em um hotel luxuoso. Você tem muito para oferecer aqui. Já pensou em investir no turismo? — Ouço a minha mãe falar quando estou descendo as escadas com a
Daniel Devo admitir, os dias no engenho da Drin'ks Drive foram bem divertidos, embora alguns contratempos bem perturbadores me arrebataram por algumas quase infinitas horas. Fazia tempo que não usava essa palavra no meu dicionário “diversão”. A minha vida em seis longos anos se resumiu em trabalho, lamentos, bebedeiras pela noite e isso para conseguir uma migalha de sono sossegado. Nada além disso. Aquela maluca sabe mesmo me tirar da minha zona de conforto. Me aproximar do Cris da forma que fiz hoje foi... indescritível. Uma mistura insana de medo e de felicidade. Felicidade, a quanto tempo não a sinto dentro de mim? Desde que ela se foi. Com a Isabelly não tive medo, nem senti pânico. Com ela ao meu lado foi fácil me aproximar do meu filho. Às vezes penso que ela consegue me ver por dentro, que consegue me desvendar mesmo com as minhas barreiras de pé e por pouco, muito pouco ela quase a derrubou. — Obrigado, pai! — Eu posso, papai? As palavras do menino ainda ecoam dentro da mi
Daniel — Não diga nada, Estela. Onde está Brito? — A mulher balbucia, ela parece atônita e me fira com olhos arregalados. Impaciente, reviro os olhos e aguardo a resposta que não vem nunca. — Fala mulher, onde está o Jonas? — rosno. Ela respira fundo.— É... que o senhor... disse para não falar nada — gagueja. — Estela, paciência tem limites — aviso. — Onde está o Jonas?— Aguardando em sua sala. — Assinto e lhe dou as costas. — Prepare a sala para a vídeo conferência e me dê dois minutos — ordeno, abrindo a porta do meu escritório.— Sim senhor. — Medinho do ogro, Isabelly? — Escuto o meu assessor dizer ao telefone assim de adentro a sala. O infeliz está sentado na ponta da minha mesa e de costas para mim, usando o meu telefone e falando com uma puta intimidade com a minha administradora. — Querida, ele vai passar em sua casa para pegá-la, segundo o chefe não tem cabimento pagar para guardar dois carros... Isabelly pare para pensar... — Ele diz após uma pausa. Contudo, tomo o tele