Isabelly — Vamos logo ao assunto. Estou vendo que você não me quer aqui, então eu vou ser bem rápida. — Já posso até ver. Ela quer me pedir perdão pelo abandono, vai dizer que sente muito, que sentiu a minha falta, blá, blá, blá, blá...— Eu tenho uma filha de quinze anos e ela é a minha vida, é tudo o que eu tenho. — Porra, foi pior do que o tiro que levei no peito. Penso completamente extasiada.— O quê? — Engulo sentindo o nó apertar ainda mais a minha garganta.— A Emily tem problemas renais e ela já perdeu um rim. — Os olhos de Sandra se enchem de lágrimas e sua voz fica fraca e embargada. Toda a sua altivez e elegância caem no chão. — Ela precisa de um doador, Isabelly. O pai e eu não somos compatíveis. — Meu coração parece querer sair pela boca. A filha da puta me abandonou, nunca quis saber de mim e agora vem me pedir a porra de um favor?! Não foi assim que imaginei a sua volta. A minha adolescência inteira eu fantasiei uma mãe arrependida, me abraçando e chorando por mim e
Daniel.Momentos antes do encontro entre Sandra e Isabelly...— Não acredito que vamos ter essa conversa de novo, Marcos! — rosno, encarando o homem que se tornará o meu sogro em poucas horas.— Belly está bem, Daniel, e é só uma conversa. Sandra precisa muito dela. Nos falamos sobre isso há alguns dias e você pediu um tempo — diz me fazendo lembrar da maldita conversa na casa dos Albuquerque.(...) Saí da empresa direto para casa de Marcos como havíamos combinado e dirigi pelo trânsito lento pensando qual seria o motivo dessa reunião repentina. Mônica parecia enigmática e Marcos estava receoso. Meia hora depois, passei pelos portões de ferro e estacionei em frente à casa. Não quis ir para o estacionamento porque tinha pressa de ficar com a Isa no hospital. A porta da frente se abriu e um Marcos muito sério me encarou.— Que bom que veio! — Ele me deu passagem e já no hall pude escutar vozes femininas quase que alteradas. As mulheres pararam de falar assim que notaram a minha presenç
Marcos Albuquerque.Respiro profundamente mais uma vez. As minhas mãos estão suadas e a minha garganta está seca, revelando o meu estado de nervosismo. Juro que ainda não me confirmei, porque a ficha não quer cair. Até parece que foi ontem que ensinei a minha princesinha andar de bicicleta no calçadão da praia. Sorrio feito um bobo quando me lembro da felicidade estampada no rosto rosado, do sorriso alegre faltando alguns dentes. Ela está vibrando porque estava pedalando sem a ajuda das rodas laterais. Tiro um lenço branco de linho da lapela no meu terno e passo discretamente em minha testa. Minha criança virou uma mulher e isso de certa forma me incomoda. Queria que ela nunca tivesse crescido. Olho mais uma vez o alto das escadas devidamente decorada com flores e tules no mesmo instante que as meninas começam a descer com seus vestidos deslumbrantes. Elas sorriem felizes por minha menina. Guilherme me olha preocupado, ele se afasta dos amigos vem para perto de mim abrindo o seu sorri
Daniel.Olho pela milésima vez em direção das portas largas de madeira rústicas. Elas parecem vedadas para mim, não se abrem nunca! Penso irritado. Procuro me concentrar nas poucas cadeiras brancas ornamentadas, que estão arrumadas em cinco fileiras de cada lado e nos parentes e amigos mais próximos que conversam baixinho e sorriem felizes, alheios a minha agonia nesse altar. Solto um suspiro agoniado soprando o ar de modo audível e olho para o relógio no meu pulso. Meia hora de atraso. O que elas fazem tanto para demorar desse jeito?! Começo a andar de um lado para o outro do pequeno altar improvisado para aplacar essa ansiedade que me consome.— Se continuar assim, você vai infartar, meu amigo. — Alex, o padrinho da minha noiva resmunga com um sorriso debochado no rosto, dando tapinhas amigáveis no meu ombro. — Não se preocupe, Daniel, ela virá. — Muda seu modo de falar quando ver que a brincadeira não surtiu efeito. Ela virá, disso eu não tenho a menor dúvida. Eu só não entendo o p
Isabelly.— Mas, o que ela está fazendo aqui?! — pergunto indignada, sem tirar os olhos da mulher que caminha para as primeiras cadeiras e senta-se ao lado da minha mãe.— Pode continuar padre. — Ela diz ousada, fria, séria e me encarando.— Eu não sei. Não a convidamos. — Daniel responde com um sussurro ao meu lado. Dois dedos seus seguram o meu queixo e ele me faz olhá-lo. — Amor, olha pra mim. Vamos terminar isso aqui e depois a gente ver o que ela quer. — Respiro fundo voltando a encarar a mulher que me abandonou e depois, volto a fitá-lo.— Tudo bem! — digo com uma respiração audível. — Bom, não havendo nenhum empecilho, eu vos declaro marido e mulher! — O padre diz encerrando o seu sermão e abre um sorriso satisfeito. — Agora pode beijar a noiva. Daniel me olha e eu olho para ele. E o sorriso que ele abre em seguida me faz esquecer de todo o meu desagrado em uma fração de segundos. Uma mão sua escorrega lentamente pelo meu rosto e para na minha nuca. Nossos rostos se aproximam
Isabelly — Ele bate lento quando você e o papai não estão por perto. — Me pego sorrindo para essa declaração tão fofa.— Bom, então prepare o seu coraçãozinho para a minha chegada e eu prometo trazer um monte de presentes para você. Hum, gostou? — O sorriso infantil que havia se apagado volta radiante.— Gostei! — Então ele olha para o pai e corre para os seus braços. Não demora para entrarmos no portão de embarque e logo alcançamos a pista de voo. Daqui é possível ver um jatinho branco com a logo DK nele. Olho para Daniel com surpresa.— Esse jatinho é seu?— É da empresa na verdade. Temos cinco para garantir que a exportação seja entregue sem atrasos ou qualquer empecilho.— Uau, senhor Ávila! — resmungo, porque não sai mais nada da minha boca. Daniel é um homem muito rico de modo que eu não posso mensurar, porém, ele não é muito de esbanjar, salvo quando ele quer me impressionar. Dentro do luxuoso avião os tons pastéis, branco e cinza são predominantes e os assentos forrados de co
Daniel.Minha esposa caminha pelo quarto direto para o closet, onde nossas coisas já estão arrumadas e deixa a toalha branca cair no chão, revelando o seu corpo desprovido de qualquer peça de roupa. Imediatamente fico sem fôlego. Observo atentamente algumas mudanças visíveis que a deixam ainda mais sexy e gostosa. Os quadris estão um pouco mais largos apesar da cintura ainda está fina. Sua pele parece mais brilhosa, os seios estão fartos e pesados. Cacete, estou fodido! Ralho quando penso que a sua libido está mais intensa também, além de estar mais sensível aos meus toques. Faminta e gulosa, não posso reclamar! Isso me deixa com um tesão fila da puta, porém, eu não conseguir saciar a fome dela. Ela sai do closet usando apenas uma camisola de seda branca agora. O tecido fino e quase transparente desenha cada detalhe dos seus seios e se brincar consigo ter o vislumbre das auréolas rosadas. Deslizo a língua pelo meu lábio inferior lentamente, degustando a visão erótica, sensual, escanda
Daniel— Ok, desculpa, meu amor! — Ela puxa a respiração.— Não. Me desculpe você. Droga, estou parecendo uma louca! — resmunga linda. Seguro o seu rosto entre as minhas mãos e a beijo com calma.— Não está não. Agora vem, vamos nos arrumar. — Minutos depois estamos andando pelas calçadas de Madrid. Estamos no meio do outono e tem tapetes de folhas amareladas e avermelhadas forrando o chão que pisamos. O clima fresco e agradável nos proporciona um passeio maravilhoso. Caminhamos de mãos dadas, sem pressa e despreocupados por alguns bons minutos até chegarmos ao Parque do Retiro. O lugar esbanja uma beleza natural e uma arquitetura de tirar o fôlego, rodeado pelo que há de mais bonito na natureza. Daqui, observamos as pessoas sentadas nas escadarias arquitetônicas apreciando a quietude do lago de águas tranquilas e os pedalinhos para passeios românticos. Estamos em um lugar à parte, um tanto distante das outras pessoas. Eu sentado na grama e encostado no tronco de uma árvore, e ela dei