Daniel— Ok, desculpa, meu amor! — Ela puxa a respiração.— Não. Me desculpe você. Droga, estou parecendo uma louca! — resmunga linda. Seguro o seu rosto entre as minhas mãos e a beijo com calma.— Não está não. Agora vem, vamos nos arrumar. — Minutos depois estamos andando pelas calçadas de Madrid. Estamos no meio do outono e tem tapetes de folhas amareladas e avermelhadas forrando o chão que pisamos. O clima fresco e agradável nos proporciona um passeio maravilhoso. Caminhamos de mãos dadas, sem pressa e despreocupados por alguns bons minutos até chegarmos ao Parque do Retiro. O lugar esbanja uma beleza natural e uma arquitetura de tirar o fôlego, rodeado pelo que há de mais bonito na natureza. Daqui, observamos as pessoas sentadas nas escadarias arquitetônicas apreciando a quietude do lago de águas tranquilas e os pedalinhos para passeios românticos. Estamos em um lugar à parte, um tanto distante das outras pessoas. Eu sentado na grama e encostado no tronco de uma árvore, e ela dei
Isabelly.Madrid é um lugar encantador com todo esse um medieval, misterioso e eu posso até arriscar romântico também. Contudo, quando se vive intensamente cada momento, os dias parecem escapar de nossas e o tempo passa rápido demais. Estou mergulhada em meu conto de fadas particular. Sabe quando o ogro se transforma em um belo príncipe e esse dedica cada segundo da sua vida apenas para lhe agradar? Enfim, estou amando conhecer esse lugar com o homem que se tornou tudo pra mim. Daniel tem se mostrado mais pai nesses dias. Ele tem conversado com a minha neném e tem acariciado a minha barriga com frequência, coisa que ele não fazia a dois meses atrás. Confesso que cheguei a acreditar que ele jamais a aceitaria de verdade em seu coração e isso me enchia de medos e inseguranças. Mas não hoje e não agora. Sinto-me segura com a sua aceitação e parece que a nossa filhota aprova muito isso. Há, e não é só isso, mas temos feito sexo como coelhos durante esses quinze dias, mas acho que vocês já
Isabelly— Perdoe meus modos, senhora Ávila. Eu sou Francesco Guarnieri, o chef e o dono do restaurante. Seu marido aqui é um grande amigo e sócio da casa também. — Lanço lhe um olhar incrédulo. Ele é social de um dos restaurantes mais badalados da Europa? Por que nunca me disse isso? Sinto um beijo cálido na minha mão despertando-me para o gesto educado do cozinheiro. — É um prazer conhecê-la! — Sorrio amplamente.— O prazer é meu, senhor Guarnieri!— Oh no, me chame apenas de Francesco.— Claro, Francesco. — Ele me lança um sorriso perfeito.— Querida, preciso conversar um minuto com Francesco. Posso pedir uma sobremesa enquanto nos aguarda? — Daniel propõe e sem ter outra alternativa eu aceito a proposta. Observo os homens se afastarem da varanda e os acompanho através das enormes janelas de vidro até sumirem em um corredor. Em segundos um garçom se aproxima com uma bela e deliciosa torta trucada espanhola e me esbaldo na sobremesa cremosa de gosto suave, repetindo o prato antes qu
Daniel.Porque quando as coisas começam a dar certo, o passado resolve dá as caras e ainda exige algo de você, como se ele tivesse o direito de exigir alguma coisa? Estou puto da vida por ter de interromper a nossa lua de mel, estou mais puto ainda por ser obrigado a estourar a nossa bolha romântica, como a Isa costuma chamar. Deus, ela estava tão feliz e ela merecia isso depois de tudo que passou. E eu estava amando vê-la sorrir atoa, estávamos em um momento pleno do nosso amor. Contudo, a raiva corrói-me por dentro agora só de lembrar da conversa acalorada com Brito ao telefone....— Bom dia, Jonas! Vi a sua mensagem, o que houve? — pergunto assim que ele atende.— Desculpe, senhor Ávila! Não era a minha intenção atrapalhar a sua lua de mel, mas...— Desembucha, Jonas! — peço impaciente, porque estou louco para voltar para os braços da minha mulher. Ele faz silêncio por um curto espaço de tempo, gagueja se perdendo no meio das palavras e continua.— É que... O senhor e a senhora Ma
Daniel— Ávila, vejo que você está muito bem! — O tom de ironia escancarado na voz me irrita. O que ele queria, que eu estivesse morrendo, entregue ao passado esperando que a morte me levar? Sim, eu quis isso por muito tempo, agora não mais.— Digo o mesmo de você Matias. Querem beber alguma coisa? — Meu tom de voz é firme e seco, um meio de não deixar transparecer os meus medos e inseguranças. A minha armadura.— Eu aceito uma água, por favor! — Magnólia pede com um tom baixo e o olhar repreensivo do marido cai imediatamente sobre ela.— Não, obrigado! — O homem responde carrancudo. Brito vai até a minha secretária solicitar o pedido de Magnólia e volta rápido, fechando a porta.— Ok, esse é Jonas Brito o meu assessor pessoal e essa é Amanda Albuquerque, a minha advogada. — Ele me encara surpreso, com certeza não esperava por isso.— Advogada, Ávila, está armado para cima de mim?— Não é uma armação, é uma prevenção — ralho o encarando com dureza. Ele assente, levando as mãos aos bol
Daniel — Você acha? — Ela sorri me passando confiança.— E tenho certeza. Eu tenho que ir, me ligue se tiver notícias deles.— É só isso? Nós vamos cruzar os braços e esperar?— Sim é isso mesmo. — Minutos depois de Amanda sair do escritório, dispenso Brito. Preciso ficar sozinho e pensar no que acabou de acontecer. Vou até o bar de canto e me sirvo de outra bebida, volto a me sentar no sofá e tomo um pequeno gole, passo o copo gelado em minhas têmporas, tentando amenizar a dor infernal e fecho os olhos para tentar relaxar. Já é de noite quando volto para casa e encontro os meus pais me aguardando na sala. Eles estão aflitos e nervosos como achei que estariam. Dam e Sara foram para empresa mais cedo, eles chegaram pouco tempo depois que a reunião havia começado, mas deixei bem claro que não queria ser importunado. Assim que me veem entrar na casa, se levantam do sofá como sempre dona Sara me abraça tentando me acalmar.— Como foi a reunião, filho? — Meu pai pergunta sem rodeios.— Ca
Isabelly.Chego ao meu escritório e sou recebida pelos olhares curiosos da minha nova assistente e assessoria do RH.— Isabelly, o que você faz aqui? — A voz de Michelle ecoa atrás de mim. Não me dou o trabalho de virar-me para ela e continuo caminhando para a minha sala, o meu melhor refúgio nesse momento, porém, a respondo condescendente.— Estou indo trabalhar, eu trabalho, sabia? —Entro no meu escritório e respiro o ar familiar do ambiente aconchegante. Ah, como eu senti falta disso!— Mas você está em lua de mel! — A mulher diz invadindo o meu espaço.— Corrigindo, eu estava em lua de mel. Ralho e encaro os olhos escuros.— Por quê? — Lanço lhe um olhar irritado. — Desculpa, não tenho nada a ver com isso! — resmunga, erguendo as mãos.— Não tem mesmo, mas se eu não falar com alguém sinto que vou explodir a qualquer momento — falo chorosa, me acomodando em minha cadeira. Michelle se senta prontamente de frente para a minha mesa e me olha especulativa.— O que aconteceu? Não vai me
Isabelly— Oh, meu anjo, eu queria tanto acreditar nisso! — A voz trêmula indica o quão frágil o meu amor está.— Então acredite, porque vamos conseguir. — Ele respira fundo, segura as minhas mãos e beija a sua palma com carinho.— Isa, eu quero que me escute com bastante atenção e que me ajude. Não quero que se envolva, só... me dê a força que eu preciso. — Daniel começa a contar os últimos acontecimentos. Ele fala sobre o ex-sogro e todos os desentendimentos que tiveram desde a morte de Susy e também sobre a sua perseguição de agora.— Então o problema sou eu? — inquiro com um fio de voz.— Não, o problema é ele. Paulo não quer que tenha a felicidade, nem um novo amor. Ele sequer conhece o Cristopher, não o ama, nunca viu o garoto. Ele quer me punir.— O que... o que vai acontecer agora?— Amanda disse para esperar o próximo passo deles. — Meus olhos se erguem em surpresa.— Amanda? — Assente.— Sugestão do Jonas. —Dou um meio sorriso.— Ela é boa no que faz, Dani. Confio muito no t