Isabelly.— Mas, o que ela está fazendo aqui?! — pergunto indignada, sem tirar os olhos da mulher que caminha para as primeiras cadeiras e senta-se ao lado da minha mãe.— Pode continuar padre. — Ela diz ousada, fria, séria e me encarando.— Eu não sei. Não a convidamos. — Daniel responde com um sussurro ao meu lado. Dois dedos seus seguram o meu queixo e ele me faz olhá-lo. — Amor, olha pra mim. Vamos terminar isso aqui e depois a gente ver o que ela quer. — Respiro fundo voltando a encarar a mulher que me abandonou e depois, volto a fitá-lo.— Tudo bem! — digo com uma respiração audível. — Bom, não havendo nenhum empecilho, eu vos declaro marido e mulher! — O padre diz encerrando o seu sermão e abre um sorriso satisfeito. — Agora pode beijar a noiva. Daniel me olha e eu olho para ele. E o sorriso que ele abre em seguida me faz esquecer de todo o meu desagrado em uma fração de segundos. Uma mão sua escorrega lentamente pelo meu rosto e para na minha nuca. Nossos rostos se aproximam
Isabelly — Ele bate lento quando você e o papai não estão por perto. — Me pego sorrindo para essa declaração tão fofa.— Bom, então prepare o seu coraçãozinho para a minha chegada e eu prometo trazer um monte de presentes para você. Hum, gostou? — O sorriso infantil que havia se apagado volta radiante.— Gostei! — Então ele olha para o pai e corre para os seus braços. Não demora para entrarmos no portão de embarque e logo alcançamos a pista de voo. Daqui é possível ver um jatinho branco com a logo DK nele. Olho para Daniel com surpresa.— Esse jatinho é seu?— É da empresa na verdade. Temos cinco para garantir que a exportação seja entregue sem atrasos ou qualquer empecilho.— Uau, senhor Ávila! — resmungo, porque não sai mais nada da minha boca. Daniel é um homem muito rico de modo que eu não posso mensurar, porém, ele não é muito de esbanjar, salvo quando ele quer me impressionar. Dentro do luxuoso avião os tons pastéis, branco e cinza são predominantes e os assentos forrados de co
Daniel.Minha esposa caminha pelo quarto direto para o closet, onde nossas coisas já estão arrumadas e deixa a toalha branca cair no chão, revelando o seu corpo desprovido de qualquer peça de roupa. Imediatamente fico sem fôlego. Observo atentamente algumas mudanças visíveis que a deixam ainda mais sexy e gostosa. Os quadris estão um pouco mais largos apesar da cintura ainda está fina. Sua pele parece mais brilhosa, os seios estão fartos e pesados. Cacete, estou fodido! Ralho quando penso que a sua libido está mais intensa também, além de estar mais sensível aos meus toques. Faminta e gulosa, não posso reclamar! Isso me deixa com um tesão fila da puta, porém, eu não conseguir saciar a fome dela. Ela sai do closet usando apenas uma camisola de seda branca agora. O tecido fino e quase transparente desenha cada detalhe dos seus seios e se brincar consigo ter o vislumbre das auréolas rosadas. Deslizo a língua pelo meu lábio inferior lentamente, degustando a visão erótica, sensual, escanda
Daniel— Ok, desculpa, meu amor! — Ela puxa a respiração.— Não. Me desculpe você. Droga, estou parecendo uma louca! — resmunga linda. Seguro o seu rosto entre as minhas mãos e a beijo com calma.— Não está não. Agora vem, vamos nos arrumar. — Minutos depois estamos andando pelas calçadas de Madrid. Estamos no meio do outono e tem tapetes de folhas amareladas e avermelhadas forrando o chão que pisamos. O clima fresco e agradável nos proporciona um passeio maravilhoso. Caminhamos de mãos dadas, sem pressa e despreocupados por alguns bons minutos até chegarmos ao Parque do Retiro. O lugar esbanja uma beleza natural e uma arquitetura de tirar o fôlego, rodeado pelo que há de mais bonito na natureza. Daqui, observamos as pessoas sentadas nas escadarias arquitetônicas apreciando a quietude do lago de águas tranquilas e os pedalinhos para passeios românticos. Estamos em um lugar à parte, um tanto distante das outras pessoas. Eu sentado na grama e encostado no tronco de uma árvore, e ela dei
Isabelly.Madrid é um lugar encantador com todo esse um medieval, misterioso e eu posso até arriscar romântico também. Contudo, quando se vive intensamente cada momento, os dias parecem escapar de nossas e o tempo passa rápido demais. Estou mergulhada em meu conto de fadas particular. Sabe quando o ogro se transforma em um belo príncipe e esse dedica cada segundo da sua vida apenas para lhe agradar? Enfim, estou amando conhecer esse lugar com o homem que se tornou tudo pra mim. Daniel tem se mostrado mais pai nesses dias. Ele tem conversado com a minha neném e tem acariciado a minha barriga com frequência, coisa que ele não fazia a dois meses atrás. Confesso que cheguei a acreditar que ele jamais a aceitaria de verdade em seu coração e isso me enchia de medos e inseguranças. Mas não hoje e não agora. Sinto-me segura com a sua aceitação e parece que a nossa filhota aprova muito isso. Há, e não é só isso, mas temos feito sexo como coelhos durante esses quinze dias, mas acho que vocês já
Isabelly— Perdoe meus modos, senhora Ávila. Eu sou Francesco Guarnieri, o chef e o dono do restaurante. Seu marido aqui é um grande amigo e sócio da casa também. — Lanço lhe um olhar incrédulo. Ele é social de um dos restaurantes mais badalados da Europa? Por que nunca me disse isso? Sinto um beijo cálido na minha mão despertando-me para o gesto educado do cozinheiro. — É um prazer conhecê-la! — Sorrio amplamente.— O prazer é meu, senhor Guarnieri!— Oh no, me chame apenas de Francesco.— Claro, Francesco. — Ele me lança um sorriso perfeito.— Querida, preciso conversar um minuto com Francesco. Posso pedir uma sobremesa enquanto nos aguarda? — Daniel propõe e sem ter outra alternativa eu aceito a proposta. Observo os homens se afastarem da varanda e os acompanho através das enormes janelas de vidro até sumirem em um corredor. Em segundos um garçom se aproxima com uma bela e deliciosa torta trucada espanhola e me esbaldo na sobremesa cremosa de gosto suave, repetindo o prato antes qu
Daniel.Porque quando as coisas começam a dar certo, o passado resolve dá as caras e ainda exige algo de você, como se ele tivesse o direito de exigir alguma coisa? Estou puto da vida por ter de interromper a nossa lua de mel, estou mais puto ainda por ser obrigado a estourar a nossa bolha romântica, como a Isa costuma chamar. Deus, ela estava tão feliz e ela merecia isso depois de tudo que passou. E eu estava amando vê-la sorrir atoa, estávamos em um momento pleno do nosso amor. Contudo, a raiva corrói-me por dentro agora só de lembrar da conversa acalorada com Brito ao telefone....— Bom dia, Jonas! Vi a sua mensagem, o que houve? — pergunto assim que ele atende.— Desculpe, senhor Ávila! Não era a minha intenção atrapalhar a sua lua de mel, mas...— Desembucha, Jonas! — peço impaciente, porque estou louco para voltar para os braços da minha mulher. Ele faz silêncio por um curto espaço de tempo, gagueja se perdendo no meio das palavras e continua.— É que... O senhor e a senhora Ma
Daniel— Ávila, vejo que você está muito bem! — O tom de ironia escancarado na voz me irrita. O que ele queria, que eu estivesse morrendo, entregue ao passado esperando que a morte me levar? Sim, eu quis isso por muito tempo, agora não mais.— Digo o mesmo de você Matias. Querem beber alguma coisa? — Meu tom de voz é firme e seco, um meio de não deixar transparecer os meus medos e inseguranças. A minha armadura.— Eu aceito uma água, por favor! — Magnólia pede com um tom baixo e o olhar repreensivo do marido cai imediatamente sobre ela.— Não, obrigado! — O homem responde carrancudo. Brito vai até a minha secretária solicitar o pedido de Magnólia e volta rápido, fechando a porta.— Ok, esse é Jonas Brito o meu assessor pessoal e essa é Amanda Albuquerque, a minha advogada. — Ele me encara surpreso, com certeza não esperava por isso.— Advogada, Ávila, está armado para cima de mim?— Não é uma armação, é uma prevenção — ralho o encarando com dureza. Ele assente, levando as mãos aos bol