Isabelly...— Senhorita Sampaio, você está bem? — James perguntou com um tom de preocupação. — Quer que a leve a um hospital?— Me leve a casa dos meus pais, por favor!— Sim senhorita! — O restante do caminho foi feito em silêncio. Quer dizer, exceto pelo barulho dos meus soluços compulsivos. Ao entrar em casa, passo por uma sala movimentada sem falar com ninguém.— Belly? — Ouvi a minha mãe me chamar, porém, corri para as escadas, entrei no meu antigo quarto e me joguei na cama e choro ainda mais e dessa vez sem reservas. Horas se passam até eu me acalmar e minha mãe finalmente entrar no quarto. Ela se sentou na beirada do colchão, ajeitou os meus cabelos e me deu um meio sorriso.— Quer conversar? — faço não com a cabeça. — Tudo bem! O seu pai ficou preocupado com você. A tia Ana e o tio Luís também. — Me sento na cama e encaro a minha mãe.— Não consigo falar sobre isso agora, mãe, mas de início quero que saiba que eu e Daniel... acabou mãe! Acabou! — A voz embargada deu lugar a
IsabellyO melhor momento da minha vida se resume ao mais novo som que estou ouvindo agora. O seu coraçãozinho está batendo tão forte que parece galopes de cavalos. Nesse instante contenho as minhas lágrimas e penso que eu o queria aqui do meu lado, vivenciando esse momento mágico e o mais lindo na vida de uma mulher, mas ele não está e me machuca quando penso que nunca estará. Doutora Vânia tira o aparelho e o silêncio volta a habitar dentro do quarto. Ela ocupa uma cadeira e regula a tela do computador, depois desliza o aparelho pelo gel gelado, espalhado pela minha barriga ainda plana e uma imagem fosca aparece na tela.— Olha quem está aqui! — Ela diz com uma comoção contida. — Para seis semanas ele é bem grande! — comenta e inevitavelmente abro um sorriso largo.— Como ele está Vânia? — Tia Lilian pergunta sem tirar os olhos da tela.— Se desenvolvendo muito bem. O útero está se adaptando bem, no tempo certo e está saudável o protegendo bem. Em poucos dias você poderá sentir algu
Isabelly— O que houve, Marta?— Senhorita Isabelly, tem alguém lhe esperando lá embaixo.— Alguém? Quem?— Sou eu! — A voz grossa e rouca se faz ouvir atrás da empregada, fazenda o meu coração falhar uma batida. Resfolego quando percebo que ele está ainda mais lindo do que eu me lembrava, porém, parece está irritado... comigo? O que eu fiz agora? Levanto-me imediatamente da cama e olho para mulher nervosa com a sua presença do gigante dentro do meu quarto.— Tudo bem, Marta, pode ir.— Tem certeza, Belly? Eu posso ficar aqui com você. — Os olhos claros e frios me encaram, mas eu não me deixo abater, os enfrento e sem tirar os meus olhos do homem que mais parece um animal enfurecido respondo o seu questionamento.— Não precisa, eu vou ficar bem, pode ir. — Marta olha de mim para Daniel e mesmo insegura assente saindo do cômodo. — O que está fazendo aqui? — Minha interrogação soa um tanto baixo.— Onde está o meu filho, Isabelly? — Ok, agora estou surpresa, melhor, estou perplexa. Que
Cristopher Ávila.Os gritos do meu pai me apavoram todas as noites. Ainda escuto os sons das coisas se quebrando, enquanto a minha avó me abraçava forte sentada ao meu lado na minha cama. Então através da janela de vidro do meu antigo quarto eu a vi sair correndo para fora da casa e entrar no seu carro. Sorvetinho estava chorando. Não sei por que eles brigaram e não entendo por que ele a mandou embora. Vovó beijou a minha cabeça e com voz meiga disse perto do meu ouvido.— Vai ficar tudo bem, querido! Eu tenho muitas perguntas dentro da minha cabeça, mas nenhuma delas sai pela minha boca. Os dias foram passando, não sei dizer quantos, mas sei que foram muitos e ela não voltou mais, e aos poucos eu voltei para a minha antiga vida. Meus pais não vão mais me buscar na escola e o meu pai voltou a beber. Ele não fala mais comigo, não brinca e nem sorri, só trabalha e bebe até dormir de novo. A noite escuto o seu choro. Não quero mais isso para mim. Estou crescendo, daqui a alguns dias eu
Isabelly.Desço a familiar escada da casa dos Ávila e escuto as vozes alteradas na sala de visitas. Daniel parece desesperado com algo que os policiais lhe mostraram. Aproximo-me mais para ver as tais imagens na tela de um computador. Cris está andando sozinho pelas ruas com uma mochila nas costas, em algum momento um carro preto para ao seu lado, ele conversa com alguém que não conseguimos identificar por alguns instantes e entrar no carro em seguida. É apavorante assistir a tudo sem poder fazer nada a respeito.— Meu Deus! — Deixo escapar e todos notam a minha presença.— Qual o próximo passo, detetive?— Temos que rastrear o veículo, descobrir quem são essas pessoas lá dentro e aguardar que entrem em contato e peçam algum tipo de resgate.— Eles não vão pedir — digo de repente. O detetive me lança um olhar especulativo e Daniel me encara confuso.— Por que acha que não pedirão o resgate? — Dam questiona.— Porque já tem mais de vinte e quatro horas e porque pelo que eu percebi, o C
Isabelly — Preciso de você, Isabelly — rosna quando para pra respirar e toma mais uma vez a minha boca, se orando as minhas mãos, segurando a minha cintura com firmeza e me levando em direção a cama.— Daniel... — Tento falar, mas não me permite. Ele segura firme os meus cabelos e com ainda mais voracidade o beijo se torna intenso. Não consigo mais lutar, não dá pra resistir, então apenas me entrego sentindo o meu corpo ser inclinado sobre a cama macia. Ele começa a arrancar as minhas roupas e se desfaz da única peça em seu corpo, penetrando-me sem aviso prévio e começa a se movimentar dentro de mim.Por Deus, que sensação maravilhosa! Como senti saudades desses toques, dos seus beijos, do seu corpo ao meu! Somos só gemidos ofegantes e toques desesperados, e de repente o orgasmo chega nos partindo em mil pedaços. Daniel permanece quieto com a sua cabeça encaixada no vão entre o meu ombro e o meu pescoço. Ainda estamos conectados um ao outro antes. Aí ele sai da cama e depois do quart
Daniel.— Alô?— Daniel Ávila? — Uma voz eletrônica diz do outro lado da linha.— É ele.— Escuta isso.— Pai? — Meu coração disparado ao ouvir a voz do meu filho. Encaro Isabelly na minha frente. Ela espera que eu diga algo. — Papai?— Cris, filho onde você está?— Quer o seu filho de volta são e salvo, senhor Ávila? — Quanto? É só dizer quanto e onde — digo desesperado.— Se afaste dela, esse é o preço. Fique longe de Isabelly Sampaio! — A ligação é encerrada e sem forças deixo o meu celular cair ao chão.— Daniel? — Ouço a sua voz ansiosa.— Eu não posso, Isa!— O que, o que você não pode?— Não dá... eu não consigo.— Daniel não faz isso! — Ela pede, os olhos se enchendo de lágrimas e uma dor cortante tomando o meu coração por inteiro. — Eu te amo, amo muito! — Eu vou te levar para casa.— Não! — Ela grita. — Eu posso ir sozinha! — Faz menção de sair do escritório e eu seguro o seu braço.— Não seja estúpida, eu a trouxe até aqui e eu a levarei de volta! — falo ríspido. Abro a p
Daniel.— Chegamos. — Marcos avisa parando o carro a uma distância considerável da casa e todos saímos do carro. Um total de doze homens e todos armados, e usando colete a prova de balas. Antes de entrarmos na luxuosa mansão muito bem vigiada, os homens de Marcos verificam todo o perímetro meticulosamente.— Por que não invadimos logo essa droga de uma vez? — resmungo baixo para não chamar a atenção dos homens lá dentro.— Porque não queremos ser surpreendidos, Daniel. Tenha calma, se o garoto estiver mesmo lá dentro, temos que mantê-lo seguro.— Eles já foram tem quase vinte minutos.— Só estão vendo a maneira mais segura para entrarmos na casa. Qualquer erro e o Cris pode pagar muito caro por isso. — Luís explica.— Acredite, meu filho, já passos por isso antes e, ou quase morremos, ou quase perdemos as nossas esposas. — Arqueio as sobrancelhas em surpresa.— Estão me dizendo que...— É uma longa história, Daniel e não dá pra contar agora. — Assinto. Os homens finalmente voltam e o