CAPÍTULO CINCO

CAPÍTULO CINCO

Anna abriu os olhos e viu o tórax forte e os braços definidos que a envolviam. Ergueu a cabeça e viu o rosto jovem de Henri. Ela corou e começou a se afastar dele. Henri acordou com um belo sorriso.

— Anna! Você está bem?

A rainha sentou-se às pressas, evitando olhar para o peito nu de Henri.

— Estou. Obrigada por ter cuidado de mim.

Henri ficou a observando, e Anna evitou olhar para ele.

— Já pode ir. Vá. — ordenou.

Ele sorriu.

— Anna, eu...

Mas o que ele pretendia dizer foi interrompido pela porta que se abriu.

Safira entrou com o médico.

— Anna, que felicidade em vê-la melhor. Agora, você pode ir, Henri.

Henri, mesmo com desagrado, levantou-se e começou a se vestir. Anna olhou para o jovem e sentiu a bochecha queimar. Ela nunca havia estado na cama com um homem, muito menos com um jovem que tinha idade para ser seu filho.

— Posso examiná-la, rainha? — perguntou o médico.

Henri saiu às pressas.

À tarde, Safira gritava com Henri. Ela não dizia o porquê, apenas o repreendia por ter matado a bruxa.

— Você acabou com as minhas chances! Maldito.

Anna surgiu, pedindo calma. Ela olhou para Henri.

— Ele fez o que qualquer guarda teria feito. Não havia como ele saber que, matando a bruxa, não poderíamos salvar Drago.

— Nunca mais vou vê-lo, por culpa dele.

— Safira, por anos tentamos, mas já era algo definitivamente impossível de resolver. Um dia, teríamos que matá-la.

Safira secou as lágrimas e endureceu o rosto.

— Quero que ele vá embora.

Anna olhou para Henri.

— Não posso. Ele me salvou. Devo-lhe! Mais do que isso, os guardas o pedem como líder.

— Ele não terminou o treinamento. — Safira falou com desprezo.

— Não há teste em Tabata mais difícil do que derrotar Berta. A bruxa derrotou o bruxo mais poderoso do mundo. Como poderia negar a honra ao menino?

Henri revirou os olhos. Ele não era um menino e odiou saber como a rainha o via.

— Se essa é sua decisão, peço que me dê alguns dias, pois preciso ir à montanha. — disse Safira.

— Sabe que não é de fato minha serva, mas sim amiga. Então, vá.

Safira passou por Henri com um olhar de desprezo.

— Safira, eu espero um dia poder trazer Drago de volta.

Safira olhou para ele e viu que era inocente da acusação que fizera.

— Cuide de Anna em minha ausência. E partiu.

Os dias passaram rapidamente, e poucas vezes ele havia ido visitar sua família. Na folga, ficava estudando sobre o passado do reino e buscando uma forma de se aproximar da rainha.

Henri foi avisado de que Anna o havia convocado para ir ao Conselho de Cronk. O jovem não entendia por que as pessoas não ficavam surpresas com um dragão voando por cima delas e sendo atacadas por uma bruxa. No reino em que vivia, isso não era normal.

Anna passou por ele com sua armadura prata. Na verdade, todas as armaduras dos guardas eram prateadas, mas a dela tinha um brilho extraordinário. Henri olhou para sua armadura e caminhou até o cavalo.

Anna percebeu os olhares das mulheres para Henri. Ela o observou; sua postura estava perfeita, parecia um rei. Então, sorriu.

Anna seguia acompanhada de Normam e Henri.

Foi um longo percurso seguido por eles, mas houve algumas pausas, e caminharam durante a madrugada inteira até acamparem por algumas horas e seguirem o caminho. Próximo do local, perceberam uma comitiva vindo até elas, e ela acenou para que parassem.

O Rei Antunes, um monarca mais velho que Anna e de barba espessa, se aproximou, e Anna o cumprimentou.

— Quem é o jovem?

Henri chamou atenção.

— Este é Henri, o chefe da guarda do castelo.

— Jovem demais para isso.

— Ele é jovem, sim, mas é muito forte. Berta está morta pelas mãos dele.

O rei abriu um sorriso e bateu no ombro dele. Em seguida, ofereceu o braço para Anna, que aceitou, fazendo Henri se remoer de ciúmes.

Anna entrou em uma tenda, e Henri tentou segui-la, mas Normam o impediu.

— Aqui só entram os conselheiros, então se prepare, pois haverá guerra. Não será fácil, todos os reinos formam um só para defender o Sul do Leste.

Henri lutava ao lado de Creber, um homem da guarda encarregado de ensiná-lo sobre o reino e as táticas de defesa. Porém, Henri estava distraído, observando Anna lutar ao lado do rei Antunes. Aquele rei era apaixonado por Anna e sempre que tinha oportunidade, a cortejava.

— Henri, cuidado! Preocupa-se demais com a rainha.

Henri sentia-se cansado; aquelas criaturas não paravam de surgir das águas do mar.

Quando os seres recuaram, Anna veio na direção de Henri. Ela tocou seu ombro.

— Descanse, Henri, você me encheu de orgulho. Quando olho para você, vejo um filho que nunca tive.

Henri respirou fundo.

Antunes seguiu ao lado de Anna.

— Não é à toa que dizem que ela é uma rainha sem coração — disse Henri.

Cleber o olhou.

— Berta, a bruxa, a enganou dizendo que tiraria a dor por causa do seu tio e devorou o coração de Anna. Por anos, a bruxa invadiu o castelo tentando matá-la. Foi assim que o rei Derek morreu, lutando com a bruxa para salvar Anna. Ela não tem coração; dizem que só um amor verdadeiro pode fazê-lo crescer novamente. Às vezes, acho que esse homem é o rei Antunes. Ele espera por ela há 30 anos. Espero que ele consiga.

— Não. Eu vou conseguir.

Cleber olhou-o confuso, mas Henri mudou de assunto.

Durante a festa de comemoração da vitória, os reis elogiaram o jovem Henri. Ele foi o destaque entre eles.

— Daria um excelente herdeiro, Anna — comentou a rainha Cassandra.

Anna sorriu.

— É algo a se pensar. Por que não ter um filho como ele? — disse, bebendo da taça. — Quem sabe torná-lo o filho que não pude ter.

Os reis e rainhas ergueram suas taças e brindaram ao reino de Tabata.

As pessoas comentavam, murmuravam e sorriam para Henri, que desprezava as intenções da rainha Anna.

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