CAPÍTULO 4

Henri a cada dia se aproximava mais da rainha Anna. Todos sabiam da intenção dela de tornar-lo seu futuro herdeiro. Ela admirava a qualidade nele de olhar de forma inexplicável. Uma admiração incomparável. Anna estava estudando os decretos de Tabata sobre herdeiros. Ele passou a ter professores para ensiná-lo a ser um rei.

Henri pensava em como resolver a situação que vivia, quando a serva entrou.

— Safira.

— Sim, Leona – Disse Safira.

— Seu banho está pronto.

— Tenham uma boa noite. Falou Safira para Henri e Anna.

Anna andou para varanda olhando as estrelas.

Ele a seguiu parando atrás dela.

— Há muitos anos não via o céu de Tabata tão lindo.

Ela se arrepiou com o vento gelado. Ele tirou a capa e a cobriu.

— Henri, você está se tornando um filho que nunca eu tive. Enche-me de orgulho.

Henri olhou para salão vazio, não havia nada entre eles, aquele era o momento.

— Anna. Ele a abraçou por trás.

— Henri…

— Por favor, não posso aceitar isso – Sussurrou ele no ouvido dela.

— Não estou entendendo – Ela tentou se afastar.

Ele a abraçou mais forte.

— Anna, eu não posso ser seu herdeiro.

— Por causa de sua mãe? Não precisa abrir mão dela.

—Não. É porque eu não quero ser um filho para você, mas sim seu homem. 

Anna assustou-se e lutou para se soltar. Mas ele a segurou pelos pulsos.

— Me apaixonei por você e não por seu trono. Eu a quero em meus braços. Quando a olho vejo a mulher que desejo.

— Como ousa? Ela tentou se soltar, mas Henri era mais forte.

Ele a puxou pela cintura.

— Isso é impossível entre nós. Tenho a idade de sua mãe – Ela falou.

Ele tomou os lábios dela com paixão.

Anna o empurrou e saiu as pressas.

— Anna, eu te amo. Acredite em mim. Não podia continuar com essa mentira.

Guardas surgiram o impedindo de se aproximar dela, era certo de que ela deu ordens no caminho.

Anna ao entrar no quarto tocou os lábios e sentiu as lágrimas descendo em seu rosto.

— Como isso é possível?

Anna tocou o peito e sentiu o leve batimento.

Ela se assustou.

Anna chamou o conselheiro e ordenou que explicasse a Henri as condições para permanecer no castelo. Safira, que havia sido chamada, entendeu que havia mais que um simples mal entendido entre Anna e Henri.

— Eu agradeço, mas estou de partida, pretendo voltar em breve para reino de onde venho – Disse Henri ao conselheiro.

— Você poderá ser rei, mas terá que aceitar as condições da rainha e manter distância dela – Disse Normam.

—Isso é impossível. Não sou um homem interesseiro, ela sabe muito bem o que quero dela. 

Ele se virou partindo.

Havia se passado duas semanas desde que Henri havia partido do castelo. Anna sentia-se atormentada pelas lembranças do beijo. E, sentia-se confusa.

 Ela sentiu uma pontada no peito e desmaiou.

Quando acordou, o médico estava ali passando um pano em seu rosto.

— Minha rainha.

— O que aconteceu? – Perguntou.

— Anna, seu coração está crescendo dentro de você – Falou Safira.

Anna ficou confusa e surpresa.

— Um amor verdadeiro surgiu – Falou Safira.

— Isso é inaceitável – Falou Anna.

O médico se retirou.

— Quando Henri a beijou, você correspondeu ao sentimento que também sentia.

— Está louca? Eu não sinto nada além dele ser um filho que não tive.

— Anna, a prova do que sente amor por ele está no seu peito, está crescendo.  Ele a corresponde.

Anna sentiu-se envergonhada e pôs a mão no rosto.

O conselheiro entrou no quarto. — Perdoe-me, mas é urgente.

— Seja breve Normam – Falou Anna.

— O Plebeu Joaquim está morrendo e deseja vê-la.

Anna apertou os olhos.

Um tempo depois...

Henri estava olhando para o tio.  Anna devia amá-lo ainda, pensou. Cerrou os dentes com fúria.

— Henri, a rainha chegou para ver seu tio – Avisou a mãe.

Os primos estavam todos de joelhos, muito tristes.

Ele sentiu ciúmes.

A família reverenciou a Rainha.

Anna sentou na cadeira ao lado de Joaquim e, acariciou seu rosto com carinho.

Henri fechou os olhos para não ver.

— Anna – Falou Joaquim.

— Ah, Joaquim.

Ela beijou a testa dele.

Henri sentiu o ciúme o corroer e saiu às pressas da casa batendo a porta sem ao menos falar com Safira.

Anna chorou. 

O tempo pareceu sentir a tristeza da rainha de Tabata e da família de Joaquim. O céu, antes limpo, deu lugar a nuvens escuras. Relampeava e, logo depois uma fina chuva começou a cair. 

Anna perguntou a Safira sobre Henri.

— Não quer falar, está lá fora desde cedo com ciúmes.

— Fale isso baixo – Pediu Anna a Safira.

Anna discretamente saiu da casa. Henri estava com os braços cruzados olhando para o nada com semblante fechado.

Henri a viu e desviou o olhar lhe dando as costas.

— Você sabe que me importo com você também e tinha esperança de torná-lo meu herdeiro — Ela tocou as costas dele. — Por que não esquece isso e volta para treinar com Safira. Ela sente sua falta.

Ele desvencilhou da mão dela.

— Sabe que me recuso ser um filho. Não entendo porque me rejeita e prefere meu tio que a magoou.

— Seu tio tem minha idade e ele é um homem. Você é só um menino.

Henri com olhar penetrante tentou puxá-la para seus braços. Anna se afastou com receio do que as pessoas diriam sobre eles. Porém Henri foi mais rápido e a tomou nos braços.

 — Acha que sou menino por causa da minha idade? Pois, te mostro já que não sou nenhum menino. 

Henri tomou os lábios de Anna. Ela tentou afastá-lo, mas Henri a prendeu.

— Ceda a mim e te farei mais mulher do que qualquer outro poderia.

Anna o afastou e colocou as mãos no coração. Nem com Joaquim ela havia se sentindo assim.

Seu coração havia sido restaurado nos braços dele.

— Meu amor. Ele ergueu o queixo dela.

Anna ao olhar nos olhos azuis dele sentiu uma emoção tão forte que se lançou em seus braços buscando pelos lábios dele que se encaixaram nos dela.

Henri e Anna sentiram ser enlaçados pelo amor que sentiram um pelo outro.

A troca do beijo apaixonado do casal chamou atenção dos guardas e do cocheiro.

Emma abriu a porta procurando pela rainha e chocou-se.

O casou beijava-se.

— Não! – Ela gritou.

Anna afastou-se de Henri e ele segurou a mão da mãe que veio para bater na rainha.

Homens da guarda surgiram.

— Não é nada – Disse Anna aos guardas.

— Você é velha! Velha demais para ele. Eu nunca vou aceitar. Deixe meu filho.

— Pare mãe – Pediu Henri.

— Por que meu filho?

— Eu a amo.

— Não. A mulher se jogou no chão.

Anna sentiu sofrimento e abaixou a cabeça.

Safira saiu da casa.

— Joaquim está dormindo. Avisou.

A mãe de Henri tentava bater nele, mas ele lhe segurava os pulsos e a pedia para se acalmar.

— Vamos embora Safira.

— Anna, ele não vai viver muito, não é melhor que fique?

— Não posso – Anna disse olhando a mãe de Henri.

Elas seguiram para os cavalos.

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