Bennett
— O Alex e eu nos damos muito bem, Lina — retruco. Dessa vez minha irmã arregala os olhos para o meu comentário.
— Quer saber? Estou torcendo por você, meu irmão. — Ela volta a me abraçar e o meu corpo retesa em resposta. Contudo, pela primeira vez me pego devolvendo esse seu gesto de carinho com vontade. — Eu te amo, David! — sussurra em meio ao abraço. — Você sabe disso, não é?
— Eu sei. — E é verdade. A sua forma de amar é a única aceitável para mim. — Também te amo, Lina!
***
Alguns dias…
— Mamãe, olhe para mim! Olhe para mim! — Alex grita de felicidade quando Mike, o cocheiro da fazenda começa a puxar o potro no qual Alex está montado. E ela sorri para ele. E é o sorriso mais lindo e cativante que eu já v
Júlia Alguns dias depois…… Eu preciso que saiba três coisas sobre mim essa noite, Júlia. Uma, eu estou pagando um valor muito alto por essa noite, então eu quero tudo que tenho direito com você. Inclusive, a porra do beijo na boca. Dois, nunca diga não para mim, porque essa palavra não existe no meu dicionário. Portanto, quando eu quero, mesmo que você me diga que não, eu vou lá e pego. E três, nunca me toque sem a minha permissão. Na cama sou eu quem manda e desmanda, e você apenas me obedece. Alguma dúvida?Lembrar daquela Noite Negra me faz suspirar alto em agonia e a frustração me domina. Eu sei que nada justifica o seu comportamento grosseiro, rude e frio comigo, mas aquelas cicatrizes me dizem tanto sobre aquele homem.… Eu me cansei de você! A raiva com que ele gritou nessas palavras. A força com que segurou em minha garganta, roubando o meu ar. David Bennett poderia ter me matado naquele momento se eu não agisse tão rápido.Mas, quem é ela? Quem o machucou daquela maneira e
Júlia— Acredite, se eu pudesse te contaria tudo, mas eu não posso.— E, o que o Alex pensa dessa história de ficar naquela mansão com aquelas pessoas desconhecidas e tudo mais? Sei lá, vocês estão dentro da casa de um milionário egocêntrico e estupidamente grosseiro.— O Alex se dá muito bem com o Senhor Bennett. Você preciso vê-los juntos, Mel. Eles parecem duas crianças. É como eu te disse, as pessoas não o conhecem bem…— E nem poderia. — Ela me corta. — David Bennett faz questão de mostrar para as pessoas ao seu redor quem é. Você mesma já me contou absurdos sobre ele. E de verdade, Júlia? Eu não gosto dele e não gosto de saber que você e o Alex estarão perto dele o tempo todo.— Nós vamos ficar bem, Mel. Eu prometo.— Se você diz.***Horas mais tarde…— Estamos impressionados com cada resultado dessa construção, Júlia. — Senhor Vitton fala sem tirar os seus olhos dos detalhes após as instalações dos vidro
Bennett— O que você fez? — Ela resmunga baixinho, enquanto caminhamos para dentro do prédio em construção. — O que você fez? — Júlia indaga, livrando-se da minha mão que ainda segurava na sua. Ela para de andar e me faz parar também. — Senhor Bennett, por que fez aquilo? Por que disse que estávamos noivos?— Uma pergunta de cada vez, Ricci — rosno impaciente. — Primeiro, eu me livrei daquele idiota que por pouco não encostou a mão em você. E não foi de uma forma positiva. E segundo eu disse que estávamos noivos.— Sim! E por que você fez isso?— Porque eu te lancei uma proposta.— Uma proposta que eu ainda não aceitei! — Ela rebate. Parece furiosa.— Mas vai aceitar — rebato um tanto arrogante.— Como pode ter tanta certeza, Senhor David Bennett? — Ela grunhe. No entanto, decido aproximar-me mais dela. Perto demais. Contudo, não deixo as minhas emoções vir à tona. Ricci não precisa saber sobre o seu poder sobre mim… nunca.
Bennett— David! — Um som alegre e infantil preenche a minha sala de estar assim que adentro o hall da minha casa e inesperadamente Alex Ricci pula nos meus braços. Incrivelmente sentir o toque dos seus dedos em minhas costas e ombros não me faz enrijecer e eu me lembro que foi exatamente assim que me senti com a Lina. Alex me inspira confiança, tranquilidade e paz. E inevitavelmente o aperto nos meus braços.— Oi, garotão!— Obrigado! Obrigado por tudo! — O menino parece eufórico e eu sei exatamente o porquê de tanta euforia. Contudo, finjo não saber.— Do que você está falando?— Dos brinquedos e dos jogos. O meu quarto está cheio deles! — Sorrio. Algo que ficou mais fácil de fazer perto dele.— De qual você gostou mais?— Eu gostei de tudo, mas não usei o vídeo game.— Por que não?— Porque eu quero brincar com você, oras! — Mais animado, ponho o garoto de volta no chão, me livro da minha gravata, arregaço as mangas d
JúliaAlguns dias…— Júlia. — Senhor Abravanel fala, adentrando a minha sala.— Senhor Abravanel? — Me ponho de pé imediatamente.— Eu estou com um projeto grande para iniciar e preciso de ajuda. Está a fim de embarcar nessa comigo?— Ah, eu não sei…— Júlia, esse será mais um projeto que fará o seu nome brilhar no mundo arquitetônico. E você já está na metade da Bolt Vitton mesmo. Precisa iniciar outro projeto em breve e eu acredito que faremos uma boa dupla. O que acha? — Sem saber o que dizer apenas balbucio. — Que tal se sairmos para almoçar? Eu te passo os detalhes principais e você analisa cada um deles. Depois é por sua conta, o que acha? — Sorrio.— Está bem. — Ele sorri de volta.— Ótimo! Te encontro em meia hora?— É claro.— Perfeito!— Olha só você. — Bia cantarola se aproximando. — Caindo nos encantos do Senhor Abravanel, hein?— Não fale besteiras, Bia. É só trabalho —
JúliaHoras mais tarde…— Para a mansão Bennett — peço assim que entro em um táxi e acomodo o telefone na minha orelha para mexer em minha bolsa.— Júlia, o Paco ainda não aceitou essa situação. — Melissa fala do outro lado da linha.— O Paco não precisa aceitar situação alguma que diga respeito a mim e ao Alex, Mel — rebato com impaciência. — Eu pensei que soubesse disso.— Amiga, você sabe o quanto ele ama o Alex. E convenhamos que também estou preocupada com vocês.Suspiro alto.— Não precisa ficar preocupada, Mel. O Alex está bem. Nós estamos bem. O Senhor Bennett…— Tudo bem, eu acredito em você. Mas prometa que você vai pular fora se ele fizer algo que a machuque?— Eu prometo.— Chegamos, Senhora! — O taxista avisa.— Eu te adoro, Mel! — Decido encerrar essa conversa.— Também te amo, amiga!— Eu preciso desligar agora. E, Melissa?— Sim?— Não fale mais nada a re
BennettA porta do meu escritório se abre bruscamente e no mesmo instante Abravanel passa por ela feito um trator desgovernado. Com os seus olhos em cólera fixos nos meus ele fecha a porta e se aproxima da minha mesa, porém, ele não se senta como de costume. Álvaro parece um animal enjaulado, ansioso para o seu ataque. Contudo, mantenho-me friamente parcial, apenas o encarando firme e espero que ele diga algo. Seus lábios estão comprimidos rigidamente em uma linha fina e as suas mãos estão fechadas em punho com tanta força, que as suas falanges chegam a ficar esbranquiçadas. Entretanto, a sua raiva não me abala em nada e a minha armadura já está preparada para rebater o que que seja que esteja disposto a me dizer.— Qual é o seu jogo, Bennett? — Áspero e rude. Um Abravanel que nunca se revelou para mim antes.— Como é que é?
BennettMeu cérebro grita, fazendo um eco horrendo dentro da minha cabeça, porém, os meus pés não me obedecem e logo estou dando alguns passos duros na direção dos dois. E sem pensar duas vezes seguro na mão de Júlia, puxando-a para um beijo completamente inesperado. No ato, ela faz uma leve pressão contra o meu peitoral para afastar-se de mim, porém, não permito e seguro firme na sua cintura, colando-a ainda mais ao meu corpo.Calor. O seu calor invade o meu corpo sem qualquer restrição e parece querer derreter as minhas entranhas.O seu gosto. Droga, ele é exatamente como eu me lembrava.Deus, estou desejando que esse beijo nunca se acabe, mas ele se acaba e ao me afastar dela só um pouco encontro o seu olhar tão assustado quanto surpreso. Eu sei, eu também estou abalado com essa minha atitude completamente sem