Melissa
— Me desculpe incomodar, Senhorita Jones.
— O que você quer, Jordan? — Finjo ler um documento.
— Tem uma mulher lá fora e ela deseja falar com você. — Ergo a cabeça e arqueio as sobrancelhas.
— Uma mulher? Quem? — Eu mal termino a pergunta e Cora Jones invade a minha sala.
— Sou eu, filha. — Ela diz e por algum motivo a minha mãe parece radiante… eu acho.
Deixo meus ombros caírem em frustração.
— Tudo bem, Jordan. — O rapaz assente e sai logo em seguida, fechando a porta atrás de si.
Queria olhá-la como uma filha agora. Queria poder correr para os seus braços, chorar em seus ombros e poder desabafar todas as minhas frustrações e agonia, mas ao invés disso, estou revestindo-me com uma armadura que nunca precisei usar antes. E o meu sangue parece mais quen
ÁlvaroComo você é idiota, Álvaro! Resmungo mentalmente, adentrando o meu apartamento e irritado, começo a me livrar da minha gravata. Como você não percebeu essa maldita armação? É claro, Cora não deixaria a minha recusa sair tão barata. Eu devia saber que ela tentaria algo, mas daí a jogar a sua própria filha na minha cama? Está explicado o fato de ela não querer revelar o seu nome desde o início. No mínimo ela queria garantir o milionário idiota para poder se revelar e o babaca aqui caiu direitinho.… Que tal Ursinho e Ursinha?— Vai para a puta que te pariu! — berro, esmurrando o abajur que é jogado para longe.— Nossa, quanta raiva! — A voz de Monique preenche a minha sala e eu bufo ainda mais irritado. — Me diga, quem você acabou esmurrar, irm&a
Álvaro… Oh, você tem quatro olhos e tem dois narizes também? E duas bocas. O som da rizada dela preenche os meus ouvidos quando paro no sinal vermelho e me pego sorrindo.Respiro fundo.O que você está fazendo comigo, menina? Esse questionamento preenche a minha mente.… Ah meu Deus, mas que Ursinho malvado!Logo os sons dos seus gemidos arrastados me aquecem, me embriagam e me eixam zonzo.… Me desculpe! Me desculpe, eu… é que… coincidentemente a minha mãe insinuou que você e eu … que nós…Coincidência? Você deve mesmo me achar um idiota, Melissa Jones! Aperto o volante com força e piso no acelerador quando o sinal finalmente se abre.— Bom dia, Senhor Abravanel! — Molly fala, abrindo um sorriso doce de bochechas coradas, que ignoro prontamente
Melissa— Imbecil! Idiota! Mal-educado! Grosso! Estúpido! Escroto!Uma sequência de xingamentos sai da minha boca, enquanto macho com rigidez pelo corredor, até entrar no salão do restaurante, porém, paro abruptamente bem no espaldar largo. Respiro fundo e pego a minha bolsa, tiro uma carteira de dentro dela e a abro para olhar-me no espelho pequeno. Forço um sorriso para a minha imagem.— Não! — Mudo o meu sorriso, tornando-o mais largo. — Esse parece com o do Coringa — resmungo e faço outro sorriso. Esse é curto e amável. — Esse está perfeito. — Volto a caminhar direto para a minha mesa onde deixei o cliente a minha espera. — Peço mil desculpas pela demora, Senhor Picadily! — digo assim que me acomodo na cadeira.— Mas, o que aconteceu com a sua roupa? — Ele questiona quando os seus olhos se abaixam para o meu decote branco que uma mancha vermelha enorme.— Ah isso, não é nada demais. — Abro outro sorriso amarelo. — Foi um troglodita que
Álvaro… Só uma coisa, Abravanel. A minha mãe tem razão.… Ah é?… Eu sou mesmo uma garota muito ingênua. Como pude ter me enganado tanto com você? Por que por um mísero instante pensei que você fosse diferente dos outros caras, mas no fundo, você é exatamente igual a todos eles e sinceramente? Agora entendo por que ela preferiu o seu melhor amigo.… Até nunca mais, Abravanel!Esmurro fortemente o volante quando as suas palavras se repetem dentro da minha cabeça, lembrando-me de como fui um grande idiota. Ela tem razão em estar com raiva de mim, mas como eu podia saber se ela estava ou não envolvida com a sua mãe naquela maldita trama? Quer dizer, eu sequer faço parte do ciclo social de Cora Jones e mesmo assim ela se achou no direito de empurrar a sua filha para mim. Que
ÁlvaroMinutos depois…— Boa tarde, eu procuro por Melissa Jones. Acredito que ela deu entrada nesse hospital — falo assim que chego à recepção e impaciente, aguardo a moça mexer no seu computador.— Ah, claro. No momento a Senhorita Jones está em atendimento no segundo andar…Não a espero terminar de falar e vou imediatamente para um elevador. Assim que as portas se abrem encontro David confrontando com violência um rapaz que luta para escapar do seu agarre. Que merda, David! Rosno mentalmente e vou para cima dos dois, o afastando imediatamente. Meu amigo faz uma força brutal para se livrar de mim, porém, faço ainda mais força para mantê-lo preso a uma parede.— Que droga, David! — grito com ele. — Se acalme, homem!— Aquele merda estava…— Isso aqui é u
Melissa— Você não pode dizer essas coisas assim para mim! — Ele protesta nervoso e agitado. Contudo, o encaro irritada, puxando-o firmemente pela gravata vermelho-vinho e olho dentro dos seus olhos.— Você faz parte da droga da minha imaginação! — rosno entre dentes. — Então sim, eu posso dizer o que eu quiser e bem entender! — Entretanto, o seu olhar se abranda um pouco e ele desce para a minha boca, fazendo-me ferver por dentro.— Então, eu sou a sua imaginação? — Álvaro pergunta baixo demais. Balanço a cabeça, fazendo sim.— Sim, você é — digo quase sem forças.— E, a sua imaginação seria capaz de fazer isso? — Inesperadamente o meu Álvaro imaginário se inclina para perto do meu rosto e em seguida os seus lábios quentes e macios tocam nos
Melissa— Ah, não — digo, ainda sem forças.— Que droga, Melissa! O que você está sentindo? — O homem fica pálido, enquanto os seus olhos estão o tempo todo atentos em mim.— Acho que é saudade. — Ele franze a testa e me encara sem entender. — Talvez se você… me beijasse outra vez. — Fecho parcialmente os meus olhos, como se as minhas pálpebras pesassem toneladas e na sequência escuto o som baixo da sua risada.Rio também.— Onde você quer que te beije? — pergunta mais calmo agora.— Bem aqui. — Aponto para a minha bochecha e ele a beija calidamente. — Aqui. — Aponto para a outra bochecha e Álvaro a beija na mesma intensidade. — E… aqui… — Aponto para alguns pontos até finalmente chegar na minha boca e o beijo que ele me dá &ea
MelissaNa manhã seguinte…— Você tem certeza de que quer voltar a trabalhar hoje?— Eu tenho plena certeza. É sério, todos os meus trabalhos estão atrasados desde o acidente.— Hum, eu poderia fazer aquela massagem relaxante em você… — Seu corpo se cola atrás do meu, suas mãos envolvem a minha cintura e ele enterra o seu rosto entre os meus cabelos para aspirar o meu cheiro. Inebriada e envolvida por seus carinhos luxuriosos, quase me deixo levar por seus caprichos.Eu disse quase.— Não, não, não! — Livro-me dessa sua teia deliciosamente pegajosa com o meu coração quase saindo pela boca. — É sério, Álvaro. Eu preciso voltar ao trabalho.— Se você está dizendo — Rendido, ele ralha, erguendo as suas mãos e começa a