Louise
Meu despertador natural me acordou junto com o sol nascente, sua luz forte adentrou o quarto mais fraca graças às cortinas pesadas do quarto, mas seriam o suficiente para que eu visse quem foi o homem que me deu tanto prazer e conseguiu controlar o fogo que eu estava. Me virei para ele, me deparando com AQUELE rosto, a barba curta, o maxilar definido, os lábios levemente finos, o nariz longo e um pouco torto, que sempre imaginei ter sido quebrado. Mathieu Bresson. Eu dormi com meu maior inimigo e o pior foi que gostei, gostei tanto que seria difícil ignorar o que aconteceu, mas era o que eu faria. Meu orgulho jamais me permitiria contar o que houve ali.Saí sorrateria da cama, vesti minha roupa às pressas e tentando fazer o mínimo possível de barulho e saí do quarto, voltando para o meu que, coincidentemente, era de frente para o dele. Respirei fundo, minha mente insistia em relembrar os momentos da noite passada e eu senti que estava molhada. Mas era o Mathieu! Justo ele!Tomei um banho e vesti uma legging e top para correr, precisava e esfriar a cabeça e o corpo para pensar no que fazer caso ele soubesse que era eu. Se ele não soubesse, eu não contaria, jamais admitiria que transei com Mathieu Bresson.Mas não foi exatamente culpa minha, minha melhor amiga me colocou naquela situação. Eu tinha certeza que foi ela. Eu nunca fui uma maluca que invade o quarto de um desconhecido para transar, mas isso aconteceu logo após eu tomar uma taça de champanhe entregue por ela, que tinha um sorriso bem suspeito e insistiu que eu tomasse. Se eu não fosse correr, mataria ela e talvez o Mathieu também, ou o sequestraria e o faria de escravo sexual.Viu só? Eu estava ficando louca!Fui até a praia para correr e só voltei quando os batimentos cardíacos estavam mais altos que meus pensamentos. Acho que naquele dia quebrei meu recorde de maior distância em menos tempo, porém, assim que cheguei, as lembranças continuavam lá e o tesão também, eu só estava mais cansada e mais furiosa com a Alyssa por me colocar naquela situação.Para a sorte dela, só a encontrei depois de tomar um banho, hábito que herdei da minha mãe, ela sempre dizia que banho nunca é demais, apesar do costume nos Estados Unidos ser diferente. Ela sorria para mim e a puxei para um canto na enorme cozinha da mansão, perto das panelas e um pouco escondido.— Pelo visto sua noite foi boa. — falou sorrindo.— Sim... Porque você colocou alguma coisa naquela bebida! — exclamei, tentando não falar alto e me manter calma.— Não seja tão ingrata, há quanto tempo você não transava? — perguntou cruzando os braços. A resposta era que fazia muito tempo, desde o Christian, o babaca que me enganou. Fiquei com tanto medo de me envolver novamente, que evitei bares, baladas e conversas por aplicativo por mais de um ano, disposta a não deixar que ninguém mais usasse meu coração como brinquedo.— Não estou sendo ingrata, a questão é muito maior que isso. — exitei em contar para ela.— Então o que aconteceu? Foi tão ruim assim? Ele tinha DST? — mas eu teria que contar, agora ela tinha a obrigação de me ajudar a manter essa história em segredo.— Não! O problema é que foi com Mathieu! — falei baixo, mas demostrando todo meu desgosto. Ela abriu um amplo sorriso e segurou meu braço.— Isso é ótimo! Vocês vão parar de brigar, você será oficialmente minha cunhada e a Sarah vai ter uma madrasta incrível! — seu sorriso se desfez ao ver minha reação.— Ele não sabe que era eu e eu não vou contar, você também. Isso nunca aconteceu. — falei sério.— Só espero que ele não tenha gostado, caso contrário, fará de tudo para descobrir.— Alyssa! ... Louise. — Mathieu apareceu como um fantasma nos assustando, ele percebeu nossa cara de espanto, mas ignorou completamente. — Você consegue me arrumar uma lista com o nome das suas amigas e primas que estiveram aqui ontem? É urgente.Alyssa olhou rapidamente para mim e sorriu.— Para o que Mat? Elas ainda estão aqui, pode encontrar quem procura. — ele pensou um pouco.— Talvez você possa me ajudar mais do que a lista, sabe qual delas tem uma tatuagem de pássaro um pouco... Íntima?— Tatuagem?! — soltei sem querer, me arrependendo imediatamente e desejando ser enterrada viva. Não podia acreditar que ele viu a tatuagem.— Sim... Você a conhece? — perguntou, finalmente olhando para mim.— Não! Não, é só que... Bem, muitas mulheres tem tatuagens íntimas e nem todas elas contam para as amigas ou primas e...— A Louise tem razão. — Alyssa me cortou ao ver que eu estava estendendo demais a resposta e iria me complicar. — Não sei de nenhuma delas que tenha uma tatuagem como você descreveu.Ele abaixou as sobrancelhas um pouco decepcionado.— Certo... — e saiu dali.— Se eu fosse te dar um conselho, diria para contar logo, vai evitar problemas. — Alyssa também saiu, me deixando sozinha com as panelas.Uma das coisas que me fazia odiar o Mathieu, era justamente o fato dele ser um mulherengo pervertido. Logo ele esqueceria e esse segredo iria comigo para o túmulo. Mas eu precisava confessar que gostei dele estar me procurando, era sinal de que gostou tanto quanto eu.Decidi ir embora após o almoço, não queria ficar e acabar levantando suspeitas sobre mim e Mathieu. Faltando pouco para chegar no posto de gasolina, o carro desligou, com o impulso que já estava, o estacionei no acostamento. A rodovia estava quase deserta àquela hora e o sol tórrido indicava que seria uma longa caminhada até o posto.Depois de andar o que pareceram horas, um carro diminuiu a velocidade e começou a me acompanhar, ao olhar para o motorista, descobri ser ninguém mais ninguém menos que Mathieu, com um sorriso debochado no rosto. Continuei andando e ele continuou me seguindo.— Quer uma carona?— Não, já estou chegando. — respondi sem olhar para ele.— Faltam 3 Km para próximo posto de gasolina. — parei. Isso significava que eu só andei 500 metros. Olhei para trás e lá estava o vermelhão, imaginei que o tanto que eu havia andado nem o veria mais. Não deveria ter corrido tanto mais cedo.Suspirei e dei a volta na bela Mercedez azul dele, abri a porta, me sentei no confortável banco de couro e aproveitei o frescor do ar condicionado.— Onde está a Sarah? — perguntei, tentando não levar a conversa a temas como tatuagens e mulheres.— Ficou na mansão, mais tarde vou voltar para buscá-la. — falou sem tirar a atenção da estrada, mesmo que estivesse pouco movimentada.— Entendi.Minutos se passaram, Mat olhava para mim e desviava o olhar, o silêncio ficava desconfortável, afinal era totalmente anormal.— Preciso da sua ajuda. — falou finalmente, quebrando o silêncio.— Com o que? — perguntei, por um breve segundo despreocupada.— Para achar a mulher que dormiu comigo ontem. — foi direto.— Não posso te ajudar. — respondi, tentando fugir do assunto.— Por que?— Porque não posso! — chegamos no posto e rapidamente desci do carro. Comprei um galão de gasolina e voltei.— Você sabe quem ela é. — não era uma pergunta. — Se me contar, pode me pedir qualquer coisa, um carro novo... O que você quiser.— Qual o problema com meu carro? Eu não tive tempo de abastecer, mas ele está em ótimas condições! Não quero nada de você. — respondi, me recordando dos motivos que eu tinha para odiá-lo. Um deles era essa mesma arrogância.— Louise... Não quero mais brigar com você. Vamos, por favor, parar de agir como crianças e conversar como adultos? — não respondi. — O carro foi apenas uma sugestão.— Por que quer tanto saber quem era? — olhei para ele, a claridade agora atingia seu rosto, deixando o castanho claro dos seus olhos mais notáveis.— Porque sim. — continuei olhando para ele, esperando uma boa resposta. — Porque foi diferente. — respondeu quase num sussurro.— E não passou pela sua cabeça que, se ela não falou o nome, não revelou o rosto e não esperou a manhã, talvez ela não queria que você descubra.— Mas eu vou descobrir quem era a dona da tatuagem, você contando ou não. — fez uma pausa. — Era você, Louise?Gelei e precisava de uma resposta rápida. Engoli em seco e desviei o olhar.— Eu sou modelo. Não é bom ter tatuagem, ainda mais uma no lugar que você disse. — ele não pareceu convencido. — E eu não gosto de você, sempre deixei isso claro, não tenho motivos ou ter desejos para ter feito isso.Ele travou o maxilar e franziu o cenho.— Então por que não diz quem era? — perguntou sem olhar para mim.— Eu não posso! — ele parou o carro de frente para o meu e desci rapidamente.Coloquei a gasolina, algo que eu já estava ganhando prática e entrei, dando a partida logo em seguida. Só que o carro não ligou. Tentei outra vez e outra e outra, mas nada. Era tudo o que eu precisava!Encostei a cabeça no volante, não estava na minha melhor fase financeira para gastar com carro. Mathieu se aproximou da minha janela e apoiou o braço na porta. Olhei para ele, o vento bagunçava seu cabelo e o meu, embora eu pensasse que ele iria rir da minha situação, ele me surpreendeu ao dizer:— Liga para o reboque e eu te levo para casa. Se continuar tentando pode piorar a situação. — balancei a cabeça concordando e peguei meu celular ligando para o reboque em seguida.Mathieu indicou um mecânico, mas eu sabia que eu não poderia pagar e pedi que o levassem para o meu prédio. Fui com o Mathieu de carro, chegamos antes do reboque e só então me dei conta de que teria que empurrar o carro até a minha vaga na garagem. O homem do reboque me ajudou a colocar o carro no lugar e Mathieu apenas assistia tudo. Depois que terminamos e paguei o homem, ele se aproximou.— Sabe que vai ter que pagar outro reboque para levar na mecânica, não é? — cruzei os braços, claro que eu sabia, a questão era que eu só poderia pagar no próximo mês e apenas se eu conseguisse a campanha da Diamond ou outra tão boa quanto.A campanha de verão da Diamond seria a solução para metade dos meus problemas além de impulsionar minha carreira, me colocando em campanhas cada vez maiores. Eu participei do ensaio teste para ser o rosto da campanha, mas minha inexperiência era um empecilho e eu não estava tão confiante.— Sei, mas eu não posso pagar por isso agora. — suspirei, frustrada com tudo aquilo, o carro era meu meio de transporte para o trabalho. — Não sou igual a você, Mat, não tenho dinheiro para resolver todos os problemas antes mesmo deles aparecerem.Caminhei a passos largos para fora do estacionamento, deixando Mathieu para trás. Aquele dia estava sendo longo demais e eu só queria descansar e esquecer de tudo que aconteceu.Eu recebi uma ligação da Glam, minha agência, logo cedo. A secretária pediu que eu fosse até lá a tarde, pois havia uma proposta para mim. Faltavam poucas semanas para o verão e a campanha da Diamond estava atrasada, então podia ser a oportunidade que eu tanto esperava. Me arrumei e saí bem antes do horário, teria que ir de metrô e caminhar um pouco para chegar, por isso fui de tênis e cabelo preso. Quando cheguei, algumas meninas esperavam na recepção, todas bem arrumadas e animadas, conversando sobre alguma fofoca. Melanie, uma das minhas amigas fazia parte da conversa e sorriu ao me ver, acenando para que eu me sentasse ao seu lado. — Ficou sabendo? A Cleo está doente e o sócio dela veio substituir. — me contou. Cleo era a diretora e dona da empresa, era como a Miranda Priestly de o Diabo Veste Prada, só que numa agência de modelos. Era super exigente e costumava ser rude com as modelos. — Diz a Cindy que ele é um gato! — comentou uma das meninas. — Para mim o que importa é que
"Hoje mesmo", respondeu o energúmeno. Saí do escritório com as pernas bambas e em silêncio. Não havia nada ser dito ou pensado. Aquele era o preço para manter a melhor noite da minha vida em segredo e eu pagaria. Pagaria com ódio e vingança, faria poses bem sensuais e um tanto eróticas só para provocar e fazê-lo se arrepender da ideia.Antes de voltar para casa, passei numa loja de cosméticos e pedi a melhor base que eles tinham, uma que não sairia por nada e tivesse uma excelente cobertura. A mulher me ofereceu uma base caríssima que paguei no cartão de crédito, algo que eu evitava ao máximo. Ao chegar em casa, tirei todo e qualquer pelo que tivesse para que a pele ficasse lisinha e a base se infiltrasse melhor na pele. Eu odiava aquela tatuagem, por tudo que ela representava e por todo o transtorno que estava me trazendo naquele momento. Depois do banho, fiz toda a preparação de pele para que a maquiagem durasse toda a sessão e chegasse lá intacta, depois assisti um vídeo e fiz ex
Ele parou a moto no Bridge Parque, que ficava abaixo da ponte, desci sem saber ao certo o que fazíamos ali. O parque estava bem iluminado e haviam poucas pessoas, o céu estava lindo, cheio de estrelas, apesar de não ter lua. — Quase pensei que você estava me sequestrando. — brinquei, me virando para ele. — Era esse o plano, mas meu carro estragou. — respondeu e sorri, ele sorriu de volta e abaixou a cabeça. — Então... o que viemos fazer aqui? — começamos a andar, ele colocou uma mão no bolso e olhou para o céu. — Não sei... Só queria andar um pouco. — parei por um momento, observando Mathieu, o homem que eu sempre odiei, apenas para não admitir o quanto o desejava. Ele deixou dois botões de sua camisa branca abertos e usava o terno por cima, a gravata havia sumido. Aparentemente ele não foi para casa e parecia cansado. — Tudo bem? — perguntou me tirando dos pensamentos. — Sim... — respondi voltando a caminhar ao seu lado. — Como a Sarah está? — Bem, está com uma babá. — olhou p
MathieuPéssima ideia. Tudo foi uma péssima ideia. Eu não podia tirar o contrato dela e não queria perder a chance de conseguir o que eu queria, pensei que era muito mais fácil dizer um nome, do que tirar fotos seminua para mim, mas como eu já havia dito: Louise é uma caixinha de surpresas. Definitivamente não dava para adivinhar nada sobre ela. Aquele ensaio foi um teste de autocontrole, Louise estava extremamente sexy e o seu corpo... Era demais, ela era diferente de todas e eu começava a entender meu irmão, quando falava da Alyssa. Ela não era diferente por ser "a mais bonita" ou "a mais legal", era diferente por ser a Louise e a Louise era totalmente irritante, atrevida e maluca a ponto de jogar um tênis nas minhas costas e derramar macarrão na cabeça de alguém, ao mesmo tempo em que tinha um sorriso lindo, era autêntica, paciente, amorosa...— Mathieu? Qual sua opinião? — estava em uma reunião com Viktor, mas perdi metade da conversa pensando na Louise. — Desculpe, pode repetir
LouiseBeijar Mathieu e sair correndo não estava nos planos. Quem eu pensava que era? A Cinderela? Bom, ao voltar pra festa quem me esperava não era a madrasta má, mas sim Brad Bad e o sorriso sínico que me lançava toda vez que me via. Fui até o bar e pedi mais um coquetel de frutas sem álcool, apenas para ter algo em mãos quando conversava com desconhecidos, apesar que notei algumas pessoas me olharem estranho. Não encontrei mais o Mat, devo tê-lo deixado chateado e ele não estava errado em se sentir assim. Sozinha na festa, fui embora antes do fim, cansada fisicamente, mas principalmente da falsidade das pessoas ali. Eu odiava ambientes em que eu não podia ser eu mesma, mas aparentemente eu teria que me acostumar a estar na mídia. Meus seguidores nas redes sociais praticamente triplicaram e choveu curtidas e comentários nas publicações antigas, mas nada disso trazia uma felicidade real. No domingo, eu arrumava as malas para voltar a Nova Iorque, quando meu celular tocou, era a Cle
Loucura. Tudo aquilo era uma grande loucura. Pela manhã eu estava fazendo as malas para voltar a Nova Iorque e a noite eu estava desfazendo as malas para morar com quem eu mais odiava, simplesmente porque um idiota convencido decidiu espalhar mentiras. Não sabia dizer quanto tempo eu suporaria viver sob o mesmo teto que Mathieu e ainda ter que fingir que éramos um casal. Pela manhã, após seguir minha rotina matinal dentro do possível, encontrei Mat, Sarah e Lídia na cozinha, tomando o café da manhã, cada um entretido com alguma coisa. — Bom dia! — falei assim que entrei e eles responderam juntos. A mesa estava farta e fiquei feliz por encontrar coisas leves, que não mudavam minha dieta. Optei por uma fatia de pão integral com ricota e suco de laranja. Todos comiam em silêncio e achei um pouco estranho, aliás, não era de ficar quieta, silêncio demais me incomodava. — É sempre assim? Silencioso? — questionei, pegando o copo com suco para beber. — Não, geralmente o papai e a Lídia e
No dia seguinte, vesti um maiô azul e coloquei uma saia pareô estampada, Havaianas brancas que ganhei de natal e um chapéu floppy branco. Eram nove horas da manhã e estávamos a uma hora arrumando as coisas, guarda-sol, cadeiras, roupas, bóias e etc, mesmo a praia ficando a poucos metros do condomínio, Lídia também decidiu ir e nos ajudava a pegar as coisas. Sarah estava muito fofa com um maiô lilás com estampa de sereias e fiz dois coques em seu cabelo depois de passar o protetor solar nela. Lídia usava um vestido amarelo cheio de pequenas margaridas, algo que não combinava muito com ela. Mathieu estava de camiseta e bermuda, algo raro, mas eu esperava que ao menos ele continuasse todo vestido, seria muito mais fácil odiá-lo se ele fosse feio, mas não, o infeliz tinha que ser bonito e ter um corpo bem definido, pelo que percebi ele treina todo dia e fiquei sabendo que pratica algum esporte, mas não sabia qual.Chegamos à praia e arrumamos tudo, estando lá, nem parecia que deu trabalh
Mathieu viajou durante o restante da semana e só voltaria no domingo, não tive a oportunidade de conversar com ele sobre o que aconteceu no restaurante e como a sorte ainda não estava comigo, choveu a semana toda. Resumindo, assisti vários filmes das Princesas e da Barbie; visitei um salão de beleza com preços incomuns, 2 dólares a maquiagem e 100 dólares para colocar uma tiara de plástico no cabelo; tomei muito chá invisível de chocolate com morango; minha boneca se casou com um cavalo (segundo a Sarah ele se transforma em príncipe) e teve oito filhos e todas as noites contei histórias para ela dormir. Sarah era um amor de criança, mas honestamente, era necessário muito amor e paciência, no fim era só uma criança e estava na fase de se sentir mais independente e de querer fazer as coisas sozinha, por exemplo, ela queria escolher a própria roupa e o resultado foi meias compridas com listras de abelha, um vestido azul e uma sapatilha rosa, também é uma fase de muita imaginação e gasto