"Hoje mesmo", respondeu o energúmeno. Saí do escritório com as pernas bambas e em silêncio. Não havia nada ser dito ou pensado. Aquele era o preço para manter a melhor noite da minha vida em segredo e eu pagaria. Pagaria com ódio e vingança, faria poses bem sensuais e um tanto eróticas só para provocar e fazê-lo se arrepender da ideia.
Antes de voltar para casa, passei numa loja de cosméticos e pedi a melhor base que eles tinham, uma que não sairia por nada e tivesse uma excelente cobertura. A mulher me ofereceu uma base caríssima que paguei no cartão de crédito, algo que eu evitava ao máximo.Ao chegar em casa, tirei todo e qualquer pelo que tivesse para que a pele ficasse lisinha e a base se infiltrasse melhor na pele. Eu odiava aquela tatuagem, por tudo que ela representava e por todo o transtorno que estava me trazendo naquele momento.Depois do banho, fiz toda a preparação de pele para que a maquiagem durasse toda a sessão e chegasse lá intacta, depois assisti um vídeo e fiz exatamente como o indicado e aparentemente sumiu, não havia nenhum sinal dela, coloquei uma calcinha para ver se o tecido iria tirar, mas ficou tudo no lugar. Ainda assim, coloquei os produtos na bolsa caso precisasse retocar.A sala estava aberta, indicando que Mathieu já estava lá. Tudo estava iluminado em luz vermelha e branca e havia um divã no centro do cenário. Me assustei ao reparar em Mat parado ajustando uma câmera, só estava ele ali, não usava terno e a temperatura estava um pouco quente. Mordi o lábio e respirei fundo, adentrando a sala e atraindo a atenção dele.— Oi, Louise. Seu figurino está no camarim. Começamos em cinco minutos. — respondeu sem olhar para mim.Fui até a camarim para vestir o tal figurino, que mal tinha tecido, mais pareciam pedaços de renda e elástico e ainda assim era lindo, com renda branca, o sutiã era aberto, com apenas flores bordadas, deixando a maior parte exposta. A calcinha também tinha o bordado, com um pouco de renda transparente na frente e apenas um elástico atrás, havia também uma cinta liga. Respirei fundo e vesti a lingerie, aliviada ao ver que a maquiagem cobrindo o pássaro estava intacta e imperceptível.Passei um batom vermelho, coloquei a sandália prata e me olhei no espelho, satisfeita com o resultado. O conjunto ficou bem sexy, como eu queria, coloquei o roupão e ajeitei o cabelo. Mathieu iria se arrepender da proposta, eu fazia questão.Eu pensei que ele iria assistir o ensaio, mas como não chegou ninguém depois de mim e já estava tudo pronto, eu entendi que seria ele e isso mudava as coisas, depois daquela noite não dava mais para negar que eu me sentia completamente atraída por ele e isso era outra coisa que eu manteria em segredo absoluto.Ele ouviu meus passos e se virou, fingi que não vi e aproveitei esse momento para retirar o roupão, o colocando numa cadeira próxima ao cenário. Parei de frente para ele, sua respiração estava mais pesada e havia algo em seus olhos, um desejo profundo, assim como eu também tinha.— E então, como você prefere começar? — quebrei o silêncio e a tensão que se formava.— É... bom... Pode se deitar. — e assim o fiz, me deitei de lado no divã vermelho, ele ajustou a luz, deixando o ambiente um pouco mais claro e começamos a sessão.Depois da primeira instrução, eu sabia o que fazer, pesquisei um pouco antes de ir e a cada clique eu me sentia mais a vontade e deixava ele mais desconfortável. Mas não era assim tão simples, olhar para ele colocava um rosto no homem daquela noite e lembrar daquela noite me deixava excitada. Em meio a trocas de olhares e posições sensuais, o ambiente ficava cada vez mais quente e optei tirar o sutiã, Mat não se opôs, mas engoliu em seco quando o deixei cair.Aquilo já estava se tornando uma sessão de tortura, para nós dois. Ambos com a respiração pesada e excitados. Cada parte do meu corpo desejava seu toque novamente e após vários cliques, ele se aproximou, eu estava sentada e ele se abaixou, tocando meu rosto. Respirou fundo, claramente se esforçando para não prosseguir com a ideia que tinha. Uma ideia que eu também tive. Ele piscou algumas vezes e balançou a cabeça em negação.— Vamos jantar? Eu pago — a pergunta me pegou de surpresa e apenas balancei a cabeça concordando. De repente me dei conta de como eu estava e cobri meus seios.Me levantei, peguei o roupão e o vesti, voltei para o camarim e coloquei meu vestido, escolhi um vestido por medo de que uma calça ou shorts estragasse a maquiagem. Mathieu me esperava na saída, mais uma vez eu precisaria do meu orgulho para fingir que nada aconteceu. Ele segurava o contrato e uma caneta, ao me entregar, vi que ele já havia assinado e o coloquei na bolsa para ler em casa.Descemos para o térreo e caminhamos até um moto com adesivos que diziam seu nome: Kawasaki Ninja. O modelo cheio de carenagens em tons de preto e verde aparentava ser cara e rápida o suficiente para eu me arrepender de ter aceitado o convite.— Pensando bem, melhor deixar o jantar para outro dia. Estou de vestido.— Relaxa eu não vou correr, meu carro está no concerto e se puxar um pouco o vestido, você consegue subir. — ele me ofereceu um capacete e um pouco contrariada o peguei.Subir naquela moto de salto e saia foi um pouco difícil, mas deu certo. Era notável que a moto não foi criada para andar devagar e muito menos o piloto, mas ele cumpriu sua palavra e não correu. Paramos num restaurante famoso em Nova Iorque e meu estômago demonstrava estar muito feliz, afinal Mat pagaria e eu não perderia isso.O hostess nos levou até uma mesa disponível e nos entregou o cardápio.— De entrada vou pedir bruscheta caprese, de prato principal carré com tagliatelle com pesto pistacchio e de sobremesa cheesecake de frutas vermelhas. — falei depois de ler o cardápio.— Isso foi rápido.— Estou com fome. — ele riu e chamou o garçom que anotou nossos pedidos.Logo nossas entradas chegaram, Mat pediu o mesmo que eu.— Até que você tem bom gosto. — comentou ao experimentar a comida.— E a comida daqui é maravilhosa. — a fama não era atoa.— Já veio aqui? — a resposta era que sim, o problema era com quem. Christian me trouxe uma vez, me lembro que me senti nas nuvens aquele dia, acho que por isso o tombo doeu tanto.— Sim. — respondi tentando não prolongar o assunto, apesar que o estrago já estava feito, eu estava pensando em Christian e na noite que fomos ali. Para afastar o pensamento, fiz a pergunta que rodeava a minha mente desde que saímos do estúdio:— Ficou satisfeito com o ensaio?— Preferia que tivesse me dito o nome da garota. — respondeu, me deixando decepcionada, apesar de saber que ele não ficou imune a mim.— E por isso não gostou do ensaio? — ele suspirou e olhou para mim, ali eu percebi que algo havia mudado, mas não sabia bem o que era.— Você é linda, Louise e atraente e sexy não tem como não ter gostado, você foi ótima. — ele se mexeu na cadeira, desviando o olhar. Sorri, envergonhada.— Confesso que... — eu ia dizer que aquilo só aconteceu porque foi ele o fotógrafo, mas uma mulher muito elegante se aproximou da nossa mesa e agradeci por isso. Não podia me render ao charme dele e ser só mais uma em sua cama. Preferia continuar sendo a mulher desconhecida.— Mathieu Bresson, só assim para nos encontrarmos, já que não responde as minhas mensagens, ignora minhas ligações e simplesmente finge que eu não existo. — disse a mulher visivelmente irritada, mas não era problema meu, então continuei a comer.— Olha, Carol...— Madison! Meu nome é Madison! Não acredito nisso, você é mesmo um babaca Mathieu.— Madison, eu sinto muito se não deixei as coisas claras, mas eu não estou a procura de um relacionamento sério.— É claro, posso ver que você prefere as putas. — olhei para ela e percebi que me encarava enraivecida.— Olha, Madison não é? Eu não tenho nada a ver com as babaquices dele ok? Só quero comer em paz. — falei calmamente e ela riu.— Eu não estou falando com você, vadiazinha, mas se o que eu disse te serviu...Nesse momento meu sangue esquentou, quem era ela para falar assim comigo? Num impulso me levantei, peguei aquele maravilhoso prato cheio de macarrão e molho pesto e joguei na cabeça dela, atraindo toda a atenção dos clientes do restaurante.— Vadiazinha é tua mãe que te criou. — a mulher ficou estática e boquiaberta, assim como quase todos no restaurante, não conseguiria mais comer ali com toda aquela atenção, por isso peguei minha bolsa e me digiri a saída.Notei que Mat se levantou e veio atrás de mim, rapidamente tirou algumas notas da carteira e deixou na mão de um garçom enquanto tentava me alcançar. Eu já abria a porta para sair quando ele me alcançou, trazendo os capacetes.— Desculpe por isso. — ele falou, me oferecendo um capacete.— Eu já te conheço Mathieu, sei que você é assim. O problema foi ela me ofender. — eu estava muito zangada, sempre odiei que me tratassem como uma qualquer. E ainda estava com fome!— Ainda está com fome? — apenas balancei a cabeça concordando e peguei o capacete. — Conheço um lugar mais... Calmo, só que não é um restaurante como esse.— Tudo bem, não sou tão exigente. — falei já colocando meu capacete.Seguimos para uma área mais afastada do centro de Manhattan, paramos de frente a uma lanchonete no estilo dos anos 80. O piso em preto e branco lembrava um tabuleiro de xadrez e as mesas de madeira eram acompanhadas de sofás revestidos de couro vermelho, um balcão com bancos de metal e estofado de couro também vermelho preenchiam o ambiente o deixando ainda mais nostálgico. Estava pouco movimentado e o cheiro de fritura parecia impregnado nas paredes. E embora eu tivesse uma dieta rígida, não me importaria em abrir uma excessão.Nos sentamos em uma das mesas vazias e uma jovem e entediada garçonete veio nos atender e entregou um cardápio para cada. Aparentemente a especialidade da casa eram os hambúrgueres. Notei que Mat me observava atentamente e quando olhei para ele, desviou o olhar para o cardápio. Estava difícil decifrá-lo agora, acho que era mais fácil quando eu sabia que qualquer palavra que saísse da boca causaria uma discussão.Pedimos hamburgueres e dessa vez comemos sem interrupções, porém, entre nós parecia que havia uma enorme pedra de gelo. Ele parecia... chateado? Triste? Decepcionado? Confuso? Um verdadeiro enigma e eu já estava ficando confusa com aquela reação.— Está tudo bem? Aquela garota mexeu com seus sentimentos? — ele me olhou com seus olhos castanhos que naquela luz pareciam escuros; e soltou um riso anasalado.— Eu nem mesmo lembrava o nome dela, Louise. — sorri me lembrando da cena, agora que passou, percebi o quanto foi engraçado e apenas a lembrança foi o suficiente para que eu tivesse uma crise de riso.— Aquilo... Foi muito engraçado. — falei tentando me recompor. — "Carol...", "Meu nome é Madison" — imitei a cena e voltei a rir. Mat relaxou e esboçou um sorriso. Limpei o canto do olho onde uma lágrima teimou em escapar.— Estava começando a achar que eu teria que comer o seu hambúrguer. — agarrei o lanche imediatamente.— Desculpe, aquela cena foi engraçada, mas apesar disso, você foi um babaca com ela. — respondi, dando uma mordida no hambúrguer em seguida. Estava deliciosamente gorduroso e calórico, nada que dois dias de academia não resolvessem.— Eu sei, não só com ela. — a resposta me surpreendeu e me deixou embaraçada. — Quer um milkshake?— De chocolate por favor.Assim que terminamos, montei na moto atrás dele com o mesmo medo e a mesma dificuldade de antes. Tive um primo que morreu num acidente de moto e depois disso passei a me sentir insegura com motos, mesmo que nem sempre aconteça acidentes.— Lou, se segura em mim e relaxa. — Mat falou com a voz abafada pelo capacete.— Por que? — pensei um pouco. — Mathieu! Nem pense em correr!— Relaxa, Louise, só sinta o vento e confie em mim. — deu a partida na moto.— O problema é justamente confiar em você. — murmurei, mas acredito que ele não ouviu.Abracei sua cintura e escondi o rosto atrás de seus ombros, quanto mais velocidade a moto ganhava, mais eu apertava, até que ele pediu mais uma vez que eu relaxasse, pois estava sufocando ele. Então, decidi ser um pouco mais corajosa e seguir seu conselho inicial, o vento estava forte enquanto atravessávamos a ponte que ligava Manhattan ao Brooklin, mas aos poucos fui relaxando e até gostando da atividade.Só havia uma questão: por que saímos de Manhattan?Ele parou a moto no Bridge Parque, que ficava abaixo da ponte, desci sem saber ao certo o que fazíamos ali. O parque estava bem iluminado e haviam poucas pessoas, o céu estava lindo, cheio de estrelas, apesar de não ter lua. — Quase pensei que você estava me sequestrando. — brinquei, me virando para ele. — Era esse o plano, mas meu carro estragou. — respondeu e sorri, ele sorriu de volta e abaixou a cabeça. — Então... o que viemos fazer aqui? — começamos a andar, ele colocou uma mão no bolso e olhou para o céu. — Não sei... Só queria andar um pouco. — parei por um momento, observando Mathieu, o homem que eu sempre odiei, apenas para não admitir o quanto o desejava. Ele deixou dois botões de sua camisa branca abertos e usava o terno por cima, a gravata havia sumido. Aparentemente ele não foi para casa e parecia cansado. — Tudo bem? — perguntou me tirando dos pensamentos. — Sim... — respondi voltando a caminhar ao seu lado. — Como a Sarah está? — Bem, está com uma babá. — olhou p
MathieuPéssima ideia. Tudo foi uma péssima ideia. Eu não podia tirar o contrato dela e não queria perder a chance de conseguir o que eu queria, pensei que era muito mais fácil dizer um nome, do que tirar fotos seminua para mim, mas como eu já havia dito: Louise é uma caixinha de surpresas. Definitivamente não dava para adivinhar nada sobre ela. Aquele ensaio foi um teste de autocontrole, Louise estava extremamente sexy e o seu corpo... Era demais, ela era diferente de todas e eu começava a entender meu irmão, quando falava da Alyssa. Ela não era diferente por ser "a mais bonita" ou "a mais legal", era diferente por ser a Louise e a Louise era totalmente irritante, atrevida e maluca a ponto de jogar um tênis nas minhas costas e derramar macarrão na cabeça de alguém, ao mesmo tempo em que tinha um sorriso lindo, era autêntica, paciente, amorosa...— Mathieu? Qual sua opinião? — estava em uma reunião com Viktor, mas perdi metade da conversa pensando na Louise. — Desculpe, pode repetir
LouiseBeijar Mathieu e sair correndo não estava nos planos. Quem eu pensava que era? A Cinderela? Bom, ao voltar pra festa quem me esperava não era a madrasta má, mas sim Brad Bad e o sorriso sínico que me lançava toda vez que me via. Fui até o bar e pedi mais um coquetel de frutas sem álcool, apenas para ter algo em mãos quando conversava com desconhecidos, apesar que notei algumas pessoas me olharem estranho. Não encontrei mais o Mat, devo tê-lo deixado chateado e ele não estava errado em se sentir assim. Sozinha na festa, fui embora antes do fim, cansada fisicamente, mas principalmente da falsidade das pessoas ali. Eu odiava ambientes em que eu não podia ser eu mesma, mas aparentemente eu teria que me acostumar a estar na mídia. Meus seguidores nas redes sociais praticamente triplicaram e choveu curtidas e comentários nas publicações antigas, mas nada disso trazia uma felicidade real. No domingo, eu arrumava as malas para voltar a Nova Iorque, quando meu celular tocou, era a Cle
Loucura. Tudo aquilo era uma grande loucura. Pela manhã eu estava fazendo as malas para voltar a Nova Iorque e a noite eu estava desfazendo as malas para morar com quem eu mais odiava, simplesmente porque um idiota convencido decidiu espalhar mentiras. Não sabia dizer quanto tempo eu suporaria viver sob o mesmo teto que Mathieu e ainda ter que fingir que éramos um casal. Pela manhã, após seguir minha rotina matinal dentro do possível, encontrei Mat, Sarah e Lídia na cozinha, tomando o café da manhã, cada um entretido com alguma coisa. — Bom dia! — falei assim que entrei e eles responderam juntos. A mesa estava farta e fiquei feliz por encontrar coisas leves, que não mudavam minha dieta. Optei por uma fatia de pão integral com ricota e suco de laranja. Todos comiam em silêncio e achei um pouco estranho, aliás, não era de ficar quieta, silêncio demais me incomodava. — É sempre assim? Silencioso? — questionei, pegando o copo com suco para beber. — Não, geralmente o papai e a Lídia e
No dia seguinte, vesti um maiô azul e coloquei uma saia pareô estampada, Havaianas brancas que ganhei de natal e um chapéu floppy branco. Eram nove horas da manhã e estávamos a uma hora arrumando as coisas, guarda-sol, cadeiras, roupas, bóias e etc, mesmo a praia ficando a poucos metros do condomínio, Lídia também decidiu ir e nos ajudava a pegar as coisas. Sarah estava muito fofa com um maiô lilás com estampa de sereias e fiz dois coques em seu cabelo depois de passar o protetor solar nela. Lídia usava um vestido amarelo cheio de pequenas margaridas, algo que não combinava muito com ela. Mathieu estava de camiseta e bermuda, algo raro, mas eu esperava que ao menos ele continuasse todo vestido, seria muito mais fácil odiá-lo se ele fosse feio, mas não, o infeliz tinha que ser bonito e ter um corpo bem definido, pelo que percebi ele treina todo dia e fiquei sabendo que pratica algum esporte, mas não sabia qual.Chegamos à praia e arrumamos tudo, estando lá, nem parecia que deu trabalh
Mathieu viajou durante o restante da semana e só voltaria no domingo, não tive a oportunidade de conversar com ele sobre o que aconteceu no restaurante e como a sorte ainda não estava comigo, choveu a semana toda. Resumindo, assisti vários filmes das Princesas e da Barbie; visitei um salão de beleza com preços incomuns, 2 dólares a maquiagem e 100 dólares para colocar uma tiara de plástico no cabelo; tomei muito chá invisível de chocolate com morango; minha boneca se casou com um cavalo (segundo a Sarah ele se transforma em príncipe) e teve oito filhos e todas as noites contei histórias para ela dormir. Sarah era um amor de criança, mas honestamente, era necessário muito amor e paciência, no fim era só uma criança e estava na fase de se sentir mais independente e de querer fazer as coisas sozinha, por exemplo, ela queria escolher a própria roupa e o resultado foi meias compridas com listras de abelha, um vestido azul e uma sapatilha rosa, também é uma fase de muita imaginação e gasto
Mathieu A mensagem da comissária de bordo informava que em poucos minutos já estaríamos no solo Nova Iorquino. Ter que voltar a Nova Iorque menos de uma semana depois de ter saído me deixou irritado. O motivo? Uma conferência no Hotel Plaza, cujo convite chegou atrasado, juntamente com mais cinco mensagens pedindo que eu não faltasse. Um bom motivo para eu estar muito zangado, felizmente os remédios que o psiquiatra prescreveu estavam me mantendo na linha, exceto em certas ocasiões. Eu não queria ter perdido o controle, principalmente na frente da minha filha, mas agi daquela maneira justamente porque não queria aquela exposição toda em cima dela. Era só uma criança, não tinha que se envolver na sujeira que a mídia é. Na hora só pensei em proteger a minha família, mas depois que a raiva passa e o sangue esfria, só resta remorso e culpa. Sarah era só uma criança e não merecia presenciar uma cena de violência gratuita, principalmente do próprio pai. E foi por isso que não rejeitei a v
Saí novamente e respirei fundo, não podia ter mais uma morte na minha conta, por isso respirei fundo mais uma vez antes de tomar um calmante natural receitado pelo médico e entrei no carro, conheço um certo ladrão viciado que há muito tempo vem se safando da polícia. Não era ele, mas sabia me dizer onde o culpado estava.Entrei numa rua popular pela venda de narcóticos e lá estava ele, vendendo o que conseguiu para pagar as drogas. Conferi se a arma ainda estava onde a deixei, não era minha intenção usá-la, mas serviria caso fosse necessário intimida-lo, coloquei ela nas costas, presa no cós da calça. Desci do carro e fui a passos lentos até ele, que já me conhecia, então sabia que fugir não era boa ideia. Quando me viu, o cara que vendia a droga correu, escolha sensata, meu rosto deve denunciar que não estou aqui com intenção de comprar algo.— Ei! Olha só se não é o irmão do playboyzinho. Sinto te dizer, mas não sei do teu irmão não grandão. Não sei se o soco que dei quebrou um na