LouiseBeijar Mathieu e sair correndo não estava nos planos. Quem eu pensava que era? A Cinderela? Bom, ao voltar pra festa quem me esperava não era a madrasta má, mas sim Brad Bad e o sorriso sínico que me lançava toda vez que me via. Fui até o bar e pedi mais um coquetel de frutas sem álcool, apenas para ter algo em mãos quando conversava com desconhecidos, apesar que notei algumas pessoas me olharem estranho. Não encontrei mais o Mat, devo tê-lo deixado chateado e ele não estava errado em se sentir assim. Sozinha na festa, fui embora antes do fim, cansada fisicamente, mas principalmente da falsidade das pessoas ali. Eu odiava ambientes em que eu não podia ser eu mesma, mas aparentemente eu teria que me acostumar a estar na mídia. Meus seguidores nas redes sociais praticamente triplicaram e choveu curtidas e comentários nas publicações antigas, mas nada disso trazia uma felicidade real. No domingo, eu arrumava as malas para voltar a Nova Iorque, quando meu celular tocou, era a Cle
Loucura. Tudo aquilo era uma grande loucura. Pela manhã eu estava fazendo as malas para voltar a Nova Iorque e a noite eu estava desfazendo as malas para morar com quem eu mais odiava, simplesmente porque um idiota convencido decidiu espalhar mentiras. Não sabia dizer quanto tempo eu suporaria viver sob o mesmo teto que Mathieu e ainda ter que fingir que éramos um casal. Pela manhã, após seguir minha rotina matinal dentro do possível, encontrei Mat, Sarah e Lídia na cozinha, tomando o café da manhã, cada um entretido com alguma coisa. — Bom dia! — falei assim que entrei e eles responderam juntos. A mesa estava farta e fiquei feliz por encontrar coisas leves, que não mudavam minha dieta. Optei por uma fatia de pão integral com ricota e suco de laranja. Todos comiam em silêncio e achei um pouco estranho, aliás, não era de ficar quieta, silêncio demais me incomodava. — É sempre assim? Silencioso? — questionei, pegando o copo com suco para beber. — Não, geralmente o papai e a Lídia e
No dia seguinte, vesti um maiô azul e coloquei uma saia pareô estampada, Havaianas brancas que ganhei de natal e um chapéu floppy branco. Eram nove horas da manhã e estávamos a uma hora arrumando as coisas, guarda-sol, cadeiras, roupas, bóias e etc, mesmo a praia ficando a poucos metros do condomínio, Lídia também decidiu ir e nos ajudava a pegar as coisas. Sarah estava muito fofa com um maiô lilás com estampa de sereias e fiz dois coques em seu cabelo depois de passar o protetor solar nela. Lídia usava um vestido amarelo cheio de pequenas margaridas, algo que não combinava muito com ela. Mathieu estava de camiseta e bermuda, algo raro, mas eu esperava que ao menos ele continuasse todo vestido, seria muito mais fácil odiá-lo se ele fosse feio, mas não, o infeliz tinha que ser bonito e ter um corpo bem definido, pelo que percebi ele treina todo dia e fiquei sabendo que pratica algum esporte, mas não sabia qual.Chegamos à praia e arrumamos tudo, estando lá, nem parecia que deu trabalh
Mathieu viajou durante o restante da semana e só voltaria no domingo, não tive a oportunidade de conversar com ele sobre o que aconteceu no restaurante e como a sorte ainda não estava comigo, choveu a semana toda. Resumindo, assisti vários filmes das Princesas e da Barbie; visitei um salão de beleza com preços incomuns, 2 dólares a maquiagem e 100 dólares para colocar uma tiara de plástico no cabelo; tomei muito chá invisível de chocolate com morango; minha boneca se casou com um cavalo (segundo a Sarah ele se transforma em príncipe) e teve oito filhos e todas as noites contei histórias para ela dormir. Sarah era um amor de criança, mas honestamente, era necessário muito amor e paciência, no fim era só uma criança e estava na fase de se sentir mais independente e de querer fazer as coisas sozinha, por exemplo, ela queria escolher a própria roupa e o resultado foi meias compridas com listras de abelha, um vestido azul e uma sapatilha rosa, também é uma fase de muita imaginação e gasto
Mathieu A mensagem da comissária de bordo informava que em poucos minutos já estaríamos no solo Nova Iorquino. Ter que voltar a Nova Iorque menos de uma semana depois de ter saído me deixou irritado. O motivo? Uma conferência no Hotel Plaza, cujo convite chegou atrasado, juntamente com mais cinco mensagens pedindo que eu não faltasse. Um bom motivo para eu estar muito zangado, felizmente os remédios que o psiquiatra prescreveu estavam me mantendo na linha, exceto em certas ocasiões. Eu não queria ter perdido o controle, principalmente na frente da minha filha, mas agi daquela maneira justamente porque não queria aquela exposição toda em cima dela. Era só uma criança, não tinha que se envolver na sujeira que a mídia é. Na hora só pensei em proteger a minha família, mas depois que a raiva passa e o sangue esfria, só resta remorso e culpa. Sarah era só uma criança e não merecia presenciar uma cena de violência gratuita, principalmente do próprio pai. E foi por isso que não rejeitei a v
Saí novamente e respirei fundo, não podia ter mais uma morte na minha conta, por isso respirei fundo mais uma vez antes de tomar um calmante natural receitado pelo médico e entrei no carro, conheço um certo ladrão viciado que há muito tempo vem se safando da polícia. Não era ele, mas sabia me dizer onde o culpado estava.Entrei numa rua popular pela venda de narcóticos e lá estava ele, vendendo o que conseguiu para pagar as drogas. Conferi se a arma ainda estava onde a deixei, não era minha intenção usá-la, mas serviria caso fosse necessário intimida-lo, coloquei ela nas costas, presa no cós da calça. Desci do carro e fui a passos lentos até ele, que já me conhecia, então sabia que fugir não era boa ideia. Quando me viu, o cara que vendia a droga correu, escolha sensata, meu rosto deve denunciar que não estou aqui com intenção de comprar algo.— Ei! Olha só se não é o irmão do playboyzinho. Sinto te dizer, mas não sei do teu irmão não grandão. Não sei se o soco que dei quebrou um na
Louise Quando acordei pela manhã Mathieu e Sarah já não estavam mais lá e a luz do dia iluminava todo o quarto. A porta da varanda estava aberta e o vento balançava a cortina. A cama estava tão confortável que desejei ficar mais um pouco, mas ao ouvir meu estômago roncar, decidi descer ainda de pijama, apenas escovei os dentes e penteei o cabelo. Ouvi a risada alta da Lídia vindo da cozinha, mas antes que eu pudesse ir para lá, minhas pernas receberam um abraço. — Bom dia Louise! — disse a pequena Sarah sorrindo para mim, só aquele sorriso já melhorou 100% do meu dia. Me abaixei para ficar da altura dela. — Bom dia princesa! Como você está? — sorri ao olhar para ela, tinha os cachos tão definidos que parecia serem feitos à mão.— Bem, por que você acordou tarde hoje? — busquei por algo que me informasse as horas, mas não havia nenhum relógio por perto. — Eu estava muito cansada. — Hum, por que os adultos ficam cansados? — É porque quando vamos ficando velhos começa doer aqui, al
Como de costume, acordei com os primeiros raios de luz da manhã, um pouco sonolenta, me virei na intenção de encontrar Mat, mas para minha surpresa ele não estava lá. Olhei em direção ao banheiro, mas a luz estava apagada, assim como a do closet. Me levantei rapidamente procurando minhas roupas e depois de vesti-las saí do quarto. Tudo estava em completo silêncio. Mil coisas se passavam em minha mente, afinal tínhamos uma viagem marcada para aquele dia. Será que arruinei tudo? Será que ele viu a tatuagem pela manhã e ficou chateado? Desci as escadas correndo e encontrei Lídia na cozinha, começando a preparar o café da manhã. — Cadê o Mathieu? — perguntei assim que entrei. — Primeiramente, bom dia. — bocejou. — Segundo, não sei, deve estar no quarto dele. — Não está. — me sentei numa cadeira. Eu conhecia a fama dele, de nunca estar lá pela manhã, sumir e até mesmo esquecer o nome depois. — Bom... Se não me engano ele tinha uma reunião