Como de costume, acordei com os primeiros raios de luz da manhã, um pouco sonolenta, me virei na intenção de encontrar Mat, mas para minha surpresa ele não estava lá. Olhei em direção ao banheiro, mas a luz estava apagada, assim como a do closet. Me levantei rapidamente procurando minhas roupas e depois de vesti-las saí do quarto. Tudo estava em completo silêncio. Mil coisas se passavam em minha mente, afinal tínhamos uma viagem marcada para aquele dia. Será que arruinei tudo? Será que ele viu a tatuagem pela manhã e ficou chateado? Desci as escadas correndo e encontrei Lídia na cozinha, começando a preparar o café da manhã. — Cadê o Mathieu? — perguntei assim que entrei. — Primeiramente, bom dia. — bocejou. — Segundo, não sei, deve estar no quarto dele. — Não está. — me sentei numa cadeira. Eu conhecia a fama dele, de nunca estar lá pela manhã, sumir e até mesmo esquecer o nome depois. — Bom... Se não me engano ele tinha uma reunião
MathieuEram quatro da manhã quando meu celular tocou, era o presidente de uma das empresas que eu era sócio, tínhamos uma reunião marcada para às sete horas e estranhei sua ligação tão cedo. O motivo era que dois dos participantes estavam em Toronto e eles acharam por bem mudar a reunião para lá. Eles não pensaram em adiar, não pensaram em falar comigo antes, apenas tomaram a decisão e eu que me virasse. Eles deviam estar chateados, porque o motivo da reunião era justamente a minha saída dos negócios. Me levantei com cuidado para não acordar o anjo que dormia comigo. Louise estava tão serena e alheia aos meus problemas, minha vontade era ficar e aproveitar cada segundo ao lado dela, sentir sua pele, seu gosto, seu cheiro, mas precisava resolver aquele assunto, pois era algo que estava me tirando o sono há algum tempo. Não queria meu nome envolvido em mais uma polêmica. Assim que o avião pousou em Toronto, eu já fui direto para a empresa, antes de entrar na sala de reuniões, mandei
LouiseO dia amanheceu lindo, como se nada tivesse acontecido no dia anterior, a natureza completamente alheia ao caos que eu estava. A pior parte era a dor de cabeça, que não parecia afim de passar mesmo com analgésicos. Todos estavam na cozinha, podia ouvir a risada contagiante da Sarah e por um segundo pensei em ir até lá, mas não queria que ela me visse naquele estado. Encostei no parapeito da sacada da sala, meu telefone tocou, pensei em não atender, mas vi que era a Alyssa e decidi falar com ela. — Como você está? — perguntou. — Péssima. — respondo sinceramente. — Mas obrigada, sei que você teve participação no meu resgate. — Uma pela outra, lembra? — sorri, me lembrando que dizíamos isso desde o ensino médio. — Uma pela outra. — Preciso desligar agora, Bella está um pouco chateada, sabe como são os bebês. — Claro, eu vou ficar bem, cuida da minha sobrinha. — nos despedimos e desliguei, foi então que percebi Mathieu ao meu lado. — Sabe, alguns minutos atrás isso aqui est
Como sugerido pela Lídia, peguei um vestido vermelho, sem mangas, justo e com uma fenda lateral. Parecia tão clichê, ir a um evento de gala usando um vestido vermelho, mas a cor exigia uma certa ousadia, a ousadia de quebrar rótulos e a liberdade de usar o que quiser. Então coloquei o vestido, em seguida a sandália, espirrei perfume em algumas áreas e estava pronta. A maquiagem do salão do hotel duraria horas e meu cabelo estava impecável num penteado semipreso. — O que acham? — perguntei para as meninas ao sair do closet. — Linda! Muito linda, parece uma princesa de verdade! — Sarah foi a primeira a responder. — Pena que é hétero. — Lídia respondeu e sorri. — Você está linda, vai arrasar corações na festa. — Obrigada Lídia. — sorri timidamente. — Vocês vão ficar bem?— Claro que sim. Aproveite a festa e não se preocupe com a gente, eu e Sarah sabemos nos divertir. — piscou para a pequena, mas ela esboçou uma reação triste. — Eu também quero ir! — murmurou. — Infelizmente só adul
MathieuLouise se deitou no meu peito após voltar do banheiro e estava quieta, o que seria compreensível, mas eu percebi uma certa inquietação que não era comum. — O que te preocupa? — perguntei quebrando o silêncio do quarto, nem parecia que minutos atrás estava "pegando fogo". Ela demorou alguns segundos para dizer algo e respirou fundo. — Você vai estar aqui pela manhã? — perguntou receosa. Sorri com a pergunta que já ouvi diversas vezes, a resposta era sempre não, nunca houve algo que me fizesse ficar, mas dessa vez tinha ela e isso bastava. — Claro… e você? Pelo que eu me lembro, você fugiu uma vez. — brinquei, mas não obtive a reação desejada, eu já havia superado isso, queria ela por perto e guardar rancor disso me faria afastar, ela teve seus motivos e talvez eu teria feito o mesmo. Louise ficou em silêncio e quando pensei em dizer algo para deixar claro que era apenas uma brincadeira, ela fez outra pergunta:— Como seriam as coisas, se você tivesse descoberto que era eu l
LouiseDesde que conheci o Mathieu, eu sabia que ele era a pessoa errada para se apaixonar e pretendia me manter longe, não acho que eu estava errada por odiá-lo inicialmente, ele não demonstrou o mínimo de simpatia ou gentileza, pelo contrário, só me fez criar desafetos por ele e parecia não se importar.Olhando para ele, concentrado na estrada, visivelmente cansado, mas claramente feliz, eu sabia que me enganei sobre muitas coisas, mas também sabia que se a vida não tivesse nos colocado sob o mesmo teto, ele jamais teria mudado.— Fala sério, é muita beleza, não é? — brincou e eu ri. — Claro, a Flórida é linda. — respondi mudando o foco. — Mas não era a Flórida que você observava atentamente. — olhou rapidamente para mim com um sorriso. — Nesse caso, não é tanta beleza assim. — menti desviando o olhar. Sem desviar a atenção da estrada, ele respondeu:— É… tem razão, tenho outro conceito de beleza agora, mas não posso falar pois tem criança no carro. — sorriu libertino e senti me
Mathieu — Bom dia! — gritou Sarah pulando em cima de nós, acordei com o susto e Louise também. Aparentemente a pequena recarregou a bateria e estava pronta para mais um dia. Diferente de nós. Olhei no relógio e eram sete da manhã, Sarah pulava na cama, o cabelo uma completa bagunça e o pijama torto. Me levantei e a peguei no colo, levando ela apoiada no ombro até o banheiro. Louise logo nos seguiu até lá, Sarah escovava os dentes e aproveitei para prender seu cabelo. — Por que vocês dormiram juntos? — Sarah perguntou sem olhar para nenhum de nós. Parei o que fazia e olhei para Louise, que arquoou a sobrancelha sinalizando que também queria saber. A verdade é que eu também queria saber, eu e Louise não conversamos sobre isso, mas eu queria acreditar que não era algo passageiro e que nossos sentimentos eram recíprocos. Me voltei para a Sarah, terminando de prender seu cabelo. — Bom… é que, eu e a Louise, nós… — Vocês se amam? — perguntou animada me interrompendo. Olhei novamente
LouiseAlguns dias se passaram e chegou o dia do casamento oficial da Alyssa e do Viktor, aconteceria a tarde, no jardim da mansão em Long Island, por isso pegamos um vôo bem cedo, Lídia também foi. Eu estava ansiosa e animada, adorava casamentos e sempre chorava na hora dos votos. Por um bom tempo eu sonhei em me casar e ter uma família linda, como minha amiga, mas com o tempo e com as decepções, isso foi ficando de lado, mas eu sabia que lá no fundo eu ainda tinha esse desejo. Talvez fosse por isso que o casamento falso me pareceu uma ideia completamente absurda. Quando chegamos, uma empregada nos guiou até o quarto onde Alyssa estava. Ela estava tão linda e radiante, como uma verdadeira noiva. A mãe e a sogra dela estavam lá, assim como a pequena Bella. Corri para dar um abraço nela, senti saudades da amiga que sempre cuidou de mim e também da pequena chefinha. Imagine só: ser filha de um CEO com uma advogada e ainda ser lindíssima. Essa menina com certeza daria trabalho aos papai