Procurei em todo o jardim e dentro da mansão, mas não encontrei Mat em lugar algum. Avistei Chloe com a Sarah e fui até ela perguntar se ela havia visto ele, mas ela também não sabia. A próxima tentativa seria o Theo, que já estava com uma taça na mão.— Não está cedo para beber? — perguntei me aproximando. — Talvez… Tanto faz, é um casamento, é normal ficar bêbado.Revirei os olhos, Theo era um ótimo garoto, mas estava se tornando um playboy inconsequente, muito diferente dos irmãos. Mas eu até poderia entender, Theodore não tinha ninguém, seus irmãos seguiram a vida, tinham suas próprias responsabilidades e ele era o mais novo. Sua relação com a Chloe continuava péssima, na verdade, ele começou a piorar depois que ela voltou. — Theodore, ninguém precisa ficar bêbado para aproveitar uma festa… — Não me venha com sermão, Louise, sou adulto e sei cuidar de mim mesmo. — respirei fundo. — Só não estrague o casamento do seu irmão, certo? — olhei ao redor. — Você viu o Mathieu? Ele ex
Todos estavam em silêncio na volta para casa, imersos em seus próprios pensamentos, apenas Sarah dormia tranquilamente em meu colo. Seriam nossas últimas semanas em South Beach e Mat prometeu que passaria o máximo de tempo conosco. Ainda haviam muitos lugares para conhecer, mas eu estava ansiosa para ir ao South Pointe e combinamos de ir na quarta-feira, depois de descansarmos da viagem. Lídia de fato reatou com a namorada, descobri que elas terminaram porque Jane se mudou para outro estado afim de abrir um negócio próprio, Lídia não quis aceitar, para ela Jane podia abrir o negócio em Nova Iorque, mas era o sonho de Jane ir embora de lá, enfim, quem eu era para julgar quem estava certa ou errada nessa história? Ninguém, mas eu achava que quem deveria ter ido atrás era a Lídia, que não apoiou o sonho de Jane. Estava tão absorta em meus pensamentos que sequer percebi que chegamos em casa. Sarah acordou e Lídia logo a levou para dentro e a colocou para dormir. Ajudamos Charles a levar
Mathieu— Debra? — eu estava em choque, para dizer o mínimo. Coloquei as mãos no rosto na tentativa de acordar de um pesadelo, porque aquilo não era sonho, tampouco parecia realidade. — Mat... eu voltei. — disse ela. — Voltou da onde? Do inferno? Porque do céu me parece pouco provável. — soltei um riso abafado, totalmente incrédulo e desnorteado, comecei andar de um lado ao outro na sala, já sentindo a ansiedade aumentar e as mãos começarem a tremer.Ela estava morta! — Mat... — Louise se aproximou e tocou o meu braço, mas não respondi por mim. — Não me toque! — gritei quase a empurrando e ela me olhou assustada.— Mat… precisa se acalmar…— Louise insistiu com cautela e olhou para o fantasma na sala. — Vá embora Debra ou seja lá qual for seu nome, acredite em mim, você não quer ver o Mathieu furioso, depois vocês conversam. Ela veio até nós colocando a bolsa sobre o ombro e antes de sair, parou de frente para mim, deixando claro que aquilo não era um sonho.— Posso entender que e
MathieuNão era surpresa para mim que meu pai pudesse estar envolvido nessa história, mas isso me deixou com ainda mais ódio daquele homem, por tudo que ele fez minha família passar e a bagunça que fez em nossas vidas, restava a mim e meus irmãos consertar os erros dele e seguir em frente. Tudo seria mais fácil se não fosse por ele. Eu precisava ser cauteloso com Debra e descobrir alguma maneira de vencê-la num possível tribunal, seria minha palavra contra a dela então no mínimo eu precisava de tempo. Não podia arriscar, ela tinha em mãos a chance de me colocar na cadeia, então eu teria que seguir o jogo dela, apenas até encontrar algo contra ela ou uma prova de que ela abandonou a filha comigo. O único problema é que fazer a vontade de Debra significava afastar a Louise. Pela manhã levantei um pouco mais tarde, para não ter companhia no café da manhã. Eu não estava pronto para abrir mão de nenhuma das duas, era uma decisão difícil, mas perder minha filha estava fora de cogitação e
LouiseQuando Mat me disse o que Debra queria, eu sabia que ela não desistiria facilmente. Se ela decidiu voltar após tanto tempo, não seria um simples "não" que a faria parar. Ela não ia desistir até ter o que queria e para isso ela jogou sujo. Sarah não estava na escola quando fui buscá-la. Imediatamente liguei para o Mathieu enquanto me dirigia até a sala da diretora para ver as câmeras. — Sarah Bresson sumiu. — falei assim que entrei na sala. — Preciso ver as câmeras para descobrir quem pode ter levado ela e para onde. A mulher que meses atrás me mandou embora alegando má conduta se levantou rapidamente e cruzou os braços. — Louise Santos, não esperava te ver novamente na minha sala. — respondeu apenas isso. — Ouviu o que eu falei? Uma de suas alunas sumiu! Eu deixei ela aqui hoje cedo e quando voltei para buscá-la, ela não estava e ninguém a viu saindo. — eu já estava com os nervos à flor da pele, preocupada com Sarah e ansiosa com toda a situação em que estávamos. — Já pens
MathieuEu havia ligado para a polícia para notificar o desaparecimento da minha filha, mas quando Louise me ligou dizendo que estava indo embora, eu sabia que Debra havia ganhado a primeira batalha. Eu não iria desistir, mas eu precisava aceitar que o melhor a se fazer era deixar a poeira abaixar. Quando cheguei no shopping, encontrei Debra tomando um sorvete tranquilamente enquanto Sarah cabisbaixa nem mesmo havia tocado no sorvete em cima da mesa. Assim que me viu ela correu até mim, a peguei no colo e ela começou a chorar afirmando que Louise tinha ido embora. Não sabia o que dizer, acho que eu também precisava ser consolado. Estive sendo rude com ela e sequer disse que a amava antes que ela partisse. Debra se aproximou e tocou nas costas da Sarah, sorriu e passou por mim. Eu não podia acreditar na frieza daquela mulher, usou a própria filha para chegar onde queria, isso era uma clara prova de que ela não a amava. Mas talvez aquilo fosse algo que eu pudesse usar contra ela.Volt
LouiseO sítio da minha avó continuava como eu me lembrava, mas eu já não era a mesma mulher que o visitou cerca de um ano atrás e os motivos que me trouxeram não eram nada parecidos. Eu não sabia por quanto tempo ficaria, mas sabia que era necessário. Nova Iorque não me trouxe nada além de tristezas e traumas e eu não pretendia voltar. Minha avó Luzia me recebeu com um abraço apertado, ela era bem mais baixa que eu e precisei me abaixar, ainda assim era o melhor abraço do mundo. Como apareci de surpresa, só estava ela e minha prima Marcely em casa. Eu e Marcely tínhamos a mesma idade e nos vimos poucas vezes, mas sempre me lembrava do quanto ela era bonita com seus cabelos pretos e lisos e olhos azuis como os da nossa avó. — Vó, vim para ficar por um tempo, até eu decidir para onde vou. — avisei, ao entrar na casa de alvenaria com assoalho de madeira. Na sala, fotos dos netos, das filhas e seus maridos estavam por toda parte. As minhas preferidas eram da minha mãe, é claro, fazia t
LouiseEm pouco tempo eu me adaptei a vida na roça, aprendi palavras novas, a montar em cavalo e que um bom cochilo depois do almoço é essencial. Meu guarda roupa mudou, acabei guardando as roupas que trouxe de Nova Iorque nas malas, para dar espaço ao jeans e camiseta básica, que eram muito mais práticas no dia a dia. Além, é claro, das botas e chapéu. Descobri que os tênis rasgam e encardem facilmente, por isso as botas de couro eram preferíveis e os chapéus faziam uma ótima sombra ao se trabalhar no sol. Antes eu achava que o estilo era por moda, mas apenas o cinto era. O fim de ano foi pura festa, para quem bebia ainda mais. Vieram pessoas de vários lugares passar a virada do ano conosco. A cozinha era um amontoado de mulheres conversando enquanto vovó e dona Zeni faziam os pratos principais, visto que cada uma trouxe algo de casa. Vovô e os outros homens assavam as carnes, começaram cedo porque minha avó queria costela ao fogo de chão. Tiveram que matar um dos bois para esse chu