Mathieu — Bom dia! — gritou Sarah pulando em cima de nós, acordei com o susto e Louise também. Aparentemente a pequena recarregou a bateria e estava pronta para mais um dia. Diferente de nós. Olhei no relógio e eram sete da manhã, Sarah pulava na cama, o cabelo uma completa bagunça e o pijama torto. Me levantei e a peguei no colo, levando ela apoiada no ombro até o banheiro. Louise logo nos seguiu até lá, Sarah escovava os dentes e aproveitei para prender seu cabelo. — Por que vocês dormiram juntos? — Sarah perguntou sem olhar para nenhum de nós. Parei o que fazia e olhei para Louise, que arquoou a sobrancelha sinalizando que também queria saber. A verdade é que eu também queria saber, eu e Louise não conversamos sobre isso, mas eu queria acreditar que não era algo passageiro e que nossos sentimentos eram recíprocos. Me voltei para a Sarah, terminando de prender seu cabelo. — Bom… é que, eu e a Louise, nós… — Vocês se amam? — perguntou animada me interrompendo. Olhei novamente
LouiseAlguns dias se passaram e chegou o dia do casamento oficial da Alyssa e do Viktor, aconteceria a tarde, no jardim da mansão em Long Island, por isso pegamos um vôo bem cedo, Lídia também foi. Eu estava ansiosa e animada, adorava casamentos e sempre chorava na hora dos votos. Por um bom tempo eu sonhei em me casar e ter uma família linda, como minha amiga, mas com o tempo e com as decepções, isso foi ficando de lado, mas eu sabia que lá no fundo eu ainda tinha esse desejo. Talvez fosse por isso que o casamento falso me pareceu uma ideia completamente absurda. Quando chegamos, uma empregada nos guiou até o quarto onde Alyssa estava. Ela estava tão linda e radiante, como uma verdadeira noiva. A mãe e a sogra dela estavam lá, assim como a pequena Bella. Corri para dar um abraço nela, senti saudades da amiga que sempre cuidou de mim e também da pequena chefinha. Imagine só: ser filha de um CEO com uma advogada e ainda ser lindíssima. Essa menina com certeza daria trabalho aos papai
Procurei em todo o jardim e dentro da mansão, mas não encontrei Mat em lugar algum. Avistei Chloe com a Sarah e fui até ela perguntar se ela havia visto ele, mas ela também não sabia. A próxima tentativa seria o Theo, que já estava com uma taça na mão.— Não está cedo para beber? — perguntei me aproximando. — Talvez… Tanto faz, é um casamento, é normal ficar bêbado.Revirei os olhos, Theo era um ótimo garoto, mas estava se tornando um playboy inconsequente, muito diferente dos irmãos. Mas eu até poderia entender, Theodore não tinha ninguém, seus irmãos seguiram a vida, tinham suas próprias responsabilidades e ele era o mais novo. Sua relação com a Chloe continuava péssima, na verdade, ele começou a piorar depois que ela voltou. — Theodore, ninguém precisa ficar bêbado para aproveitar uma festa… — Não me venha com sermão, Louise, sou adulto e sei cuidar de mim mesmo. — respirei fundo. — Só não estrague o casamento do seu irmão, certo? — olhei ao redor. — Você viu o Mathieu? Ele ex
Todos estavam em silêncio na volta para casa, imersos em seus próprios pensamentos, apenas Sarah dormia tranquilamente em meu colo. Seriam nossas últimas semanas em South Beach e Mat prometeu que passaria o máximo de tempo conosco. Ainda haviam muitos lugares para conhecer, mas eu estava ansiosa para ir ao South Pointe e combinamos de ir na quarta-feira, depois de descansarmos da viagem. Lídia de fato reatou com a namorada, descobri que elas terminaram porque Jane se mudou para outro estado afim de abrir um negócio próprio, Lídia não quis aceitar, para ela Jane podia abrir o negócio em Nova Iorque, mas era o sonho de Jane ir embora de lá, enfim, quem eu era para julgar quem estava certa ou errada nessa história? Ninguém, mas eu achava que quem deveria ter ido atrás era a Lídia, que não apoiou o sonho de Jane. Estava tão absorta em meus pensamentos que sequer percebi que chegamos em casa. Sarah acordou e Lídia logo a levou para dentro e a colocou para dormir. Ajudamos Charles a levar
Mathieu— Debra? — eu estava em choque, para dizer o mínimo. Coloquei as mãos no rosto na tentativa de acordar de um pesadelo, porque aquilo não era sonho, tampouco parecia realidade. — Mat... eu voltei. — disse ela. — Voltou da onde? Do inferno? Porque do céu me parece pouco provável. — soltei um riso abafado, totalmente incrédulo e desnorteado, comecei andar de um lado ao outro na sala, já sentindo a ansiedade aumentar e as mãos começarem a tremer.Ela estava morta! — Mat... — Louise se aproximou e tocou o meu braço, mas não respondi por mim. — Não me toque! — gritei quase a empurrando e ela me olhou assustada.— Mat… precisa se acalmar…— Louise insistiu com cautela e olhou para o fantasma na sala. — Vá embora Debra ou seja lá qual for seu nome, acredite em mim, você não quer ver o Mathieu furioso, depois vocês conversam. Ela veio até nós colocando a bolsa sobre o ombro e antes de sair, parou de frente para mim, deixando claro que aquilo não era um sonho.— Posso entender que e
MathieuNão era surpresa para mim que meu pai pudesse estar envolvido nessa história, mas isso me deixou com ainda mais ódio daquele homem, por tudo que ele fez minha família passar e a bagunça que fez em nossas vidas, restava a mim e meus irmãos consertar os erros dele e seguir em frente. Tudo seria mais fácil se não fosse por ele. Eu precisava ser cauteloso com Debra e descobrir alguma maneira de vencê-la num possível tribunal, seria minha palavra contra a dela então no mínimo eu precisava de tempo. Não podia arriscar, ela tinha em mãos a chance de me colocar na cadeia, então eu teria que seguir o jogo dela, apenas até encontrar algo contra ela ou uma prova de que ela abandonou a filha comigo. O único problema é que fazer a vontade de Debra significava afastar a Louise. Pela manhã levantei um pouco mais tarde, para não ter companhia no café da manhã. Eu não estava pronto para abrir mão de nenhuma das duas, era uma decisão difícil, mas perder minha filha estava fora de cogitação e
LouiseQuando Mat me disse o que Debra queria, eu sabia que ela não desistiria facilmente. Se ela decidiu voltar após tanto tempo, não seria um simples "não" que a faria parar. Ela não ia desistir até ter o que queria e para isso ela jogou sujo. Sarah não estava na escola quando fui buscá-la. Imediatamente liguei para o Mathieu enquanto me dirigia até a sala da diretora para ver as câmeras. — Sarah Bresson sumiu. — falei assim que entrei na sala. — Preciso ver as câmeras para descobrir quem pode ter levado ela e para onde. A mulher que meses atrás me mandou embora alegando má conduta se levantou rapidamente e cruzou os braços. — Louise Santos, não esperava te ver novamente na minha sala. — respondeu apenas isso. — Ouviu o que eu falei? Uma de suas alunas sumiu! Eu deixei ela aqui hoje cedo e quando voltei para buscá-la, ela não estava e ninguém a viu saindo. — eu já estava com os nervos à flor da pele, preocupada com Sarah e ansiosa com toda a situação em que estávamos. — Já pens
MathieuEu havia ligado para a polícia para notificar o desaparecimento da minha filha, mas quando Louise me ligou dizendo que estava indo embora, eu sabia que Debra havia ganhado a primeira batalha. Eu não iria desistir, mas eu precisava aceitar que o melhor a se fazer era deixar a poeira abaixar. Quando cheguei no shopping, encontrei Debra tomando um sorvete tranquilamente enquanto Sarah cabisbaixa nem mesmo havia tocado no sorvete em cima da mesa. Assim que me viu ela correu até mim, a peguei no colo e ela começou a chorar afirmando que Louise tinha ido embora. Não sabia o que dizer, acho que eu também precisava ser consolado. Estive sendo rude com ela e sequer disse que a amava antes que ela partisse. Debra se aproximou e tocou nas costas da Sarah, sorriu e passou por mim. Eu não podia acreditar na frieza daquela mulher, usou a própria filha para chegar onde queria, isso era uma clara prova de que ela não a amava. Mas talvez aquilo fosse algo que eu pudesse usar contra ela.Volt