Mathieu viajou durante o restante da semana e só voltaria no domingo, não tive a oportunidade de conversar com ele sobre o que aconteceu no restaurante e como a sorte ainda não estava comigo, choveu a semana toda. Resumindo, assisti vários filmes das Princesas e da Barbie; visitei um salão de beleza com preços incomuns, 2 dólares a maquiagem e 100 dólares para colocar uma tiara de plástico no cabelo; tomei muito chá invisível de chocolate com morango; minha boneca se casou com um cavalo (segundo a Sarah ele se transforma em príncipe) e teve oito filhos e todas as noites contei histórias para ela dormir. Sarah era um amor de criança, mas honestamente, era necessário muito amor e paciência, no fim era só uma criança e estava na fase de se sentir mais independente e de querer fazer as coisas sozinha, por exemplo, ela queria escolher a própria roupa e o resultado foi meias compridas com listras de abelha, um vestido azul e uma sapatilha rosa, também é uma fase de muita imaginação e gasto
Mathieu A mensagem da comissária de bordo informava que em poucos minutos já estaríamos no solo Nova Iorquino. Ter que voltar a Nova Iorque menos de uma semana depois de ter saído me deixou irritado. O motivo? Uma conferência no Hotel Plaza, cujo convite chegou atrasado, juntamente com mais cinco mensagens pedindo que eu não faltasse. Um bom motivo para eu estar muito zangado, felizmente os remédios que o psiquiatra prescreveu estavam me mantendo na linha, exceto em certas ocasiões. Eu não queria ter perdido o controle, principalmente na frente da minha filha, mas agi daquela maneira justamente porque não queria aquela exposição toda em cima dela. Era só uma criança, não tinha que se envolver na sujeira que a mídia é. Na hora só pensei em proteger a minha família, mas depois que a raiva passa e o sangue esfria, só resta remorso e culpa. Sarah era só uma criança e não merecia presenciar uma cena de violência gratuita, principalmente do próprio pai. E foi por isso que não rejeitei a v
Saí novamente e respirei fundo, não podia ter mais uma morte na minha conta, por isso respirei fundo mais uma vez antes de tomar um calmante natural receitado pelo médico e entrei no carro, conheço um certo ladrão viciado que há muito tempo vem se safando da polícia. Não era ele, mas sabia me dizer onde o culpado estava.Entrei numa rua popular pela venda de narcóticos e lá estava ele, vendendo o que conseguiu para pagar as drogas. Conferi se a arma ainda estava onde a deixei, não era minha intenção usá-la, mas serviria caso fosse necessário intimida-lo, coloquei ela nas costas, presa no cós da calça. Desci do carro e fui a passos lentos até ele, que já me conhecia, então sabia que fugir não era boa ideia. Quando me viu, o cara que vendia a droga correu, escolha sensata, meu rosto deve denunciar que não estou aqui com intenção de comprar algo.— Ei! Olha só se não é o irmão do playboyzinho. Sinto te dizer, mas não sei do teu irmão não grandão. Não sei se o soco que dei quebrou um na
Louise Quando acordei pela manhã Mathieu e Sarah já não estavam mais lá e a luz do dia iluminava todo o quarto. A porta da varanda estava aberta e o vento balançava a cortina. A cama estava tão confortável que desejei ficar mais um pouco, mas ao ouvir meu estômago roncar, decidi descer ainda de pijama, apenas escovei os dentes e penteei o cabelo. Ouvi a risada alta da Lídia vindo da cozinha, mas antes que eu pudesse ir para lá, minhas pernas receberam um abraço. — Bom dia Louise! — disse a pequena Sarah sorrindo para mim, só aquele sorriso já melhorou 100% do meu dia. Me abaixei para ficar da altura dela. — Bom dia princesa! Como você está? — sorri ao olhar para ela, tinha os cachos tão definidos que parecia serem feitos à mão.— Bem, por que você acordou tarde hoje? — busquei por algo que me informasse as horas, mas não havia nenhum relógio por perto. — Eu estava muito cansada. — Hum, por que os adultos ficam cansados? — É porque quando vamos ficando velhos começa doer aqui, al
Como de costume, acordei com os primeiros raios de luz da manhã, um pouco sonolenta, me virei na intenção de encontrar Mat, mas para minha surpresa ele não estava lá. Olhei em direção ao banheiro, mas a luz estava apagada, assim como a do closet. Me levantei rapidamente procurando minhas roupas e depois de vesti-las saí do quarto. Tudo estava em completo silêncio. Mil coisas se passavam em minha mente, afinal tínhamos uma viagem marcada para aquele dia. Será que arruinei tudo? Será que ele viu a tatuagem pela manhã e ficou chateado? Desci as escadas correndo e encontrei Lídia na cozinha, começando a preparar o café da manhã. — Cadê o Mathieu? — perguntei assim que entrei. — Primeiramente, bom dia. — bocejou. — Segundo, não sei, deve estar no quarto dele. — Não está. — me sentei numa cadeira. Eu conhecia a fama dele, de nunca estar lá pela manhã, sumir e até mesmo esquecer o nome depois. — Bom... Se não me engano ele tinha uma reunião
MathieuEram quatro da manhã quando meu celular tocou, era o presidente de uma das empresas que eu era sócio, tínhamos uma reunião marcada para às sete horas e estranhei sua ligação tão cedo. O motivo era que dois dos participantes estavam em Toronto e eles acharam por bem mudar a reunião para lá. Eles não pensaram em adiar, não pensaram em falar comigo antes, apenas tomaram a decisão e eu que me virasse. Eles deviam estar chateados, porque o motivo da reunião era justamente a minha saída dos negócios. Me levantei com cuidado para não acordar o anjo que dormia comigo. Louise estava tão serena e alheia aos meus problemas, minha vontade era ficar e aproveitar cada segundo ao lado dela, sentir sua pele, seu gosto, seu cheiro, mas precisava resolver aquele assunto, pois era algo que estava me tirando o sono há algum tempo. Não queria meu nome envolvido em mais uma polêmica. Assim que o avião pousou em Toronto, eu já fui direto para a empresa, antes de entrar na sala de reuniões, mandei
LouiseO dia amanheceu lindo, como se nada tivesse acontecido no dia anterior, a natureza completamente alheia ao caos que eu estava. A pior parte era a dor de cabeça, que não parecia afim de passar mesmo com analgésicos. Todos estavam na cozinha, podia ouvir a risada contagiante da Sarah e por um segundo pensei em ir até lá, mas não queria que ela me visse naquele estado. Encostei no parapeito da sacada da sala, meu telefone tocou, pensei em não atender, mas vi que era a Alyssa e decidi falar com ela. — Como você está? — perguntou. — Péssima. — respondo sinceramente. — Mas obrigada, sei que você teve participação no meu resgate. — Uma pela outra, lembra? — sorri, me lembrando que dizíamos isso desde o ensino médio. — Uma pela outra. — Preciso desligar agora, Bella está um pouco chateada, sabe como são os bebês. — Claro, eu vou ficar bem, cuida da minha sobrinha. — nos despedimos e desliguei, foi então que percebi Mathieu ao meu lado. — Sabe, alguns minutos atrás isso aqui est
Como sugerido pela Lídia, peguei um vestido vermelho, sem mangas, justo e com uma fenda lateral. Parecia tão clichê, ir a um evento de gala usando um vestido vermelho, mas a cor exigia uma certa ousadia, a ousadia de quebrar rótulos e a liberdade de usar o que quiser. Então coloquei o vestido, em seguida a sandália, espirrei perfume em algumas áreas e estava pronta. A maquiagem do salão do hotel duraria horas e meu cabelo estava impecável num penteado semipreso. — O que acham? — perguntei para as meninas ao sair do closet. — Linda! Muito linda, parece uma princesa de verdade! — Sarah foi a primeira a responder. — Pena que é hétero. — Lídia respondeu e sorri. — Você está linda, vai arrasar corações na festa. — Obrigada Lídia. — sorri timidamente. — Vocês vão ficar bem?— Claro que sim. Aproveite a festa e não se preocupe com a gente, eu e Sarah sabemos nos divertir. — piscou para a pequena, mas ela esboçou uma reação triste. — Eu também quero ir! — murmurou. — Infelizmente só adul