Ele parou a moto no Bridge Parque, que ficava abaixo da ponte, desci sem saber ao certo o que fazíamos ali. O parque estava bem iluminado e haviam poucas pessoas, o céu estava lindo, cheio de estrelas, apesar de não ter lua.
— Quase pensei que você estava me sequestrando. — brinquei, me virando para ele.— Era esse o plano, mas meu carro estragou. — respondeu e sorri, ele sorriu de volta e abaixou a cabeça.— Então... o que viemos fazer aqui? — começamos a andar, ele colocou uma mão no bolso e olhou para o céu.— Não sei... Só queria andar um pouco. — parei por um momento, observando Mathieu, o homem que eu sempre odiei, apenas para não admitir o quanto o desejava. Ele deixou dois botões de sua camisa branca abertos e usava o terno por cima, a gravata havia sumido. Aparentemente ele não foi para casa e parecia cansado. — Tudo bem? — perguntou me tirando dos pensamentos.— Sim... — respondi voltando a caminhar ao seu lado. — Como a Sarah está?— Bem, está com uma babá. — olhou para o relógio de pulso que usava. — Ainda temos tempo, quer se sentar?Concordei e retirei minha sandália para andar na grama sem afundar o salto, mas a sensação de pisar no fresco e macio era deliciosa, como uma massagem relaxante. Mat me olhava curioso, enquanto eu roçava os pés na grama, não pude evitar sorrir.— Por que não experimenta? — perguntei, ele desviou o olhar e baixou a cabeça.— Não acho que seja uma boa ideia eu tirar os sapatos. — eu ri, não iria desperdiçar a chance de rir da notícia.— Mathieu Bresson tem chulé? Não deixe os sites de fofoca descobrirem Mat, você deixará de ser tão cobiçado. — brinquei e ele rapidamente tirou os sapatos sociais e as meias e quando percebi, ele se aproximava com os sapatos em mãos, não tive dúvidas, corri por minha vida. Ou melhor, por meu olfato.Ele correu atrás de mim e graças a minha preocupação em saber se ele estava me alcançando, quase esbarrei numa árvore e com isso diminui a velocidade, antes que eu voltasse, ele me segurou pela cintura, mantendo os sapatos a uma distância segura.— Sabe que eu estava numa posição favorável para me vingar, não é? — no exato momento me lembrei do tênis que acertei em suas costas, imaginando como seria uma vingança dolorosa. Me virei de frente para ele, ambos um pouco ofegantes e tão pertos que podia sentir sua respiração. Olhei em seus olhos, mas não deixei de observar seus lábios antes de chegar neles.— Você não faria isso. — as palavras saíram num sopro. — Sabe que eu faria coisa pior depois.Seus olhos se desviaram dos meus por alguns instantes, passando por meus lábios e colo. Senti minha respiração mais densa, por alguns segundos perdi o foco da conversa, atenta a cada movimento dele, desde seu peito subindo e descendo enquanto respirava, até o leve sorriso se transformar em uma risada rápida e seus olhos franzindo, quase se fechando, no ato.— Você é cruel, Louise. — meu desejo era mostrar que ele estava errado, que eu apenas nunca quis admitir o que sentia, por isso o afastava. Mas ambos sabíamos, que acabaríamos nos machucando.Sorri fracamente, desviando o olhar e dando um passo para trás, ele tirou sua mão da minha coluna e me virei de costas para ele, quebrando aquela conexão que tínhamos.— Viu como o céu está lindo? — perguntei e me sentei na grama com cuidado. Ele se sentou ao meu lado e não pude evitar olhar para seus pés descalços. — Seus pés são bem feios. — comentei, fazendo uma careta, ele riu, jogando a cabeça para trás, tão relaxado que mal parecia o Mat que eu conhecia.— Um contraste perfeito, não acha?Conversamos por alguns minutos, como nunca fizemos antes. Sem insultos ou provocações e foi leve e divertido, precisávamos disso após a sessão de fotos torturante. Eu nunca me expus daquela maneira e talvez se fosse outra pessoa eu não teria me sentido tão à vontade.***Em menos de um dia fiz as malas para ir até Miami, onde seriam feitas as fotos. Eu estava animada e ansiosa, era minha primeira viagem como modelo e não era qualquer trabalho, a Diamond era uma das marcas mais luxuosas e procuradas, ter meu rosto estampando as revistas e catálogos da coleção de verão era um privilégio enorme.Me acomodei no hotel financiado pela agência, o ambiente me surpreendeu pela sofisticação, não era nada luxuoso, mas era bem arrumado e amplo, em tons neutros e bem arejado, graças a janela com uma bela vista da cidade. Fui até a janela, pensando em como minha vida mudou desde que um Bresson entrou na minha vida de forma totalmente indireta, através da minha melhor amiga e desde então, nada foi como antes. Quase fui presa, perdi o emprego que eu tanto amava e tive que recomeçar em uma profissão que antes era algo distante.E ainda tinha o Mat, que entrou na minha vida literalmente me dando um tapa na bunda e mexendo com meus sentimentos de um modo que me assustava e me fazia ser alguém que eu não gostava: a Louise escandalosa e chata, apenas na tentativa de mantê-lo longe do meu coração, que se encontrava despedaçado.No dia seguinte, um estúdio improvisado foi montado logo cedo, para ter a praia quase vazia. Uma barraca foi armada para a troca de figurinos e maquiagem dos modelos. Como eu não queria que a minha tatuagem aparecesse, eu havia feito o processo de cobri-la com maquiagem novamente, selando bem para que não saísse e estava tranquila quanto a ela.Depois da maquiagem e cabelo feitos, eu estava pronta para a primeira sessão de fotos, com três trocas de figurino. Coloquei o primeiro, que era um biquíni com pedrarias, o tom marrom intenso e com um brilho discreto da peça era o diferencial, lhe dava o luxo que só Diamond tinha. O modelo era perfeito e parecia se adequar a todos os tipos de corpo.Quando saí, o sol já radiava sua luz e nos entregava seu calor, eu me sentia em casa, amava o verão e tudo que ele oferecia. Senti os pés afundarem na areia macia e fresca, o vento parcialmente salgado e o som das ondas se quebrando. Fizemos várias fotos com o biquíni marrom, nos coqueiros, na água do mar, na areia, na sombra e no sol.Fizemos o mesmo com o segundo e terceiro figurino. Após uma pequena pausa, foram feitas outras fotos com os mesmos figurinos, porém com outros modelos juntos. Incluindo a Mel, com sua radiante pele negra, que na minha opinião, deveria ser um destaque na coleção.Após as fotos, tivemos uma pausa para o almoço e voltamos para um estúdio fechado, com foco em exibir detalhes das peças. Depois, tivemos algumas horas vagas antes de voltar à praia para fazer a última sessão ao pôr do sol, aproveitei esse tempo para retocar a maquiagem sobre a tatuagem, segundo o que eu sabia, era o ensaio mais importante e eu não queria que a tatuagem aparecesse.A maquiagem foi feita mais forte, com mais iluminação e tons dourados, meu cabelo ganhou um aspecto despojado, com cachos como se tivesse secado após um banho de mar, quase não me reconheci ao me olhar no espelho, estava impecável e linda, como uma verdadeira modelo de capa.— Oh, meu Deus! É ainda mais linda pessoalmente! Sabe, assim que pus os olhos, eu sabia que era você a modelo perfeita para a Diamond Golden Glam. — disse um homem de meia idade, com cabelo levemente grisalho, vestido num terno de linho azul, perfeitamente ajustado e elegante, mas em contraste com toda a elegância, estava uma gravata com estampas de bananas descascadas. Demorei alguns segundos para reconhecer que ele era um dos estilistas da marca.— Obrigada senhor Craig. — respondi com um leve sorriso.— Essa campanha será um sucesso, apesar do atraso. — ele se virou para uma das mulheres que estavam atrás dele. — Onde está nosso astro? Onde está Brad Bad?Brad Bad? Que nome era esse? Segurei o riso ao ouvir, percebendo que Craig falava sério. Alguém me chamou para ir ao provador colocar o primeiro figurino e de lá ouvi uma pequena movimentação e vozes masculinas seguidas por risos. Vesti o maiô disponível e coloquei o roupão por cima, com cuidado para não estragar o cabelo e maquiagem.Ao sair, encontrei o tal astro, Brad Bad, retocando a maquiagem e cabelo. Era bonito, o típico homem que exala masculinidade, com olhar sedutor, cabelo bacana, corpo definido. Brad era exatamente o biotipo capa de revista, o cara que faria mulheres disputarem um espaço em sua cama. Um cara tipo o Mathieu, mas com feições ainda mais chamativas. Minha análise durou segundos, desviei o olhar assim que ele olhou para mim. Algo me dizia para não confiar nele.Em poucos minutos iniciamos o ensaio, dessa vez, havia muito mais pessoas trabalhando na área, alguns seguranças escoltavam o local e Craig assistia tudo e dava instruções ao fotógrafo, tudo tinha que acontecer muito rápido, antes do sol se pôr por completo. O "astro" com certeza não era um modelo profissional e eu fiquei um pouco incomodada com ele e aqueles músculos expostos e banhado a óleo corporal, mas tive que disfarçar o máximo possível. Tiramos fotos abraçados no mar, fotos na areia, com trocas de olhares e outras coisas que no resultado final, soariam bem sensuais. No fim da sessão, a iluminação dependia exclusivamente das lâmpadas improvisadas, apenas para auxiliar a equipe a desmontar todo o equipamento.Eu estava exausta, foi um longo dia e muitas sessões, normalmente, seriam feitos em três dias, mas com o atraso inicial, tudo teve que ser feito às pressas. Depois que me troquei, a única coisa que eu queria era tomar um banho e dormir, mas o estilista da marca me chamou antes que eu saísse.— Louise, você foi ótima querida. Já está sabendo da festa que a Diamond está promovendo para o lançamento da coleção? — ele não esperou que eu respondesse. — Será nesse fim de semana e quero que você participe como uma convidada, mas eu tenho um vestido glamouroso que criei inspirado na coleção, eu não iria lançar ele agora, mas vendo você, eu apenas sei que deve usá-lo na festa. Vou mandar alguém enviar para o seu quarto juntamente com o convite. — Falou tão rápido que demorei a entender.— Ahn... Obrigada sr. Craig. — ele sorriu e se afastou.— Quando me disseram que você era bonita, eu não imaginei que fosse tanto. — me virei para ver quem falava comigo e me deparei com o tal Brad Bad.— Obrigada... Brad Bad. — respondi um pouco sem graça e me virei para sair, ele segurou meu braço me impedindo.— Não vai retribuir o elogio? — disse se aproximando mais, comecei a ficar assustada, com o coração acelerado, mas precisava ficar calma.— O senhor também... É muito bonito. — engoli em seco, torcendo para que me deixasse ir. Ele franziu os olhos.— Não me conhece? — todos diziam que ele era um astro e a quantidade de seguranças no local após sua chegada não o deixava mentir, mas eu nunca tinha ouvido falar dele. Balancei a cabeça em negativa.— Sinto muito.— Eu sou um astro do cinema, protagonista de A Última Chamada, O Chefe, The Horus... — olhei para o lado pensando, não assisti nenhum desses filmes. — Ah que se dane! Eu quero você na minha cama essa noite.Ele aproximou na tentativa de me beijar e soltou meu braço, aproveitei a chance para correr dali o mais rápido que pude, ouvi ele dizer várias coisas como "muitas queriam estar no seu lugar", "não vou te dar outra chance" e "vai se arrepender disso". Eu que não iria para cama com um homem arrogante feito ele, podia ser bonito, mas não valia a pena.MathieuPéssima ideia. Tudo foi uma péssima ideia. Eu não podia tirar o contrato dela e não queria perder a chance de conseguir o que eu queria, pensei que era muito mais fácil dizer um nome, do que tirar fotos seminua para mim, mas como eu já havia dito: Louise é uma caixinha de surpresas. Definitivamente não dava para adivinhar nada sobre ela. Aquele ensaio foi um teste de autocontrole, Louise estava extremamente sexy e o seu corpo... Era demais, ela era diferente de todas e eu começava a entender meu irmão, quando falava da Alyssa. Ela não era diferente por ser "a mais bonita" ou "a mais legal", era diferente por ser a Louise e a Louise era totalmente irritante, atrevida e maluca a ponto de jogar um tênis nas minhas costas e derramar macarrão na cabeça de alguém, ao mesmo tempo em que tinha um sorriso lindo, era autêntica, paciente, amorosa...— Mathieu? Qual sua opinião? — estava em uma reunião com Viktor, mas perdi metade da conversa pensando na Louise. — Desculpe, pode repetir
LouiseBeijar Mathieu e sair correndo não estava nos planos. Quem eu pensava que era? A Cinderela? Bom, ao voltar pra festa quem me esperava não era a madrasta má, mas sim Brad Bad e o sorriso sínico que me lançava toda vez que me via. Fui até o bar e pedi mais um coquetel de frutas sem álcool, apenas para ter algo em mãos quando conversava com desconhecidos, apesar que notei algumas pessoas me olharem estranho. Não encontrei mais o Mat, devo tê-lo deixado chateado e ele não estava errado em se sentir assim. Sozinha na festa, fui embora antes do fim, cansada fisicamente, mas principalmente da falsidade das pessoas ali. Eu odiava ambientes em que eu não podia ser eu mesma, mas aparentemente eu teria que me acostumar a estar na mídia. Meus seguidores nas redes sociais praticamente triplicaram e choveu curtidas e comentários nas publicações antigas, mas nada disso trazia uma felicidade real. No domingo, eu arrumava as malas para voltar a Nova Iorque, quando meu celular tocou, era a Cle
Loucura. Tudo aquilo era uma grande loucura. Pela manhã eu estava fazendo as malas para voltar a Nova Iorque e a noite eu estava desfazendo as malas para morar com quem eu mais odiava, simplesmente porque um idiota convencido decidiu espalhar mentiras. Não sabia dizer quanto tempo eu suporaria viver sob o mesmo teto que Mathieu e ainda ter que fingir que éramos um casal. Pela manhã, após seguir minha rotina matinal dentro do possível, encontrei Mat, Sarah e Lídia na cozinha, tomando o café da manhã, cada um entretido com alguma coisa. — Bom dia! — falei assim que entrei e eles responderam juntos. A mesa estava farta e fiquei feliz por encontrar coisas leves, que não mudavam minha dieta. Optei por uma fatia de pão integral com ricota e suco de laranja. Todos comiam em silêncio e achei um pouco estranho, aliás, não era de ficar quieta, silêncio demais me incomodava. — É sempre assim? Silencioso? — questionei, pegando o copo com suco para beber. — Não, geralmente o papai e a Lídia e
No dia seguinte, vesti um maiô azul e coloquei uma saia pareô estampada, Havaianas brancas que ganhei de natal e um chapéu floppy branco. Eram nove horas da manhã e estávamos a uma hora arrumando as coisas, guarda-sol, cadeiras, roupas, bóias e etc, mesmo a praia ficando a poucos metros do condomínio, Lídia também decidiu ir e nos ajudava a pegar as coisas. Sarah estava muito fofa com um maiô lilás com estampa de sereias e fiz dois coques em seu cabelo depois de passar o protetor solar nela. Lídia usava um vestido amarelo cheio de pequenas margaridas, algo que não combinava muito com ela. Mathieu estava de camiseta e bermuda, algo raro, mas eu esperava que ao menos ele continuasse todo vestido, seria muito mais fácil odiá-lo se ele fosse feio, mas não, o infeliz tinha que ser bonito e ter um corpo bem definido, pelo que percebi ele treina todo dia e fiquei sabendo que pratica algum esporte, mas não sabia qual.Chegamos à praia e arrumamos tudo, estando lá, nem parecia que deu trabalh
Mathieu viajou durante o restante da semana e só voltaria no domingo, não tive a oportunidade de conversar com ele sobre o que aconteceu no restaurante e como a sorte ainda não estava comigo, choveu a semana toda. Resumindo, assisti vários filmes das Princesas e da Barbie; visitei um salão de beleza com preços incomuns, 2 dólares a maquiagem e 100 dólares para colocar uma tiara de plástico no cabelo; tomei muito chá invisível de chocolate com morango; minha boneca se casou com um cavalo (segundo a Sarah ele se transforma em príncipe) e teve oito filhos e todas as noites contei histórias para ela dormir. Sarah era um amor de criança, mas honestamente, era necessário muito amor e paciência, no fim era só uma criança e estava na fase de se sentir mais independente e de querer fazer as coisas sozinha, por exemplo, ela queria escolher a própria roupa e o resultado foi meias compridas com listras de abelha, um vestido azul e uma sapatilha rosa, também é uma fase de muita imaginação e gasto
Mathieu A mensagem da comissária de bordo informava que em poucos minutos já estaríamos no solo Nova Iorquino. Ter que voltar a Nova Iorque menos de uma semana depois de ter saído me deixou irritado. O motivo? Uma conferência no Hotel Plaza, cujo convite chegou atrasado, juntamente com mais cinco mensagens pedindo que eu não faltasse. Um bom motivo para eu estar muito zangado, felizmente os remédios que o psiquiatra prescreveu estavam me mantendo na linha, exceto em certas ocasiões. Eu não queria ter perdido o controle, principalmente na frente da minha filha, mas agi daquela maneira justamente porque não queria aquela exposição toda em cima dela. Era só uma criança, não tinha que se envolver na sujeira que a mídia é. Na hora só pensei em proteger a minha família, mas depois que a raiva passa e o sangue esfria, só resta remorso e culpa. Sarah era só uma criança e não merecia presenciar uma cena de violência gratuita, principalmente do próprio pai. E foi por isso que não rejeitei a v
Saí novamente e respirei fundo, não podia ter mais uma morte na minha conta, por isso respirei fundo mais uma vez antes de tomar um calmante natural receitado pelo médico e entrei no carro, conheço um certo ladrão viciado que há muito tempo vem se safando da polícia. Não era ele, mas sabia me dizer onde o culpado estava.Entrei numa rua popular pela venda de narcóticos e lá estava ele, vendendo o que conseguiu para pagar as drogas. Conferi se a arma ainda estava onde a deixei, não era minha intenção usá-la, mas serviria caso fosse necessário intimida-lo, coloquei ela nas costas, presa no cós da calça. Desci do carro e fui a passos lentos até ele, que já me conhecia, então sabia que fugir não era boa ideia. Quando me viu, o cara que vendia a droga correu, escolha sensata, meu rosto deve denunciar que não estou aqui com intenção de comprar algo.— Ei! Olha só se não é o irmão do playboyzinho. Sinto te dizer, mas não sei do teu irmão não grandão. Não sei se o soco que dei quebrou um na
Louise Quando acordei pela manhã Mathieu e Sarah já não estavam mais lá e a luz do dia iluminava todo o quarto. A porta da varanda estava aberta e o vento balançava a cortina. A cama estava tão confortável que desejei ficar mais um pouco, mas ao ouvir meu estômago roncar, decidi descer ainda de pijama, apenas escovei os dentes e penteei o cabelo. Ouvi a risada alta da Lídia vindo da cozinha, mas antes que eu pudesse ir para lá, minhas pernas receberam um abraço. — Bom dia Louise! — disse a pequena Sarah sorrindo para mim, só aquele sorriso já melhorou 100% do meu dia. Me abaixei para ficar da altura dela. — Bom dia princesa! Como você está? — sorri ao olhar para ela, tinha os cachos tão definidos que parecia serem feitos à mão.— Bem, por que você acordou tarde hoje? — busquei por algo que me informasse as horas, mas não havia nenhum relógio por perto. — Eu estava muito cansada. — Hum, por que os adultos ficam cansados? — É porque quando vamos ficando velhos começa doer aqui, al