Assenti para ele, pois agora via nele o homem que eu amava. Não o Sheik, mas Mansur, o homem gentil, meigo e que reconhecia seus erros. Quando sua boca tomou a minha possessivamente, aquela boca deliciosa, morna e quente se movendo sobre meus lábios, correspondi puxando mais sua cabeça de encontro a minha.
Fechei meus olhos sentindo agora seus beijos no meu pescoço, meu corpo todo ansiava por ele. Ele falou abafado em meu ouvido. "Quero você, por favor, não me negue isso. "
Eu o afastei de mim, e sorri.
— Não aqui e antes quero dar uma olhadinha em Hanna. Ela veio antes, e preciso ver se ela está bem, pois prometi que ia vê-la.
Mansur sorriu para mim me abraçando.
— Adoro quando demonstra esse amor que só uma mãe tem por Hanna.
—Eu a amo, como se fosse minha filha.
—Eu sei, isso é uma das coisas que me chamou a atenç
Um ano e meio depois.... Ilha de Salmos, Grécia. Em meu colo, aos cinco meses de idade, Hassan erguia os bracinhos para o pai. Eu ria, satisfeita, ao ver Mansur babar pelo filho, quando o pegou. Hanna não perdeu tempo e sentou-se no meu colo. Ela me disse chorosa: —Daqui a pouco nós vamos a praia? O céu estava de um azul sem nuvens e estava muito quente. — Sim. Papai vai com você agora. — Eu a beijei e fiz cócegas. Levantei-me e fitei Mansur. — Habibi, me dê Hassan e leve Hanna à praia. Meu pai se manifestou. — Vamos indo com o vovô. Vi Hanna me fitar triste, pois era claro que ela estava enciumada. Suspirei. Mansur percebeu e me entregou Hassan, e se agachou para falar com ela. —Papai só vai se trocar. Vai indo com o vovô. —E a mamãe? Latifa se intrometeu. —A mamãe irá mais tarde, ela primeiro precisa dar mama para o seu ir
Nádia Najat Nazira— Querida! Tudo certo. Enfim chegou o dia! —Mamãe disse desligando o telefone. —Seu pai disse que já conversou com a família de Rashid. E hoje à noite ele vem vê-la.Eu tinha me preparado para esse dia e agora que se tornava realidade, eu não conseguia me alegrar com a notícia. Era difícil para eu aceitar que em pleno século 21, morando na Inglaterra, minha família resistia às mudanças.Tentei sorrir diante da notícia, mas estava abalada. Eu já me sentia em uma prisão, agora era como se me transferissem para uma jaula apertada, sem poder me movimentar.Pisquei várias vezes, para não chorar e me levantei do sofá.—Vou escolher uma roupa para a ocasião.Com essas falas deixei a sala. Cabisbaixa, fui em direção ao meu qua
Uma semana depois...A semana foi pesada. O clima de casa não estava bom. Meu pai estava mal-humorado e minha mãe chorava pelos cantos. Eu me sentia péssima. Se eles queriam me entristecer e fazer com que eu me sentisse culpada, conseguiram. Mas pensando bem, lá no fundo, eu não me arrependia de ter assustado meu pretendente.Eu ia assustar todos! Eles acabariam desistindo de mim.Eu estava no quarto, sozinha, infeliz. Imersa em pensamentos, quando ouvi batidas na porta.— Entre.Era minha mãe que logo que me viu, avançou no quarto.—Hoje à noite, a família e seu novo pretendente virão te conhecer. — Ela disse tremendo os lábios. — Eu juro. Se você não se comportar, eu lavo minhas mãos. Seu pai tratará com você de perto, e eu não quero nem ver.Eu forcei o sorriso como uma idiota.—V
Eu girei minha cabeça para ver o dono daquela voz profunda e grave. Vi um homem alto, esbelto, usando uma camisa elegante cinza-chumbo, por baixo do terno preto, de um corte que parecia ter sido feita para ele.Havia algo extremamente charmoso e sensual nele. Que ia além de sua beleza masculina e morena, com aqueles abundantes cabelos negros bem penteados para trás. Reparei também no queixo quadrado e nos lábios firmes, e lindos olhos negros. Ele aparentava uns trinta anos.Fadir se afastou. Eu, envergonhada pela minha atitude, coloquei o meu casaco, desviando meus olhos do Sheik.A cena na sala era: Fadir sem ação, vermelho, eu de olhos baixos, consciente dos olhos do Sheik sobre nós.— Perdoe-me, vossa majestade. Sei que aqui não é o lugar nem a hora para resolver isso com a minha companheira.Eu me arrisquei a olhar o homem a minha frente, que se aproximava de nós
NádiaEu sorri para ele e dei de ombros. Entretanto, as palavras do sheik ficaram ecoando em minha cabeça: Ele iria se casar, pronto a se prender em um casamento sem amor. A moça deveria ser rica, alguma princesa árabe. O casamento estava firmado em algum negócio vantajoso.— Vossa majestade, eu preciso ir. —Olhei meu relógio de pulso “Nove horas." — Meus pais ficarão preocupados caso eu passe das dez.—Avise seus pais que você dormirá no emprego e se precisar viajar comigo, terá que estar disponível.Eu fiquei em luta novamente.— Minhas palavras não serão o suficiente. Eu não sei se eles acreditarão. Eles podem pensar que estou de armação.Ele sorriu friamente para mim.— Não seja por isso. Traga-os para jantar, amanhã aqui. No mesmo horá
Mais tarde eu e ela estávamos em frente a uma loja olhando um vestido na vitrine.— Esse é maravilhoso. Se o Sheik gostou de você com aquele vestido, com esse ele vai amar.Era impressão minha, ou agora minha mãe achava que eu poderia ousar mais para agradar o sheik?— Lembre-se de papai. O vestido não pode ser muito ousado.Ela pareceu cair em si.—Não, claro que não.Eu experimentei o vestido. Era lindo, moldava-se perfeitamente ao meu corpo, revelando minhas formas de forma sutil, nada vulgar. Era um clássico tubinho um pouco à cinturado e decote quadrado.A cor era de um amarelo fosco, que valorizava a cor da minha pele morena e a cor de meus cabelos. Mamãe comprou também um sobretudo creme, para eu usar em cima do vestido, pois toda noite costumava esfriar.Ela comprou um vestido preto, que também real&ccedi
O Sheik me interrompeu.— Muitas vezes, nossas intenções são boas. Mas o senhor Fadir, o homem que o senhor separou para ela, não serve. Na minha posição, aprendi a conhecer muito bem as pessoas.Mansur me fitou por um momento com seriedade, fazendo meu coração saltar no peito e depois voltou os olhos para meu pai, e continuou:— Sua filha acredita no amor. Que não deixa de ser um sentimento nobre, mas sabemos que, muitas vezes, pode ser traiçoeiro e nos enganar e com isso, nos induzir a fazermos péssimas escolhas. Por isso, não tiro a razão do senhor. Mas essa não foi à razão pela qual eu quis chamá-los aqui. Na verdade, eu os chamei, pois, conversando com a senhorita Nazira, percebi que ela domina o árabe e eu preciso de uma assistente pessoal. Eu a contrataria, e em troca, ficarei compromissado em escolher um homem digno de
Meu pai olhou para Mansur e disse me cortando.— Tudo bem. Creio que é até uma forma de minha filha amadurecer. Sei que a estraguei, poupando-a de tudo e todos. Creio que, com sua Majestade, ela terá mais oportunidade de conhecer alguém apropriado e que a faça feliz.Não acredito!Meu pai aceitou?Voltei meus olhos para Mansur que sorriu como um menino para meu pai. Senti nessa hora meu coração se agitar dentro do meu peito. Era incrível o magnetismo daquele homem. Ele conseguia me levar a um turbilhão de emoções jamais experimentadas.— Ótimo. Estamos resolvidos, então. — Vi o Sheik Al Jain ficar em pé e chamar um de seus servos. — Jafé anotará o endereço de vocês e às dez horas da manhã, ele pegará a senhorita Nazira.Meu pai se levantou, e eu e minha mã