Meu pai olhou para Mansur e disse me cortando.
— Tudo bem. Creio que é até uma forma de minha filha amadurecer. Sei que a estraguei, poupando-a de tudo e todos. Creio que, com sua Majestade, ela terá mais oportunidade de conhecer alguém apropriado e que a faça feliz.
Não acredito!
Meu pai aceitou?
Voltei meus olhos para Mansur que sorriu como um menino para meu pai. Senti nessa hora meu coração se agitar dentro do meu peito. Era incrível o magnetismo daquele homem. Ele conseguia me levar a um turbilhão de emoções jamais experimentadas.
— Ótimo. Estamos resolvidos, então. — Vi o Sheik Al Jain ficar em pé e chamar um de seus servos. — Jafé anotará o endereço de vocês e às dez horas da manhã, ele pegará a senhorita Nazira.
Meu pai se levantou, e eu e minha mã
Estava muito tensa no meu primeiro dia. Sabia que estava ocupando um cargo disputado.Quem não queria ser assistente de um Sheik? Ainda não entendia como tinha conseguido o cargo e ainda me perguntava isso.Será que estava tão difícil encontrar moças que falavam bem as duas línguas?Bem, isso não importava agora, o importante era que eu consegui!Logo que cheguei ao palácio, fui recebida por uma senhora que beirava uns sessenta anos. Os cabelos grisalhos e olhar bondoso. Andamos por um corredor largo com pisos em forma de mosaico, cheio de portas enormes de formato arredondado. Ela seguiu até uma grande porta quase no final do corredor, e ao abri-la se revelou um quarto maravilhoso.Uma cama enorme com um dossel, um lindo quadro abstrato, pintados com cores alegres e vibrantes. No interior do quarto, ela abriu duas portas. A primeira se revelou um grande closet, e a outr
NádiaSaí da sala de Mansur me sentindo leve e feliz. Na verdade, foi uma surpresa saber que ele tinha uma filha, e que eu passaria uma parte do tempo com ela para lhe ensinar o inglês. Parecia que um peso, tinha saído de meus ombros. Eu me esforçaria sim, para exercer o cargo de assistente de Mansur, mas com certeza me sairia muito melhor com Hanna. Eu adorava crianças.Resolvi fazer uma pequena incursão pelo Palácio que era grande, mas não ia ficar abrindo portas, então resolvi me enveredar pela área externa. Fui até a pista de corrida, que Mansur tinha mencionado e caminhei num ritmo bom. O Palácio era tão grande, que caminhei durante meia hora para dar uma volta inteira nele. Senti-me muito bem com a brisa fresca no rosto vinda da vegetação que acompanhava toda a pista.Gostei muito do que vi. Encontrei uma piscina olím
À noite depois de um banho demorado na hidromassagem, dei um ligeiro pulo na cama. O colchão era confortável, e os lençóis limpos de cetim cheiravam muito bem. Apaguei as luzes, mas demorei a dormir. Com certeza estranhei o lugar, estava muito agitada. Não sei que horas consegui dormir, quando acordei já era de manhã. Me sentei assustada. Olhei o rádio relógio. Allah! Dormi demais! Nove horas e não as seis como tinha dito que me levantaria para correr com o Sheik. E pior, Hanna chegaria hoje.Precisava me aprontar rápido!Peguei o primeiro vestido que encontrei. Era um branco, e me deixava com cara de menininha, me dei conta disso no espelho enorme do banheiro. Caprichei mais na maquiagem marcando meus olhos, para tirar um pouco essa impressão.Ouvi batidas na porta e ao abri-la vi uma empregada entrando com um carrinho prateado. Um gesto atencioso de Mansur, com cer
MansurDesde que vi Hanna nos braços de Nádia, um sentimento inesperado tomou conta de meu coração. Tentei me manter impassível, mas o fato é que Nádia me fez lembrar de Raissa. O que poderia ter sido com ela, se eu não tivesse estragado tudo.Creio porque Nádia tinha aquele lado maternal, que me tocava, que eu não conseguia ver em na minha noiva. Raina era fria, controlada. Nádia era o oposto, e minha filha notou isso...Comecei a andar pelo meu quarto, me sentindo estranhamente infeliz.Até que ponto meu casamento seria bom? Valeria à pena me casar pelos negócios?E eu? Será que não merecia ser feliz nessa maldita vida?Não queria ser mais tão racional. Esse foi o meu mal. Já não agi racionalmente por muito tempo? E onde isso me levou?Soltei o ar dos pul
NádiaÀ tarde passei com Hanna e fui apresentada ao quarto de brinquedos," para a minha alegria." Não tinha mais pernas para andar novamente, sendo puxada por todo o palácio. Sorri.Lá pudemos brincar de bonecas. Eu peguei uma e ela a outra. Numa conversinha com ela, expliquei que eu falava duas línguas. E que ia ensiná-la a falar também. Isso foi muito bem aceito por ela, que parecia um papagaio, repetindo tudo que eu traduzia para o inglês.De vez em quando eu a surpreendia, e perguntava o que eu havia acabado de ensinar e ela me surpreendia me falando certinho à palavra em inglês dos objetos que eu perguntava. A babá nos assistia de vez em quando, ela ás vezes ficava no quarto, outras vezes saía.Lá pelas seis horas da tarde, a babá disse que ia dar banho em Hanna, dar a mamadeira e coloca-la para dormir. Ela nessa hora chorou,
No dia seguinte...NádiaPassei a manhã com Hanna. Brincamos até dizer chega, a babá agora participava das brincadeiras, com certeza Mansur tinha falado com ela. Isso era um ponto positivo, pois significava que ele estava sempre pronto a ouvir.Na hora do almoço, fingi uma dor de cabeça. Não estava disposta a encarar todos na mesa. Não demorou muito, a empregada trouxe meu almoço no quarto.Eu comi empurrada, estava muito nervosa ainda revivia as palavras ácidas de Latifa.Como Hanna essa hora dormia, resolvi também tirar uma soneca. Estava quase dormindo, quando ouvi batidas na porta. Sentei-me assustada na cama.— Entre.Experimentei um momento de fraqueza, quando viMansur entrando no meu quarto.Meu Deus! O que ele está fazendo aqui?— Majestade. Aconteceu alguma coisa?<
Eu estava pronta. Examinei-me novamente no espelho. O vestido não era justo, mas não deixava de revelar minhas curvas. Era um pouco acima dos joelhos, ressaltava o meu busto e quadris. A cor me favorecia, branco com detalhes de renda.Prendi os cabelos no alto da cabeça e soltei alguns fios laterais e os enrolei com a escova e o secador, para dar o formato encaracolado. Esfumacei os olhos e passei um batom da cor telha.Escutei batidas na porta, atendi pensando ser a empregada, mas me surpreendi com Mansur na soleira da porta. Ele estava lindo, estonteante. Ele usava traje real: Kandoora (um camisolão branco comprido) por cima o Bisth (túnica dourada por cima do kandoora), o tarboosha (cordão branco trabalhado).Os cabelos brilhavam pelo gel, barbeado e exalava aquele perfume que era a marca registrada dele.—Vim ver se estava pronta. — Havia algo de assustador naquele sorriso. Seus olhos me correram s
Virei-me. Há uma distância grande entre nós, mas agora parecia que tinha um elo conectando meus olhos aos intensos dele. Inspirei e tentei desfazer o aperto grande que estava dando em minha garganta. Quando ele se aproximou, meu corpo respondeu com ondas de calor, mãos suadas, coração agitado. Ele percorreu o salão em segundos, vi muitos olhares femininos sendo direcionados a ele, conforme avançou.Bem próximo a mim, ele soltou um suspiro:—Dance comigo!Eu o olhei fixamente enquanto o que ele acabou de dizer girava em meu cérebro. O olhar dele era intenso sobre mim. Era tudo tão inacreditável, que fiquei sem reação.Senti seu toque quente, era sua mão que agora pegava a minha.—Vem! —Ele dizia de forma imperativa, como se não aceitasse uma recusa.Pessoas abriram espaço para nós avançarmos par