Com cinco dias que estávamos em Gênova, o clima não podia ser melhor, revezávamos na cozinha e com Hanna. A tarde caminhávamos de mãos dadas na praia. Mas toda noite era a mesma coisa, depois de muitos beijos, eu o rejeitava... Mansur parecia respeitar meu ponto de vista, e parecia paciente comigo, mas hoje ele estava diferente, mais agressivo.
Ele me fitou sério.
—Gostaria que confiasse em mim.
—Eu confio.
Ele soltou o ar. A tensão do corpo dele foi transmitida para mim.
— Confiar para mim significa uma entrega. Resolvendo minha situação, ficaremos noivos. Por que temos que esperar?
—Eu não estou pronta.
—Você não me ama? O que te impede?
Engoli em seco, e fechei os olhos.
— Desculpe.
— Soa muito ruim você me pedir desculpas. Eu te amo! É natural que queira muito mais de
À tardinha chegamos ao palácio, logo que entramos meus olhos focalizaram a figura de uma jovem, ela tinha mais ou menos a minha idade. Era bem bronzeada, os cabelos negros na altura dos ombros, tinha os traços bonitos, seus olhos eram negros.Quando ela viu Mansur ela sorriu e caminhou decidida até ele, e se jogou em seus braços. Meu coração se apertou nessa hora. Raina!— Até que enfim você chegou!Ela o puxou para um beijo. Vi Mansur fica duro, sem ação. Ele a pegou pelo braço e afastou firme e disse a contragosto:—Você me disse que ia chegar na semana que vem. —A fitou sério quando disse: — Mas foi ótimo, eu ia te ligar e te pedir para antecipar sua volta.Latifa surgiu na grande sala. Vi a babá passar por ela com Hanna que dormia em seus braços.Ela sorriu ao ver a neta e me encarando falou no &aac
No dia seguinte me levantei cedo, queria sair antes da bruxa me ver. Jafé já me esperava na entrada do palácio com uma Mercedes preta. Logo que eu entrei no carro, ele deu a partida e saiu. Dei o endereço para ele, e vinte minutos depois ele estacionava em frente à minha casa.Saí do carro e mal abri o portãozinho de casa, minha mãe abriu a porta para me receber.Eu corri até ela e a abracei, não consegui segurar as lágrimas. Creio que fragilizada por não ser bem-vinda no palácio, e com a ausência de Mansur, tudo ficava muito pior.Passei um dia gostoso com minha família, meu pai não foi trabalhar na parte da manhã, pois sabia que eu estaria em casa. Então contei tudo para eles: falei de Hanna, que o Sheik Al Jain me testou, e que na verdade, ele tinha em mente que eu ensinasse o inglês. Contei que Hanna só tinha contato com a
Assenti para ele, pois agora via nele o homem que eu amava. Não o Sheik, mas Mansur, o homem gentil, meigo e que reconhecia seus erros. Quando sua boca tomou a minha possessivamente, aquela boca deliciosa, morna e quente se movendo sobre meus lábios, correspondi puxando mais sua cabeça de encontro a minha.Fechei meus olhos sentindo agora seus beijos no meu pescoço, meu corpo todo ansiava por ele. Ele falou abafado em meu ouvido. "Quero você, por favor, não me negue isso. "Eu o afastei de mim, e sorri.— Não aqui e antes quero dar uma olhadinha em Hanna. Ela veio antes, e preciso ver se ela está bem, pois prometi que ia vê-la.Mansur sorriu para mim me abraçando.— Adoro quando demonstra esse amor que só uma mãe tem por Hanna.—Eu a amo, como se fosse minha filha.—Eu sei, isso é uma das coisas que me chamou a atenç
Um ano e meio depois.... Ilha de Salmos, Grécia. Em meu colo, aos cinco meses de idade, Hassan erguia os bracinhos para o pai. Eu ria, satisfeita, ao ver Mansur babar pelo filho, quando o pegou. Hanna não perdeu tempo e sentou-se no meu colo. Ela me disse chorosa: —Daqui a pouco nós vamos a praia? O céu estava de um azul sem nuvens e estava muito quente. — Sim. Papai vai com você agora. — Eu a beijei e fiz cócegas. Levantei-me e fitei Mansur. — Habibi, me dê Hassan e leve Hanna à praia. Meu pai se manifestou. — Vamos indo com o vovô. Vi Hanna me fitar triste, pois era claro que ela estava enciumada. Suspirei. Mansur percebeu e me entregou Hassan, e se agachou para falar com ela. —Papai só vai se trocar. Vai indo com o vovô. —E a mamãe? Latifa se intrometeu. —A mamãe irá mais tarde, ela primeiro precisa dar mama para o seu ir
Nádia Najat Nazira— Querida! Tudo certo. Enfim chegou o dia! —Mamãe disse desligando o telefone. —Seu pai disse que já conversou com a família de Rashid. E hoje à noite ele vem vê-la.Eu tinha me preparado para esse dia e agora que se tornava realidade, eu não conseguia me alegrar com a notícia. Era difícil para eu aceitar que em pleno século 21, morando na Inglaterra, minha família resistia às mudanças.Tentei sorrir diante da notícia, mas estava abalada. Eu já me sentia em uma prisão, agora era como se me transferissem para uma jaula apertada, sem poder me movimentar.Pisquei várias vezes, para não chorar e me levantei do sofá.—Vou escolher uma roupa para a ocasião.Com essas falas deixei a sala. Cabisbaixa, fui em direção ao meu qua
Uma semana depois...A semana foi pesada. O clima de casa não estava bom. Meu pai estava mal-humorado e minha mãe chorava pelos cantos. Eu me sentia péssima. Se eles queriam me entristecer e fazer com que eu me sentisse culpada, conseguiram. Mas pensando bem, lá no fundo, eu não me arrependia de ter assustado meu pretendente.Eu ia assustar todos! Eles acabariam desistindo de mim.Eu estava no quarto, sozinha, infeliz. Imersa em pensamentos, quando ouvi batidas na porta.— Entre.Era minha mãe que logo que me viu, avançou no quarto.—Hoje à noite, a família e seu novo pretendente virão te conhecer. — Ela disse tremendo os lábios. — Eu juro. Se você não se comportar, eu lavo minhas mãos. Seu pai tratará com você de perto, e eu não quero nem ver.Eu forcei o sorriso como uma idiota.—V
Eu girei minha cabeça para ver o dono daquela voz profunda e grave. Vi um homem alto, esbelto, usando uma camisa elegante cinza-chumbo, por baixo do terno preto, de um corte que parecia ter sido feita para ele.Havia algo extremamente charmoso e sensual nele. Que ia além de sua beleza masculina e morena, com aqueles abundantes cabelos negros bem penteados para trás. Reparei também no queixo quadrado e nos lábios firmes, e lindos olhos negros. Ele aparentava uns trinta anos.Fadir se afastou. Eu, envergonhada pela minha atitude, coloquei o meu casaco, desviando meus olhos do Sheik.A cena na sala era: Fadir sem ação, vermelho, eu de olhos baixos, consciente dos olhos do Sheik sobre nós.— Perdoe-me, vossa majestade. Sei que aqui não é o lugar nem a hora para resolver isso com a minha companheira.Eu me arrisquei a olhar o homem a minha frente, que se aproximava de nós
NádiaEu sorri para ele e dei de ombros. Entretanto, as palavras do sheik ficaram ecoando em minha cabeça: Ele iria se casar, pronto a se prender em um casamento sem amor. A moça deveria ser rica, alguma princesa árabe. O casamento estava firmado em algum negócio vantajoso.— Vossa majestade, eu preciso ir. —Olhei meu relógio de pulso “Nove horas." — Meus pais ficarão preocupados caso eu passe das dez.—Avise seus pais que você dormirá no emprego e se precisar viajar comigo, terá que estar disponível.Eu fiquei em luta novamente.— Minhas palavras não serão o suficiente. Eu não sei se eles acreditarão. Eles podem pensar que estou de armação.Ele sorriu friamente para mim.— Não seja por isso. Traga-os para jantar, amanhã aqui. No mesmo horá