Nádia
Eu sorri para ele e dei de ombros. Entretanto, as palavras do sheik ficaram ecoando em minha cabeça: Ele iria se casar, pronto a se prender em um casamento sem amor. A moça deveria ser rica, alguma princesa árabe. O casamento estava firmado em algum negócio vantajoso.
— Vossa majestade, eu preciso ir. —Olhei meu relógio de pulso “Nove horas." — Meus pais ficarão preocupados caso eu passe das dez.
—Avise seus pais que você dormirá no emprego e se precisar viajar comigo, terá que estar disponível.
Eu fiquei em luta novamente.
— Minhas palavras não serão o suficiente. Eu não sei se eles acreditarão. Eles podem pensar que estou de armação.
Ele sorriu friamente para mim.
— Não seja por isso. Traga-os para jantar, amanhã aqui. No mesmo horá
Mais tarde eu e ela estávamos em frente a uma loja olhando um vestido na vitrine.— Esse é maravilhoso. Se o Sheik gostou de você com aquele vestido, com esse ele vai amar.Era impressão minha, ou agora minha mãe achava que eu poderia ousar mais para agradar o sheik?— Lembre-se de papai. O vestido não pode ser muito ousado.Ela pareceu cair em si.—Não, claro que não.Eu experimentei o vestido. Era lindo, moldava-se perfeitamente ao meu corpo, revelando minhas formas de forma sutil, nada vulgar. Era um clássico tubinho um pouco à cinturado e decote quadrado.A cor era de um amarelo fosco, que valorizava a cor da minha pele morena e a cor de meus cabelos. Mamãe comprou também um sobretudo creme, para eu usar em cima do vestido, pois toda noite costumava esfriar.Ela comprou um vestido preto, que também real&ccedi
O Sheik me interrompeu.— Muitas vezes, nossas intenções são boas. Mas o senhor Fadir, o homem que o senhor separou para ela, não serve. Na minha posição, aprendi a conhecer muito bem as pessoas.Mansur me fitou por um momento com seriedade, fazendo meu coração saltar no peito e depois voltou os olhos para meu pai, e continuou:— Sua filha acredita no amor. Que não deixa de ser um sentimento nobre, mas sabemos que, muitas vezes, pode ser traiçoeiro e nos enganar e com isso, nos induzir a fazermos péssimas escolhas. Por isso, não tiro a razão do senhor. Mas essa não foi à razão pela qual eu quis chamá-los aqui. Na verdade, eu os chamei, pois, conversando com a senhorita Nazira, percebi que ela domina o árabe e eu preciso de uma assistente pessoal. Eu a contrataria, e em troca, ficarei compromissado em escolher um homem digno de
Meu pai olhou para Mansur e disse me cortando.— Tudo bem. Creio que é até uma forma de minha filha amadurecer. Sei que a estraguei, poupando-a de tudo e todos. Creio que, com sua Majestade, ela terá mais oportunidade de conhecer alguém apropriado e que a faça feliz.Não acredito!Meu pai aceitou?Voltei meus olhos para Mansur que sorriu como um menino para meu pai. Senti nessa hora meu coração se agitar dentro do meu peito. Era incrível o magnetismo daquele homem. Ele conseguia me levar a um turbilhão de emoções jamais experimentadas.— Ótimo. Estamos resolvidos, então. — Vi o Sheik Al Jain ficar em pé e chamar um de seus servos. — Jafé anotará o endereço de vocês e às dez horas da manhã, ele pegará a senhorita Nazira.Meu pai se levantou, e eu e minha mã
Estava muito tensa no meu primeiro dia. Sabia que estava ocupando um cargo disputado.Quem não queria ser assistente de um Sheik? Ainda não entendia como tinha conseguido o cargo e ainda me perguntava isso.Será que estava tão difícil encontrar moças que falavam bem as duas línguas?Bem, isso não importava agora, o importante era que eu consegui!Logo que cheguei ao palácio, fui recebida por uma senhora que beirava uns sessenta anos. Os cabelos grisalhos e olhar bondoso. Andamos por um corredor largo com pisos em forma de mosaico, cheio de portas enormes de formato arredondado. Ela seguiu até uma grande porta quase no final do corredor, e ao abri-la se revelou um quarto maravilhoso.Uma cama enorme com um dossel, um lindo quadro abstrato, pintados com cores alegres e vibrantes. No interior do quarto, ela abriu duas portas. A primeira se revelou um grande closet, e a outr
NádiaSaí da sala de Mansur me sentindo leve e feliz. Na verdade, foi uma surpresa saber que ele tinha uma filha, e que eu passaria uma parte do tempo com ela para lhe ensinar o inglês. Parecia que um peso, tinha saído de meus ombros. Eu me esforçaria sim, para exercer o cargo de assistente de Mansur, mas com certeza me sairia muito melhor com Hanna. Eu adorava crianças.Resolvi fazer uma pequena incursão pelo Palácio que era grande, mas não ia ficar abrindo portas, então resolvi me enveredar pela área externa. Fui até a pista de corrida, que Mansur tinha mencionado e caminhei num ritmo bom. O Palácio era tão grande, que caminhei durante meia hora para dar uma volta inteira nele. Senti-me muito bem com a brisa fresca no rosto vinda da vegetação que acompanhava toda a pista.Gostei muito do que vi. Encontrei uma piscina olím
À noite depois de um banho demorado na hidromassagem, dei um ligeiro pulo na cama. O colchão era confortável, e os lençóis limpos de cetim cheiravam muito bem. Apaguei as luzes, mas demorei a dormir. Com certeza estranhei o lugar, estava muito agitada. Não sei que horas consegui dormir, quando acordei já era de manhã. Me sentei assustada. Olhei o rádio relógio. Allah! Dormi demais! Nove horas e não as seis como tinha dito que me levantaria para correr com o Sheik. E pior, Hanna chegaria hoje.Precisava me aprontar rápido!Peguei o primeiro vestido que encontrei. Era um branco, e me deixava com cara de menininha, me dei conta disso no espelho enorme do banheiro. Caprichei mais na maquiagem marcando meus olhos, para tirar um pouco essa impressão.Ouvi batidas na porta e ao abri-la vi uma empregada entrando com um carrinho prateado. Um gesto atencioso de Mansur, com cer
MansurDesde que vi Hanna nos braços de Nádia, um sentimento inesperado tomou conta de meu coração. Tentei me manter impassível, mas o fato é que Nádia me fez lembrar de Raissa. O que poderia ter sido com ela, se eu não tivesse estragado tudo.Creio porque Nádia tinha aquele lado maternal, que me tocava, que eu não conseguia ver em na minha noiva. Raina era fria, controlada. Nádia era o oposto, e minha filha notou isso...Comecei a andar pelo meu quarto, me sentindo estranhamente infeliz.Até que ponto meu casamento seria bom? Valeria à pena me casar pelos negócios?E eu? Será que não merecia ser feliz nessa maldita vida?Não queria ser mais tão racional. Esse foi o meu mal. Já não agi racionalmente por muito tempo? E onde isso me levou?Soltei o ar dos pul
NádiaÀ tarde passei com Hanna e fui apresentada ao quarto de brinquedos," para a minha alegria." Não tinha mais pernas para andar novamente, sendo puxada por todo o palácio. Sorri.Lá pudemos brincar de bonecas. Eu peguei uma e ela a outra. Numa conversinha com ela, expliquei que eu falava duas línguas. E que ia ensiná-la a falar também. Isso foi muito bem aceito por ela, que parecia um papagaio, repetindo tudo que eu traduzia para o inglês.De vez em quando eu a surpreendia, e perguntava o que eu havia acabado de ensinar e ela me surpreendia me falando certinho à palavra em inglês dos objetos que eu perguntava. A babá nos assistia de vez em quando, ela ás vezes ficava no quarto, outras vezes saía.Lá pelas seis horas da tarde, a babá disse que ia dar banho em Hanna, dar a mamadeira e coloca-la para dormir. Ela nessa hora chorou,