Mansur
Sentei no banco à frente de Nádia e a observei. Ela dava atenção para Hanna. Senti-me feliz vendo as duas conversarem. Nádia fazia seu trabalho, fazia agora Hanna repetir algumas palavras em inglês. Fechei os olhos.
Essa viagem era uma maneira de estar com ela num local diferente, sem a presença de minha mãe e sem Hajid que a rondava. A viagem me surgiu de última hora. Ontem, falei com minha assistente para desmarcar todos os meus compromissos, precisava de umas férias. Sentia Nádia na defensiva o tempo todo. Queria que nessa viagem ela conhecesse meu verdadeiro “eu”.
O homem, não o Sheik. O ser humano, não a majestade, o homem simples, não o homem cercado de luxo. Na casa, que iríamos, não teria empregados, seriamos só nós e Cosima. Lá eu contava apenas com um caseiro que deixava a casa limpa, ma
À tarde fiquei deitada na minha cama de papo para o ar. Hanna costumava dormir essa hora. Havia tanta adrenalina correndo em minhas veias que não consegui tirar um cochilo.Quando deu cinco e meia, me arrumei para ser sacrificada. Tomei banho, me perfumei, só passei batom e realcei os olhos, pois estava corada por ter passado o dia no sol. Coloquei o vestido que havia trazido. Era preto com paetês, um pouco acima dos joelhos, à cinturado, mas não muito apertado. Como teríamos que andar uma boa parte até o iate, então não coloquei os sapatos e os segurei na mão.Fui até a sala, e quase caí de costas em ver Mansur em um lindo terno preto sem gravata, a camisa branca realçando o bronzeado. Ele também segurava os sapatos em uma das mãos.Eu senti minhas pernas fraquejarem. Respirei fundo e tentei sorrir para ele, mas meu sorriso saiu nervoso.—
Eu o beijei profundamente, então o empurrei para que ele se deitasse de costas. —Maktub! —Eu disse olhando para ele emocionada.Ele completou:—Maktub! Estava escrito! Você me pertence.Mansur se levantou e foi por cima de mim, ele me observou, seu peito subindo e descendo rapidamente.—Nunca pensei que pudesse amar novamente.—Você nunca me contou sua história com Raissa.Ele se sentou e fitou os pés, eu me sentei e o abracei. Depois de um breve tempo, ele me fitou, e carinhosamente prendeu uma mecha do meu cabelo para atrás de minha orelha. Sua expressão era sombria quando ele me contou tudo e acrescentou:— Eu prolonguei muito a relação, sem pedi-la em casamento. Fora um erro. Os jornais não podiam me ver acompanhado com alguma mulher, em algum almoço de negócios, que colocavam em questão o meu relacionamento
—Acorda dorminhoca!Eu abri meus olhos e vi Mansur inclinado para mim sorrindo. Seu rosto estava cheio de creme de barbear. Ele já havia colocado suas roupas. Ainda um pouco tonta, sorri de leve para ele, mas ao lembrar da nossa noite anterior, e o fato de ele me amar, me fez abrir mais meu sorrisão corei ao sentir seus olhos observando meu corpo sobre a camiseta, pois as cobertas estavam nos pés e minhas pernas estavam a mostras.Era inacreditável que estava vivendo tudo aquilo, sendo tão infinitamente feliz.Ele voltou para o banheiro e saiu com o rosto limpo. Se inclinou para mim e enterrou a cabeça no meu pescoço, arrancando de mim um suspiro.Allah! Que cheiro gostoso!Depois de me provocar mordiscando meus ombros ele buscou minha boca e me beijou com muito amor, cuidado e carinho. Beijou dessa forma cada pedacinho de meu rosto. Soltando um longo suspiro ele s
Com cinco dias que estávamos em Gênova, o clima não podia ser melhor, revezávamos na cozinha e com Hanna. A tarde caminhávamos de mãos dadas na praia. Mas toda noite era a mesma coisa, depois de muitos beijos, eu o rejeitava... Mansur parecia respeitar meu ponto de vista, e parecia paciente comigo, mas hoje ele estava diferente, mais agressivo.Ele me fitou sério.—Gostaria que confiasse em mim.—Eu confio.Ele soltou o ar. A tensão do corpo dele foi transmitida para mim.— Confiar para mim significa uma entrega. Resolvendo minha situação, ficaremos noivos. Por que temos que esperar?—Eu não estou pronta.—Você não me ama? O que te impede?Engoli em seco, e fechei os olhos.— Desculpe.— Soa muito ruim você me pedir desculpas. Eu te amo! É natural que queira muito mais de
À tardinha chegamos ao palácio, logo que entramos meus olhos focalizaram a figura de uma jovem, ela tinha mais ou menos a minha idade. Era bem bronzeada, os cabelos negros na altura dos ombros, tinha os traços bonitos, seus olhos eram negros.Quando ela viu Mansur ela sorriu e caminhou decidida até ele, e se jogou em seus braços. Meu coração se apertou nessa hora. Raina!— Até que enfim você chegou!Ela o puxou para um beijo. Vi Mansur fica duro, sem ação. Ele a pegou pelo braço e afastou firme e disse a contragosto:—Você me disse que ia chegar na semana que vem. —A fitou sério quando disse: — Mas foi ótimo, eu ia te ligar e te pedir para antecipar sua volta.Latifa surgiu na grande sala. Vi a babá passar por ela com Hanna que dormia em seus braços.Ela sorriu ao ver a neta e me encarando falou no &aac
No dia seguinte me levantei cedo, queria sair antes da bruxa me ver. Jafé já me esperava na entrada do palácio com uma Mercedes preta. Logo que eu entrei no carro, ele deu a partida e saiu. Dei o endereço para ele, e vinte minutos depois ele estacionava em frente à minha casa.Saí do carro e mal abri o portãozinho de casa, minha mãe abriu a porta para me receber.Eu corri até ela e a abracei, não consegui segurar as lágrimas. Creio que fragilizada por não ser bem-vinda no palácio, e com a ausência de Mansur, tudo ficava muito pior.Passei um dia gostoso com minha família, meu pai não foi trabalhar na parte da manhã, pois sabia que eu estaria em casa. Então contei tudo para eles: falei de Hanna, que o Sheik Al Jain me testou, e que na verdade, ele tinha em mente que eu ensinasse o inglês. Contei que Hanna só tinha contato com a
Assenti para ele, pois agora via nele o homem que eu amava. Não o Sheik, mas Mansur, o homem gentil, meigo e que reconhecia seus erros. Quando sua boca tomou a minha possessivamente, aquela boca deliciosa, morna e quente se movendo sobre meus lábios, correspondi puxando mais sua cabeça de encontro a minha.Fechei meus olhos sentindo agora seus beijos no meu pescoço, meu corpo todo ansiava por ele. Ele falou abafado em meu ouvido. "Quero você, por favor, não me negue isso. "Eu o afastei de mim, e sorri.— Não aqui e antes quero dar uma olhadinha em Hanna. Ela veio antes, e preciso ver se ela está bem, pois prometi que ia vê-la.Mansur sorriu para mim me abraçando.— Adoro quando demonstra esse amor que só uma mãe tem por Hanna.—Eu a amo, como se fosse minha filha.—Eu sei, isso é uma das coisas que me chamou a atenç
Um ano e meio depois.... Ilha de Salmos, Grécia. Em meu colo, aos cinco meses de idade, Hassan erguia os bracinhos para o pai. Eu ria, satisfeita, ao ver Mansur babar pelo filho, quando o pegou. Hanna não perdeu tempo e sentou-se no meu colo. Ela me disse chorosa: —Daqui a pouco nós vamos a praia? O céu estava de um azul sem nuvens e estava muito quente. — Sim. Papai vai com você agora. — Eu a beijei e fiz cócegas. Levantei-me e fitei Mansur. — Habibi, me dê Hassan e leve Hanna à praia. Meu pai se manifestou. — Vamos indo com o vovô. Vi Hanna me fitar triste, pois era claro que ela estava enciumada. Suspirei. Mansur percebeu e me entregou Hassan, e se agachou para falar com ela. —Papai só vai se trocar. Vai indo com o vovô. —E a mamãe? Latifa se intrometeu. —A mamãe irá mais tarde, ela primeiro precisa dar mama para o seu ir