Capítulo 08

Lívia Narrando

Como disse antes, acabei dormindo a tarde toda depois de finalizar as atividades da escola. E quando peguei no celular tinha mais mensagens de um número desconhecido.

SMS On

Oii gata, tudo bem? Não se preocupa! E a Gabi KSKSKS Quase tirei o juízo dos meninos pra conseguir teu número mana kkkkkk

Oii Bibi 🥰 tudo bem? kkk não tem problema.

Estamos te esperando aqui hoje, não queira levar falta hein

A minha irmã que está perturbando pra ir, será que a passagem é de boa? — Perguntei.

Não se preocupa, vou avisar meu irmão.

SMS Off

Coloquei uma roupa de academia e resolvi ir malhar. No fone um funk pra dar energia, olhei pra moto mas resolvi ir de carro.

***

A academia não estava tão cheia, e eu adorava isso. Começei com um cardio na esteira e depois fui pro treino de perna.

— Lívia — A voz ecoava atrás de mim, até tentei fingir que o fone estava no último volume mas ele insistiu. — Até quando você vai fingir que eu não existo mais?

— Até quando eu puder — Digo assim que me viro e tomo água.

— Já se passaram três meses, eu tô com muita saudade de você — Eu ri.

— Fala sério Matheus, não atrapalha meu treino — Digo em tom sarcástico.

— Não entendo porque você não me perdoa, não foi nada demais — Ele começou a falar e aquilo foi me tirando do sério.

— Você tá igual um disco arranhado, muda o disco meu filho — Ele me olhou triste.

— Ainda vou te reconquistar, anota aí. — Afirmou.

— Para Matheus, já mandei serrar meus chifres e você aí doido pra colocar denovo? — debochei é ele sorriu fraco saindo dali.

As vezes eu preciso ser assim pra que ele possa entender que uma taça quebrada nunca mais volta ao normal.

Não estendi muito meu treino pois já era quase nove da noite, fui logo pra casa.

— O que você tá fazendo? — Perguntei pra Amanda assim que passo de frente o quarto dela no corredor.

— Não acho nada legal pra usar Lívia, tudo aqui é velho — Reclamou no meio de uma montanha de roupas.

— Meus Deus Amanda, você é muito exagerada — Revirei os olhos.

— Você diz isso porque nem sai, e porque ainda não tá se arrumando, tava na academia até agora? — Perguntou arqueando uma de suas sobrancelhas.

— Os seus amigos não vão dar trabalho não é? — Falo encostando na porta do quarto.

— Pelo amor de Deus Lívia, o que pode acontecer demais num baile funk? — Ela Gargalhou.

— Você vai ver — Afirmei e sai dali.

Abri meu guarda roupa e praticamente só tinha roupa de trabalho, de verdade, eu nunca fui de ser uma Amanda da vida. Mas felizmente tinha alguns vestidos que a minha mãe me abrigava a comprar pra sair com o Matheus, a família dele é daquelas cheias de frufru que uma roupa diz o caráter da pessoa ou talvez a carteira.

Tomei um banho, lavei o cabelo, sequei e tentei fazer uma maquiagem bem simples, nada pra chamar a atenção. Acabei escolhendo um vestido vermelho com um decote em V na parte dos seios. Depois do silicone eu fiquei mais avontade em usar esse tipo de roupa.

Depois de vesti-lo, um salto preto fino me encarava, mas a preocupação veio quando me lembrei das ruas do morro, será que é uma boa ideia? talvez seja melhor colocar o salto grosso. E bom, foi isso que fiz.

Pra finalizar passei um batom vermelho e desenhei bem as curvas da minha boca. Tirei uma foto no espelho mas acabei nem postando.

— Liv, cuida da sua irmã, aí meu Deus como você tá linda minha princesa. — Dona Cláudia diz aparecendo na porta.

— Mãe, o que achou? — dei uma voltinha e ela sorriu.

— Tá muito linda, cuidado hein! Me passa o endereço qualquer coisa se vocês precisarem. — Ela sugeriu e me lembrei que a Amanda não tinha dito que seria no morro.

— Não se preocupa mãe, meu celular tá aqui pra qualquer coisa — Depositei um beijo na sua testa.

— Se divirtam, mas não muito — Nossa mãe avisou em voz alta enquanto as duas se arrumavam.

— Já estou pronta — Gritei para a Amanda ouvir e agilizar.

— Tô quase — sussurrou enquanto colocava um salto, e bom, adivinhem, era um salto finíssimo.

Já era quase onze da noite quando finalmente saímos de casa, apesar de querer ir no meu carro a Amanda me convenceu a ir com os meninos. O Nando e o Lucas são cara legais, apesar de beberem muito. Já fiquei com o Nando a muito tempo atrás mas hoje somos amigos também. O Lucas sempre foi apaixonado na Amanda mas pelo visto a anta nunca percebeu ou nunca quis perceber, até o jeito que ele olha pra ela é diferente.

Me colocaram na frente com o Nando porque dizendo eles eu sou meio que "de casa"

Assim que chegamos na "barreira" havia o dobro de homens do que normalmente eu vejo por aqui, cada um segurava uma arma enorme nas costas oque me fez gelar. O Nando parou o carro e eles vieram.

— Hoje o baile não é pra playboy pnc — A voz afirmou firme.

— Boa noite, o Rd tá aí? — Falei do nada e todos do carro me olharam.

— O chefe tá em outra parada, qual a tua com ele?

— Avise que eu cheguei — Digo séria e a Amanda me olha tipo " essa é a mesma sonsa que mora lá em casa?"

Algum tempo depois um cara sem camisa com máscara na cara se aproxima.

— Foi mal aí professora, o meiota não te conhece ainda — Jp disse com uma voz safada.

— Onde é o baile? — Pergunto

— Duas ruas depois da escola, o chefe te aguarda — ele provocou e finalmente conseguimos subir.

— O que foi aquilo que o chefe te aguarda? — Amanda perguntou curiosa.

— Não leva a sério, eles são assim aqui — Digo sem muita importância saindo do carro.

Pedi pro Nando não estacionar tão na frente, não sei se é permitido então não quis arriscar. Nós quatro fomos andando em direção do baile, o som estava exageradamente alto. Enquanto caminhávamos meus olhos encontraram Gabriel vindo na minha direção, ele tava muito bonito de cabelo cortado, uma roupa branca que marcava os músculos do braço.

— Achei que tu não vinha pô — Ele me abraçou de leve. — A doida da Gabriela surtou com o Jp pra conseguir teu número — Nós dois rimos.

— Só vim porque ela chamou — pisquei pra ele.

— Valeu a pena então — diz, enquanto todo mundo olhava pra gente.

— Deixa te apresentar, esses são o Nando e Lucas nossos amigos e essa é a Amanda minha irmã — Ele estendeu a mão como um anfitrião do morro.

— Aproveitem aí rapaziada, espero que gostem do morro também igual a professora aqui — Ele disse olhando pra minha irmã — Tenho que resolver uma parada mas depois agente se vê — Ele piscou pra mim e saiu.

— Então era pra ele que você ria enquanto respondia a mensagem? — Amanda provocou.

— O que? não tá doida? Ele é só meu amigo, me ajudou quando cheguei aqui no morro. — Disse calma.

— Ele parece tá bem na tua Liv — Lucas afirmou, e bom, fiquei com medo né? porque disso ele entende.

— Vamos entrar gente.

Entramos em fila, mas confesso que mesmo assim foi complicado passar pelo tumulto na porta. Os meninos puxaram agente pro bar onde dava pra ter uma visão geral do ambiente.

— Até que é bem organizada — A Amanda disse olhando em volta, e realmente era uma casa de festas bem moderna, pelo visto não é só a escola que ele investe bem.

— Lá deve ser o camarote — O Nando falou e nós olhamos pra parte de cima do outro lado.

— Então meninas o que vão beber? — Lucas perguntou.

— Vamo começar com um whisky né? — A Amanda sugeriu já bem assanhadinha.

— Acho que eu prefiro ficar só no energético.

— Qual é Lívia, aproveita — Lucas diz.

— Ela é cafona, não é atoa que é a titia do morro — Ela Debochou, o Nando me olhou e me passou o copo.

— Vamos aproveitar então irmãzinha.

Ps: Deixe aqui a sua opinião sobre a história a cada capítulo, a autora gosta muito de ler eles 🥰

vou deixar meu perfil aqui @livrariadamii @miiautora

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