O Juiz Dias depois…Mundo dos mortos (submundo)“Já passava da hora de voltar para casa.,” Anubis pensou e foi na companhia de seu criador e amigo Kefah, que o seguiu para o centro da cidade ele precisava acessar uma das passagens que separava os mundos, e a mais próxima ficava a quatro quadras a oeste de onde ele morava atualmente. A noite já tinha caído fazia tempo, o ar noturno era gélido fazendo as ruas sombria e silenciosas.Como de costume, Kefah era silêncio e atento só se fazia presente quando necessário.Quando chegaram à rua, seguiram para a grande escadaria de acesso ao metrô, desceram todos os seus pavimentos até o último piso subterrâneo, o que dava acesso ao antigo calabouço. O mesmo tinha sido construído séculos atrás. Era uma antiga masmorra ou cadeia pública. De fato, era a porta para casa, o fedor de morte e sangue era impregnado no local como tinta. Em um buraco escuro, sujo e estreito dava acesso a um emaranhado de corredores estreitos como um labirinto.Após o
— Nós vamos para um bar diferente hoje. Foi a primeira coisa que Jasm disse quando passou pela porta. Nem respondi e me ajeitei mais no sofá. — Não vamos para a Rota? De algum modo, tinha me acostumado com o lugar e tinha alguns colegas que praticamente fizeram de lá um ponto de encontro. — O Rota é aconchegante, tem bebida boa e está sempre lotado. Me sinto em casa quando estou lá. — Jasm, fez careta. — Você nunca fica à vontade em lugar nenhum e tem um cara que estou pegando que mandou mensagem avisando que a banda dele vai tocar em um bar novo e pediu pra gente ir e encontrar eles lá. Quem sabe lá você não desencalhe. — explica. — Eles vão tocar no Bob´s hoje, e a gente estava a fim de conhecer mesmo o lugar, então vamos aproveitar a deixa e ir para lá. — Bem, saí desse sofá e vai se preparar para nossa noite — ela avisa. 🐺 O bar é um pub relativamente moderno e repleto de drinks estranhos, uma batatas crus e sem gosto e música ruim. As luzes são fortes e a fumaça de cigarr
Duas semanas depois…Aron não me ligou nenhum daqueles dias e me mantive firme. Não correria atrás dele, não me ofereceria para transar ou qualquer outra coisa. Até queria matar a saudade de conversar, como éramos do mesmo ramo profissional, o assunto vinha fácil. Se ele precisasse de tempo eu iria fazer o que fosse melhor com o meu e tudo bem. Enquanto isso, eu continuaria a minha vida. Não podia negar que pensava nele a cada segundo, que paquerava seu número de telefone e que queria ouvir sua voz, sua risada, beijar sua boca. Queria tantas coisas que parecia uma tola apaixonada. Parecia sentir seus olhos sobre mim o tempo todo, mas sabia que era loucura. Na verdade, desde que voltei da minha viagem alucinante me sentia assim. Não me reconhecia, não era mais eu. Tinha vivido experiências inimagináveis em dias que pareciam anos. Tentava convencer-me que não foi real, que não era real, mas está o tempo todo ali me deixando em dúvida da realidade ou ficção.Anubis existiu mesmo ou fo
Domingo foi mais um dia de trabalho duro e solidão. Na segunda iria completar três semanas desde que vi Aron pela última vez, tentei ligar algumas vezes, novamente sem sucesso, precisando saber dele, ouvir sua voz. Mas não atendeu e isso me desestabilizou novamente. Eu estava incompleta, meio perdida, com raiva. Raiva de mim, com raiva dele, que me deixou e não deu mais notícias. Não conseguia imaginar o que ele estaria fazendo. Eu analisava meus dias, meus desejos e sentimentos, tudo que ele havia despertado em mim. O livro já estava bem adiantado e, se eu continuasse naquele ritmo, acabaria em um poucos dias. Pelo menos esses dias eu estava me tornando mais produtiva do que nunca. Já era fim de tarde e o tempo estava nublado, com vento e com cara de chuva. Levantei do sofá onde estava embrulhada com Bartô e após uma ronda pelo apartamento fechado janelas segui cozinha para tomar um café e, já entrava nela, quando meu celular começou a tocar. Por um segundo, meu coração deu um so
— Benim ... – Murmurou. Parecia que o tempo tinha parado ali, no modo como olhou para mim, penetrante, quase desejoso, como que com saudades. Não entendi aquilo. Não entendia aquele homem. Tive vontade de gritar com ele, pedir que parasse de me olhar como se me quisesse, quando mal falou comigo todos esses dias. — Oi. – Acenei a cabeça. Disfarcei o modo como mexia comigo, como me desestabilizava. Passei ao seu lado e me afastei logo, sem poder impedir meu corpo de reagir ao dele. Fui invadida por diversas sensações, saudade do seu toque, a vontade de ficar ao seu lado, por tudo aquilo que ele despertava em mim desde a primeira vez em que meus olhos se fixaram nos dele. Não quis pensar em tudo aquilo. O fato era que ele era um homem sombrio, que ocultava muita coisa. Devia me deixar em paz, pelo menos isso! E Não me olhar daquele modo pidão, parecendo sempre prestes a me falar algo. Eu simplesmente não queria mais nada. Ponto final. Mesmo assim, não consegui fazer o percurso sem estar
Corei e pus o capacete. — Segure-se em mim. — Certo. — Abracei-o pela cintura, estava agitada, cheia de adrenalina, ansiando por um contato maior com ele. Aron ligou a moto, o motor rugiu e logo corríamos suavemente pelas ruas da cidade, afastando-nos do bairro em que eu morava. Respirei fundo, espalmando minhas mãos em sua barriga musculosa sobre a camisa, olhando para a paisagem que nos cercava, sentindo o vento frio contra o rosto. Apoiei-o contra suas costas e fiquei quietinha, estranhamente me sentindo protegida e feliz. Todas as minhas reservas pareciam esquecidas, enterradas bem fundo. O vento batia gelado contra minha pele, e eu estava pegando fogo que era um alívio bem-vindo. Devido a hora avançada as ruas desertas. Não demorou muito para a moto entrar na garagem de sua casa, os portões automáticos se fechavam. Desci e tirei o capacete. Aron desceu também, segurou minha mão e levou-me com ele para dentro do prédio. Já no apartamento, entrou largando o capacete e as chaves
Nem sei como passei o resto do dia. Voltei pra casa assim que o sol saiu. Calada e pensativa foi como fiz o trajeto até aqui. Mal nos falamos quando parou a moto e eu desci, ansiosa e cheia de perguntas apenas o fitei. — A gente se vê? — disse austero.— Tá — concordei dando de ombros. Fingindo não me importar que essa coisa que tínhamos era unilateral.Dei as costas e subi, não quis olhar pra trás. Estava machucada com a situação incerta de sempre.Tentei reagir. A vida era uma caixa surpresa. As minhas estavam iniciando nesse momento. Não correu exatamente como eu pensei que seria, mas nunca era. Tudo foi diferente, mais intenso, emocional e de certa maneira decepcionante até aqui. “Sem desanimar”. Disse para mim.Constatando o que eu sabia: tudo na vida tinha consequências. Entrei no elevador e vi minha imagem descabelada no espelho, sorte que essa hora tinha pouco trânsito de moradores. Aliviada sai correndo para o meu apartamento. Eu era uma mulher agora, a menina doce e ing
Estava ciente do meu redor e do óculos em meus olhos, mas estava paralisada em minha mente. Estava experimentando a paralisia do sono. Se tinha como isso ser mais apavorante eu não sabia. Eu gritava dentro de minha cabeça e não conseguia voltar. O choro veio fácil e angústia era demais.Senti braços me empurrando contra a cama, uma, duas, três vezes e voltei para onde estava antes, caindo rápido o bastante para perder o ar. Senti quando algo rasgou a palma da minha mão e o sangue escorreu, tentei fechar a mão mas não consegui isso, eu ainda caia no abismo. Algo macio e quente me pegou e eu pude jurar que era uma grande mão, no escuro eu só tinha suposições.Logo não estava mais em horizontal e sim vertical, de pé rígida. Dei um passo à frente de forma receosa, e depois outro e outro até começar a vislumbrar um brilho de luz. Desesperada corri na direção, agora via um grande corredor de pedra, pedras preciosas, e o aerógrafo, eu estava em uma cripta. E em seu centro há várias tumbas de