Claire
O vento fresco da noite balançava as folhas das árvores ao redor enquanto eu observava Jean-Luc desaparecer na escuridão pela calçada. Suas palavras ressoavam em minha mente, misturando-se com as sensações turbulentas que ele despertara em mim.
— Tenho certeza disso... — repeti sua última frase. E ele de fato tinha. Era visível.
Repeti outra vez suas palavras silenciosamente, deixando-as ecoar pela mente. Caminhei devagar pelas ruas familiares do Marais, perdida em meus pensamentos. Paris parecia diferente naquela noite, mais viva e cheia de promessas desconhecidas. Ou de um desconhecido. Cada esquina, cada prédio histórico parecia sussurrar segredos que eu mal começava a compreender.
Cheguei em casa com o coração ainda acelerado, incapaz de ignorar a inexplicável conexão que havia surgido entre mim e Jean-Luc. Era idiota e assustador ao mesmo tempo. Fechei a porta do apartamento com um suspiro, sentindo-me empolgada com o que estava por vir, com o que sentia.
Sentando-me na pequena varanda, olhei para o céu estrelado de Paris. As luzes da cidade criavam um cenário mágico ao meu redor, mas meu pensamento estava fixo naquele homem enigmático que parecia ter o poder de virar meu mundo de cabeça para baixo se assim desejasse.
— Estou aberta para o amor? — repeti sua pergunta, sentindo a incerteza se agitar dentro de mim. Não era apenas sobre amor ou liberdade; era sobre confiar o suficiente para deixar novamente alguém entrar em minha vida, especialmente alguém tão complexo e intrigante como Jean-Luc.
Minhas mãos tremiam ligeiramente enquanto eu relembrava cada momento do nosso encontro. Suas palavras, seu sorriso, seu toque momentâneo ao se despedir. Tudo isso parecia uma dança cuidadosamente coreografada em que eu mal entendia os passos, mas estava disposta a seguir.
O telefone ao lado da cadeira vibrou suavemente, interrompendo meus devaneios. Olhei para o visor e vi o nome de Charlotte, minha melhor amiga desde os tempos de faculdade. Com um sorriso nervoso, atendi a ligação.
— Charlotte! Que surpresa — disse, tentando disfarçar a agitação em minha voz.
— Você não me liga há dois dias, Claire! Nem uma mensagem. — Seu tom era irritado.
— Desculpe. É que tem sido cansativo no trabalho. Ser professora não é bem uma coisa que gosto de fazer da vida, ainda mais tendo que ensinar adultos frustrados a pintar.
— Então desabafa. Conte-me como foi o seu dia — disse Charlotte, tentando ser uma boa amiga.
Balancei a cabeça, rindo baixinho para mim mesma. Embora Charlotte achasse que meu dia fora ruim, ele não foi. Bom, ao menos não depois das três da tarde em diante. Como eu poderia começar a explicar tudo o que havia acontecido naquele único encontro? Como explicar a intensidade dele?
— Eu trabalhei pela manhã. Almocei um sanduíche nas escadarias ao fundo da escola de arte, dei uma aula particular e às três fui até o café no fim da rua. E... encontrei alguém — disse, sentindo um sorriso tímido se formar em meus lábios enquanto começava a compartilhar minha história.
— O quê? — perguntou alto, quase em um berro. — Você teve um encontro?
— Mais ou menos isso. — Minha voz saiu suave, relembrando o encontro com Jean-Luc enquanto me recostava na cadeira da varanda, observando a cidade piscar ao longe.
— Claire Dubois! Você não me conta detalhes? Quem é ele? Como vocês se conheceram? Ele é bonito? — Charlotte bombardeou-me com perguntas, sua empolgação audível do outro lado da linha.
— Ele se chama Jean-Luc Moreau. Nos encontramos na Orfeu há duas noites.
— As suas fugas incessantes para aquela galeria tinham que resultar em algum encontro. — Riu. — Então ele te chamou para sair?
— Não. Ele foi embora. E hoje nos encontramos no café. Mas não sei se foi bem coincidência. Ele fez parecer que não.
— Ai, meu Deus! — Ela estava muito empolgada, dando gritinhos e gargalhando feliz do outro lado da linha. — Fala sobre ele.
— Ele é... intrigante. Um mistério ambulante. — Ri baixinho, sentindo-me como se estivesse confessando um segredo emocionante. — Falei tanto hoje e ele não falou nada de si. Não que eu tenha perguntado. Acha que eu devia ter perguntado?
— Acho que sim, mas... Uau! Isso soa como o começo de um romance! Tipo aquelas coisas que a gente lê — falou Charlotte, e eu pude ouvir o sorriso em sua voz. — E como foi? Ele é charmoso?
— Foi incrível. Ele me ouve de verdade. Não ficou entediado comigo e tampouco revirou os olhos para minha falação. E sim. Ele é muito charmoso. E educado. E... intenso. Parecia ler minha mente com seus olhos. — Suspirei, questionando-me se esse encontro já não estava virando minha vida de cabeça para baixo. Uma vida pacata e sem emoções, e, de repente, estou ao telefone com Charlotte cheia de empolgação falando de um homem que nunca imaginei que me daria atenção.
— Isso é tão romântico! Você já marcou outro encontro? — Charlotte era rápida em pular para as próximas etapas, sempre cheia de entusiasmo por histórias de amor. Por isso ela era uma romancista.
— Não, não marcamos nada ainda. Mas ele disse que nos encontraríamos novamente em breve. — Uma pontada de incerteza se misturou à minha voz. E se ele não me achasse? Por que diabos não pedi seu número de telefone? E se ele entendesse isso como uma falta de interesse minha? Oh, Deus! Meu coração acelerou. — Acho que estou um pouco nervosa, Charlotte. Eu não pedi o número dele ou dei o meu a ele.
— Ah, Claire, não se preocupe! As pessoas encontram uma as outras nas redes sociais. E você sabe o sobrenome dele. Procura no I*******m.
— E se eu tiver espantado ele com meu jeito exagerado, minha falação chata? Por isso ele não pediu o meu número!
— Relaxa, Claire! Sem neura, tá legal. Aproveite o momento. Deixe as coisas fluírem. Parece que você encontrou alguém legal. — A voz encorajadora de Charlotte fez com que eu me sentisse um pouco mais calma. — Ele é gostoso?
Gargalhei.
— Ele é muito gostoso! — Rimos por alguns segundos. Ela pediu que eu o descrevesse e assim fiz. Falei sobre sua pele alva, os cabelos loiro-escuros, os olhos azuis... Ah, os olhos. Os mais belos que já vi.
Suspirei.
— Eu tenho que desligar. Isso me deu um baita choque de inspiração. Mas prometa que vai me manter atualizada sobre esse Jean-Luc, okay? Estou super curiosa para saber como isso vai se desenrolar! E se ele te chamar para foder, vá!
Gargalhei outra vez.
— Já faz um tempo que não faço isso.
— Sim, e deve estar precisando.
— Eu prometo. Você será a primeira a saber de qualquer novidade.
Desligamos depois de nos despedirmos. Recostei o celular no peito e olhei para o céu estrelado novamente, sentindo-me mais confiante em explorar o que o futuro poderia trazer em relação a Jean-Luc. Eu sentia que ele seria como um enigma que eu certamente adoraria decifrar cada pedacinho, ainda mais se isso incluísse tirar suas roupas e colocar à mostra aquele corpo imenso. Mesmo que eu tivesse que andar por territórios desconhecidos.
ClaireAcordei com a luz do sol entrando pelas cortinas. Durante o café da manhã, não consegui evitar que meus pensamentos voltassem para Jean-Luc. Já fazia três dias que o havia visto, e ele não tinha me encontrado como prometera. Tinha medo de que estivesse me iludindo ou ficando obcecada por alguém que vi duas vezes na vida. Será que eu havia imaginado a conexão entre nós? Será que ele também a sentia? Sentia a atração? Na mesa da cozinha, tentava me concentrar nas tarefas do dia. Mas a imagem de Jean-Luc continuava a invadir meus pensamentos. Sacudi a cabeça, tentando me livrar da sua figura ou da lembrança do toque de seus lábios no dorso de minha mão. — Preciso focar — murmurei para mim mesma, tentando afastar a distração. Mas era inútil. Cada vez que tentava me concentrar, lembrava de seus olhos, de seu sorriso. Tinha algumas aulas para elaborar. Naquela manhã começaria com uma nova turma. Pessoas da terceira idade. Gostava deles. Pelo menos não passavam uma hora falando mal
ClaireRespirei fundo e vagarosamente, tentando processar as palavras de Jean-Luc. Havia algo intrigante e ao mesmo tempo aterrorizante sobre ele. Mas não podia negar a minha curiosidade crescente sobre o homem ao meu lado. — Jean-Luc, eu... — comecei, mas fui interrompida pelo garçom, que trouxe o seu café. Ele agradeceu ao garçom e se voltou para mim, fixando seus olhos nos meus novamente. — Claire, eu não sei se tudo isso também parece repentino e intenso para você — disse ele suavemente. — Mas quero que saiba que minhas intenções são sinceras. Não estou aqui para te assustar ou te fazer mal. Como eu disse... só quero a chance de te conhecer melhor, de descobrir quem você é. Eu te achei fascinante desde o primeiro segundo que a vi. Você me atraiu de modo inesperado. E gosto disso. Gosto de você. Havia uma sinceridade em suas palavras que me fez relaxar um pouco. Jean-Luc estava interessado em mim de uma maneira que eu não estava acostumada. Ele queria me dar uma atenção pela qua
ClaireDepois que Jean-Luc se despediu com aquele beijo prolongado em minha mão, entrei na escola de arte com o coração batendo descontroladamente. As pernas chegaram a ficar bambas. Ele tinha uma presença avassaladora, algo que me deixava intrigada e um pouco assustada. Eu nunca imaginei por um minuto sequer que pudesse existir alguém como ele na Terra. — Uh! Como ela está coradinha — disse a senhora Petit ao entrar na sala, fazendo-me rir. Tomei um copo d’água e respirei fundo, preparando-me para a aula. Às cinco e meia, quando estava guardando os materiais e fechando a sala, senti uma ansiedade crescente. Era um misto de expectativa e nervosismo, algo que não experimentava há muito tempo. Saí da escola e encontrei Jean-Luc encostado em um Rolls-Royce conversível de cor vermelho sangue e capô preto. Quando me viu, um sorriso surgiu em seus lábios, fazendo meu coração acelerar ainda mais. — Pontual como um relógio — disse ele, abrindo a porta do carro para mim. — Tentei não me atr
ClaireDepois do jantar, Jean-Luc me guiou até uma sala de estar aconchegante, com uma lareira acesa e poltronas confortáveis. Sentamos próximos um do outro, a tensão entre nós crescendo a cada momento. Não uma tensão ruim. Mas uma que me fazia querer chegar mais perto, tocá-lo... beijá-lo. — Há algo que quero te mostrar — disse ele, levantando-se e pegando um caderno de esboços de uma estante próxima. — Eu não desenho tão bem quanto você, mas gosto de rabiscar de vez em quando. — Você não para de me surpreender. Ele abriu o caderno e o entregou para mim. Coloquei a taça na mesinha ao lado e encarei as páginas, folheando-as. Cada uma revelava uma série de desenhos intricados feitos com grafite. A maioria eram paisagens, outros retratos, mas todos tinham uma profundidade e uma emoção que me surpreenderam. — São maravilhosos, Jean-Luc — disse, tocando levemente um dos desenhos. — Você tem um talento incrível. — Era uma boa válvula de escape para mim quando criança. Olhei-o, surpres
ClaireCom um olhar escuro e baixo, ele se aproximou, prendendo-me cuidadosamente contra a porta, colocando uma mão espalmada ao lado de minha cabeça e a outra em minha cintura. O canto esquerdo do seu lábio se ergueu em um sorriso malicioso. Seus olhos passearam pela minha face, descendo para o peito que arfava mais ofegante do que minutos atrás. A mão em minha cintura deslizou para cima, espalmando-se sobre meu coração acelerado, cobrindo todo o seio. Suspirei ao sentir seu toque sobre o mamilo entumecido. Jean-Luc fechou os olhos e também suspirou. — Quero eles em minha boca... — sussurrou, abrindo lentamente as pálpebras, revelando as pupilas dilatadas. Meu coração bateu mais rápido. Jean-Luc sentiu. Ele sorriu, e um riso convencido escapou pelo nariz. Senti-me ainda mais nervosa. Fazia anos que um homem não me desejava ou declarava querer meu seio em sua boca. Ainda mais um que eu estivesse desejando também. Engoli em seco e respirei fundo. — Vem — disse ele, afastando-se e
ClaireO cenho de Jean-Luc franziu e imediatamente uma de suas mãos seguiu entre minhas pernas, roçando sobre o jeans que cobria minha intimidade. Ele deixou o ar escapar de uma só vez dos pulmões. Os olhos desceram para onde tocava e então se voltaram para mim. Havia algo diferente em seu rosto, no olhar. Algo selvagem. Minhas bochechas esquentaram. Deviam estar vermelhas como pimentões. Engoli em seco a vergonha que começava a brotar. A mandíbula dele se contraiu enquanto me encarava imóvel. Tensão latejava crescendo ali. Por um instante, senti-o hesitar em se mexer. Parecia que, se fizesse isso naquele segundo, algo doeria. Ou se perderia. Talvez perdesse o controle. Comigo. Ele respirou forte, grunhindo com um pouco de desgosto. Acho que desgostoso consigo mesmo. Com movimentos rápidos demais para que meus olhos pudessem acompanhar, assustando-me, Jean-Luc se moveu, puxando-me para a cama e imobilizando-me com seu peso, de barriga para cima. As grandes mãos agarraram meus pu
ClaireNu, Jean-Luc se deitou sobre mim, apoiando-se no braço esquerdo. A outra mão afastou meus cabelos ruivos caídos sobre os ombros e os seios. Os lábios desceram até a minha pele, beijando minha clavícula perto do pescoço, e, em seguida, o ombro e minha face. O toque era suave, cuidadoso. O calor que seu corpo emanava me aquecia mais que o calor do fogo na lareira, que se propagava pelo quarto. Mas, ainda assim, meu corpo tremia levemente. Estava nervosa como se nunca tivesse feito isso antes na vida. Jean-Luc olhou-me nos olhos de um modo ardente. E quando digo isso, é porque bastou apenas seu olhar profundo e obscuro para fazer minha pele arder dos pés à cabeça. Seus lábios finalmente encontraram os meus. Um beijo lento. Gostoso. Sua língua buscava a minha, entrelaçando-se a ela, quase como se fizesse amor. Minhas entranhas se incendiaram. Mais líquido quente escorreu de mim, descendo entre minhas nádegas. O peso do pênis de Jean-Luc em minha virilha mostrava o quão ele estav
ClaireJean-Luc se virou para mim. O pênis semiereto balançou com o movimento, atraindo o meu olhar. Ele respirou fundo e inflou os ombros, corrigindo sua postura, tornando-a implacável. Um pequeno sorriso formou-se em minha face quando meus olhos voltaram aos seus. Os punhos antes cerrados, relaxaram. Então ele sorriu de volta. — Vem aqui. — Estendeu-me sua mão. — Não tenho certeza se consigo andar agora. — Senti minhas bochechas se aquecerem suavemente com a confissão. Jean-Luc abaixou o braço e caminhou até mim, parando aos pés da cama. Eu me coloquei sobre os joelhos e aproximei-me dele. Firmei meu corpo segurando-me firmemente em seus dois braços. As mãos dele se espalmaram em minha bunda, uma em cada nádega. Olhei para cima, encarando seu rosto. — Quero que durma aqui. — Eu trabalho amanhã. Tenho que estar na escola às oito. — Posso levar você para o trabalho. Estou acostumado a acordar antes do nascer do sol. — Nem roupas eu tenho aqui. — Sorri. — Posso dar um jeito nis