ClaireDepois que Jean-Luc se despediu com aquele beijo prolongado em minha mão, entrei na escola de arte com o coração batendo descontroladamente. As pernas chegaram a ficar bambas. Ele tinha uma presença avassaladora, algo que me deixava intrigada e um pouco assustada. Eu nunca imaginei por um minuto sequer que pudesse existir alguém como ele na Terra. — Uh! Como ela está coradinha — disse a senhora Petit ao entrar na sala, fazendo-me rir. Tomei um copo d’água e respirei fundo, preparando-me para a aula. Às cinco e meia, quando estava guardando os materiais e fechando a sala, senti uma ansiedade crescente. Era um misto de expectativa e nervosismo, algo que não experimentava há muito tempo. Saí da escola e encontrei Jean-Luc encostado em um Rolls-Royce conversível de cor vermelho sangue e capô preto. Quando me viu, um sorriso surgiu em seus lábios, fazendo meu coração acelerar ainda mais. — Pontual como um relógio — disse ele, abrindo a porta do carro para mim. — Tentei não me atr
ClaireDepois do jantar, Jean-Luc me guiou até uma sala de estar aconchegante, com uma lareira acesa e poltronas confortáveis. Sentamos próximos um do outro, a tensão entre nós crescendo a cada momento. Não uma tensão ruim. Mas uma que me fazia querer chegar mais perto, tocá-lo... beijá-lo. — Há algo que quero te mostrar — disse ele, levantando-se e pegando um caderno de esboços de uma estante próxima. — Eu não desenho tão bem quanto você, mas gosto de rabiscar de vez em quando. — Você não para de me surpreender. Ele abriu o caderno e o entregou para mim. Coloquei a taça na mesinha ao lado e encarei as páginas, folheando-as. Cada uma revelava uma série de desenhos intricados feitos com grafite. A maioria eram paisagens, outros retratos, mas todos tinham uma profundidade e uma emoção que me surpreenderam. — São maravilhosos, Jean-Luc — disse, tocando levemente um dos desenhos. — Você tem um talento incrível. — Era uma boa válvula de escape para mim quando criança. Olhei-o, surpres
ClaireCom um olhar escuro e baixo, ele se aproximou, prendendo-me cuidadosamente contra a porta, colocando uma mão espalmada ao lado de minha cabeça e a outra em minha cintura. O canto esquerdo do seu lábio se ergueu em um sorriso malicioso. Seus olhos passearam pela minha face, descendo para o peito que arfava mais ofegante do que minutos atrás. A mão em minha cintura deslizou para cima, espalmando-se sobre meu coração acelerado, cobrindo todo o seio. Suspirei ao sentir seu toque sobre o mamilo entumecido. Jean-Luc fechou os olhos e também suspirou. — Quero eles em minha boca... — sussurrou, abrindo lentamente as pálpebras, revelando as pupilas dilatadas. Meu coração bateu mais rápido. Jean-Luc sentiu. Ele sorriu, e um riso convencido escapou pelo nariz. Senti-me ainda mais nervosa. Fazia anos que um homem não me desejava ou declarava querer meu seio em sua boca. Ainda mais um que eu estivesse desejando também. Engoli em seco e respirei fundo. — Vem — disse ele, afastando-se e
ClaireO cenho de Jean-Luc franziu e imediatamente uma de suas mãos seguiu entre minhas pernas, roçando sobre o jeans que cobria minha intimidade. Ele deixou o ar escapar de uma só vez dos pulmões. Os olhos desceram para onde tocava e então se voltaram para mim. Havia algo diferente em seu rosto, no olhar. Algo selvagem. Minhas bochechas esquentaram. Deviam estar vermelhas como pimentões. Engoli em seco a vergonha que começava a brotar. A mandíbula dele se contraiu enquanto me encarava imóvel. Tensão latejava crescendo ali. Por um instante, senti-o hesitar em se mexer. Parecia que, se fizesse isso naquele segundo, algo doeria. Ou se perderia. Talvez perdesse o controle. Comigo. Ele respirou forte, grunhindo com um pouco de desgosto. Acho que desgostoso consigo mesmo. Com movimentos rápidos demais para que meus olhos pudessem acompanhar, assustando-me, Jean-Luc se moveu, puxando-me para a cama e imobilizando-me com seu peso, de barriga para cima. As grandes mãos agarraram meus pu
ClaireNu, Jean-Luc se deitou sobre mim, apoiando-se no braço esquerdo. A outra mão afastou meus cabelos ruivos caídos sobre os ombros e os seios. Os lábios desceram até a minha pele, beijando minha clavícula perto do pescoço, e, em seguida, o ombro e minha face. O toque era suave, cuidadoso. O calor que seu corpo emanava me aquecia mais que o calor do fogo na lareira, que se propagava pelo quarto. Mas, ainda assim, meu corpo tremia levemente. Estava nervosa como se nunca tivesse feito isso antes na vida. Jean-Luc olhou-me nos olhos de um modo ardente. E quando digo isso, é porque bastou apenas seu olhar profundo e obscuro para fazer minha pele arder dos pés à cabeça. Seus lábios finalmente encontraram os meus. Um beijo lento. Gostoso. Sua língua buscava a minha, entrelaçando-se a ela, quase como se fizesse amor. Minhas entranhas se incendiaram. Mais líquido quente escorreu de mim, descendo entre minhas nádegas. O peso do pênis de Jean-Luc em minha virilha mostrava o quão ele estav
ClaireJean-Luc se virou para mim. O pênis semiereto balançou com o movimento, atraindo o meu olhar. Ele respirou fundo e inflou os ombros, corrigindo sua postura, tornando-a implacável. Um pequeno sorriso formou-se em minha face quando meus olhos voltaram aos seus. Os punhos antes cerrados, relaxaram. Então ele sorriu de volta. — Vem aqui. — Estendeu-me sua mão. — Não tenho certeza se consigo andar agora. — Senti minhas bochechas se aquecerem suavemente com a confissão. Jean-Luc abaixou o braço e caminhou até mim, parando aos pés da cama. Eu me coloquei sobre os joelhos e aproximei-me dele. Firmei meu corpo segurando-me firmemente em seus dois braços. As mãos dele se espalmaram em minha bunda, uma em cada nádega. Olhei para cima, encarando seu rosto. — Quero que durma aqui. — Eu trabalho amanhã. Tenho que estar na escola às oito. — Posso levar você para o trabalho. Estou acostumado a acordar antes do nascer do sol. — Nem roupas eu tenho aqui. — Sorri. — Posso dar um jeito nis
ClaireJean-Luc sorriu e caminhou até mim com passos lentos. — Eu disse... é para você. — Por quê? — Não percebeu ainda? — Ele esperou que eu dissesse algo, mas nada saiu pela minha boca entreaberta. — Não quero só foder você. Essa atração... é forte demais para que seja apenas casual. — Você está... — Ele estava? Não. Não é possível. É? — Está me pedindo em namoro? Ele sorriu cheio de divertimento. — Se eu te pedisse em casamento, você correria? Olhei-o ainda mais chocada, com olhos arregalados e quase sem ar. Ele riu. — Então, sim. Quero que o que tenhamos seja algo sério. Promissor. — A gente mal se conhece — disse baixinho, sentindo o desespero tremular dentro de mim. — E para que servem namoros senão para conhecer alguém antes de querê-la para sempre? Engoli em seco. Ele até que tinha razão. Mas eu esperava um pouco mais de sexo antes de ganhar um terço do seu closet. — Você não quer? — Seu sorriso se desfez. As mãos tocaram meus punhos, segurando-os firmemente. — É
ClaireDescemos os degraus até a sala de jantar onde comemos na noite anterior. Sentado à mesa, à esquerda da cabeceira, estava um homem. Ele ergueu a cabeça quando entramos e sorriu calorosamente. — Deus do céu. Então, ela existe mesmo! — disse impressionado, levantando-se. — Cale a boca, bastardo — disse Jean-Luc em tom humorado. — Sou René. — Apanhou a minha mão, beijando o dorso em seguida. — Muito prazer. — Claire. — Eu sei. Ouvi falar de você. — Sorriu convencido. — Já pode soltar a mão dela, René — disse Jean-Luc, com menos humor dessa vez. René ergueu as mãos para o alto, rendendo-se. Ele se parecia com Jean-Luc, exceto pela cor dos cabelos e os traços dos olhos. Apesar de azuis, eram levemente puxados nos cantos externos. Parentes, sem dúvidas. — Sente-se — disse Jean-Luc ao puxar a cadeira para mim, à direita da cabeceira. Ele se acomodou entre mim e René. — Você precisa ligar para o Louis — René começou a dizer cheio de preocupação. — A carga perder o rastreamento.