Claire
Acordei com a luz do sol entrando pelas cortinas. Durante o café da manhã, não consegui evitar que meus pensamentos voltassem para Jean-Luc. Já fazia três dias que o havia visto, e ele não tinha me encontrado como prometera. Tinha medo de que estivesse me iludindo ou ficando obcecada por alguém que vi duas vezes na vida. Será que eu havia imaginado a conexão entre nós? Será que ele também a sentia? Sentia a atração?
Na mesa da cozinha, tentava me concentrar nas tarefas do dia. Mas a imagem de Jean-Luc continuava a invadir meus pensamentos. Sacudi a cabeça, tentando me livrar da sua figura ou da lembrança do toque de seus lábios no dorso de minha mão.
— Preciso focar — murmurei para mim mesma, tentando afastar a distração. Mas era inútil. Cada vez que tentava me concentrar, lembrava de seus olhos, de seu sorriso.
Tinha algumas aulas para elaborar. Naquela manhã começaria com uma nova turma. Pessoas da terceira idade. Gostava deles. Pelo menos não passavam uma hora falando mal de seus cônjuges ou compartilhando histórias trágicas de casamento.
Às oito e meia, saí de casa rumo à escola de arte. O dia passou lentamente, cada hora se arrastando. À tarde, decidi sair para dar uma caminhada, antes da turma das quatro que tinha às quartas-feiras. Esperava que o ar fresco me ajudasse a clarear a mente. Tinha vinte e cinco anos, não era mais uma adolescente para me perder em tantos pensamentos assim.
As ruas do Marais estavam movimentadas, cheias de turistas e locais aproveitando o dia levemente ensolarado do outono. Passei por lojas de antiguidades e cafés charmosos, tentando me perder na beleza de Paris. Quem sabe assim esquecia Jean-Luc.
Enquanto caminhava, meu celular vibrou no bolso. Rapidamente o apanhei na esperança de que fosse Charlotte. Precisava dela para me distrair um pouco mais. Mas era minha mãe quem ligava. Não nos falávamos há meses. Aprendi o quão saudável era para mim ignorar as suas chamadas e mensagens.
Parei em um café próximo à Place des Vosges, sentando-me em uma mesa na calçada. Pedi um expresso e observei as pessoas passarem, cada uma com suas próprias histórias e preocupações.
— Obrigada — disse para a garçonete, ao colocar a xícara à minha frente. — Pode trazer guardanapos, por favor?
Ela assentiu e se foi, retornando minutos depois. Dei-lhe um pequeno sorriso em agradecimento, e apanhei na bolsa uma caneta. Peguei uma folha do guardanapo, abri-o e comecei a desenhar qualquer coisa enquanto bebericava o expresso.
— Claire?
O pronunciar do meu nome fez com que minhas costas se eriçassem, arrepiando até o couro cabeludo. Meus ombros chegaram a estremecer levemente.
Virei-me lentamente para trás sabendo exatamente quem eu encontraria. Jean-Luc estava parado ali, com aquele sorriso enigmático nos lábios. Meu coração disparou, e por um momento, não consegui encontrar as palavras. Levei segundos para conseguir dizer qualquer coisa.
— Jean-Luc! — Finalmente consegui responder, tentando esconder a surpresa e a emoção em minha voz. Eu estava aliviada e feliz em vê-lo, mas ele não precisava saber disso. — O que você está fazendo aqui?
— Eu disse que nos encontraríamos novamente em breve, não disse? — Ele sorriu, puxando uma cadeira para se sentar à minha direita.
— Você estava me procurando? — perguntei, ainda tentando processar sua presença inesperada.
— Talvez — disse ele, com seus olhos fixos nos meus.
O garçom se aproximou e Jean-Luc fez seu pedido, enquanto eu tentava controlar o nervosismo de estar com ele outra vez. Ele estava ali, sentado ao meu lado, e isso quase se parecia com um sonho.
O garçom se afastou e a atenção dele voltou para mim. Seus olhos desceram até o guardanapo sobre a mesa. Sutilmente, espalmei a minha mão sobre ele.
— Deixe-me ver — pediu com a voz suave e gentil.
Eu hesitei por alguns segundos, mas por fim retirei a mão exibindo o rabisco. Jean-Luc puxou o guardanapo para ele e sorriu. Era apenas um esboço do que eu via adiante na calçada.
— Vai me pintar um dia? — perguntou ele, voltando seu olhar para mim.
Senti-me ainda mais nervosa. Nunca havia pintado alguém em específico como fez Da Vinci com Monalisa.
— Talvez um dia. — Foi tudo o que eu disse.
— Como foi o seu dia?
Fiquei surpresa com sua pergunta.
— Ah... normal... Trabalho, algumas aulas para preparar... Ainda vou dar outra aula daqui uma hora — respondi, tentando soar casual, mas meu coração estava disparado. Como ele havia me encontrado novamente? Como ele fazia isso?
Jean-Luc sorriu, e mais uma vez senti aquela mistura de fascínio e apreensão. Ele parecia tão à vontade, como se fosse rotineiro surgir à minha frente sempre que quisesse, como uma presença constante e inescapável.
— E o seu dia? — perguntei, tentando me acalmar e manter a conversa fluindo naturalmente. Se percebia meu nervosismo, devia me achar uma idiota.
— Passei a manhã resolvendo alguns assuntos, mas não consegui parar de pensar em você — disse ele, seus olhos penetrantes fixos nos meus. Meu coração cavalgou muito rápido em meu peito, fazendo a carótida pulsar alto. Puxei o cabelo cobrindo o pescoço para que ele não pudesse ver. — Por isso, decidi caminhar pelo Marais, para te ver novamente.
Minha mente corria. Ele parecia tão seguro de si, tão determinado. Uma parte de mim se sentia lisonjeada, mas outra parte estava inquieta, assustada. Como ele sabia que eu estaria ali? Será que me seguia?
— Você parece... surpresa — comentou Jean-Luc, inclinando-se ligeiramente para a frente.
— Um pouco — admiti, tentando não demonstrar meu nervosismo. — É... inesperado, eu diria.
— Saber que pensei em você? — Ele riu baixinho, um som que enviou um arrepio para dentro de mim.
— É. — Engoli em seco.
— Espero que seja uma surpresa agradável, então — disse ele, seus dedos traçando novamente padrões invisíveis na mesa entre nós.
— Só não estou acostumada com isso — respondi, forçando um sorriso.
— Com um homem pensando em você? Eu duvido muito. Linda do jeito que é, tenha certeza de que ocupa a mente de muitos por aí.
Neguei com a cabeça.
— Ao menos ninguém nunca comentou. — Forcei outro sorriso. — Como sabia que eu estaria aqui? — Tive a coragem de perguntar.
— Tenho olhos e ouvidos por toda Paris. Só preciso de uma ligação para saber onde está quem desejo ver.
Okay. Assustador. Assustador para caralho. Mas... ainda assim... sentia-me atraída por ele. Será isso falta de sanidade mental?
— Você parece assustada.
Respirei fundo.
— É um pouco... assustador, para ser honesta.
Jean-Luc assentiu lentamente, seus olhos se suavizando.
— Entendo — disse ele, sua voz baixa e calmante. — Não quero te assustar, Claire. Só estou muito interessado em conhecer você melhor.
ClaireRespirei fundo e vagarosamente, tentando processar as palavras de Jean-Luc. Havia algo intrigante e ao mesmo tempo aterrorizante sobre ele. Mas não podia negar a minha curiosidade crescente sobre o homem ao meu lado. — Jean-Luc, eu... — comecei, mas fui interrompida pelo garçom, que trouxe o seu café. Ele agradeceu ao garçom e se voltou para mim, fixando seus olhos nos meus novamente. — Claire, eu não sei se tudo isso também parece repentino e intenso para você — disse ele suavemente. — Mas quero que saiba que minhas intenções são sinceras. Não estou aqui para te assustar ou te fazer mal. Como eu disse... só quero a chance de te conhecer melhor, de descobrir quem você é. Eu te achei fascinante desde o primeiro segundo que a vi. Você me atraiu de modo inesperado. E gosto disso. Gosto de você. Havia uma sinceridade em suas palavras que me fez relaxar um pouco. Jean-Luc estava interessado em mim de uma maneira que eu não estava acostumada. Ele queria me dar uma atenção pela qua
ClaireDepois que Jean-Luc se despediu com aquele beijo prolongado em minha mão, entrei na escola de arte com o coração batendo descontroladamente. As pernas chegaram a ficar bambas. Ele tinha uma presença avassaladora, algo que me deixava intrigada e um pouco assustada. Eu nunca imaginei por um minuto sequer que pudesse existir alguém como ele na Terra. — Uh! Como ela está coradinha — disse a senhora Petit ao entrar na sala, fazendo-me rir. Tomei um copo d’água e respirei fundo, preparando-me para a aula. Às cinco e meia, quando estava guardando os materiais e fechando a sala, senti uma ansiedade crescente. Era um misto de expectativa e nervosismo, algo que não experimentava há muito tempo. Saí da escola e encontrei Jean-Luc encostado em um Rolls-Royce conversível de cor vermelho sangue e capô preto. Quando me viu, um sorriso surgiu em seus lábios, fazendo meu coração acelerar ainda mais. — Pontual como um relógio — disse ele, abrindo a porta do carro para mim. — Tentei não me atr
ClaireDepois do jantar, Jean-Luc me guiou até uma sala de estar aconchegante, com uma lareira acesa e poltronas confortáveis. Sentamos próximos um do outro, a tensão entre nós crescendo a cada momento. Não uma tensão ruim. Mas uma que me fazia querer chegar mais perto, tocá-lo... beijá-lo. — Há algo que quero te mostrar — disse ele, levantando-se e pegando um caderno de esboços de uma estante próxima. — Eu não desenho tão bem quanto você, mas gosto de rabiscar de vez em quando. — Você não para de me surpreender. Ele abriu o caderno e o entregou para mim. Coloquei a taça na mesinha ao lado e encarei as páginas, folheando-as. Cada uma revelava uma série de desenhos intricados feitos com grafite. A maioria eram paisagens, outros retratos, mas todos tinham uma profundidade e uma emoção que me surpreenderam. — São maravilhosos, Jean-Luc — disse, tocando levemente um dos desenhos. — Você tem um talento incrível. — Era uma boa válvula de escape para mim quando criança. Olhei-o, surpres
ClaireCom um olhar escuro e baixo, ele se aproximou, prendendo-me cuidadosamente contra a porta, colocando uma mão espalmada ao lado de minha cabeça e a outra em minha cintura. O canto esquerdo do seu lábio se ergueu em um sorriso malicioso. Seus olhos passearam pela minha face, descendo para o peito que arfava mais ofegante do que minutos atrás. A mão em minha cintura deslizou para cima, espalmando-se sobre meu coração acelerado, cobrindo todo o seio. Suspirei ao sentir seu toque sobre o mamilo entumecido. Jean-Luc fechou os olhos e também suspirou. — Quero eles em minha boca... — sussurrou, abrindo lentamente as pálpebras, revelando as pupilas dilatadas. Meu coração bateu mais rápido. Jean-Luc sentiu. Ele sorriu, e um riso convencido escapou pelo nariz. Senti-me ainda mais nervosa. Fazia anos que um homem não me desejava ou declarava querer meu seio em sua boca. Ainda mais um que eu estivesse desejando também. Engoli em seco e respirei fundo. — Vem — disse ele, afastando-se e
ClaireO cenho de Jean-Luc franziu e imediatamente uma de suas mãos seguiu entre minhas pernas, roçando sobre o jeans que cobria minha intimidade. Ele deixou o ar escapar de uma só vez dos pulmões. Os olhos desceram para onde tocava e então se voltaram para mim. Havia algo diferente em seu rosto, no olhar. Algo selvagem. Minhas bochechas esquentaram. Deviam estar vermelhas como pimentões. Engoli em seco a vergonha que começava a brotar. A mandíbula dele se contraiu enquanto me encarava imóvel. Tensão latejava crescendo ali. Por um instante, senti-o hesitar em se mexer. Parecia que, se fizesse isso naquele segundo, algo doeria. Ou se perderia. Talvez perdesse o controle. Comigo. Ele respirou forte, grunhindo com um pouco de desgosto. Acho que desgostoso consigo mesmo. Com movimentos rápidos demais para que meus olhos pudessem acompanhar, assustando-me, Jean-Luc se moveu, puxando-me para a cama e imobilizando-me com seu peso, de barriga para cima. As grandes mãos agarraram meus pu
ClaireNu, Jean-Luc se deitou sobre mim, apoiando-se no braço esquerdo. A outra mão afastou meus cabelos ruivos caídos sobre os ombros e os seios. Os lábios desceram até a minha pele, beijando minha clavícula perto do pescoço, e, em seguida, o ombro e minha face. O toque era suave, cuidadoso. O calor que seu corpo emanava me aquecia mais que o calor do fogo na lareira, que se propagava pelo quarto. Mas, ainda assim, meu corpo tremia levemente. Estava nervosa como se nunca tivesse feito isso antes na vida. Jean-Luc olhou-me nos olhos de um modo ardente. E quando digo isso, é porque bastou apenas seu olhar profundo e obscuro para fazer minha pele arder dos pés à cabeça. Seus lábios finalmente encontraram os meus. Um beijo lento. Gostoso. Sua língua buscava a minha, entrelaçando-se a ela, quase como se fizesse amor. Minhas entranhas se incendiaram. Mais líquido quente escorreu de mim, descendo entre minhas nádegas. O peso do pênis de Jean-Luc em minha virilha mostrava o quão ele estav
ClaireJean-Luc se virou para mim. O pênis semiereto balançou com o movimento, atraindo o meu olhar. Ele respirou fundo e inflou os ombros, corrigindo sua postura, tornando-a implacável. Um pequeno sorriso formou-se em minha face quando meus olhos voltaram aos seus. Os punhos antes cerrados, relaxaram. Então ele sorriu de volta. — Vem aqui. — Estendeu-me sua mão. — Não tenho certeza se consigo andar agora. — Senti minhas bochechas se aquecerem suavemente com a confissão. Jean-Luc abaixou o braço e caminhou até mim, parando aos pés da cama. Eu me coloquei sobre os joelhos e aproximei-me dele. Firmei meu corpo segurando-me firmemente em seus dois braços. As mãos dele se espalmaram em minha bunda, uma em cada nádega. Olhei para cima, encarando seu rosto. — Quero que durma aqui. — Eu trabalho amanhã. Tenho que estar na escola às oito. — Posso levar você para o trabalho. Estou acostumado a acordar antes do nascer do sol. — Nem roupas eu tenho aqui. — Sorri. — Posso dar um jeito nis
ClaireJean-Luc sorriu e caminhou até mim com passos lentos. — Eu disse... é para você. — Por quê? — Não percebeu ainda? — Ele esperou que eu dissesse algo, mas nada saiu pela minha boca entreaberta. — Não quero só foder você. Essa atração... é forte demais para que seja apenas casual. — Você está... — Ele estava? Não. Não é possível. É? — Está me pedindo em namoro? Ele sorriu cheio de divertimento. — Se eu te pedisse em casamento, você correria? Olhei-o ainda mais chocada, com olhos arregalados e quase sem ar. Ele riu. — Então, sim. Quero que o que tenhamos seja algo sério. Promissor. — A gente mal se conhece — disse baixinho, sentindo o desespero tremular dentro de mim. — E para que servem namoros senão para conhecer alguém antes de querê-la para sempre? Engoli em seco. Ele até que tinha razão. Mas eu esperava um pouco mais de sexo antes de ganhar um terço do seu closet. — Você não quer? — Seu sorriso se desfez. As mãos tocaram meus punhos, segurando-os firmemente. — É