ClaireCom um olhar escuro e baixo, ele se aproximou, prendendo-me cuidadosamente contra a porta, colocando uma mão espalmada ao lado de minha cabeça e a outra em minha cintura. O canto esquerdo do seu lábio se ergueu em um sorriso malicioso. Seus olhos passearam pela minha face, descendo para o peito que arfava mais ofegante do que minutos atrás. A mão em minha cintura deslizou para cima, espalmando-se sobre meu coração acelerado, cobrindo todo o seio. Suspirei ao sentir seu toque sobre o mamilo entumecido. Jean-Luc fechou os olhos e também suspirou. — Quero eles em minha boca... — sussurrou, abrindo lentamente as pálpebras, revelando as pupilas dilatadas. Meu coração bateu mais rápido. Jean-Luc sentiu. Ele sorriu, e um riso convencido escapou pelo nariz. Senti-me ainda mais nervosa. Fazia anos que um homem não me desejava ou declarava querer meu seio em sua boca. Ainda mais um que eu estivesse desejando também. Engoli em seco e respirei fundo. — Vem — disse ele, afastando-se e
ClaireO cenho de Jean-Luc franziu e imediatamente uma de suas mãos seguiu entre minhas pernas, roçando sobre o jeans que cobria minha intimidade. Ele deixou o ar escapar de uma só vez dos pulmões. Os olhos desceram para onde tocava e então se voltaram para mim. Havia algo diferente em seu rosto, no olhar. Algo selvagem. Minhas bochechas esquentaram. Deviam estar vermelhas como pimentões. Engoli em seco a vergonha que começava a brotar. A mandíbula dele se contraiu enquanto me encarava imóvel. Tensão latejava crescendo ali. Por um instante, senti-o hesitar em se mexer. Parecia que, se fizesse isso naquele segundo, algo doeria. Ou se perderia. Talvez perdesse o controle. Comigo. Ele respirou forte, grunhindo com um pouco de desgosto. Acho que desgostoso consigo mesmo. Com movimentos rápidos demais para que meus olhos pudessem acompanhar, assustando-me, Jean-Luc se moveu, puxando-me para a cama e imobilizando-me com seu peso, de barriga para cima. As grandes mãos agarraram meus pu
ClaireNu, Jean-Luc se deitou sobre mim, apoiando-se no braço esquerdo. A outra mão afastou meus cabelos ruivos caídos sobre os ombros e os seios. Os lábios desceram até a minha pele, beijando minha clavícula perto do pescoço, e, em seguida, o ombro e minha face. O toque era suave, cuidadoso. O calor que seu corpo emanava me aquecia mais que o calor do fogo na lareira, que se propagava pelo quarto. Mas, ainda assim, meu corpo tremia levemente. Estava nervosa como se nunca tivesse feito isso antes na vida. Jean-Luc olhou-me nos olhos de um modo ardente. E quando digo isso, é porque bastou apenas seu olhar profundo e obscuro para fazer minha pele arder dos pés à cabeça. Seus lábios finalmente encontraram os meus. Um beijo lento. Gostoso. Sua língua buscava a minha, entrelaçando-se a ela, quase como se fizesse amor. Minhas entranhas se incendiaram. Mais líquido quente escorreu de mim, descendo entre minhas nádegas. O peso do pênis de Jean-Luc em minha virilha mostrava o quão ele estav
ClaireJean-Luc se virou para mim. O pênis semiereto balançou com o movimento, atraindo o meu olhar. Ele respirou fundo e inflou os ombros, corrigindo sua postura, tornando-a implacável. Um pequeno sorriso formou-se em minha face quando meus olhos voltaram aos seus. Os punhos antes cerrados, relaxaram. Então ele sorriu de volta. — Vem aqui. — Estendeu-me sua mão. — Não tenho certeza se consigo andar agora. — Senti minhas bochechas se aquecerem suavemente com a confissão. Jean-Luc abaixou o braço e caminhou até mim, parando aos pés da cama. Eu me coloquei sobre os joelhos e aproximei-me dele. Firmei meu corpo segurando-me firmemente em seus dois braços. As mãos dele se espalmaram em minha bunda, uma em cada nádega. Olhei para cima, encarando seu rosto. — Quero que durma aqui. — Eu trabalho amanhã. Tenho que estar na escola às oito. — Posso levar você para o trabalho. Estou acostumado a acordar antes do nascer do sol. — Nem roupas eu tenho aqui. — Sorri. — Posso dar um jeito nis
ClaireJean-Luc sorriu e caminhou até mim com passos lentos. — Eu disse... é para você. — Por quê? — Não percebeu ainda? — Ele esperou que eu dissesse algo, mas nada saiu pela minha boca entreaberta. — Não quero só foder você. Essa atração... é forte demais para que seja apenas casual. — Você está... — Ele estava? Não. Não é possível. É? — Está me pedindo em namoro? Ele sorriu cheio de divertimento. — Se eu te pedisse em casamento, você correria? Olhei-o ainda mais chocada, com olhos arregalados e quase sem ar. Ele riu. — Então, sim. Quero que o que tenhamos seja algo sério. Promissor. — A gente mal se conhece — disse baixinho, sentindo o desespero tremular dentro de mim. — E para que servem namoros senão para conhecer alguém antes de querê-la para sempre? Engoli em seco. Ele até que tinha razão. Mas eu esperava um pouco mais de sexo antes de ganhar um terço do seu closet. — Você não quer? — Seu sorriso se desfez. As mãos tocaram meus punhos, segurando-os firmemente. — É
ClaireDescemos os degraus até a sala de jantar onde comemos na noite anterior. Sentado à mesa, à esquerda da cabeceira, estava um homem. Ele ergueu a cabeça quando entramos e sorriu calorosamente. — Deus do céu. Então, ela existe mesmo! — disse impressionado, levantando-se. — Cale a boca, bastardo — disse Jean-Luc em tom humorado. — Sou René. — Apanhou a minha mão, beijando o dorso em seguida. — Muito prazer. — Claire. — Eu sei. Ouvi falar de você. — Sorriu convencido. — Já pode soltar a mão dela, René — disse Jean-Luc, com menos humor dessa vez. René ergueu as mãos para o alto, rendendo-se. Ele se parecia com Jean-Luc, exceto pela cor dos cabelos e os traços dos olhos. Apesar de azuis, eram levemente puxados nos cantos externos. Parentes, sem dúvidas. — Sente-se — disse Jean-Luc ao puxar a cadeira para mim, à direita da cabeceira. Ele se acomodou entre mim e René. — Você precisa ligar para o Louis — René começou a dizer cheio de preocupação. — A carga perder o rastreamento.
ClaireLavava os pincéis na pia, ao canto da sala, enquanto ainda sentia pulsar na minha mente o desejo de pintar. Apanhei alguns dos pincéis e sentei-me em frente a uma tela vazia, próxima da janela e de costas para a porta. Molhando o pincel chato de três centímetros na tinta preta da paleta em minha mão esquerda, dei a primeira pincelada escura na tela. Suspirei, sentindo um pouco de alívio. Fazia tempo que não pintava algo que não fosse uma cópia careta de algum pintor impressionista. Lentamente, segui pintando. Sem pressa. Meu coração batia mais forte, vez ou outra, um pouco mais rápido. As mãos suavam frias. Mergulhei o pincel no copo d’água e apanhei outro, uma língua de gato. Comecei a fazer o contorno da figura que vagarosamente surgia em minha tela em tons de azul. Concentrei-me tão bem no que fazia que não percebi quando alguém entrou na sala e se aproximou por trás. Quando senti mãos masculinas se agarrarem à minha cintura, gritei, levantando-me em um pulo, derramando em
ClaireAo passar pela porta do apartamento, apanhei o celular na bolsa. Sentei-me no sofá da pequena sala e liguei para Charlotte. Ela atendeu no segundo toque: — Espero que esteja livre essa noite. Quero sair para jantar. — Está bem. Para onde quer ir? — Pensei de irmos ao L'Avenue. — A gente se encontra lá. Às sete, pode ser? — Perfeito! — falou entusiasmada. — Mas me diga... Você viu de novo o bonitão? Uma risadinha escapou de mim. — Sua safada! Vocês já transaram. Okay. Quer saber? Não diga nada. Me conte tudo no jantar, com detalhes! — Combinado. Até daqui a pouco. Encerramos a chamada e a campainha tocou. Meu cenho franziu com estranhamento. Caminhei até a porta e espiei pelo olho mágico. Era um homem, um que nunca havia visto ali no prédio. — Quem é? — perguntei recostando na porta. — Eu me chamo Émile. Sou seu vizinho aqui do lado. Eu acabei de me mudar e... será que você não teria uma chave de fenda para me emprestar? Destranquei a porta e abri. O homem alto de pel