Quando Eliza foi exumar o corpo de sua avó para enterrar um tio distante, encontrou dentro do jazigo da família, uma foto sua. Desde então, coisas inexplicáveis começaram a acontecer, trazendo à tona segredos obscuros da família que estavam guardados há muitos anos. A protagonista narra de forma assustadora como escapou de uma teia sobrenatural, onde a ambição e a vingança de parentes próximos afetaram a normalidade de sua vida.
Ler maisA verdade é que não existe crime perfeito...Eu poderia esperar por tudo, menos por alguém que estivesse dentro do carro consertando o radio na mesma hora naquela noite, e que me viu arrebentar a porta e quebrar os equipamentos.Você teria feito barulho se visse uma louca com um machado na mão destruindo o que via pela frente?POis é....ele observava tudo sem mexer um só dedo.Não seria coerente questionar uma louca com um machado na mão e por conta disso, ele esperou que eu fosse embora filmando meu rosto e toda a minha ação com a camera do celular.Essa maldita tecnologia.Eu estava tão agitada que não vi ninguém e não reparei movimento estranho dentro de carro algum.Afinal como eu poderia saber que meu vizinho estaria quase de madrugada ocupado com o rádio.Eu simplesmente precisava fazer o que tinha que fazer.
A cada corte dado, o jeito mudava, afinal não tinha prática no que fazia. O sangue jorrava cada vez que um membro era decepado. Não sei explicar, mas eu me sentia incrível. Saber que ela não sentia dor, me ajudou a continuar o processo de modo dinâmico. Percebi que depois do sexto ou sétimo pedaço amputado do corpo, nada mais me incomodava. Nenhum remorso, nenhuma dor emociona...Apenas satisfação. Vi que na prática, algumas partes eram mais difíceis de serem separadas, no entanto, eu não desistia... Não importava o tamanho do cansaço físico. Foram apenas três vezes que precisei parar para descansar e sempre que retornava a cortá-la, era com mais precisão. Com mais vontade. Perdi a noção de tempo e espaço. As horas passavam como se nada mais existisse. Não importava o relógio... Tudo estava resumido naquele momento. A música no fone de ouvido me envolvia na atmosfera que surgia ao meu redor a cada machadada. Parecia que eu estava em transe. Meu
Eu não consigo dizer pra vc, Carla, quais pensamentos surgiram. Eu tinha um grande problema pra resolver e precisava solucionar. Em uma mão, tinha um irmão viciado que havia matado nossa mãe. Na outra, uma mãe controladora, obsessiva e paranóica morta no quarto de casa. Comecei a pensar como me livrar disso e tirar Raul dessa situação. Quanto mais, eu pensava menos tinha o que fazer. Eu até poderia ligar para a polícia, mas já não era mais uma opção. E quanto tudo parecia sem saída, ouvi Raul sussurrar meu nome. Olhei para ele com total desprezo, porém com uma gratidão imensa, afinal ele tinha resolvido a maior parte dos meus problemas, matando mamãe. De certo modo me sentia em dívida com meu irmão. Foi exclusivamente por isso, que aceitei fazer o que ele propôs em seguida. ... Raul disse que um amigo muito próximo havia deixado com ele, seus dois cachorros da raça Rottweiler, pois o rapaz precisaria viajar a trabalho e
Sara esperou que eu me recuperasse do baque. O mundo se abriu aos meus pés e eu não sabia o que mais o que fazer ou falar.- Posso continuar ou você já foi muito sacrificada?Olhei para a detenta que continuava com a mesma postura arrogante e sarcastica de sempre. Me ver vulnerável era o ápice do seu prazer.Me recompus ciente agora de que iríamos até o fim, fosse a verdade qual fosse.- Continue, por favor.- Vou lhe contar absolutamente tudo o que aconteceu no dia do crime e com detalhes.Assenti com a cabeça tomando mais gole de água e então Sara começou a relatar o que realmente aconteceu....." No dia do crime, mamãe foi almoçar com Anderson, meu irmão. Ela disse que sentia saudades do filho e que ia vê-lo. Sabe como é mãe, né?Na hora, achei estranho porque mamãe qua
No dia seguinte, eu estava tão ansiosa para encontrar Sara que minhas olheiras quase se uniam ao queixo. A madrugada inquietante, seguida de diversas viradas noturnas na cama, cercava-me de pensamentos e indagações sobre o que estava por vir. A ansia de que Sara me desse informações valiosas sobre a falsificação dos documentos entre outras coisas, me deixavam diante de conflitos internos. Eu torcia para que meus pressentimentos estivessem errados. Que meus sentimentos fossem passageiros e que a verdade não fosse tão cruel. .... Ao entrar na cela, Sara já me aguardava. Percebi que não tinha sido a única com insônia. Ela estava de costas, seu cabelo agora estava solto e um perfume doce envolvia o ambiente. - Bom dia, Sara. - A cumprimentei amigavelmente. Enquanto me acomodava, ela observou atentamente meus movimento, como se tivesse imersa em reflexões. Sem falar nada, ou demonstrar incômodo com seus olhares, tirei de min
Ao acordar, olhei para Raul que parecia em um sono tranquilo ao meu lado, após a noite de prazer mútuo. Cuidadosamente, levantei, coloquei meu roupão e preparei a mesa do desjejum. A todo momento, as ideias e suposições conflitantes em minha mente não me deixavam um segundo em paz. O certo e o errado. O viver intensamente o momento ou admitir que estava envolvida emocionalmente com tudo o que acontecia ao meu redor. Preocupações com Abílio e todos os seus joguinhos que me envolveram em um projeto arquitetado desde o começo. Indícios de que Raul poderia estar envolvido no crime da irmã, e evidentemente se Sara entraria em contato depois de tê-la colocado definitivamente contra a parede. Eu sabia que tinha ousado demais em pressioná-la daquele jeito, pois se ela resolvesse não me dizer a verdade, tudo acabaria. Eu voltaria para minha cidade, o livro não seria publicado, pagaria uma multa absurdamente alta e mancharia meu nome para no meio profissional.
Vi Sara adentrar na cela com as mãos algemadas e com o uniforme peninteciário de praxe. Quase sempre sentia pena de seu estado, mas não hoje. Hoje queria confrontá-la, agredi-la se pudesse, porém precisava me controlar a todo custo para não fazer uma besteira e colocar tudo a perder. Para variar, o sorriso sarcástico apareceu, enquanto as algemas eram retiras, e ela se acomodava. Era como se ela soubesse, que dentro de mim um vulcão estava prestes a entrar em erupção. Nos encaramos em silêncio e assim que a agente penitenciária saiu da cela, voltando-se para a porta de ferro, ela perguntou: - O que houve Carla? Parece aflita. - Suas palavras saíram entre um riso no canto da boca e mais uma vez contive o impulso de apertar o seu pescoço até que ela ficasse sem ar. No entanto, foi em vão. Sara depertou em mim algo que há muito estava guardado. A ira. - VOCÊ MENTIU PARA MIM! MENTIU O TEMPO INTEIRO ! - Bati a mão direita na mesa, fazendo ecoar no
Assim que desembarquei no aeroporto, rapidamente solicitei um taxi para me levar até a casa de seu José. Para minha sorte, o motorista estava de bom humor e sabia da rota mais rápida até o meu destino. Em torno de quarenta e cinco minutos, cheguei o local solicitado deprando-me com uma casa modesta de muro amarelo. Não pude evitar que durante todo o caminho, inúmeros questionamentos me rondavam, assim como não conseguia enxerga até um dia atrás, uma das coisas que faltavam na história de Sara. Passei a noite, praticamente lendo e relendo os documentos de minha posse, assim como ouvia consecutivamente a gravação da conversa co seu José. Ficava evidente que as datas de aniversário, não coincidiam e procurar pelo tio de Sara, era praticamente dar um passo gigantesco em direção ao desconhecido, afinal ela havia mentido para mim e aparentemente para todos os envolvidos na época do julgamento. Cabia a mim, após quatorze anos saber o que tinha realme
Assim que abri a porta do flat, tomei um susto que quase me fez desmaiar. Um homem de costas vestindo roupas socias olhava para a deslumbrante vista lá fora e se não tivesse reconhecido a estatura, teria ligado para a polícia. Assim que fechei a porta, Abílio se virou e encarou-me seriamente. - Abílio! Você quase me matou de susto. O que está fazendo aqui? Com o semblante misterioso, pediu para que eu me sentasse. - Carla, temos negócios a tratar. - Você podia ao menos ter me avisado que viria me visitar. - Eu gosto de pegar as pessoas desprevenidas. Deixei a bolsa em cima da mesa e puxei a cadeira, sentando-me, cruzando os dedos das mãos sob o vidro e arfando para o suspense que meu patrão fazia diante de mim. - Carla... - Ele se aproximou de mim. - O que pensa que está fazendo? - Como assim? - Indaguei na defensiva. - Eu sei que você está saindo com Raul, irmão de Sara e