Abraçada aquela pessoa que fisicamente não tinha nada a ver comigo e que por alguma razão nos víamos mutualmente nas fotografias, deixei que minha armadura fosse desmontada, percebendo a importância da situação que nos cercava.
Tudo o que sabia por enquanto, era que Eva tinha sido amante de Caolho, a quem ainda desconhecia e por vários motivos, a esposa se propOs a fazer trabalhos espirituais, resultando em um grande esbarrão de minha vida no caminho de todos os envolvidos.
Eu precisava de mais respostas, mas não era o momento e entendi perfeitamente que a espera exigida era necessária e não a exigências de respostas que ninguém tinha.
- Eliza.. - Eva se afastou de mim, enxugando suas lágrimas. - Você sabe que é uma grande médium? Ou já desconfiou de sua sensitividade?
Eu não sabia exatamente onde Eva queria chegar, mas
Na semana seguinte por volta das treze horas de segunda-feira, retornei ao centro de Eva e Martim, a quem não tinha sido apresentada oficialmente.No portão azul, uma fila quilométrica se extendia até a esquina na rua e deduzi que fosse para o tratamento de Reiki.Passando na frente de todo mundo, toquei a campanhia e vi que algumas pessoas me olharam de cima abaixo, reprovando minha ação proditória de passar na frente.Tão logo o portão se abriu e Eva me recebeu com um largo sorriso no rosto.Seu semblante descansado combinava perfeitamente com o lindo uniforme branco da casa, que levava o emblema próximo ao ombro esquerdo.- Olá, Eliza! Entre por favor. - Fui cumprimentada amigavelmente e de forma entusiasmada.Quando a porta atrás de mim foi fechada, mal contive minha ansiedade.- As pessoas que estão ali fora, são para o R
Não demorou para que me enturmasse com os médiuns da casa e tão logo conhecer um por um.O meu trabalho no Reiki que englobava preencher e ouvir histórias de pessoas de todos os tipos, exalava dentro de mim uma sensibilidade em entender mais e melhor as doenças e os tipos de ajudas que os assistentes necessitavam.Às vezes, apenas o meu bom ouvido já resolvia o problema, no entanto, outras vezes isso acabava não sendo o suficiente.Passei a perceber que o centro como um todo, me fazia muito bem. Dormia melhor e ficava menos ansiosa.Na faculdade, não me sentia tão sobrecarregada e estava mais animada para eventos sociais.Porém, alguma coisa dentro de mim insistia para que levasse mamãe até o tratamento de Reiki ministrado por Eva e seus "filhos".Queria que ela conhecesse o meu recente trabalho voluntário que surtia efeito substanci
Mamãe e eu chegamos com uma hora de antecedência para o Reiki por motivos óbvios, pois precisava me organizar para começar a distribuir e preencher as fichas dos assistentes.Quando Eva e Martim nos viram, vieram logo nos cumprimentar animadamente e parecia que mamãe era uma velha amiga, já que a sintonia que exalavam na primeira vez que se viam indicava um reencontro.Mamãe ficou atenta a cada detalhe do lugar e principalmente aos médiuns que transitavam para lá e para cá.- Vá Eliza! Leve sua mãe para cima e a acomode. O portão abre daqui a pouco.- Sim Eva, obrigada. - Obedeci guiando mamãe para o segundo andar.Subimos em silêncio e a música Reikiana que envolvia o ambiente trazia ainda mais tranquilidade.- Mãe senta aqui, por favor. Vou arrumar as coisas para começar a receber os assistentes. Você vai ser a
Foram três meses de aprendizado teórico no Reiki.A professora e médium Patrícia que ministrava o curso dentro do próprio centro, tinha semanalmente uma demanda de dez a quinze alunos por aula e como as aulas aconteciam toda quinta-feira, o estudo se dava ao dia inteiro.A procura pelo curso entre os próprios médiuns da casa, aumetava gradativamente.A conclusão dos primeiros três meses de aula teórica nos proporcionava uma passagem para o início do conhecimento prático.Porém, era exigido que continuássemos a assistir as aulas que consequentemente se intercalariam com o treinamento prático no dia do Reiki.Apostilas, cadernos, canetas e muitos livros foram usados por mim constantemente, já que meu comprometimento com a atividade me envolvia cada vez mais.Começava a aprender a usar minha energia de forma adequada.A en
Diferente de Eva, Martim residia dentro do Centro. No fundo do terreno, havia uma casinha semelhante a de um caseiro, onde um quarto, sala cozinha e banheiro acomodavam o comodante.Os comentários eram que ninguém tinha permissão para entrar no seu lar sem ser convidado, a não ser Eva, a única que podia transitar livremente em qualquer lugar do terreiro.No entanto, assim que toquei a campanhia, a porta logo se abriu, pois Martim me aguardava chegar. Seu andar lento e seu semblante preocupado parecia saber que suplicava por ajuda.- Entre minha filha. Eva me ligou e em breve estará aqui.Entrei aflita e com o coração acelerado. Estava tão aterrorizada querendo tantas respostas que era difícil saber por onde começaríamos.Martim pediu que fosse até o escritório, pois ele subiria em seguida.- E Eva? - Perguntei ansiosa, parada no meio da es
Assim que cheguei no Centro, Martim me recebeu com um sorriso no rosto. O dia estava movimentado, já que os médiuns da casa organizavam o espaço para as atividades que aconteceriam à noite. No meu corpo, mais e mais pretuberâncias em formato de figuras geométricas expunham algo de errado espiritualmente. Eu ainda não sabia o que eram e acreditava que apenas Martim e Eva poderiam me ajudar. - Minha filha, que bom que chegou!Estou preocupada com seu estado. - Disse Eva atrás de Martim, segurando um jarro de flores brancas. Sorri por saber que seria ajudada e que de certa forma estava em "casa". - E então, temos gira hoje à noite. Você vai participar? - Eva... Preciso de ajuda, mas não sei o que vai acontecer. - Deixe-me ver seu braço. - Ela puxou meu pulso, olhando diretamente para o triângulo saltitado em minha pele. - Trouxe alguma muda de roupa? - Perguntou cética. - Não, mas meu uniforme está no vestiá
Na manhã seguinte acordei sentindo os efeitos do esforço físico da noite anterior. Meus músculos latejavam de dor e parecia que eu havia malhado quatro horas seguidas.Minhas pernas, costas, braços e todo o resto me faziam grunhir de desconforto, porém a gratidão e a felicidade que transbordavam dentro de mim, superava qualquer incômodo.Olhei para meu antebraço, procurando pelas figuras geométricas que haviam se formado em minha pele, e contente constatei que não havia sinal delas.As pretuberâncias estranhas que antes me preocupavam, agora haviam sumido. Certamente, o banho de ervas havia influencidado drasticamente no resultado. Era como um passe de mágica....Mamãe colocava a mesa do café da manhã quando a cumprimentei com um beijo no rosto e um abraço apertado, o que fez com que ela percebesse que algo em meu semblante estava m
Nas semanas seguintes, priorizei os estudos espíritas na minha rotina. Passei a ler diariamente diversos livros sobre o mundo da Umbanda, doutrina, as sete linhas da Umbanda, rituais umbandistas, a sabedoria da Umbanda, apometria, iniciação entre outros. Todo o material ajudava-me a entender e conhecer mais sobre o novo mundo que ingressava. Com isso, percebi que estava mais calma, que não acordava de madrugada como antes com as crises de sonambulismo de mamãe e um leque de novos conhecimentos sobre questões espirituais se abria para mim gradativamente. Contudo, no calendário do Centro divulgado semanalmente por Martim a casa realizaria a sessão de Caboclos. Evidentemente, sem perder tempo dediquei algum tempo para ler sobre eles e consequentemente entender o trabalho que seria feito na própria sessão. O que me ajudava muito também, era a conversa que tinha com alguns médiuns da casa, ou seja, os mais experientes. Aqueles