Gatilho.RUELKate passou pelo portão assim que o mesmo foi aberto. A senhora Evans estava bem vestida, como de costume. Usava um vestido luxuoso de uma das suas coleções e seu salto fino. Seu cabelo longo caía em seu ombro. Tirou seus óculos escuros enquanto caminhava e se aproximava. Me notou sentado na espreguiçadeira da área externa e engoliu seco, criando coragem para falar.Fazia duas semanas que eu não voltava para a casa dos Evans. Não queria e nem quero vê-los ainda.Minha mãe me surpreendeu aparecendo aqui do nada. Eu não esperava que ela viesse aqui, já que a mesma não costuma vir.Ela molhou os lábios nervosa.Seus olhos tristes e expressão cansada de sempre. Forçou um sorriso e parou em minha frente.Eu segurava um baseado pequeno nos lábios enquanto a observava. Estava curioso para saber o que ela queria falar. Talvez me convencer para voltar casa? Nem fodendo.Se fosse isso, ela poderia virar a porra do seu rabo e ir embora daqui. Eu não voltaria. Deixei bem claro quand
LOREAbri a porta vermelha, já notando o Thomas se aquecendo. Ele usava apenas uma calça de pano e seus dedos enfaixados, como todos os dias. Seu peitoral musculoso brilhava devido ao sol que entrava pela fresta da janela, me fazendo engoli seco. O homem em minha frente era forte. Alto. Seu cabelo úmido devido à transpiração salgada. Olhou para trás assim que fechei a madeira atrás de mim, e parou de socar o saco de pancada que ficava em frente ao seu corpo.Todas as noites eu descia aqui e treinava. Ele me ensinava luta e não foi tão difícil pegar o jeito. Óbvio que eu sempre perdia para ele, até porque o Thomas era experiente para caralho, mas já recebi seus elogios por ter sido rápida e aprendido muito em pouco tempo.Ajeitei o top preto e movi o pescoço, estalando o mesmo e me aproximando.O alto andou até a estante e pegou sua garrafa de água, logo virando o líquido transparente em sua boca e engolindo o mesmo. Suspirou e colocou suas mãos na cintura. Lambeu os lábios e voltou pa
LORE— Por quê? — perguntei irritada. — Eles podiam acabar comigo.— Mas você ganhou deles! — respondeu rápido e parado. Seu corpo rígido enquanto me observava gritar.— Você é maluco! — exclamei andando até uma cabine e ligando o chuveiro. — E se eu falhasse, porra? Se eu perdesse?— Eu sabia que você acabaria com eles. — ele disse.Olhei novamente para alto, que ainda se mantinha atrás de mim, fora da cabine. Seus olhos percorreram meu corpo suado e pararam nos meus seios, então fiz o mesmo, suspirando quando notei os bicos desenhados.Eu estava excitada?Thomas encarou o meu rosto com sua pupila dilatada e molhou os lábios lentamente. O lugar ficou pequeno. O calor e o vapor me fazia perder o ar e continuar olhando para o segurança em minha frente.Minha respiração acelerou e meu peito pulou. O meio das minhas pernas pulsava. Eu queria foder. Aqui e agora.Me aproximei do moreno que logo se apressou em se afastar, mas eu não desisti. Colei nossos corpos e alisei sua barriga. Ele ne
RUELJulie tinha se alojado no quarto em frente ao meu. Tirei meus instrumentos de lá e coloquei-os aqui. As guitarras presas na minha parede, mas o piano ao lado da janela. Até que não tinha ficado muito apertado, já que aqui é menor do que na mansão.Dois dias atrás me aproximei da Lore. Sei que não devia fazer isso, mas eu tinha que ter certeza que ela não sabia sobre o Benjamin mandar o Vargas na casa da garota que agora tá morando comigo. Pela sua expressão confusa e surpresa, era nítido que ela não estava ciente de nada, e isso me deixou ainda mais curioso.Hoje é sexta. Dia do evento da empresa Orlando's. Soube que seria diferente. Eles fariam um baile de máscara e os Evans foram convidados, como eu suspeitava.Ainda estava decidindo se iria ou não, mas esse evento poderia ser uma chance de descobrir o que Benjamin planejava com a Julie.— Então você vai? — ela perguntou após aparecer na área externa.Dei de ombros acendendo o cigarro.— Talvez... — respondi.— Posso ir com voc
Gatilho.LOREQuando Ruel finalmente sumiu no meio da multidão, me apressei em segurar o Thomas que tentava passar e ir atrás do loiro. Agora estávamos nos movimentando lentamente no ritmo da música. O clima entre nós dois era ruim e desconfortável. Não por ele e sim por mim. O alto segurava minha cintura como se não quisesse, e sua mão direita que segurava a minha estava frouxa.Movi os olhos pelo salão, logo notando que os meus pais ainda não estavam ali. Onde eles foram? Será mesmo que o Vincent estava certo?Os Evans e os Orlando's estavam juntos? Fizeram um acordo? Todo o meu sofrimento foi em vão? As tentativas de assassinatos? A tentativa de estupro? O sequestro?Argh...Isso tudo é irritante e estressante.Cerrei os dentes e encarei a mesa vazia do outro lado da grande sala. Meu segurança ainda se movimentava enquanto eu me mantinha pensativa.Ouvir o que o Ruel tinha dito me deixou confusa e tudo mais caótico. No fundo, eu sabia que ele não tinha toda a culpa, boa parte dela
Gatilho.LORESentei no banco de passageiro e minha amiga começou a dirigir o meu carro, o que me fez agradecer. Eu não tinha forças e nem estava em condições de segurar um volante. Eu queria chegar logo e poder abraçá-lo. Dizer que estava tudo bem e que eu tinha o perdoado.Cada minuto que passava, parecia que o quarteirão dele ficava mais longe. Eu estava apertava as minhas coxas impaciente e ansiosa. Meu rosto molhado devido às lágrimas que ainda insistiam em descer.Quando vi seu portão, meu coração disparou. Anne parou o veículo e desci em questão de segundos. Apertei o botão da campainha e sua demora de abrir o aço branco em minha frente me frustrou. Toquei mais uma vez e nada. Impaciente toquei mais três vezes e ouvi o barulho dele sendo aberto.Caminhei em passos ligeiros pelo seu jardim e me aproximei da porta de entrada, a qual ainda estava fechada, mas logo foi aberta por Julie. A garota me olhava confusa. Vestia uma blusa larga e um short de pano. Ignorei-a e me apressei e
Gatilho.RUELEstava focado nas ruas que passavam. Orlando dirigia desesperadamente, nos levando para a mansão dos Evans. Durante o caminho todo o silêncio pairou no carro, e só foi quebrado quando pedi apenas para irmos para a casa dos meus pais.Meus pais.Meu coração doía sem acreditar no que tinha acontecido. Eu sentia um vazio dentro de mim. Eu a amava, independente das nossas desavenças. A culpei tanto por não ter interferido quando o Ralph me espancava. Eu sabia que ela sofria também, mas não mais do que eu.E agora ela estava morta.Suicídio?Não. Ela não se drogava.Meus olhos arderam querendo permitir que as lágrimas descessem, mas eu não queria deixar. Não tinha o direito de me sentir triste, sendo que também a torturei por meses. Culpando-a e acusando-a.Lore ao meu lado estava calada. Tão deprimida quanto eu. Notava uma hora ou outra que a morena desviava sua atenção para mim, mas continuei olhando para frente. Estava enfurecido, mesmo sabendo que ela não tinha culpa nenh
Gatilho,LOREOlhei novamente para o rosto sereno do loiro que agora estava dormindo. Ele só conseguiu pregar os olhos há uma hora antes. Seu corpo e sua mente o castigava. Ruel estava deprimido e triste, mas agora que sua mãe foi assassinada, ele parecia pior. Culpado e ressentido.Levantei da cama e andei até o seu closet, onde peguei um moletom seu e vesti, juntamente com um short meu da cor azul de algum pijama que ainda estava por aqui. Talvez eu tenha esquecido ou ele tenha trazido da sua casa.Peguei o telefone vendo que eram quase sete da manhã.Entrei no banheiro, lavando o rosto e encarando o quarto assim que voltei. Observei o loiro mais uma vez quando sua mão rastejou pelo tecido branco da cama, provavelmente me procurando.Andei até a sacada e olhei o céu lá fora pelo vidro fechado. As nuvens escuras, anunciando que iria chover o dia todo. Isso normalmente acontece quando ocorre uma morte. Por um lado é triste e deprimente.Peguei um dos cigarros da carteira do Vincent em