AlbertoA cidade deslizava pela janela do carro, tingida pelo dourado tardio do pôr do sol. Samanta falava animada sobre fraldas, berços e roupinhas de algodão orgânico, apontando vitrines e lojas que jamais chamariam a atenção de Alberto em outro contexto. Ela estava mais do que feliz. Estava radiante.Alberto sentia que uma parte dele, só precisava daquilo para viver. O sorriso doce, as expressões exageradas e a entonação da voz dela que mudava com cada coisa que ela vislumbrava. A intensidade de Sam estava de volta. Do jeito que ele tanto apreciava.Mas naquele momento, ele ouvia a voz dela com uma espécie de reverência silenciosa. Não apenas por amor, mas por receio, um receio do incerto que começava a se entranhar sob a pele, sutil e constante, como uma febre silenciosa.Ela estava sensível. As emoções dela vinham em ondas, e ele as sentia antes mesmo que ela as nomeasse. Sua mão repousava sobre a coxa dela, firme, morna, como um gesto de posse, mas também de ancoragem, de perte
Gabriel Seus olhos fixos na tela do computador do escritório, que repetia as imagens gravadas no quarto da Masmorra Die. A excitação crescente turvando sua racionalidade, sua mão tocou seu membro rígido e dolorido dentro das roupas caras. Gabriel gemeu como um animal, quando Samanta tirou a calcinha rosa de renda delicada, ficando completamente nua. Sua pele perfeita reluzindo contra a luz ambarada, se mesclando ao vermelho do led da vitrine de “brinquedos”. - Perfeita.. – ele murmurou, a observando se vestir rapidamente. A gravação continuava, e o desejo explodia dentro dele, na ânsia de tocar, sugar e subjugar essa deusa negra, gostosa, orgulhosa, moldada para o prazer. – Você vai ser minha. Somente minha. E eu vou te domar, te domesticar, e te transformar na minha escrava mais obediente. Seus olhos fixos no ondular do corpo de ébano, subindo a calcinha transparente de tule, mal cobrindo o sexo pequeno, liso e macio, pronto para ser saboreado e deflorado de várias formas.Samant
SamA água quente do chuveiro se derramava por sua pele, o cheiro do sabonete de jasmim invadia o ar nublado pela névoa de vapor. Sam deslizou as mãos pelo corpo, a sua música favorita estava tocando na caixinha de som a prova d’água que ela colocou em cima do armário do banheiro.Pela primeira vez em muito tempo, ela estava se sentindo bem. Seu coração estava repleto de alegria por seu bebê, e ele estava aqui. O homem que ela amava profundamente.Sam se virou no box, afundando as mãos nos cabelos, enquanto as melodia da música bailava em seus lábios, de olhos fechados aproveitando aquele momento. Quando os abriu novamente, ela soltou um grito.- AHHHH! – o susto de ver Alberto parado na porta do banheiro, com os braços e tornozelos cruzados, e uma expressão de contemplação inédita no rosto; quase fez seu coração parar. – Que susto, Beto!- Parece que a Beyoncé decidiu dar um show particular. – ele comentou, num tom leve que ela nunca tinha presenciado. - Desde quando está aí? – Sam
Samanta Samanta Bastos é uma jovem publicitária de vinte e oito anos romântica e sonhadora, que desde criança sonhava com um casamento de princesa, uma família grande cercada de carinho; almoços de domingo recheados de risadas e feriados barulhentos e alegres. No entanto, o silêncio que a recebia nesse momento ao entrar em casa, era a sua triste realidade. Sam depositou as chaves do carro no aparador da sala e rumou para a cozinha em busca de uma garrafa de vinho. No caminho suas roupas sujas de terra ficaram largadas no chão. O barulho da rolha saindo do gargalo da garrafa se propagou pela cozinha silenciosa. Ela levou a garrafa a boca e se sentou no chão somente de calcinha e sutiã. Seus pensamentos bagunçados se alinharam em uma única pergunta. Como foi que chegou a esse ponto? A lembrança ainda queimava dentro dela, tão vívida e cruel como se estivesse acontecendo novamente. Flashback on Com o rosto banhado de lágrimas, Samanta viu Alberto Darius, o homem que durant
AlbertoOs olhos glaciais acompanharam as pessoas se dispersando. Samanta foi embora totalmente descompensada depois do que viu. Ela não devia ter feito aquilo.Seus punhos cerrados eram a prova de que seu auto controle estava por um fio. O esforço que teve que fazer para não agarrar aquela mulher e levá-la para o seu apartamento para lhe ensinar uma boa lição, era simplesmente sobre-humano.Alberto voltou para o anexo, e fechou a porta com uma pancada que reverberou por toda a estrutura de pedra.- Você disse que ela não viria aqui. – Catarina resmungou, virando a cabeça para o lado. – Por que ela tinha que aparecer?!- Isso também é culpa sua! INFERNO! – com movimentos rápidos e ágeis ele a desamarrou, libertando a mulher da plataforma em forma de X.- Fique aqui, o Ticiano deve estar chegando. – reuniu seus pertences, rumando de volta para a porta.- Alberto... eu juro que sinto muito... - Catarina disse baixinho.- Nunca mais! Você entendeu?! – ele advertiu, com um olhar frio.Sai
Estava na hora de acertar as contas Ícaro.Alberto dirigia como um louco, o motor do carro rugindo como sua própria fúria. O sangue pulsava em suas têmporas, a respiração acelerada e o gosto metálico da raiva na boca. Não havia tempo para pensar, para ponderar. Ícaro, o seu irmão precisava pagar pelo que fez.Ele subiu sem avisar, marchando como um predador para o apartamento de Vitório, seu irmão mais velho. A governanta sequer teve tempo de anunciá-lo antes que ele arrombasse a porta do escritório com um estrondo.Vitório e Ícaro se voltaram abruptamente, interrompendo a análise dos novos projetos para Dallas. O queixo de Ícaro sequer teve tempo de registrar a surpresa antes de receber o primeiro soco. O estalo seco do impacto ecoou pela sala, seguido de um grunhido de dor.Ícaro cambaleou, mas reagiu rápido. Com um golpe certeiro no estômago, fez Alberto dobrar o corpo para frente. Mas a fúria de Alberto era descomunal. Ele se lançou sobre o irmão, socando-lhe o rosto, costelas, om
SamantaQuando o despertador tocou de manhã, ela praguejou imprecações e o desligou. Suas pálpebras mal podiam se abrir, o peso da ressaca e da noite mal dormida era uma merda.Um cochilo de mais cinco minutos causou uma situação pior ainda. Sam caiu da cama em cima do vidro quebrado da garrafa de vinho.- Aiiii merda! – gritou, quando sentiu a pele ser cortada pelo vidro.Se levantou e correu para o banheiro quando viu o sangue pingar no chão. Pegou o kit de primeiros socorros e analisou seu rosto.Um fragmento estava cravado em sua testa, e o restante cortou os dois antebraços e pulso. Não era nada grave, então decidiu limpar e evitar uma visita desnecessária ao hospital.Tomou um banho rápido e verificou as horas. Para variar, estava em cima da hora. Vestiu um tubinho preto e um blazer branco, calçou os saltos agulha caramelo e pegou a bolsa de couro que sua prima Amélia lhe deu de presente de aniversário.A maquiagem poderia ser feita no banheiro da agencia, ela só precisava chega
“Eu nunca vou entender esse cretino.”, pensou surpresa, quando Alberto estacionou na área de embarque e desembarque da Cosmus, a agencia em que ela trabalhava. - Por que fez aquilo com o meu carro? – ela perguntou levando a mão a maçaneta da porta. - O que aconteceu com seus braços e o seu rosto? – ele rebateu, olhando fixamente para frente. Sam pensou em inventar uma mentira. Já era patético demais beber até cair no sono por causa de um chifre, agora cair em cima da garrafa, aí seria atestar sua idiotice. Ela puxou a maçaneta, decidida a não responder. Saltou do carro sem dizer mais nada e praticamente correu para dentro. Infelizmente deu de cara com Daniel Benevides, o sócio majoritário da Cosmus e seu chefe. Um homem que odiava atrasos e pessoas mal arrumadas. Tudo o que ela era hoje. - Pensei que não fosse dar o ar de sua graça hoje Samanta. – o homem alto e corpulento disse, ele avaliou sua figura lentamente.