Enfim a lua cheia começou na noite passada, o clima está mais frio, a temperatura caiu muito em alguns dias, logo a neve pode começar a cair, o que não é muito comum nessa época do ano. Ainda é começo da tarde, todos estão muito apreensivos, toda família está reunida aqui na casa principal, ninguém está para fora, as crianças estão distraídas na sala de TV, os adultos estão pensando na estratégia que usarão para pegar o crinos, planejam ser hoje a noite. Estou sentada no primeiro degrau que da escadaria vendo todo movimento, vestida com uma calça jeans, tênis All Star pretos nos pés, uma blusa de moletom preta e grossa. É como se estivessem se preparando para a guerra. Sabe aquela sensação de aperto no coração, está ficando cada vez pior, a cada segundo, cada milésimo de segundo, até que a dor ficou insuportável e eu gemichamando a atenção de todos, imagens começaram a passar em minha cabeça, imagens do crinos atacando alguém, alguém pequeno e de cabelos ruivos, meus olhos se encher
Correndo o coração acelera os batimentos enviando mais oxigênio para o sangue, a adrenalina corre por minhas veias, meus pulmões trabalhando mais rápido, estão doendo, minha garganta seca, eu sou uma presa, uma presa que está correndo e lutando por sua vida, minhas pernas doem por conta do solo da floresta e esforço físico, está frio, o vapor sai por minha boca, meu rosto está ardendo e avermelhado, o cansaço começa a me tomar, mas minha vida depende da minha rapidez, será? Não, eu acho que não, assim que Vanessa não aguentar mais prende-lo naquela barreira ele virá atrás de mim e serei devorada viva. Não aguento mais, meus pulmões doem, tive que parar, levei minhas mãos aos meus joelhos e puxo com força o ar para meus pulmões, acabo vomitando, algumas partes com sangue, deve ser por conta do acidente. — Continue! — disse a voz de uma mulher. — Não pare! — disse outra diferente. — Fuja Ayla! — disse a voz de mais uma. Mais centenas de vozes começaram a sussurrar em meus ouvidos par
A cidade virou um verdadeiro caos naquela madrugada, a noticia que a propriedade dos Blackwood tinha pegado fogo se espalhou como as brasas que saiam das casas entre a fumaça escura que podia-se ver até mesmo do centro da cidade, uma multidão curiosa logo correu até lá enquanto eu e Vanessa estávamos escondidas na casa de Mama Sinclair. Eu estava em total estado de choque para dizer o mínimo, tanto quer a generosa velhinha havia colocado uma bandeja com biscoitos e chá ao meu lado e eu só conseguia ficar olhando para o nada lembrando da maneira como Orion foi levado. O corpo dele parecia sem vida, parecia mais um boneco de pano enquanto o pai dele em forma de lobo o pegava na boca e sumia da escuridão da floresta indo para o norte, segundo Mama Sinclair a família deve ter ido para o Canadá ou mais além... Mas do que adiantava eu saber disso sendo que eu não sentia que Orion estava vivo? Tudo o que eu conseguia sentir era um dor, uma angustia e um oco no peito que não podia ser preench
Quando me mudei para essa pequena cidade rodeada por montanhas e florestas, que tem um clima frio e úmido, eu apenas desejava conseguir ter uma vida normal de novo. E tem um enorme motivo para isso e vou contar, mas vamos começar desde o início, onde tudo começou. Bom, começou tudo com uma mulher e um homem que se conheceram numa festa da empresa, ambos viviam em uma grande metrópole e os dois acabaram tendo um caso, mas então essa mulher acabou engravidando, o safado deu no pé por que estava noivo e ela teve a criança sozinha. Ela foi morar com a irmã, mas tempos depois ela morreu de um câncer no fígado, então a criança foi criada pela tia, e essa criança sou eu. Essa foi à primeira parte, agora vamos para a segunda. Eu sempre fui uma pessoa muito bonita, minha pele é num tom claro, meus cabelos escuros são compridos até os ombros, meus olhos são castanhos esverdeados, minh
Como minha sorte e o carma são uma v****, eu realmente fiquei doente logo a noite depois de pegar aquela chuva, tosse, nariz escorrendo, garganta doendo, um pouco de febre, nariz congestionado, espirros, se fosse para eu ganhar na loteria da má sorte eu estava milionária ou morta. Estava deitada em minha cama de solteiro de baixo das cobertas. Meu quarto não era um quarto incrível, era apenas a minha cama e minha escrivaninha, na parede da cabeceira de minha cama havia uma tapeçaria de parede preta, ela era a estampa de uma carta de tarô, a carta da lua. Na minha janela haviam pequenas flores suculentas, eu tinha um pequeno closet e mais nada, o quarto em si não era grande, minha tia e eu compramos uma casa no estilo artesão, ela tem dois quartos, um só banheiro no andar de cima, a sala da TV e a cozinha, temos um quintal grande cheio de árvores enormes, quando faz neblina parece até um filme de terror. &
O ar já faltava em meus pulmões, meu corpo estava quente e minha garganta doía ainda mais, tudo parecia ser um labirinto a minha volta, minha respiração não era constante, meus batimentos cardíacos estavam extremamente acelerados, até que parei, parei em meio a aquelas árvores enormes e tudo parecia rodar, levei minhas mãos a minha cabeça e berrei puxando os cabelos me agachando e continuei gritando, um grito que saia do fundo dos meus pulmões doloridos e da minha garganta. Meus joelhos caíram no chão, meu choro era alto, meus soluços faziam meu peito doer pela falta de ar, até que cai para o lado e me abracei tremendo, me encolhi em posição fetal, gemia e tremia, o mundo parecia estar acabando dentro da minha cabeça. Minha respiração foi diminuindo, normalizando, e meus olhos turvos fechando, eu estava sentindo cada músculo meu relaxando e tudo simplesmente escureceu.  
Ainda no hospital por conta do estado que eu havia chego, não apenas pelo inicio de hipotermia, mas também pela dor de garganta que piorou, acabou inflamando, e também pelo meu estado mental e emocional, uma terapeuta e o xerife foram falar comigo. Ela para entender o que havia acontecido com a doida estúpida aqui e o xerife para saber quem eram os três caçadores que me importunaram e me fizeram ter aquele surto. Claro que contei tudo, só falar o nome Joe e o xerife já sabia exatamente do trio de caçadores de quem eu falava. Comendo uma horrível e gosmenta sopa de hospital eu suspirava de tédio, até minha tia chegar. — Fui à sua escola justificar a sua ausência — disse tia Eve. — Se bem que todo mundo da cidade já sabe... — Eu
Narrado por Orion Ela chegou faz três meses, uma garota não muito alta de cabelos escuros e olhos castanhos esverdeados, magra e pálida, usava roupas escuras e sempre números maiores, os cabelos eram mal cuidados, não usava maquiagem e sempre parecia estar no mais péssimo humor que uma pessoa poderia estar. Quando entrou na sala pela primeira vez não quis se apresentar, se sentou na ultima carteira e durante todo esse tempo não fez um amigo sequer, não tirava boas notas, apenas parecia respirar por obrigação biológica. Ela acabou me chamando atenção, aposto que não queria fazer isso, mas sendo tão reservada ela meio que causou algumas lendas urbanas sobre si mesma. Para falar a verdade, o cheiro dela foi o que mais me chamou a atenção, um cheiro diferente, todo ser humano tem um cheiro especifico, mas o dela foi o que mais me chamou atenção, então, durante esses três meses eu
Bom, eu realmente me arrependi de colocar Ayla a força dentro do meu carro, ela não para de gritar, chorar, me chutar e bater, além de estar quase quebrando a maçaneta da porta e dando socos nas janelas, ela chega está vermelha de tanto gritar. — Ayla! Ayla! — chamo olhando para ela e para a estrada, eu não podia leva-la para a cidade estando daquele jeito, então estávamos naquela luta já havia minutos, estávamos perto da costa já. — Ayla para! — eu disse pegando em uma das pernas dela e apenas escutamos o som de algo destroncando. Ela gritou e eu soltei a mão imediatamente e joguei o carro para o acostamento, já estávamos de frente para o mar. Destravei as portas e Ayla abriu a dela, saiu correndo e mancando. — Ei! — eu gritei e ela continuou andando até parar num tronco caído. — Fica