Sinto roupas sujas sendo jogadas em direção ao meu rosto com agressividade e me levanto atordoada, meu corpo inteiro dói após um dia de trabalho árduo.
— Ei, órfã preguiçosa! — a voz ecoou sobre o porão. — Eu te disse para lavar todas as roupas, e o que seriam essas que sobraram? — Ela aponta para a trouxa de roupas que acabará de jogar em mim.
Levanto-me devagar, os músculos protestando a cada movimento. Encaro a figura imponente da minha tia, lutando para manter a compostura, mesmo que minhas mãos estejam tremendo de frustração e tristeza. Respiro fundo, buscando forças para não deixar as lágrimas traíras rolarem livremente pelo meu rosto.
— Eu… eu estava… tentando terminar, eu juro — as palavras saem da minha boca em um sussurro frágil, quase abafadas pela raiva contida.
Mas as palavras dela cortam meu ímpeto. Um nó se forma na minha garganta, mas preciso manter a calma, preciso. Com um esforço sobre-humano, controlo a vontade de rebater, resistindo ao impulso de explodir em choro. Limpo o rosto rapidamente, tentando disfarçar a fragilidade que transparece.
— Não fale nada, Anne, levante dessa cama e vá terminar os seus serviços. Você não mora aqui por caridade e sabe disto.
Aquilo parecia nunca ter fim, e quanto mais eu tentasse me esquivar de toda a escravidão, mais infelizmente eu não tinha para onde ir.
— Eu… eu fiz tudo o que a senhora me mandou fazer, eu não havia visto essas roupas — respondi com a cabeça baixa.
— Não, sua tonta. Não fez, você sempre faz as coisas pela metade. Levante-se e termine de lavar as roupas, como eu ordenei. Estamos entendidas?
Ela era uma bruxa!
Saio do porão e me dirijo até a área de serviço, sabendo que esse era o ciclo diário da minha vida. Respiro fundo mais uma vez, como se buscasse a coragem no fundo dos meus pulmões, e com passos pesados, saio do porão. Cada passo é como se carregasse não só o fardo das roupas sujas, mas toda a humilhação e desespero que parecem ser meu destino diário.
Meus pais haviam falecido em um acidente, e eu sobrevivi, mas não tinha lembranças claras deles, apenas algumas fotos e memórias fragmentadas.
Desde então, minha vida se transformou em um verdadeiro inferno diário. Eu era apenas uma criança de dez anos na época, e me recordo de que por mais que não entendesse muitas coisas na época, a dor da perda era insuportável.
Meus tios eram pessoas ricas, mas eu não tinha nada. Eles me tratavam como uma escrava, obrigando-me a limpar a casa todos os dias, a realizar todas as tarefas domésticas, especialmente minha prima Valerie. Eu não tinha voz nesse lugar, eu era apenas uma empregada. Não tinha parentes próximos, nem conhecimento sobre minha infância ou minha vida anterior. Às vezes, sentia-me como alguém sem identidade.
Meu tio é irmão de meu falecido pai. E mesmo assim, eles deixam com que maltratem dessa maneira. Eu sentia que eu era o pior lixo do mundo.
E era exatamente isso.
Aos vinte e dois anos, eu sonhava em me tornar médica. Meus tios permitiram que eu estudasse quando mais nova, apenas porque tinham outra criança em casa, e eles não queriam que as pessoas fizessem muitas perguntas.
Essa foi a única chance que tive na vida, e eu a agarrei com todas as minhas forças. Estudei incansavelmente, minhas mãos estavam cansadas de tanto segurar lápis e livros, mas eu consegui entrar em uma das universidades mais prestigiadas de Portland.
E é óbvio que mantive isso em segredo, pois sabia que meus tios tirariam essa oportunidade de mim se descobrissem.
Eles não queriam que eu tivesse sucesso, na verdade, eles nem sequer queriam que eu tivesse nada, pois assim, perdem a empregada. Eu os odiava, e na maioria das vezes, eu apanhava, principalmente da esposa dele, Amélia, que me odiava com todas as forças.
Eu estudava à noite, escondida. Mentia para eles, dizendo que eu dava aulas a uma garota, eles acreditaram e não me impediram, pois assim eles não precisam me dar nada para o básico.
Mas, na verdade, eu me sustentava com uma pequena bolsa que recebia na faculdade, era pouco, mas dava para suprir as necessidades.
Eu corria para as aulas noturnas na faculdade de medicina. Mas essa situação estava se tornando insustentável. Havia tantas tarefas que eu precisava enfrentar, e eu não sabia por quanto mais tempo conseguiria esconder essa realidade dos meus tios. Eu poderia optar por ir embora daqui, mas eles iriam me caçar como um animal.
Exausta, eu esfregava as roupas da madame na pia da área de serviço. Meus olhos ardiam de tanto sono, então me apoiei sobre a pia, na tentativa de descansar um mísero segundo. Aquela água da lavanderia estava fria, passei as minhas mãos molhadas em meu rosto, e bufei, lembrando que elas estavam molhadas.
— Argh! — Bufei irritada jogando as roupas na pia.
Ouvi alguém se aproximar. E pude sentir pelo ar de superioridade.
A minha prima Valerie. Ela era insuportável e me tratava como lixo, mas, na verdade, todos aqui me tratavam. Ela parecia encontrar prazer nisso. Suas palavras ofensivas e atitudes, para ser sincera, não me feriam mais. Passei quase metade da vida ouvindo coisas semelhantes, que eu não valia nada e que era uma órfã estúpida.
Eu não tinha esperança, mas tinha a determinação de continuar lutando, pois eu queria ser alguém, queria um dia ser a Doutora Anne Turner, o que parecia impossível.
— É melhor você lavar as minhas roupas direito. Não as coloque na máquina de lavar; são peças caras — Valerie apareceu atrás de mim, com seu ar de superioridade.
Virei-me para encará-la, meu rosto mantinha uma expressão impassível.
— Então, por que você não as lava, Valerie? — eu não hesitei em responder.
— Porque a empregada aqui é você, Anne. Deveria agradecer aos meus pais por terem te acolhido nesta casa, já que você não serve para mais nada — ela disse com um sorriso sarcástico.
— Eu não estou reclamando de nada, pelo contrário — disse.
— Então faça por onde, queridinha — ela disse rindo.
Mantenha a calma e ignore, Anne. Pensei.
A vontade que eu sentia era de rasgar todas as roupas dela se ela me dissesse algo mais.
Terminei minhas tarefas e o meu corpo já estava à beira do colapso.
Me encontrava tão cansada, passei o dia todo limpando, cozinhando e servindo. Era desumano o que eles faziam comigo. Entendo que eles me deram abrigo e comida, e que não tinham a declarada obrigação de me acolher quando perdi a minha família. Eu me recordava de um dia, em que sem querer queimei uma das roupas da minha tia enquanto as passava, e ela me desferiu tantos t***s no rosto que não aguentei e cai.
Sai dos meus pensamentos, estava pronta para me retirar e descansar finalmente de tudo, mas, como de costume, a vida tinha outros planos para mim.
Meu tio entrou no cômodo e anunciou que traria pessoas importantes para casa daqui a alguns dias, e adivinha só, eu teria a "honra" de servi-los.
Parabéns, Anne.
Suspirei profundamente, ciente de que não tinha escolha. Minha vida era uma série interminável de obrigações não desejadas, e a perspectiva de faltar a mais uma aula na faculdade nesse dia para atender a essas pessoas estúpidas e vazias, era apenas mais um fardo.
— Ok, tio Antony — falei.
Eu odiava minha vida. Cada dia era um teste de paciência, e eu já estava à beira do limite. A dor, a humilhação, a exaustão, tudo parecia inevitável, e eu me perguntava até quando conseguiria suportar.
Me encarei no espelho, observando as contusões no meu pescoço, elas estavam sumindo, ainda bem. Não aguentava mais ter que escondê-las com o cabelo. Bom, elas eram frutos das agressões que eu sofria.
Mesmo assim, antes de dormir, eu sabia que não poderia deixar meu sonho escapar.
Minha determinação vinha de um lugar que eu não conseguia identificar, talvez tivesse puxado aos meus pais, mas era o que me mantinha firme. Peguei meus livros e cadernos, e enquanto me dirigia para o quarto, eu sabia que, apesar de todos os obstáculos, eu poderia fugir disso um dia.
Amanhã, a cidade celebraria uma grande festa, marcando a comemoração anual da fundação.
Era um evento aguardado por todos, mas eu sabia que meus tios não me permitiriam participar. Mesmo assim, a ideia de comparecer à festa me enchia de um desejo profundo, uma ânsia por algo diferente, por um instante de liberdade.
Eu desejava intensamente ir, e estava determinada a encontrar uma maneira de fazer isso acontecer. Sempre havia um jeito, uma brecha na rigidez das regras.
Era como se a festa representasse uma pequena fuga, somente pensava em tomar um ar fresco, e eu estava decidida a aproveitar essa oportunidade, custasse o que custasse.
Eu estava prestes a dormir quando ouvi um barulho como se alguém estivesse vindo até o porão. Rapidamente escondi meus livros e me deitei na cama fingindo dormir.
— ANNE! — pude ouvir os gritos da bruxa da Amélia.
Meu coração acelerou rapidamente juntamente com a minha respiração, e eu me recostei no canto perto da parede com as mãos nos joelhos. Isso não era nada bom.
Ela entrou no quarto, sua expressão era de ódio. E eu não fazia ideia do que eu havia feito.
— Valerie disse que você manchou a roupa dela de propósito, você tem noção de quanto custou essa roupa?
— Tia… eu não estraguei nada, eu juro! A roupa estava normal.
Era mais uma das armações de Valerie.
— Irá pagar por isso. — ela falou retirando o cinto de sua calça jeans e desferindo em minhas costas.
A dor física era horrível, mas a psicológica era ainda pior. Eu só queria que um anjo, ou sei lá se algo assim existisse, me salvasse desse tormento.
Ela saiu me deixando sozinha. Entre a bagunça,e as lagrimas meus olhos se fixaram em algo que parecia não pertencer ao caos das roupas que foram jogadas em mim. Uma pilha de papéis, escondida entre as dobras de tecido.
Curiosa e confusa, pego a carta de cobrança. Ao desdobrá-la, meu coração aperta conforme leio as palavras impressas. Uma casa, uma herança que eu nem sabia que existia, penhorada para quitar dívidas. As lágrimas começam a obscurecer minha visão enquanto a realidade se desenrola diante de mim.
Eles fizeram isso comigo....
Aquela casa era mais do que tijolos e argamassa. Era a única lembrança física que eu tinha dos meus pais, e eu nem sabia disso.
Amasso a carta com força, como se pudesse desfazer a cruel realidade que se revelava.
A dor no meu peito se intensifica, e as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto. Sento-me ali, no porão frio e sombrio, segurando a carta, eu não podia perder essa casa. Mas essa divida ameaçaria minha futura carreira medica.
Eu os odiava.
O ônibus estacionou uns dois pontos antes da universidade, e eu precisava andar apenas alguns passos até lá. Meus olhos tentavam não se fechar pelo simples fato de ter que acordar antes de todos para fazer o café da manhã e os afazeres, mesmo após apanhar como uma mala velha.Não era simples conviver com toda aquela situação. Eu sempre percebi ser diferente das outras pessoas; era tímida e reclusa. Talvez fosse normal, considerando o ambiente em que fui criada como uma escrava a vida toda, sem nenhum resquício de amor ou afeto. Não havia muitas convicções ou esperanças para mim; eu nunca conseguiria ser feliz estando naquela casa.Muitas vezes, já me perguntei: se meus tios têm boas condições, por que não contrataram uma empregada?Isso era simples de responder; por que raios eles iriam contratar mão de obra se tinham a minha gratuitamente?Andei mais um pouco com dificuldade, pois meu corpo doía e latejava. Enfim, eu cheguei à universidade.As garotas me olhavam com desprezo e superi
O ambiente era totalmente diferente do que imaginei, eu criei tantos cenários em minha cabeça de como seria o baile de máscaras. É, eu não ia a festas. Meus tios me proibiam, sempre. Eu não os denunciava, pois eles eram influentes na cidade por conta de seus comércios. Então eu, uma órfã, que não tinha onde cair morta, iria desafiá-los. Quem eu pensava ser? Eles podiam fazer o que quisessem comigo que jamais iria haver alguém para me defender, e me deixavam ciente disso. Eles eram regados de segredos. Segredos que eu não fazia a mínima ideia de quais eram. Afinal, meu quarto era fora da casa, isso mesmo, eu vivia num quarto fora da casa. Quão legal minha vida era?A festa estava muito bonita, tudo bem-arrumado e todas as pessoas aqui parecem ser tão importantes, eu me sentia deslocada naquele lugar, mas ok. Era somente não deixar meus tios me verem aqui. Mas se tem uma coisa que viver naquelas condições subalternas me ensinaram, era a me esconder.Todos estavam me observando, talvez
Engoli o seco, encarando a figura brava de Amélia, ela estava furiosa, como se eu tivesse cometido um crime contra ela, ou eu nem sei o quê.Dei três passos para trás, tentando me afastar, eu não tinha para onde correr, e sabia o quão perversa ela podia ser.Eu tentava argumentar alguma palavra que pudesse me defender dos abusos sofridos, mas parecia impossível formular uma frase naquele momento.Minha respiração estava ofegante, minhas mãos tremem enquanto continuo a dar passos para trás quando percebo que já estou encostada na parede ao lado da cama, pois o porão era tão pequeno que eu mal cabia nele. Merda— Eu sempre soube que você era um lixo e devíamos ter deixado você ir para um orfanato. — Ela cuspiu as palavras em mim. — Eu só fiquei pouco tempo na festa, não quis…— Cala a boca, Anne! — me interrompeu. Uma mistura de choque e medo invadiu meus olhos, eu não sabia se ela estava brava pela festa, ou por mais o quê.— Por acaso, a diretora da faculdade onde você estuda, por
William Carter. Deslizo meu uísque favorito sob a bancada enquanto observo a mulher se vestir após uma longa noite. Eu já estava satisfeito, então queria que ela sumisse da minha vista o mais rápido possível.A maioria dos lobos gostava de fazer sexo em sua forma humana. E eu compartilho do mesmo pensamento, apesar de me sentir superior a essa raça. — Se o senhor desejar, posso ficar mais, meu alfa. — ela toca em meu ombro. Olho para a loba com desprezo. Em meus trinta e quatro anos de vida, não encontrei a minha companheira, e nem faço a mínima questão de encontrar. Elas são como um brinquedo para mim, as uso e quando já fizeram o que eu queria, mando embora.— Não. Você não quer que eu repita, eu odeio repetir as frases. — falei e ela saiu do quarto rapidamente com o resto de suas roupas na mão.Dei o último gole no meu uísque e segui para o escritório, quando Lucca, meu Beta, entrou no mesmo.— Senhor, há um problema na sede principal da construtora — ele disse. — Que problema
Anne TurnerEu odiava o escuro, não me remetia a coisas boas. Sentada neste porão, sem claridade externa alguma, havia me cansado de chorar e decidi. Se em todos esses dias e anos em que chorei nada mudou, de que adiantaria desperdiçar lágrimas?Fui até a porta do porão e como imaginei, trancada.“Merda!”, murmurei passando a mão entre os cabelos”. Não, não, não! Tenho que encontrar um jeito de sair desse lugar, minha tia irá me deixar aqui e só me tirar para fazer o que ela desejar".Suspirei, meu coração ainda batia fortemente. Procurei possíveis formas de sair, e bufei com a frustração. Era inútil.Eles haviam me deixado com fome. Mas tudo bem, hoje foi um novo dia. Me sentia como uma mercadoria danificada.De repente ouvi batidas na porta, e meu nome ser pronunciado em um pequeno sussurro. “Anne”, a pessoa do outro lado da porta falou”.Em seguida, o silêncio se instalou, e vi um prato de comida sendo passado debaixo da porta.Era Valerie.“Olha Anne, não sou muito sua fã, mas n
O carro estacionou em frente a uma mansão. Engoli as lágrimas durante toda a viagem. Ele abriu a porta do carro e ordenou que eu saísse. Uma voz em minha mente dizia que eu não era culpada por nada disso, mas todos os acontecimentos em minha vida pareciam fadados à desgraça. Havia apenas um buraco em meu peito, que me fazia gritar de tanta impotência.Eu estava possessa de ódio, ele me consumia, o meu interior gritava, eu parecia uivar em desespero, estava confusa.A fachada da casa era estonteante, com carvalhos-brancos muito comuns aqui em Portland. Eu observava tudo atentamente, tentando entender o que este homem queria comigo. Se eu tivesse escolhido, estaria bem longe dessa cidade e de tudo que a rodeia.Ele era tio de David, e se eu pedisse ajuda a ele? Provavelmente isso não daria certo. David jamais ficaria contra o tio. "Entre", William diz sem me olhar."Fiz como o mesmo pediu, não iria provocar a sua ira novamente, o tapa desferido em meu rosto já fora o suficiente. E
WilliamHoras atrás, a garota esperneou para não ir comigo. Quando decidi levá-la, nem sei ao certo o que se passou pela minha cabeça; eu só sabia que ela seria minha propriedade. E quando eu queria algo, ninguém seria capaz de negar.Ao chegar na casa dos Turner naquela noite, observei tudo ao meu redor. Seria ela a empregada deles? Eu podia sentir o cheiro da garota e me perguntava se ela era humana. Mas por que diabos eu estou me sentindo assim por uma mera mortal?Nunca fui do tipo de cara que se interessa por uma mulher por mais de uma noite, mas nunca tinha sentido essa sensação desde o primeiro dia em que meus olhos cruzaram os dela na festa. Enquanto a maioria dos lobos naquela sala tentava me bajular, minha mente só voltava para ela.A observei de longe, sua roupa de empregada, seu olhar cansado. Ela carrega algo em si, uma tristeza profunda. O bando conversava baixinho entre si, discutindo sobre assuntos estúpidos que nada tinham a ver com essa reunião.Foi então que decidi
AnneFaço uma lista mental de toda a casa para que eu possa não me perder. Me levantei da cama bem cedo, às seis da manhã já estava de pé. Meus cabelos, penteados, roupa vestida, não sabia o que me esperaria hoje. Mas tentaria fazer tudo perfeitamente para que ele não me fizesse mal. "Aqui Anne", a governanta Agnes me mostra a cozinha". Observo Agnes pacientemente enquanto ela me mostra o que deve ser feito. Estava com medo, não sabia como funcionava aqui e o que aquele homem queria comigo. Então, seja o que for, eu irei fazer."Pode colocar a louça na mesa querida Anne, o senhor Carter costuma descer daqui a pouco para seu desjejum. Em seguida, venha tomar o seu café na cozinha" ela aponta para o armário onde estão as louças"."Tomar café da manhã? " Falei nervosa com as mãos apoiadas no balcão. ""Sim, Anne. Você nunca tomou café da manhã por acaso?" a governanta arqueou a sobrancelha e me olhou intrigada"."Não é que… "fiz um gesto de balançar a cabeça" Deixa para lá, farei o que