Anne Turner Apesar dos contratempos, nossa lua de mel foi incrível.Eu e William passamos dias maravilhosos onde eu me permitia esquecer os problemas. Alongamos a nossa estadia na cidade de Nova York, pois estávamos esperando o resultado do exame de Dna.E esse dia chegou.Vic estava com o envelope em mãos, eu sabia que tinha a possibilidade de não sermos irmãs e tudo ter sido um engano. Mas eu queria acreditar no melhor.Os pais dela nos ajudaram em todo processo fazendo com que fosse bem mais rápido."Está pronta para abrir?" perguntou encarando o envelope com o resultado.""Seja o que a Deusa quiser."eu disse a ela."Devagar ela abriu o exame de DNA, e eu senti um calafrio percorrer a minha espinha.Quando ela abriu e leu primeiro que eu, Vic começou a chorar."Somos irmãs Anne."Meu cérebro estava tão nublado que eu não conseguia esboçar reação. Eu só pensava no por que. Por que Amélia destruiu a nossa vida assim? Eu agora não conseguiria sentir mais rai
William Carter.Eu particularmente odiava reuniões de negócios. Era exaustivo ouvir todos aqueles lobos prepotentes falarem enquanto eu sabia que metade deles não fazia nada que prestasse pelas suas alcateias.Seguro um drinks na mão enquanto o tédio me consumia e eu prestava atenção em tudo ao meu redor, menos no que o idiota no palco falava. Mas aquilo era importante para ter boas relações, eu sabia disso. "Então você é William Carter." a voz feminina ecoou sob meus ouvidos."Olhei para a frente e dei de cara com a loba loira em seus 1.70m de altura, e um perfume que espantaria mil lobos de vez."O próprio.""Ouvimos falar da sua matilha em Portland, um dia eu e meu pai gostaríamos de fazer uma visita."Ela era filha de um dos Alfas da alcateia vizinha. "É. Você e seus pais estão convidados." forcei uma gentileza.""Sabe…" a loba se aproximou." Você é um dos Alfas mais charmosos que eu conheço, Carter. Que tal se adiar sua volta para Oregon hoje? Podemos tomar um vinho…Tudo por m
Anne Turner Um dos primeiros natais que eu passaria comemorando. Era até inacreditável.Tudo que eu sonhei e pedi estava se realizando, coisas simples, como poder participar do natal sem ser como uma empregada. Poder comprar presentes para quem eu amava, e ter uma família para chamar de minha.Me abaixei para pegar os enfeites de natal no porão e imediatamente lembrei-me de como odiava o escuro. Ele me trazia sensações ruins, prisão, desconforto, mas agora isso não precisaria ser um motivo para temer.Eu costumo dizer que a felicidade é algo singular. Nem sempre estará tudo perfeito e harmônico, mas também haverá momentos bons, felizes. Se fossemos felizes o tempo todo não daríamos o devido valor à felicidade. Peguei os enfeites e os pendurei na árvore de natal. Foi quando senti uma mão em minha cintura e pude sentir diversos calafrios,assim como a primeira vez que aquela mão me tocou. Ainda era o mesmo sentimento."Eu te ajudo com isso." William segurou alguns dos enfeite
Anne Turner. Quatro anos depois. Cá estava eu me encarando no espelho. A maquiagem pronta para a minha tão sonhada formatura de medicina que era daqui a alguns instantes. Eu estava nervosa, mas a pequena mão que segurava as minhas com um olhar muito meigo me acalmava e dizia que eu poderia tudo. Noah estava com três aninhos, e falava tudo que eu podia ou não podia imaginar. "Mamãe, linda." ele falou com sua voz doce." "Sério meu amor? Você é lindo. Agora vai ficar com a titia Zara e sua prima enquanto eu vou terminar de me arrumar tá bom?" Ele assentiu e saiu saltitando. Muito fofo e inteligente o meu lobinho.Eu nem podia acreditar, foram tantos anos sonhando com isso. Me segurei para não borrar a maquiagem ao me lembrar de tudo que passei para estudar. Das noites em claro, dos livros que tinham que ser escondidos, de fugir para conseguir ir até a faculdade. Eu agradeci mentalmente, por tudo ter dado certo. "Já está pronta? Futura médica?" Wil
Sinto roupas sujas sendo jogadas em direção ao meu rosto com agressividade e me levanto atordoada, meu corpo inteiro dói após um dia de trabalho árduo.— Ei, órfã preguiçosa! — a voz ecoou sobre o porão. — Eu te disse para lavar todas as roupas, e o que seriam essas que sobraram? — Ela aponta para a trouxa de roupas que acabará de jogar em mim.Levanto-me devagar, os músculos protestando a cada movimento. Encaro a figura imponente da minha tia, lutando para manter a compostura, mesmo que minhas mãos estejam tremendo de frustração e tristeza. Respiro fundo, buscando forças para não deixar as lágrimas traíras rolarem livremente pelo meu rosto.— Eu… eu estava… tentando terminar, eu juro — as palavras saem da minha boca em um sussurro frágil, quase abafadas pela raiva contida.Mas as palavras dela cortam meu ímpeto. Um nó se forma na minha garganta, mas preciso manter a calma, preciso. Com um esforço sobre-humano, controlo a vontade de rebater, resistindo ao impulso de explodir em choro.
O ônibus estacionou uns dois pontos antes da universidade, e eu precisava andar apenas alguns passos até lá. Meus olhos tentavam não se fechar pelo simples fato de ter que acordar antes de todos para fazer o café da manhã e os afazeres, mesmo após apanhar como uma mala velha.Não era simples conviver com toda aquela situação. Eu sempre percebi ser diferente das outras pessoas; era tímida e reclusa. Talvez fosse normal, considerando o ambiente em que fui criada como uma escrava a vida toda, sem nenhum resquício de amor ou afeto. Não havia muitas convicções ou esperanças para mim; eu nunca conseguiria ser feliz estando naquela casa.Muitas vezes, já me perguntei: se meus tios têm boas condições, por que não contrataram uma empregada?Isso era simples de responder; por que raios eles iriam contratar mão de obra se tinham a minha gratuitamente?Andei mais um pouco com dificuldade, pois meu corpo doía e latejava. Enfim, eu cheguei à universidade.As garotas me olhavam com desprezo e superi
O ambiente era totalmente diferente do que imaginei, eu criei tantos cenários em minha cabeça de como seria o baile de máscaras. É, eu não ia a festas. Meus tios me proibiam, sempre. Eu não os denunciava, pois eles eram influentes na cidade por conta de seus comércios. Então eu, uma órfã, que não tinha onde cair morta, iria desafiá-los. Quem eu pensava ser? Eles podiam fazer o que quisessem comigo que jamais iria haver alguém para me defender, e me deixavam ciente disso. Eles eram regados de segredos. Segredos que eu não fazia a mínima ideia de quais eram. Afinal, meu quarto era fora da casa, isso mesmo, eu vivia num quarto fora da casa. Quão legal minha vida era?A festa estava muito bonita, tudo bem-arrumado e todas as pessoas aqui parecem ser tão importantes, eu me sentia deslocada naquele lugar, mas ok. Era somente não deixar meus tios me verem aqui. Mas se tem uma coisa que viver naquelas condições subalternas me ensinaram, era a me esconder.Todos estavam me observando, talvez
Engoli o seco, encarando a figura brava de Amélia, ela estava furiosa, como se eu tivesse cometido um crime contra ela, ou eu nem sei o quê.Dei três passos para trás, tentando me afastar, eu não tinha para onde correr, e sabia o quão perversa ela podia ser.Eu tentava argumentar alguma palavra que pudesse me defender dos abusos sofridos, mas parecia impossível formular uma frase naquele momento.Minha respiração estava ofegante, minhas mãos tremem enquanto continuo a dar passos para trás quando percebo que já estou encostada na parede ao lado da cama, pois o porão era tão pequeno que eu mal cabia nele. Merda— Eu sempre soube que você era um lixo e devíamos ter deixado você ir para um orfanato. — Ela cuspiu as palavras em mim. — Eu só fiquei pouco tempo na festa, não quis…— Cala a boca, Anne! — me interrompeu. Uma mistura de choque e medo invadiu meus olhos, eu não sabia se ela estava brava pela festa, ou por mais o quê.— Por acaso, a diretora da faculdade onde você estuda, por