O carro estacionou em frente a uma mansão. Engoli as lágrimas durante toda a viagem. Ele abriu a porta do carro e ordenou que eu saísse. Uma voz em minha mente dizia que eu não era culpada por nada disso, mas todos os acontecimentos em minha vida pareciam fadados à desgraça. Havia apenas um buraco em meu peito, que me fazia gritar de tanta impotência.Eu estava possessa de ódio, ele me consumia, o meu interior gritava, eu parecia uivar em desespero, estava confusa.A fachada da casa era estonteante, com carvalhos-brancos muito comuns aqui em Portland. Eu observava tudo atentamente, tentando entender o que este homem queria comigo. Se eu tivesse escolhido, estaria bem longe dessa cidade e de tudo que a rodeia.Ele era tio de David, e se eu pedisse ajuda a ele? Provavelmente isso não daria certo. David jamais ficaria contra o tio. "Entre", William diz sem me olhar."Fiz como o mesmo pediu, não iria provocar a sua ira novamente, o tapa desferido em meu rosto já fora o suficiente. E
WilliamHoras atrás, a garota esperneou para não ir comigo. Quando decidi levá-la, nem sei ao certo o que se passou pela minha cabeça; eu só sabia que ela seria minha propriedade. E quando eu queria algo, ninguém seria capaz de negar.Ao chegar na casa dos Turner naquela noite, observei tudo ao meu redor. Seria ela a empregada deles? Eu podia sentir o cheiro da garota e me perguntava se ela era humana. Mas por que diabos eu estou me sentindo assim por uma mera mortal?Nunca fui do tipo de cara que se interessa por uma mulher por mais de uma noite, mas nunca tinha sentido essa sensação desde o primeiro dia em que meus olhos cruzaram os dela na festa. Enquanto a maioria dos lobos naquela sala tentava me bajular, minha mente só voltava para ela.A observei de longe, sua roupa de empregada, seu olhar cansado. Ela carrega algo em si, uma tristeza profunda. O bando conversava baixinho entre si, discutindo sobre assuntos estúpidos que nada tinham a ver com essa reunião.Foi então que decidi
AnneFaço uma lista mental de toda a casa para que eu possa não me perder. Me levantei da cama bem cedo, às seis da manhã já estava de pé. Meus cabelos, penteados, roupa vestida, não sabia o que me esperaria hoje. Mas tentaria fazer tudo perfeitamente para que ele não me fizesse mal. "Aqui Anne", a governanta Agnes me mostra a cozinha". Observo Agnes pacientemente enquanto ela me mostra o que deve ser feito. Estava com medo, não sabia como funcionava aqui e o que aquele homem queria comigo. Então, seja o que for, eu irei fazer."Pode colocar a louça na mesa querida Anne, o senhor Carter costuma descer daqui a pouco para seu desjejum. Em seguida, venha tomar o seu café na cozinha" ela aponta para o armário onde estão as louças"."Tomar café da manhã? " Falei nervosa com as mãos apoiadas no balcão. ""Sim, Anne. Você nunca tomou café da manhã por acaso?" a governanta arqueou a sobrancelha e me olhou intrigada"."Não é que… "fiz um gesto de balançar a cabeça" Deixa para lá, farei o que
William Carter Minhas patas traseiras tocam a terra úmida, eu explodia em êxtase pela floresta escura enquanto corria cegamente. No céu a lua iluminava todo o caminho e as folhas caídas das grandes árvores.A brisa noturna acaricia minha pelagem cinza, fazendo com que cada pelo se eriçasse em resposta, e inalações profundas preenchem meus pulmões com o aroma fresco da floresta.O som dos galhos secos se quebrando sob minhas patas se une à minha própria batida cardíaca. Enfim, livre.Esses eram um dos momentos em que eu raramente me sentia vivo.Meu lobo, Storm, me domina e corre por toda a floresta uivando. Todo lobisomem nascia com dois corpos. O humano, e o lobo, exceto alguns que nasciam sem lobo, O que era raro. E às vezes, ou quase sempre a minha parte lobo me dominava. Procuro minhas roupas rapidamente, preciso voltar para minha forma humana.Me recordo que eu deveria me lembrar de deixar minhas roupas mais próximas de mim toda vez.Eu corro pela reserva, na qual, fechei tod
AnneO maldito barulho do despertador irrompeu meu sono. Droga, eu estava um pouco atrasada. Odiava profundamente a sensação de acordar e encarar mais um dia exaustivo. Pelo menos não era mais naquele inferno; ou seja, agora era em outro lugar desconhecido.Preparei a cama e coloquei meu uniforme. Era estranho e me fazia sentir fora de lugar, mas era o que tínhamos no momento. Deixei o lençol dobrado sobre a cadeira e saí do quarto. Passos ecoavam ao longe.Avancei pelo corredor imenso que levava à cozinha e encarei a carranca de Agnes, provavelmente por acordar mais tarde do que o combinado."Agnes," falei, tentando me explicar, "me desculpe pelo atraso. Posso compensar de alguma forma?""Não se preocupe, querida, hoje você passa." Agnes sorriu amorosamente. "Sei que deve estar cansada, mas vamos adiantar as coisas. Preciso que você limpe as janelas do escritório, o Sr. Carter odeia janelas sujas.""Do escritório dele?" arregalei os olhos, encarando Agnes."Sim, Anne." Ela me entreg
William Carter "Trouxe o que lhe pedi? " falei sem olhar para o beta que entrou na sala". "Sim senhor, fiz o que ordenou. " colocou uma sequência de papéis na minha mesa" Descobri algumas coisas sobre a linhagem dela, e acho melhor o senhor mesmo conferir com seus próprios olhos. "Peguei os relatórios em mãos, e fui folheando cada um. Sem acreditar no que estava lendo. Anne Turner.Nasceu no dia vinte e nove de setembro, vinte e dois anos de idade. Seus pais morreram em um acidente de carro, do qual ela sobreviveu. Seus pais eram da nossa alcatéia. Ela era filha de antigos lobos. Eu era muito novo para me lembrar de suas figuras.Analisei "Se ela é filha de lobos, por que ela não é uma loba?" Perguntei arqueando a sobrancelha". "Não sei senhor, procurei mais a fundo sobre alguma coisa que pudesse explicar isso, mas não havia nada e se havia apagaram", Lucca informou"."Quem é essa garota afinal", eu joguei os papéis sob a mesa ".Instintivamente me levantei e observei a j
Anne Eu odiava os dias de sexta-feira. Simplesmente porque era o dia em que era obrigada a lavar todas as roupas daquelas malditas.Até que estava tranquilo nesta casa;Enquanto varria e recolhia o lixo do corredor da mansão, minha mente voltava para William Carter.Suas mãos fortes me prendendo sob a parede, seu corpo contra o meu. Eu estava louca?Ele era um imbecil. Ele me comprou nas mãos dos meus tios.Mas, por outro lado, havia algo nele que me intrigava profundamente. Alguma parte de mim se via atraída por sua presença imponente, pelo mistério que envolvia sua persona. Eu me pegava pensando nas poucas vezes em que ele fora gentil comigo, em como seus olhos podiam brilhar com uma centelha de algo mais do que frieza e indiferença.Naquele momento, presa por ele, eu sentia uma chama dentro de mim. Eu me debatia internamente, tentando entender a complexidade dos meus próprios sentimentos. Como poderia sentir-me atraída por alguém que representava uma ameaça tão real para minha
Anne Ele me puxa e me faz entrar na mansão, meu corpo enrijecido não conseguia se mover. William aparenta estar furioso, e eu não posso fazer nada para me proteger.A casa está vazia. Não há ninguém. Somente nós dois. "Me desculpe", murmuro" Eu.." "O que você acha que eu vou fazer?" ele me encara seus olhos furiosos".Eu devia estar com medo. Devia sentir medo desse homem. Mas algo dentro de mim, implorava por sua presença e por sua atenção. Isso era loucura. Os olhos dele ficaram amarelados como um lampejo. Eu devia estar vendo coisas, não era possível. Tento afastar sua mão de mim, mas ele era obviamente mais forte.Ele me joga na cadeira e fica em minha frente, para ser mais precisa em cima de mim.Minha respiração ofegante deixa evidente não o meu medo, mas o nervosismo. Os braços dele são fortes, musculosos, seu corpo parece uma barreira. E eu não posso deixar de lembrar do seu abdômen completamente trincado, me recordo bem deste dia em que eu manchei sua camisa naquela f