~KARA~
- Ele foi dizer o quanto eu estava sendo negligente como seu tutor.
- Negligente? – Não contenho uma risadinha. – Por quê?
- Você precisa mesmo pergunta isso? – Bom, não fazia sentido, então eu precisava. – Suas fotos e vídeos do final de semana estão pela internet inteira, Kara.
- Achei que você não fosse ativo nas redes sociais... – desdenho.
- Aparentemente o seu tio é. – Adam respira fundo e eu automaticamente me reteso. Seu jeito me dizia que algo bom não vinha pela frente antes mesmo de suas palavras... – A gente conversou sobre isso, sobre você ser o rosto da Milani e em como suas atitudes podem refletir na empresa.
- Eu... – mas eu me calo, não tinha o que dizer. Nós dois sabíamos que pedir desculpas pelos meus erros não era algo que ia acontecer.
- Você precis
Quando desci as escadas na manhã de sábado encontrei um lindo buquê de rosas vermelhas esperando por mim na mesa de centro da sala. Abri um sorriso e corri até elas, cheirando o aroma adocicado. Havia um cartão escrito à mão, com uma letra que eu já conhecia: "Kara, Sinto muito por agir como um idiota. Sei que você merece respeito e consideração, e estou disposto a aprender com meus erros. Aceita essas flores como um pedido de desculpas e uma tentativa de consertar as coisas? Liam." - Idiota, fofo... – murmuro, ainda sorrindo. O problema é que eu sabia que Liam estava certo naquilo que ele pensara, mas não dissera, ao agir daquela forma comigo: eu não era garota para namorar. Eu era o tipo de garota que ao invés de me sentar e conversar diante de um problema, tentava resolver as coisas apenas ignorando esse problema com bebidas e baladas. Eu tentei agir diferente, eu juro. Talvez eu precisasse continuar tentando. Ma
- Como foi quando Matt soube de você e Otto? – Pergunto à Lilly. Depois que Ella desapareceu com Matt, Lilly e eu resolvemos dar uma volta pelo clube, apenas caminhando e jogando conversa fora. – Quero dizer... Sei que eles já não eram mais tão próximos, mas foram grandes amigos em uma época. Ele não achou... Eu não sei...- Se ele odiou Otto por estar pegando a irmãzinha dele? – Lilly riu. – Não, Kara. Matt ficou feliz por eu estar com um homem legal, para variar. Ele sabia... que Otto era alguém decente, sabe? Alguém que cuidaria de mim.- Acho que faz sentido...Fazia, não fazia? Qualquer irmão ia desejar o melhor para a irmã, não iria? E se Matt sabia que Otto era um cara incrível, provavelmente ele ficaria era feliz de saber que a irmã estava com ele.- Faz sentido – Lilly confirma. –
Lilly e Michelle tinham ocupado uma mesa, enquanto fui até o bar solicitar que Jacob nos atendesse e que bebidas fossem disponibilizadas.- Se eu prometer uma gorjeta bem gorda você derrama bebidas na de cabelo cacheado? – Aponto para a mesa com a cabeça, fazendo Jacob rir.- Você sempre me dá gorjetas gordas, senhorita Milani.- Kara – corrijo-o.- Kara – ele repete.- Isso significa que você faria isso por mim, não é?- Faria qualquer coisa por você, senho... Kara – mas ele parece extremamente sem graça.- Estou brincando, Jacob – digo, dando um beijinho no rosto dele e fazendo a bandeja em sua mão tremer violentamente. – Mas bem que eu gostaria de não estar.Enquanto Jacob serve as bebidas, eu me sento ao lado de Lilly. Elas estavam no meio de alguma conversa e eu não faço questão de me ins
Adam e eu estávamos mais silenciosos naquele domingo durante nosso passeio de bicicleta. Eu não queria falar de Liam. Ele não queria falar de Michelle. Nós dois não queríamos falar do que aconteceu no elevador. E qualquer outro assunto que tentássemos puxar, parecia não render. Era como se algo tivesse se quebrado na relação que estávamos construindo e agora fossemos quase dois estranhos novamente.Decidi dispensar nossa parada rotineira na praia e seguir direto para a confeitaria, Adam apenas me seguindo de perto. Quando chegamos, Adam foi mais hábil em prender sua bike e apesar de se oferecer para me ajudar, eu preferi fazer isso sozinha. Ele aproveitou para se afastar alguns passos enquanto respondia freneticamente alguma coisa no celular.Tenho certeza de que minha expressão fechou na hora, pois não pude deixar de imaginar que fosse Michelle. Babacas! Os dois! Ela por
Quando cheguei no escritório na segunda de manhã, fui direto para a sala do Adam. Devo ter revirado os olhos algumas vezes quando a secretária me pediu para esperar enquanto avisava que eu estava lá, mas agi de forma comportada enquanto aguardava ser chamada.- O senhor Benatti está esperando por você, senhorita Milani.- Obrigada!Entro com um sorriso no rosto e me sento na cadeira a sua frente, antes mesmo que ele me convide. Logo em seguida deslizo meu celular na sua direção, com a tela desbloqueada.- O que é isso?- Minhas notas saíram – respondo com um sorriso no rosto. – Aprovada e melhor da sala.- Muito bom... – Adam diz, enquanto pega o aparelho para analisar. – O que aconteceram com as suas faltas? – Ele levanta o olhar repentinamente, me encarando.- Ah, isso... – tento disfarçar. – Sumiram.- Kara,
Faltando dez minutos para o meu horário de ir embora, vou até a sala de Liam. Tanto ele, quanto Thiago, estavam completamente concentrados em algo em seus computadores, então, dou uma leve batidinha no vidro para chamar atenção. Quando Liam me olha, eu abro um sorriso que ele logo retribui. Observo se levantar e vir até a porta, fechando-a atrás de si ao sair.- Oi... – ele diz.- Recebi as flores. Eram lindas, obrigada.Eu não tinha mandado uma só mensagem para Liam durante o final de semana, apesar de ele ter me mandado muitas. Lembro-me que no primeiro dia em que nos conhecemos, ele logo me encheu de mensagens. Na época, até tinha achado fofo. Mas agora, era um tanto sufocante que ele esperasse que eu sempre respondesse na hora. Então eu não respondia. Ainda assim, as flores tinham me desarmado.- Que bom que gostou.- Eu... queria agradecer pessoalm
Era estranho ter um namorado. Quero dizer... se Liam ia fazer algumas concessões, então eu também precisava fazer algumas, certo? Eu estava tentando responder, ao menos, a maioria das mensagens dele durante o dia e uma ou outra vez na semana eu ficava para almoçarmos juntos no refeitório do prédio administrativo da Milani. Às sextas nós saímos juntos à noite e eu acabava dormindo no apartamento dele (ainda não o tinha levado ao meu), o que fazia com que passássemos boa parte do sábado juntos também. Mas, por algum motivo no qual eu não gostava de pensar... Domingos ainda eram meu dia favorito na semana.Àquele sábado, porém, eu tinha deixado um Liam lidando com uma irritabilidade escondida quando disse que voltaria ao Milani mais cedo para almoçar com Manu e Luca.- Posso ir? – Ele tinha se convidado.- É que... &eacut
~ADAM~“Hey, tutor, acho que vamos ter que cancelar nosso passeio de bicicleta amanhã. Mas podemos ir direto a confeitaria se você puder me buscar de carro.’”A mensagem de Kara chega no meu celular pessoal quando eu estava quase pegando no sono, depois de um sábado agitado. Eu já tinha desistido de pedir que ela usasse aquele número apenas para emergência e, apesar disso, continuava visualizando e respondendo suas mensagens no instante em que chegavam.“Sem problemas. Ainda não se sente bem?”“Hum... isso depende”. A resposta vem quase imediatamente também. “Vai ter que ser mais específico a respeito do que você está falando.”“Sobre o almoço e sua alergia”. Franzo a testa para o celular, esperando pela resposta. Kara era bem dispersa as vezes, mas não era possível que ela já tivess