Faltando dez minutos para o meu horário de ir embora, vou até a sala de Liam. Tanto ele, quanto Thiago, estavam completamente concentrados em algo em seus computadores, então, dou uma leve batidinha no vidro para chamar atenção. Quando Liam me olha, eu abro um sorriso que ele logo retribui. Observo se levantar e vir até a porta, fechando-a atrás de si ao sair.
- Oi... – ele diz.
- Recebi as flores. Eram lindas, obrigada.
Eu não tinha mandado uma só mensagem para Liam durante o final de semana, apesar de ele ter me mandado muitas. Lembro-me que no primeiro dia em que nos conhecemos, ele logo me encheu de mensagens. Na época, até tinha achado fofo. Mas agora, era um tanto sufocante que ele esperasse que eu sempre respondesse na hora. Então eu não respondia. Ainda assim, as flores tinham me desarmado.
- Que bom que gostou.
- Eu... queria agradecer pessoalm
Era estranho ter um namorado. Quero dizer... se Liam ia fazer algumas concessões, então eu também precisava fazer algumas, certo? Eu estava tentando responder, ao menos, a maioria das mensagens dele durante o dia e uma ou outra vez na semana eu ficava para almoçarmos juntos no refeitório do prédio administrativo da Milani. Às sextas nós saímos juntos à noite e eu acabava dormindo no apartamento dele (ainda não o tinha levado ao meu), o que fazia com que passássemos boa parte do sábado juntos também. Mas, por algum motivo no qual eu não gostava de pensar... Domingos ainda eram meu dia favorito na semana.Àquele sábado, porém, eu tinha deixado um Liam lidando com uma irritabilidade escondida quando disse que voltaria ao Milani mais cedo para almoçar com Manu e Luca.- Posso ir? – Ele tinha se convidado.- É que... &eacut
~ADAM~“Hey, tutor, acho que vamos ter que cancelar nosso passeio de bicicleta amanhã. Mas podemos ir direto a confeitaria se você puder me buscar de carro.’”A mensagem de Kara chega no meu celular pessoal quando eu estava quase pegando no sono, depois de um sábado agitado. Eu já tinha desistido de pedir que ela usasse aquele número apenas para emergência e, apesar disso, continuava visualizando e respondendo suas mensagens no instante em que chegavam.“Sem problemas. Ainda não se sente bem?”“Hum... isso depende”. A resposta vem quase imediatamente também. “Vai ter que ser mais específico a respeito do que você está falando.”“Sobre o almoço e sua alergia”. Franzo a testa para o celular, esperando pela resposta. Kara era bem dispersa as vezes, mas não era possível que ela já tivess
~ADAM~Matt Lennox deslizou o cartão, sobre a mesa, na minha direção e eu rapidamente o peguei, encarando o nome e o telefone do detetive particular ali contido.- Ele não tem escrúpulos – Matt afirma. – Por uma boa grana descobre ou faz aquilo que você quiser. Mas... esteja certo de que quer mexer com esse tipo de gente.- Você se arrepende? – Pergunto, encarando-o.- Nem um pouco.- Ótimo.- Escuta... – Matt tamborila os dedos sobre as mesas por alguns segundos. – Agora que a Kara está de férias na faculdade... Por que não manda ela para ficar algumas semanas em Londres comigo e com a Ella até as coisas se assentarem? Lilly estará por lá também e sei que elas ficaram boas amigas. Inclusive, você também será bem-vindo, é claro.- Não sei se a Kara estaria segura em qual
“Pense com carinho no meu”. Carinho. Karinho. Eu balanço a cabeça violentamente, tentando me livrar do trocadilho que minha mente estava tentando fazer. Obviamente Adam não quis dizer o eu que eu queria pensar que ele quis dizer. Era só uma palavra e não uma indireta. Adam não era do tipo de indiretas.Desço do elevador no andar do refeitório. Adam e eu tínhamos saído para almoçar um pouco mais cedo do que o horário padrão, então, era bem possível que eu encontrasse Liam ainda almoçando. Eu queria lhe fazer uma surpresa, então tinha lhe comprado um tiramisù no restaurante, pois sabia que era sua sobremesa favorita.Mas no caso, a surpreendida fui eu.Ele estava sentado em uma mesa de canto, junto com uma garota que eu não conhecia. Isso não era um problema, é claro. Eu não seria hipócrita de
- Falando em pessoas com que eu vou acabar... – eu digo, encarando Michelle fixamente.Eu tinha ido até o hospital dar uma olhada no meu pé e Manu me acompanhou. A verdade é que o médico disse que eu precisaria ficar pelo menos uma semana fazendo uso da bota ortopédica, mas eu já estava de saco cheio daquilo. A visita foi inútil, porém, eu só ouvi pessoalmente o que eu já tinha ouvido por telefone: repousar e usar a bota pro mais uns dias.- Descobriu alguma coisa? – Manu pergunta.- Do Liam ou da Michelle? – Pergunto, pois tinha acabado de contar a Manu toda a questão com Liam e a garota do refeitório.- Michelle.- Vamos descobrir agora... – digo, entrelaçando meu braço no de Manu e seguindo disfarçadamente uma outra enfermeira.- Você pagou alguém para investigá-la? – Manu pergunta um p
Saio do shopping exausta, porém satisfeita com as comprar. Nós voltamos direto para o Milani e subimos para o meu apartamento, onde desfrutamos de alguns drinks na piscina aquecida de borda infinita com vista para o mar com o pôr do sol de fundo.- Escuta... – eu digo para a minha melhor amiga. – Acho que não vamos nos ver muito mais antes da sua viagem. Eu vou passar o Natal com a família do Adam e você embarca logo depois, então... acho que eu vou te dar seu presente de uma vez.- Kara... Você sabe que não precisa me dar nada...- E você sabe que eu sempre dou... – reviro os olhos.Eu não gostava muito do Natal. Talvez por todo o simbolismo familiar que o envolvia. Mas eu adorava a desculpa de poder presentear as pessoas que eu amava. E eu definitivamente amava Manu.Saio da piscina e vou até o bar, onde eu pego um cartão de acesso dos apartam
Eu tinha saído bem tarde do setor administrativo da Milani naquele último dia de trabalho do ano, mas a verdade é que eu tinha ficado praticamente o dia todo organizando a festa de confraternização da empresa ao invés de fazer alguma coisa no marketing – se no dia a dia eu já enrolava, imagina com uma festa prestes a rolar.Então, fui para casa e tomei um longo banho de banheira enquanto relaxava um pouco antes de começar a me arrumar. Adam tinha oferecido uma carona já que ele ainda estava em um dos aparts do hotel (não que eu estivesse reclamando – pelo contrário, eu adorava que ele estivesse por perto – mas quanto tempo levava para dedetizar um apartamento?) mas Liam tinha ficado de vir me buscar e era a primeira vez que ele, de fato, vinha ao meu apartamento.Liam e eu erámos um dos pouco casais que estaria na festa. A empresa não tinha polític
Diferente dos outros anos, quando a festa de confraternização sempre ocorria em um grande salão, eu tinha feito questão de movê-la para o terraço do prédio empresarial da Milani. Eu tinha verificado a previsão do tempo é claro, garantindo que não havia possibilidade de chuva. E gostei do resultado, de alguma forma aquilo parecia deixar as coisas mais informais.As pessoas se espalhavam em pequenos grupos, fosse nas mesinhas decoradas, no bar improvisado, ou admirando a vista perto do guarda-corpos. Quase todos tinham um copo de bebidas na mão. Alguns, mais extrovertidos, dançavam enquanto conversam alto. Outros, preferiam manter a descrição. Mas ninguém parecia tão deslocado quanto Adam.Assim que piso no terraço, meus olhos começam a varrer o local tentando encontrá-lo. Ele estava em uma das mesas de canto, com Thiago Arantes e Noah Lanca