~ADAM~
“Hey, tutor, acho que vamos ter que cancelar nosso passeio de bicicleta amanhã. Mas podemos ir direto a confeitaria se você puder me buscar de carro.’”
A mensagem de Kara chega no meu celular pessoal quando eu estava quase pegando no sono, depois de um sábado agitado. Eu já tinha desistido de pedir que ela usasse aquele número apenas para emergência e, apesar disso, continuava visualizando e respondendo suas mensagens no instante em que chegavam.
“Sem problemas. Ainda não se sente bem?”
“Hum... isso depende”. A resposta vem quase imediatamente também. “Vai ter que ser mais específico a respeito do que você está falando.”
“Sobre o almoço e sua alergia”. Franzo a testa para o celular, esperando pela resposta. Kara era bem dispersa as vezes, mas não era possível que ela já tivess
~ADAM~Matt Lennox deslizou o cartão, sobre a mesa, na minha direção e eu rapidamente o peguei, encarando o nome e o telefone do detetive particular ali contido.- Ele não tem escrúpulos – Matt afirma. – Por uma boa grana descobre ou faz aquilo que você quiser. Mas... esteja certo de que quer mexer com esse tipo de gente.- Você se arrepende? – Pergunto, encarando-o.- Nem um pouco.- Ótimo.- Escuta... – Matt tamborila os dedos sobre as mesas por alguns segundos. – Agora que a Kara está de férias na faculdade... Por que não manda ela para ficar algumas semanas em Londres comigo e com a Ella até as coisas se assentarem? Lilly estará por lá também e sei que elas ficaram boas amigas. Inclusive, você também será bem-vindo, é claro.- Não sei se a Kara estaria segura em qual
“Pense com carinho no meu”. Carinho. Karinho. Eu balanço a cabeça violentamente, tentando me livrar do trocadilho que minha mente estava tentando fazer. Obviamente Adam não quis dizer o eu que eu queria pensar que ele quis dizer. Era só uma palavra e não uma indireta. Adam não era do tipo de indiretas.Desço do elevador no andar do refeitório. Adam e eu tínhamos saído para almoçar um pouco mais cedo do que o horário padrão, então, era bem possível que eu encontrasse Liam ainda almoçando. Eu queria lhe fazer uma surpresa, então tinha lhe comprado um tiramisù no restaurante, pois sabia que era sua sobremesa favorita.Mas no caso, a surpreendida fui eu.Ele estava sentado em uma mesa de canto, junto com uma garota que eu não conhecia. Isso não era um problema, é claro. Eu não seria hipócrita de
- Falando em pessoas com que eu vou acabar... – eu digo, encarando Michelle fixamente.Eu tinha ido até o hospital dar uma olhada no meu pé e Manu me acompanhou. A verdade é que o médico disse que eu precisaria ficar pelo menos uma semana fazendo uso da bota ortopédica, mas eu já estava de saco cheio daquilo. A visita foi inútil, porém, eu só ouvi pessoalmente o que eu já tinha ouvido por telefone: repousar e usar a bota pro mais uns dias.- Descobriu alguma coisa? – Manu pergunta.- Do Liam ou da Michelle? – Pergunto, pois tinha acabado de contar a Manu toda a questão com Liam e a garota do refeitório.- Michelle.- Vamos descobrir agora... – digo, entrelaçando meu braço no de Manu e seguindo disfarçadamente uma outra enfermeira.- Você pagou alguém para investigá-la? – Manu pergunta um p
Saio do shopping exausta, porém satisfeita com as comprar. Nós voltamos direto para o Milani e subimos para o meu apartamento, onde desfrutamos de alguns drinks na piscina aquecida de borda infinita com vista para o mar com o pôr do sol de fundo.- Escuta... – eu digo para a minha melhor amiga. – Acho que não vamos nos ver muito mais antes da sua viagem. Eu vou passar o Natal com a família do Adam e você embarca logo depois, então... acho que eu vou te dar seu presente de uma vez.- Kara... Você sabe que não precisa me dar nada...- E você sabe que eu sempre dou... – reviro os olhos.Eu não gostava muito do Natal. Talvez por todo o simbolismo familiar que o envolvia. Mas eu adorava a desculpa de poder presentear as pessoas que eu amava. E eu definitivamente amava Manu.Saio da piscina e vou até o bar, onde eu pego um cartão de acesso dos apartam
Eu tinha saído bem tarde do setor administrativo da Milani naquele último dia de trabalho do ano, mas a verdade é que eu tinha ficado praticamente o dia todo organizando a festa de confraternização da empresa ao invés de fazer alguma coisa no marketing – se no dia a dia eu já enrolava, imagina com uma festa prestes a rolar.Então, fui para casa e tomei um longo banho de banheira enquanto relaxava um pouco antes de começar a me arrumar. Adam tinha oferecido uma carona já que ele ainda estava em um dos aparts do hotel (não que eu estivesse reclamando – pelo contrário, eu adorava que ele estivesse por perto – mas quanto tempo levava para dedetizar um apartamento?) mas Liam tinha ficado de vir me buscar e era a primeira vez que ele, de fato, vinha ao meu apartamento.Liam e eu erámos um dos pouco casais que estaria na festa. A empresa não tinha polític
Diferente dos outros anos, quando a festa de confraternização sempre ocorria em um grande salão, eu tinha feito questão de movê-la para o terraço do prédio empresarial da Milani. Eu tinha verificado a previsão do tempo é claro, garantindo que não havia possibilidade de chuva. E gostei do resultado, de alguma forma aquilo parecia deixar as coisas mais informais.As pessoas se espalhavam em pequenos grupos, fosse nas mesinhas decoradas, no bar improvisado, ou admirando a vista perto do guarda-corpos. Quase todos tinham um copo de bebidas na mão. Alguns, mais extrovertidos, dançavam enquanto conversam alto. Outros, preferiam manter a descrição. Mas ninguém parecia tão deslocado quanto Adam.Assim que piso no terraço, meus olhos começam a varrer o local tentando encontrá-lo. Ele estava em uma das mesas de canto, com Thiago Arantes e Noah Lanca
- Então... Ele te obrigou a usar isso? – Adam vem se sentar à mesa, diante de mim, e desliza um copo de whisky na minha direção.- Whisky? – Torço o nariz.- Você não esperava que eu tivesse daiquiri aqui, não é? – Ele sorri.Eu reviro os olhos e tomo uma golada generosa. Não gostava muito de bebidas amargas, mas naquele momento eu estava topando qualquer coisa.- Liam não me obrigou a usar isso... Ele só... sugeriu veementemente – faço uma careta e Adam ri.- Você tá linda, Kara. Você é linda. Só... não me parece tanto o seu estilo.- E não é... – murmuro. Eu não tinha me dado conta, mas estava brincando com a aliança em meu dedo. – Adam... - Repentinamente eu a tiro e jogo em cima da mesa. – Por quê?- Por que o quê? –
Meu sorriso morreu instantaneamente. Alessandro Rossi, meu tio, vinha se aproximando lentamente, com um sorriso polido no rosto e uma postura elegante.- Kara, querida, que surpresa te ver por aqui! – Diz, em um tom cadenciado.- É a festa de confraternização da Milani, onde mais eu estaria?- É verdade, é verdade – ele parece forçar uma risada. – Como você está?- Bem, obrigada – busco soar tão polida quanto ele. – E você?- Nada mal... Sempre muito ocupado, você sabe.Na verdade, eu não sabia. O que tio Alessandro fazia além de viver dos lucros que suas ações da Milani lhe davam? Talvez administrar alguns investimentos, se ele fosse esperto, mas... Ele não trabalhava em nada, trabalhava? Não tinha motivos para tentar se passar por um homem de negócios que vivia sempre ocupado só por