Quando a noite chegou, carregada de inseguranças já nem sabia se iria adiante com o plano de malhação. E foi o que disse para Simon quando jantaram juntos e ele fez perguntas sobre isso.— Não sei se é uma boa ideia — disse remexendo os restos de comida em seu prato. — Você mesmo disse que estou bem assim.Sentando ao seu lado, Simon estreitou os olhos.— Alguém te importunou? Fale-me quem e tomarei providências.— Não, nem passei da recepção...— E o que te fez mudar de opinião?— Nada...Simon respirou fundo.— Eu sei que mente. — Estendeu a mão para segurar a dela, fazendo carinho com o polegar ao orientar: — Falar o que te incomoda faz parte da confiança trocada.— Tenho medo das comparações... dos olhares das outras mulheres...Desprendeu sua mão, para esfregar o braço, incomodada e envergonhada com sua debilidade.— Está com medo das mulheres? — A confusão tomou a face e a voz do Salvatore.— Não vi nenhuma acima do peso como eu — comentou de cabeça baixa, a franja ocultando seu
Péssima ideia deixar que outros escolhessem suas roupas íntimas. Certo, não saberia o que escolher. Rendas, transparências e suas vertentes não eram suas prioridades. Gostava de longos, feitos com algodão macio, que cobriam cada parte de seu corpo, como sua mãe gostava. Todas as suas novas camisolas eram curtas, de alças finas e delicadas, lacinhos, rendas, transparências, os tecidos eram macios, mas finos demais. Graças aos céus, tivera o bom senso de indicar que jamais usaria calcinha dental, caso contrário nesse momento estaria mais envergonhada e desconfortável.Por fim escolheu a que mais cobria... Pelo menos os peitos e a parte de baixo, já que tinha uma faixa de renda na parte da barriga. O robe longo ajudaria, embora também fosse transparente.Entrou no quarto, a única segurança as pantufas que se negara a entregar com a desculpa que não tinha chinelos para a noite.Encontrou Simon junto ao aparelho de som, já de banho tomado, com os pés descalços e só de cueca. Pela primeira
De banho tomado, Simon voltou para o quarto e parou junto à cama para observar o corpo adormecido sobre ela. O desejo se alastrou por seu corpo como fogo, o mesmo desejo que o percorrera quando acompanhou Paulina na descoberta do seu prazer. Definitivamente, era insano. Jamais deveria ter proposto as aulas, principalmente aquela aula. Tocar Paulina fora maravilhoso. Quando soltara suas mãos das dela, para que ela alcançasse o clímax por conta própria não conseguira se afastar por completo, acariciando a pele de seu ventre e suas coxas com a ânsia que seu membro queria dar ao sexo úmido e convidativo da Perez. Quase gozara como um adolescente contra o travesseiro, que utilizara para não espanta-la caso tivesse uma ereção, quando ela gritara de prazer em seu ouvido. Tivera de cuidar dessa excitação toda embaixo de água fria e com o incentivo de suas mãos, embora em sua mente fossem às mãos de Paulina e sua boquinha movendo-se para cima e para baixo de seu pênis. Só de lembrar o membro
Na sala de Gabriel, Simon conversava sobre um possível novo cliente, quando Cherry entrou afoita na sala, sem bater ou se anunciar.— Senhor, Tamara e o ex-marido estão discutindo no setor de criação.Gabriel levantou de imediato e seguiu apressado para o elevador, só se dando conta de não estar sozinho, quando Simon selecionou o décimo andar antes que ele o fizesse. A subida rápida e a preocupação com a irmã, evitou que questionasse o sócio.Quando chegaram ao andar, foram recebidos por olhares ansiosos, preocupados e chocados com o que acontecia na sala de Tamara. Ao contrário do nono andar, em que ficavam as áreas de planejamento, presidência e diretória, com exceção das salas de vídeo e som, as divisões do setor de criação eram feitas com paredes de vidro, por isso a discussão da Saadi com o ex era assistida por todos. Não dava para ouvir o que diziam, mas pelo que viam não parecia agradável. Pierre estava com um sorriso repulsivo, dizendo algo que colocara uma máscara de ódio e l
Depois que o sócio saiu apressado da sala, Simon olhou para a pasta em suas mãos perguntando-se porque Gabriel marcara uma reunião na casa do cliente, quem era Jasmine e porque precisava ser avisado para ser gentil. Era sério e reservado, às vezes indelicado quando queria se livrar de alguém, mas sabia encantar facilmente as mulheres.~*~Colocou o fone no gancho e ficou parada em frente ao telefone da sala, os lábios comprimidos, a notícia de Simon, que jantaria fora, causando-lhe mal estar e desassossego. O que esperava? Que Simon segurasse sua libido por alguns dias? Pelo menos ele não levaria a nova vítima para casa, consolou-se. Achava desagradável dar a última refeição antes do abate. E a maioria nem comia mesmo, fazendo de tudo para manter seus corpos magros. Pobres mulheres, não conseguiam enxergar que Simon só se importava com o que tinham entre as pernas magrelas.Corou ao recordar a noite anterior, as mãos unidas acariciando seu corpo. Logo esfriou ao pensar que nessa noite
Paulina despertou na manhã seguinte com uma sensação gostosa de aconchego. Quando as lembranças da noite anterior a invadiram e, principalmente, se deu conta do motivo, o rubor costumeiro aqueceu sua face. E mesmo assim, com a vergonha se alastrando por sua pele, sorriu, mergulhando o rosto no travesseiro.Céus, Simon tinha toque e beijos mágicos. No tempo que demoraram para chegar à suíte – longo, devido as inúmeras e alucinantes paradas –, ele cumprira sua palavra. Estivera tão mole por conta dos espasmos de prazer que não mostrara a menor resistência quando ele a jogou na cama e a beijou em sua intimidade.Antes, só ao ouvir a palavra “oral” com segundas intenções, lhe revirava o estômago em puro nojo; agora, recordando cada sensação abrasadora, lhe esquentava o baixo ventre e causava arrepios, pedindo mais. Literalmente, se derretera sob o domínio dos lábios e dedos de Simon Salvatore. No entanto, ela tinha a impressão que estavam indo longe demais e muito rápido. Há dois dias at
Seu estado em duas palavras: Entediado e frustrado.Simon não sabia qual era o mais forte, ficavam se revezando, enquanto escutava a mãe e esperava Paulina aparecer. Depois de vestir uma calça moletom cinza e uma camiseta branca com o desenho de dragão nas costas, o Salvatore foi para a sala, no exato momento em que Mirela desistia de esperar e entrava no apartamento.Em vez de falar a que veio, sua mãe insistiu que esperarem Paulina acordar – aparentemente, o sono da Perez merecia mais respeito que o dele – e o escoltou até o sofá, recomeçando a tortura dos fins de semana em que cometia o erro de visitar os pais. O monologo “filho, conheço uma moça... blá, blá, blá”. Foi fácil afastar sua mente da conversa: mergulhando nas lembranças do corpo de Paulina contra o seu e sua entrega inocente, bem como seus gemidos e seu sabor...Aflito com o rumo de seus pensamentos esfregou as mãos pelo rosto. Estava ferrado.— Está passando mal, filho?— Sim... — respondeu, enfrentando o olhar preocup
— Desculpe-me... eu... — Agitada, ela recolocou o copo na mesa de centro para, com mãos trêmulas, secar a boca, mantendo a vista nos respingos no tapete da sala ao invés da peça na mão da Salvatore. — É só uma calcinha Perez, não uma assombração — zombou Simon dirigindo um olhar entediado para a mãe. — Tive um pouco de diversão ontem à noite, com uma mulher que conheci em uma festa. Parece que acabei ficando com um souvenir... — Você trouxe alguém aqui em um momento em que Paulina precisa de apoio e tranquilidade? — Mirela estreitou os olhos. — O apartamento é meu! — Simon respondeu, rude. — Não virarei celibatário só porque a empregada é. — Oh céus, quanta insensibilidade, não acha Lina? — Mirela questionou para a governanta, que não tirava os olhos do tapete. A Salvatore voltou a sentar entre eles e pegou as mãos da Perez com as suas. O que fez a calcinha ser depositada nas mãos de Paulina, que imediatamente ficou rubra de vergonha. — Oh, desculpe-me, filha! Você não tem que t