Dez anos depois...
Rose
Olho para o chão, satisfeita, vendo-o finalmente limpo depois de tantas horas de limpeza, a casa está tão limpa, que me sinto feliz apenas em admirar, mas não posso ficar aqui sentada, ainda tenho muito que fazer. Levanto e vou guardar tudo que usei no armário, ele ainda faz parte dos meus pesadelos, mesmo fazendo dez anos que não fico presa nele, só queria que aquele protetor que me salva nos pesadelos, realmente aparecesse para me proteger na vida real.
Naquele dia, depois que tio Justin foi embora, papai subiu até meu quarto e me deu a pior surra que já levei na vida, foram dias na cama até conseguir levantar, porém aquela foi a última vez que apanhei. Mas as coisas não melhoraram muito, papai mandou Grace embora e eu passei a ter que fazer todos os afazeres da casa, e também a comer na cozinha, só continuo dormindo no mesmo quarto, para que ninguém saiba que sou tratada como criada dentro de casa.
Há dois anos entrei em idade de me casar, papai trouxe alguns homens para me cortejar, mas, eu me fiz de malcriada e teimosa, eles rapidamente foram embora e não voltaram mais. Papai notando que eu não iria aceitar nenhum pretendente, parou de trazê-los em casa. Eu sei que o único jeito de ser livre das maldades de papai, é me casando, mas, eu vejo as marcas roxas e escuto mamãe chorando toda noite ao ir para o quarto com papai, e não quero isso para mim. Papai pode ser ruim, mas com ele ao menos sei o que esperar e não preciso ser vista como objeto para um desconhecido me usar e machucar.
Nathally e Alice também mantiveram a promessa, mas não pelos mesmos motivos que eu. Nathally, porque quer ir para a América em busca de aventuras, às vezes quando estamos juntas, sonhamos como seria viver longe daqui, mas a verdade é que não sei se teríamos coragem para fugir. Alice por outro lado, apenas não se casou, porque ao longo desses anos, manteve a paixão pelo Príncipe, e mesmo sabendo que não poderá estar com ele, espera ao menos encontrar um verdadeiro amor para se casar.
Minha irmã, Daisy, com os passar dos anos se tornou uma garota fútil e mimada, a única coisa que ela pensa é em se casar com um nobre e levar uma vida repleta de luxo. O que me preocupa é que Daisy está na idade para se casar, e em breve terá algum pretendente, o problema está no fato que papai, por mais que me despreze e odeie, segue as regras da sociedade, e casar a filha caçula primeiro não é bem-visto pelas pessoas.
Papai um dia falou que quando eu menos esperar, irá se livrar do peso que sou para ele, e sei que ele é capaz de fazer algo terrível, e se não fez nada ainda, é por medo da represália que pode vir de tio Justin, que sendo um Duque muito conhecido, pode fazer algo que acabe prejudicando as chances de Daisy em conseguir um bom casamento com um nobre importante.
Estou na cozinha começando os preparativos para o jantar, quando escuto que todos chegaram, pelo tom da conversa, eles parecem muito felizes, papai me chama e vou logo atendê-lo antes que se aborreça com minha demora.
Meu coração quase para de bater quando entro na sala, o chão que a pouco estava lustrado e brilhando, agora está com duas trilhas de lama, uma vai até a poltrona de papai e outra até o sofá que Daisy está sentada, não consigo acreditar que somente mamãe tirou o sapato para entrar em casa.
— O chão está coberto de lama.
— Depois você limpa. — Daisy está sorridente. — Temos novidades.
— Mas eu passei horas lustrando. — Fico um pouco exaltada.
— Não fez mais que sua obrigação. — Papai fala bravo. — Agora fique calada e deixe Daisy falar.
— Hoje fomos ao salão da corte para o chá mensal e lá conhecemos o Conde Sheffield, que ficou encantado com minha beleza, antes de virmos embora, ele pediu para falar com papai e depois de conversarem, foi assinado o termo de compromisso. Em breve teremos nosso noivado e então eu serei a Condessa Sheffield. — Daisy está pulando de alegria.
Fico em choque com o que acabei de ouvir, meu medo se tornou real e sei o que virá a seguir.
— Mas temos um problema. — Papai olha direto para mim. — Será uma vergonha se Daisy se casar antes de você e isso não irei permitir. Portanto, você irá encontrar um marido para si, uma vez que recusou todos que eu trouxe, na próxima semana acontecerá o Baile dos Lírios, você irá a esse baile e se portará corretamente, para que por algum milagre, um homem tenha interesse em desposá-la. Se não fizer o que estou mandando, garanto-lhe que irá se arrepender amargamente, agora que Daisy tem um compromisso garantido com o Conde Sheffield, não mais me importa o que Justin possa vir a fazer, já que em breve serei mais bem visto na corte e talvez consiga até um título de Barão para mim. Portanto, faça tudo certo e lembre-se, seu tempo é curto.
Apenas concordo com a cabeça e saio da sala, preciso ficar sozinha e também terminar o jantar, para minha surpresa, mamãe me acompanha e se senta em uma cadeira ao meu lado, enquanto deixo as lágrimas caírem. O que será de mim agora?
— Minha menina, não chore. — Mamãe pede me abraçando.
— Ele quer que eu vá viver com um desconhecido, mamãe não quero viver chorando toda noite como a senhora. — Digo em voz baixa, como medo que papai me ouça.
— Filha, nem todo homem é assim, Karl apenas me pune por um erro do passado, mas veja Justin, por exemplo, ele sempre foi um homem gentil. Acredite minha filha, saindo desta casa, você pode encontrar a felicidade, só que para isso você não pode deixar que minha vida seja um impedimento.
Olho assustada para mamãe, ela nunca falou comigo assim, sempre disse que papai tinha suas razões para ser como era, mas agora me pergunto que erro foi esse que aconteceu no passado.
— Mamãe, isso que aconteceu no passado, tem alguma relação com a sua briga com a tia Sophie?
Arrependo-me de ter perguntado assim que vejo como o olhar de mamãe fica triste quando menciono a briga. Uma vez Nathally me contou que tia Sophie lhe disse que mamãe pagava pelo que fez, uma tragédia que resultou na morte de alguém inocente e com isso, acabou com a amizade das duas. Mas apesar da briga, a tia Sophie jamais esteve longe e sempre me deu apoio quando precisei.
— Rose, algumas coisas não podem ser mudadas, por isso lhe digo para pensar bem no que irá fazer, para não passar o resto da sua vida se arrependendo de uma decisão errada.
Dizendo isso, mamãe saiu da cozinha sem responder minha pergunta, mas não posso me preocupar com o passado, agora preciso pensar em como irei escapar dessa situação, pois não importa o que mamãe diga, não irei me casar. Sei que papai ficará furioso por não lhe obedecer, mas terei que ser mais rápida para o que tenho mente do que em arrumar um marido.
Dimitri
Saio do salão de chá acompanhado por Patrick, me sinto satisfeito em ter meu objetivo alcançado, encontrar uma mulher para passar o resto de minha vida não é uma tarefa fácil. Não era assim que eu esperava me casar, mas é como as coisas precisam ser, gostaria de ter a sorte do meu pai, que se apaixonou por minha mãe antes de desposá-la, mas agora não posso me dar à chance de esperar. Meu pai está com a saúde cada dia, mais debilitada, e quero lhe dar a alegria de ver-me casando.
Cerca de um mês atrás, meu pai veio para a festa de aniversário de 21 anos do Príncipe Anthony e para passar meu aniversário de 30 anos que seria no dia seguinte, ainda que eu não tenha planejado nenhuma festa para mim. Assim que ele chegou, percebi que algo estava errado, ele estava abatido, então chamei o médico, Gregory Moore, que era o médico da família por muitos anos, mas ele decidiu parar e passou os pacientes para o filho Thiago. Foi ele quem veio e durante a consulta percebeu que meu pai estava mais doente do que aparentava, descobri naquela hora que ele vinha sentindo muitas dores no corpo e ficava facilmente cansado. Thiago, então, nos revelou que seu coração está fraco e não se sabe quanto tempo mais de vida meu pai tem, pois seu coração pode parar a qualquer momento, antes de ir embora, ele passou um remédio que tem ajudado a diminuir as dores.
Eu precisei ser bem firme ao dizer que não iria aceitar que meu pai voltasse para Rússia, onde ele mora desde que eu tinha alguns meses. Sei que não é fácil para meu pai ficar em Londres depois que minha mãe faleceu em meu parto, ele ficou devastado e por isso foi embora para Rússia, onde minha babushka o ajudou a me criar. Para meu pai, Londres é apenas para visitar, não mais para morar, porém, preciso cuidar dele e não posso simplesmente desistir de minha vida e meus sonhos na corte para voltar à Rússia.
A Inglaterra possui uma monarquia diferente das convencionais. Por muitos séculos, tivemos uma monarquia absolutista, em que o poder era absoluto ao Rei e ele estava acima de tudo e de todos. Porém, com o surgimento da monarquia parlamentarista em muitos reinos, em 1538 o Rei George decidiu criar um sistema novo, pois não desejava abrir mão do poder que possuía. Assim ele criou um sistema semiparlamentar, onde grande parte do poder está com o Rei, todavia, algumas decisões cabem ao Parlamento, e em casos do Rei fazer algo que vai contra a lei, poderá o Parlamento ter autoridade para tomar uma atitude quanto a punição, embora isso nunca tenha acontecido. A última vez que o Parlamento interferiu de modo direto em um assunto da coroa, foi após a morte do Rei Herbert, pois o Príncipe Anthony, com seus onze anos, era jovem demais para assumir o trono, foi uma longa reunião até concordarem em deixar a Princesa Caitlyn, irmã do Rei Herbert, na época com apenas dezenove anos, como Regente até o Príncipe ter idade para ser coroado.
O Parlamento é constituído por Duques que tem uma vida engajada na política, e quando se afastam, seus cargos vão normalmente para os filhos. E apesar de meu pai ter abdicado de sua cadeira há muitos anos, desde que me mudei para Inglaterra, faço parte de forma indireta do Parlamento, criando propostas de lei e entregando a um Duque para que possa ser aprovada.
Outra mudança instituída pelo Rei George, foi a criação do cargo de Conselheiro Real, que tem o dever de estar sempre ao lado do Rei e lhe dar bons conselhos quanto a suas decisões. Atualmente o Conselheiro é escolhido durante a coroação de cada novo Rei. É para assumir esse cargo junto ao Príncipe Anthony, que tenho trabalhado com afinco durante os últimos anos.
Entro com Patrick em meu escritório e após cumprimentar Derek, sigo para minha sala, aqui poderemos conversar mais à vontade, sirvo-nos uma dose de whisky antes de sentar.
— Meu amigo, eu não acreditei quando disse que iria arrumar uma noiva hoje, e, no entanto, cá estamos com você oficialmente comprometido. — Patrick fala após esvaziar o copo.
Sei como ele pensa, pois assim como eu, Patrick também se dedica muito a seu trabalho na política, e concorre contra mim ao posto de Conselheiro do Príncipe Anthony após a coroação. No fundo também não achava que iria encontrar uma noiva adequada, mas tive sorte ao ir ao salão e ser apresentado ao Pritchard, que tem uma bela filha, a senhorita Daisy, que em breve irei desposar.
— Eu lhe avisei que iria me casar, e a senhorita Pritchard é uma bela dama.
— Está certo, mas lhe confesso que ficaria mais feliz se fosse com minha irmã esse compromisso.
Quando tomei a decisão de casar, meu primeiro pensamento foi em pedir a mão de Lady Alanis, irmã de Patrick, por ser uma moça de família e até certo ponto, conhecida por mim, no entanto, ele me informou que o pai não daria o consentimento. O Duque Southampton, assim como mais alguns nobres, esperam pela decisão do Príncipe, para ver quem ele escolherá para ser sua futura esposa, visto que poderá ser uma de suas filhas. Como para mim, a fortuna e os títulos não são o mais importante, e sim que a pessoa tenha caráter, não me importa que a senhorita Daisy seja de uma família mais simples, pois, ela aparenta ser uma boa pessoa, que me trará felicidade, e quem sabe um dia também amor.
— Infelizmente nem tudo é como desejamos, sua família tem parentesco com os Pritchard, o que poderia dizer-me sobre eles?
— Não muito, Karl Pritchard é irmão de minha tia Julie, mas nunca tivemos muita proximidade, só depois que a filha debutou que passaram a frequentar o salão de chá.
— Entendo, uma coisa que notei essa tarde, é que a filha do Duque Plymouth, parece mais velha que a senhorita Daisy, no entanto, ela ainda não está casada.
— De fato, quando Alice teve seu baile de debutante, ela deixou bem claro ao pai que não se casaria, não sabemos o motivo para tal decisão, na ocasião, meu tio Justin disse aceitar a escolha da filha, mas tenho para mim que ele só aceitou, porque assim como o senhor meu pai, tem esperança de ver a filha casada com o Príncipe.
O que será que levou a filha do Duque a não querer contrair matrimônio? Deve ser algo muito sério, talvez um segredo bem guardado pela família.
Mudamos de assunto e passamos a conversar sobre nosso projeto, queremos o fim da escravidão, e para isso, estamos montando todo um plano bem elaborado e sem falhas que iremos mostrar ao Príncipe após a coroação.
Rose Assim que chego em casa, procuro meu pai, para lhe contar sobre o meu compromisso, porém, o encontro deitado, descansando, desço e procuro por Hazel, o valete de meu pai. — Como meu pai passou essa tarde? — Não muito bem, senhor. O Milorde esteve à tarde toda deitado com dores no corpo. Isso não é nada bom, o remédio deveria diminuir as dores, porém, ainda sim, tem dias que meu pai mal consegue se levantar. Deixo meu pai descansar, na hora do jantar, uma criada leva a refeição para ele no quarto, visto que não se sente bem, e eu faço a minha, sozinho. Isso não é um problema para mim, desde que me mudei para Londres, há quase dez anos, passei muito tempo sozinho em casa. Antes de me recolher, passo no quarto de meu pai, para saber como ele está. — Boa noite meu pai. — Filho, que bom vê-lo, como foi seu dia? — Observo como sua voz está baixa. — Foi bom, meu pai, estive no chá mensal, onde conheci uma moça muito graciosa, com quem firmei um compromisso. — Tem certeza quanto
Rose Os dias vão passando e não tenho nenhuma notícia de Nathally, que nem ao menos veio me trazer o remédio, e o baile já é amanhã e sem ela, não sei o que fazer. Estou começando a ficar preocupada. Durante esses dias, papai não tocou mais no assunto de me casar, mas sei que ele não desistiu da ideia, ele jamais desistirá. Uma vez, ele disse que apesar de ser um fardo para ele e da minha teimosia em não me casar, ele jamais me mandaria para um convento, pois não abriria mão do meu dote, que esse seria o pagamento por todos os gastos que ele teve comigo. Quando contei a Nathally, ela falou que os meus serviços em casa, já são pagamento mais que suficiente, e às vezes penso que ela tem razão, mas nunca falei isso em voz alta, pois tenho medo de irritar papai e voltar apanhar. Já é fim de tarde quando Nathally vem me ver, quase pulo de alegria quando ela aparece na cozinha, lhe ver me traz a esperança que estarei salva, e não precisarei ir ao baile. — Nathally, você encontrou o tal r
Dimitri No caminho para casa, fico pensando no porque não senti calor no olhar da minha prometida, mas senti no de sua irmã, o que será que diferencia as duas? E esse não é o único mistério, Rose aparenta ser mais velha que Daisy, porque será que ainda não se casou? Será que tem alguma relação com o fato da filha do Duque também não ter se casado? Por que as mais velhas não estão casadas, mas a mais nova já está comprometida? Que segredos eles escondem? São muitas perguntas e para nenhuma delas tenho resposta, e acho que só depois do casamento poderei descobrir melhor o que eles escondem. Chego em casa e como meu pai já se recolheu, decido me recolher também, deito em minha cama e como o sono não vem, fico pensando no mistério que envolve as famílias Chambers e Pritchard. De uma coisa tenho certeza, eles escondem algo. E com essa certeza, me vem uma dúvida, será que esse segredo será algo que impossibilite meu casamento com a jovem Daisy? Terei que descobrir isso logo, antes que esse
Rose Já se passou uma semana desde aquele dia, não tenho saído de casa para nada e ando muito assustada, sempre que alguém chega em casa, começo a tremer. Os meus pesadelos também ficaram pior, eles começam comigo presa no armário, o tal homem chega e me puxa para fora, ele me b**e enquanto vai rasgando minhas roupas; só de lembrar daquilo, sinto vontade de chorar. O pesadelo só acaba quando o homem misterioso aparece para me proteger, e toda vez ele me garante que em breve tudo irá ficar bem, por algum motivo que não sei explicar, eu confio nele e me sinto segura ao seu lado. Não vi mais Alice depois do baile, o que é melhor, pois não sei como contaria a ela o que papai fez, às vezes penso que ela dirá que a culpa é minha por ter planejado fugir. Já Nathally, sei que se ficar sabendo, irá fazer algo para tentar me defender e tenho medo que isso irrite mais papai e ele acabe chamando aquele homem de volta. Não esqueço o olhar de cobiça do papai quando ele ofereceu dinheiro apenas por
Dimitri Levanto pela manhã revigorado, tomo meu desjejum com meu pai e antes de ir para o escritório, passo em meu futuro lar. Reese e Kelson contrataram três moças, que me são apresentadas como Glenda, Alanna e Hanna, elas fizeram um excelente trabalho, olhando assim, não dá para dizer que ficou tantos anos desabitada. Faço uma lista de quais móveis preciso trocar, e vou mostrando aos dois como quero que tudo fique arrumado, sei que depois do casamento Daisy pode querer deixar a casa do seu gosto, mas até lá não posso deixar a casa bagunçada. No primeiro andar tem um pequeno escritório, será ótimo para manter meus documentos do trabalho e cuidar de assuntos quando estou em casa, além de ter uma estante em que poderei colocar os livros de que gosto. Subo para o segundo andar, a casa possui quatro quartos, vou até o quarto principal que será meu, e de minha esposa quando aceitar dormir a meu lado, este quarto possui acesso ao quarto do lado, através de uma porta no closet, esse outro
Rose Pela manhã já pensei em como encontrar John, sua mãe Celina é costureira, papai não pode discordar que preciso de um vestido apropriado para o baile de noivado de Daisy, afinal ela irá se casar com um Conde. Aproveito quando todos estão na mesa para colocar meu plano em prática. — Papai, estive pensando sobre a festa de noivado de Daisy, não tenho um vestido apropriado para ocasião e pensei se poderia ter um novo. — Falo com a voz doce. — Não sei se esse gasto é necessário. — É claro que não, comigo ele só gasta o essencial. — Eu também preciso de um vestido lindo papai, quero estar deslumbrante. — Daisy está quase pulando na cadeira, isso é bom, ele não vai negar um pedido dela. — As meninas estão certas, Karl, não podemos fazer feio, principalmente agora que nossa filha irá se casar com um nobre importante. — Sinto que mamãe sabe que vou fazer algo. — Está bem, vocês podem comprar os vestidos. Depois do almoço, mamãe nos leva para encomendar os vestidos, olhamos os tecido
Dimitri Assim que chego ao salão, a primeira coisa que noto é o contraste das duas irmãs, não sei por que, mas isso ainda continua me atormentando, e não é apenas na aparência, é no modo de se vestir, enquanto Daisy está com um vestido luxuoso, Rose está com um mais simples, mas que ainda sim, a deixa bela. Após o anúncio oficial do noivado, tiro Daisy para uma dança, é a primeira vez que dançamos juntos e ela tem leveza ao dançar, minha atenção, no entanto, vai para meu pai dançando com Rose, desde o jantar venho notando como ele gostou dela, desconfio que seja por ela lembrar de minha mãe. Ao final da dança, Karl toma a vez com sua filha e vejo que novamente Rose vai para a varanda do salão, porque essa mulher prefere ficar mais lá fora a ficar aqui dentro? Será que ela passa mal em locais cheios, afinal, no outro baile quando saiu, ela não parecia bem. Encaminho-me para lá, porém uma moça entra primeiro, e quando me aproximo consigo ouvir o final da conversa delas, pode ser erra
Rose Quando vejo papai entrar no escritório, subo e vou cuidar dela. Mamãe está caída no chão, suas costas está vermelha e em alguns lugares vejo que está sangrando. Deixo a bacia sobre uma mesinha ao lado da cama e vou até ela, lhe ajudo a deitar e com calma vou colocando os panos em suas costas, ela se encolhe um pouco, mas logo consegue relaxar quando o remédio diminui a dor, depois de colocar os panos, fico sentada ao seu lado, acariciando seus cabelos, assim como ela fazia comigo quando era pequena. Troco os panos para que tenha mais efeito e então volto a lhe acariciar até que pegue no sono, noto que não foi só nas costas que ele a machucou, na sua intimidade está bem vermelha e sai um pouco de líquido, pego um pano na bacia e a limpo sem entender porque ele a machucaria ali, é por coisas assim que nunca quero me casar. Pego a coberta e puxo sobre ela e mesmo que neste ano não tenha feito frio ainda, as noites estão cada vez mais geladas. Vou para meu quarto e fico pensando na