Dylan Cooper Sophie sofreu bastante a perda de Amber, principalmente depois de ter convivido por tanto tempo com ela, e eu fiquei extremamente preocupado com a possibilidade de ela ter uma recaída, principalmente depois que ela começou a faltar o trabalho. Comecei a visitá-la todos os dias, e depois de mais ou menos um mês, as coisas foram ficando piores, chegou um ponto que eu praticamente a obriguei a vir se hospedar na mansão por um tempo. Ela teimou, pois não queria vir, mas eu reconhecia os sinais. Ela não podia ficar sozinha. Contratei uma psicóloga para vir atendê-la duas vezes na semana, e a hospedei aqui. Eu nunca imaginei que trazê-la para cá mudaria tanto as coisas, mas mudou, e para melhor. Eu havia sentido algo diferente na comemoração após a sentença de Andrew, mas com a presença dela aqui, as coisas se intensificaram de um jeito que ninguém esperava. Meu tio Bob e Sophie se aproximaram demais, tanto que algum tempo depois os dois assumiram um relacionamento. Foi uma a
Amber Brown— Mia, vem filha, estamos atrasadas! — Minha voz ecoa pela casa enquanto me apresso para enfiar os últimos itens essenciais na bolsa. O barulho de passos apressados anuncia Mia se aproximando. Ao vê-la correndo com seus cachinhos balançando, uma expressão de urgência espelhando a minha, não posso evitar um sorriso. Levanto a mão, batendo de leve na minha testa em uma epifania tardia.— O que foi mamãe? — Mia pergunta com a dicção perfeita.— O presente! — A exclamação parece congelar Mia no lugar. Seus olhinhos esverdeados se arregalam, um reflexo da surpresa que se espelha em seu rostinho adorável. Ela leva uma mãozinha pequena à testa, imitando meu gesto anterior. — Eu vou buscar, espera aqui — digo rapidamente, e ela acena, um gesto solene de compreensão marcando seu rosto infantil.Vou correndo, subindo as escadas e logo entro no meu quarto, pego o presente e desço de volta. Mia está me aguardando na porta, quando vê o presente em minhas mãos, sua expressão suaviza e e
Amber BrownTudo mudou completamente, principalmente no momento que eu assumi os bônus e os ônus das minhas escolhas. Eu havia me tornado mais responsável, havia descoberto como viver sozinha, havia aprendido a cuidar de outra pessoa, havia feito algumas amigas que eu encontrava semanalmente, havia voltado a estudar e tomar as rédeas da minha vida, sem que ninguém decidisse por mim, ou me dissessem o que eu poderia ou não fazer.Não apenas isso, melhor ainda, eu havia encontrado a paz, amadurecido e me tornado uma mulher que eu jamais imaginaria no passado ser capaz. Eu havia aprendido a viver de forma leve, valorizando coisas que antes eram insignificantes para mim. Eu não queria dividir Mia com ninguém, eu melhorei, mas ainda era egoísta demais para conseguir fazer isso. Ela era só minha, e era assim que isso ia continuar.Clara chorou ainda mais quando deixei claro que as coisas continuariam como estavam, contudo, aceitou minha decisão, ela era leal a sua palavra, e manteve o segre
Amber BrownSinto o pânico consumir meu coração com cada movimento que os paramédicos operam na minha filha, a girando de forma cuidadosa para que não piore a lesão evidente em seu bracinho, ver a forma estranha que ele está me deixa ainda mais nauseada e desesperada. Observo a ação com Mary ao meu lado, além do apoio das outras mães que estão ali comigo e demonstram um medo parecido do meu.Mia chora baixinho, com certeza detestando toda essa atenção negativa que está tendo, ela odeia chorar na frente dos outros, e a vergonha em seu rostinho inchado fica evidente.— A senhora pode acompanhar a ambulância enquanto vamos para o hospital, ainda é cedo para afirmar, os médicos precisarão de um raio-x e exames complementares, mas acredito que ela precisará passar por alguma cirurgia.Assinto me sentindo ainda mais desesperada — Amber, eu vou pegar o carro e te encontro no hospital — Mary fala, mas sinto que vou explodir a qualquer momento, as meninas estavam ansiosas pela festa, não posso
Amber BrownSeis horas! Por longas seis horas eu me senti parte da mobília da sala de espera, o ambiente em um tom de azul claro, com certeza para reconfortar as pessoas, mas me fazia sentir embrulhada. Eu sentava e me levantava a cada instante, agoniada com a longa espera. Algumas famílias ficavam aqui esperando, entravam e saiam, enquanto eu me mantinha em minha espera angustiante e preocupada.— Senhora Brown — escuto uma enfermeira baixinha chamando o meu nome e logo me ergo para ir em sua direção — a menor Mia Brown já está no quarto, podemos ir até ela — fala com um sorriso gentil e eu sinto um peso saindo de minhas costas, apenas assinto, me sentindo incapaz de falar no momento.Andamos por alguns corredores brancos, e vejo apenas algumas enfermeiras empurrando uns carrinhos e um rapaz em uma cadeira de rodas passeando pelo espaço. Não demora até chegarmos na ala infantil que possui um pouco mais de cores, e diversos personagens desenhados em suas paredes, e por fim a porta do
Dylan Cooper O fim de semana havia sido maravilhoso, fazia um bom tempo que eu não saia com meu primo para relaxar, bater papo, refletir sobre a vida. Adam viajava com frequência agora, com seu trabalho de investigador particular, ele acabava tendo que ficar disponível em horários incomuns, além de ter disponibilidade constante para fazer pequenas viagens a fim de descobrir, fotografar e catalogar a quantidade incontável de traições. Era engraçado, pois 90% dos casos que chegavam a sua agência era exatamente de mulheres ou homens desconfiados das traições dos seus parceiros. Eventualmente aparecia algum caso mais interessante que o animava, mesmo sendo raro, a sua grande parte eram casos que ele já sabia o resultado, pois ele dizia para mim que de todos os casos que chegavam com tal desconfiança, era certo de que ele ia encontrar as provas. — Sabe o que é pior Dylan, a maior parte dos casos acabam perdoando e fingindo que nada aconteceu — me contava frustrado — então para que confi
Dylan Cooper — Sabe o quanto isso é uma merda? Ela é minha irmã mais velha, minha única irmã, a ideia de precisar investigá-la me deixa extremamente desconfortável, porque sim, se papai decidir, não vou poder negar isso, assim como ela não teve forças para confrontá-lo quando tentou sair da mansão para morar sozinha por oito vezes. Sabe primo, eu confesso que até eu começo a pensar que essa é a única forma de tentarmos encontrar a solução para o problema, pois claramente ele só cresce e é como se todos nós estivéssemos esperando uma bomba gigante explodir em nossas caras. Observo Clara colocar o documento em minha mesa e abrir a parte onde preciso assinar, guiando com cuidado excessivo cada folha. Termino de assinar a liberação dos pagamentos e a olho me dar um sorriso forçado e se virar para voltar ao seu lugar. Depois que eu e Adam absorvemos a necessidade da intervenção, ligamos para meu tio a fim de dizer que estamos de acordo para realizar a intervenção no dia que ele achar mai
Dylan Cooper Estávamos todos sentados, eu, Adam, Sophie, meu tio Bob. Os gêmeos se encontravam praticamente dormindo nesse momento. Quando finalmente aconteceu, meu tio e Sophie os levaram para o quarto a fim de que ficássemos livres para conversar sem a interrupção deles. O jantar teria sido completamente silencioso se não houvesse a participação animada das crianças a mesa. E como era de se esperar, após o fim do jantar Clara se despediu de todos e subiu para o quarto. Peguei os documentos que imprimi e mostrei ao meu tio que parecia tão incrédulo quanto eu dessa descoberta. Ficamos por alguns minutos conversando sobre como guiaríamos a intervenção, mas a certeza de que hoje teríamos uma resposta e conseguiríamos mudar a situação atual, era a única coisa que nos enchia de alguma esperança. — Vou chamá-la — Adam fala parecendo bastante desconfortável com a situação, todos apenas assentem para ele e vejo meu tio se sentando no sofá, de frente para a cadeira que colocamos para ela s