Amber Brown
Sophie me abraçou com força e de um modo tão carinhoso, que eu me senti completamente acolhida, não existia nada que eu mais quisesse ou precisasse na minha vida mais do que eu queria aquele abraço. Era estranha essa sensação, mas eu sentia que apenas com o abraço dela eu conseguiria suportar e ter forças para consertar tudo. Nenhum problema parecia tão grande agora, mas parecia que a solução de tudo era simples, sorri em seu abraço.
Durante toda a noite depois do meu enorme desabafo fiquei refletindo em sobre tudo que eu tinha contado para Sophie. Jamais tinha confessado qualquer coisa dessas para alguém, eu se quer tinha confessado isso para mim mesma, nunca havia mencionado nada do que tinha acontecido em voz alta, e fazer isso mostrava que tudo era ainda pior do que eu
Amber BrownNa parte da manhã tudo ocorreu normalmente, fiz todas as partes que me tinham sido designadas, infelizmente devido às férias dos outros funcionários não tive a companhia de Sophie durante o trabalho. Eu já sabia que isso aconteceria, mas me sentia tão frágil que se eu tivesse qualquer possibilidade de não ficar sozinha, eu o faria, mas infelizmente, absolutamente nada na minha vida acontecia do modo que eu queria.O almoço chegou rápido, como sempre acabamos por sermos as últimas a chegarem até lá. Quando entrei no refeitório dei uma olhada geral pra ver se Dylan estava por ali, ele tinha o maravilhoso hábito de almoçar junto com os funcionários, eu torci com todas as minhas forças para que naquele dia isso não acontecesse, e para
Dylan CooperHavia algo estranho no olhar dela. Como um incêndio que vinha lambendo tudo o que via pela frente, eu senti que algo incendiou dentro dela, queimando tudo de dentro para fora. Alguma coisa mudou desde o momento que ela entrou na sala até agora, algo que eu não fui capaz de acompanhar. Havia submissão em sua postura e em seu olhar desde que a vi no refeitório e no momento que ela entrou na minha sala. Quase pude jurar que havia arrependimento ali, mas quando seus olhos reencontraram os meus, só consegui enxergar raiva. Muita raiva.— Amber? — O seu nome brotou em meus lábios de modo involuntário.— Estamos quites agora! — A voz dela saiu firme e dura, foi como levar uma chicotada de tão doloroso.
Dylan CooperDesço até o estacionamento e pego meu carro, no segundo que estou saindo do prédio vejo Ross se encaminhando para a entrada do prédio. Respiro fundo pensando o que ele está fazendo ali. Buzino chamando a atenção dele, ao me ver no carro ele se dirige até mim, destranco o carro e ele entra.— O que está fazendo aqui? — Minha voz sai dura novamente, é impossível me conter.— Não vou questionar o motivo de estar tão irritado, mas precisava muito falar com você. Como não respondeu minhas mensagens, vim até aqui para conversarmos.— Não tive tempo Ross, fala logo que merda aconteceu para que você precisasse vir aqui pessoalme
Amber BrownMeu coração estava acelerado em um nível preocupante, nunca antes havia experimentado um misto de emoções tão profunda e conflitante como a que eu sentia. Sai da sala de Dylan sentindo meu mundo se afundar em novas questões que até antes eu era ignorante sobre. Passo por Clara que me olha com uma expressão estranha. Seus olhos arregalados me mostram que se não ouviu tudo ao menos parte do que conversamos ela conseguiu escutar. A ignoro e sigo para o elevador a fim de sair desse lugar.Minha mente estava explodindo em um espiral de informações. Um quebra cabeças que eu ainda não tinha sido capaz de montar até o momento deixando tudo claro. Tudo por fim começava a fazer tanto sentido que eu me repreendi por ter demorado tanto para perceber. Como eu fui burra! C
Amber BrownEssa noite foi sem dúvidas, a pior noite da minha vida. Acordei no sofá, Sophie dormia ao chão ao meu lado. Senti meu coração apertado ao ver que mesmo eu estando em sua casa, ela preferiu o desconforto do chão a sair do meu lado, pelo contrário, ela se manteve ali, tão pertinho de mim. Depois disso eu não consegui mais pregar o olho, meu coração estava em frangalhos, eu me sentia tão destruída, uma vontade absurda de sumir e acabar com tudo isso. Eu só conseguia pensar no que fazer para que tudo aquilo acabasse, aquela dor, aquela decepção.Poucas horas depois Sophie acordou e preparou o nosso café, não me sentia com vontade de comer, mas ela insistiu até que eu finalmente cedesse e por fim me alimentasse um pouco. Tenho que confessar qu
Amber BrownO restante da manhã se passou com uma calmaria fora do normal, ao menos externamente, pois internamente eu estava uma loucura. Eu ficava oscilando entre a raiva e a tristeza, entre a satisfação de ter dado um fim em tudo e entre a culpa de ter sido tão cruel e ameaçado Dylan. Minha mente estava em uma espiral de confusões que eu mal conseguia controlar. Foi preciso muita boa vontade para eu parar de me martirizar e tentar pensar de forma racional.Eu precisava de provas e tinha uma boa ideia de como consegui-las. Não tinha a pretensão de ficar o dia todo deitada sofrendo por tudo isso, eu queria a verdade e iria atrás dela. Tomei um bom banho, me arrumei e almocei. Depois disso, sai em direção a um grupo de lojas que havia bem perto da casa de Sophie, eu não tinha vindo aqui quando proc
Dylan CooperTudo estava escuro demais, tão escuro que sentia minha pupila dilatando ao máximo na tentativa desesperada de encontrar uma luz, qualquer mínima luz que fosse. Eu precisava de uma esperança para me reerguer, um motivo para querer enxergar e sair desse lugar. Meus pés seguiam sem rumo até que aos poucos a caminhada ficava cada vez mais distante, eu sabia que se continuasse eu chegaria a algum lugar, mas me sentia tão cansado, tão cansado que talvez eu pudesse parar um pouco para descansar.— Dylan — a voz distante chegou quase como uma brisa em meus ouvidos, tentei encontrar por onde ela veio, de quem era a voz, mas parecia que falavam de saindo de dentro das profundezas do mar, o som estava estranho, pesado, distante demais de mim para que eu conseguisse considerar ouvi-la. Ignorei a voz, eu sentia cada vez mais sono.Fechei os olhos.— DYLAN — um grito alto me fez abrir os olhos desesperado! Essa era a voz da minha mãe — DYLAN — outro grito e olhei em sua direção, ela ol
Dylan Cooper— Tio — Escuto minha voz saindo rouca, arranhada.— Ele acordou! — a voz chorosa e aguda de Clara adentra meu ouvido como um bálsamo, um alívio.— Dylan! Primo! Não faz mais isso! — Escuto a voz firme e calma de Adam.— Bem vindo de volta primo! — Brian? O que ele está fazendo aqui?Tento me mover, mas escuto as vozes deles me dizendo para ter calma, que iam chamar o médio para me avaliar antes de eu tentar fazer qualquer movimento brusco. Sinto minha cabeça começar a doer.Abro os olhos devagar e vejo todos ali, observo Adam abrir a porta para ir atrás o médico, Clara me observando de longe, como se tivesse medo de se aproximar. Brian me olhando com visível preocupação e olhos inchados, rosto vermelho do que aparenta terem sido horas chorando a fio, não muito diferente de Clara. Sorrio ao pensar como os dois sempre foram chorões.Olho para o lado e vejo meu tio com os olhos vermelhos, mas ainda firme, ele sorri e me abraça forte. Sinto a sua dor, ele já perdeu a irmã, qu