— Nataly, por que não diz nada? Hein? — Douglas sorriu, seus olhos brilhando por um breve instante, enquanto estendia a mão para tentar pegar o braço de Mônica novamente.De repente, outra mão firme pousou sobre o ombro de Mônica. Um homem alto e imponente estava ao lado dela, transmitindo uma sensação de proteção. Com uma voz calma e indiferente, ele perguntou:— Ela é minha amiga. Qual é o problema?Rubem lançou um olhar de canto para a mulher ao seu lado. Ele sentia claramente que ela estava tremendo, tomada pelo medo. Será que ela temia aquele homem à sua frente?— Então, é o Sr. Rubem. — Disse Douglas, reconhecendo-o. Com um gesto elegante, ele ajustou os óculos na ponta do nariz, mantendo seu ar educado e refinado. — Prazer, sou Douglas.— Prazer. — Respondeu Rubem, apertando a mão dele, mais por educação do que por vontade, já que o outro o conhecia.Douglas olhou para Mônica, que permanecia imóvel, e disse com um tom de desculpas:— Há dois ou três anos que não vi a Nataly. Não
— Aquele homem é meu... ex-namorado. — Mônica hesitou por um momento, mas acabou falando. — Eu o conheci há alguns anos, quando estudava no exterior. Você provavelmente já ouviu falar no nome dele.— Continue. — Respondeu Rubem, com uma expressão neutra, indicando que estava disposto a escutar.Mônica mordeu o lábio antes de continuar:— No começo, nos dávamos muito bem, mas um dia, durante um passeio, ele mudou completamente. Tentou me estuprar e, depois, quis me matar... Eu consegui fugir e o denunciei à polícia.Ela sabia que a família de Douglas era rica, bem conectada com a alta sociedade do País Y. Com tanto poder e influência, ele escaparia facilmente de qualquer acusação. Por isso, ela nem alimentava esperanças de justiça.Para sua surpresa, Douglas aceitou a sentença de um ano de prisão sem qualquer resistência. Quando passou por ela, escoltado pelos policiais, ainda conseguiu manter o tom elegante e disse para que ela o esperasse.Depois que ele foi preso, Mônica passou uma s
— Presidente Rubem, isso já é demais, não acha? — Mônica mal conseguia acreditar no que ele acabara de fazer, sentia-se quase sufocando. — Não foi você que me disse para que eu pudesse acompanhá-lo ao exterior para negociar?— Srta. Mônica, quando foi que eu disse que faria isso de graça?Capitalista sem escrúpulos! Mônica pensou, contendo a vontade de gritar. Ela respirou fundo algumas vezes, tentando se acalmar. Rubem, com sua expressão sempre tranquila, perguntou em seguida:— Quer que eu a leve ao hotel ou...— Por favor, me leve para casa. — Respondeu Mônica, forçando um sorriso. As palavras pareciam sair com dificuldade por entre os dentes, pois ela tinha assunto mais importante para resolver. — Obrigada.— Não há de quê.Mônica não mencionou o endereço para o motorista, mas, cerca de dez minutos depois, o carro parou em frente à casa de Leopoldo.Antes que ela pudesse perguntar como eles sabiam, tudo o que viu foi a traseira do carro desaparecendo na esquina, enquanto o vento
Ela estava sonhando?Mônica também se levantou, mantendo a calma, e perguntou:— Você vai me dar o dinheiro ou não?— Não tenho! — Aparentemente, o confronto com Mônica fez com que Talita ficasse furiosa. — Mônica, se você não quer mais viver com meu filho, então fale logo, se divorcie!— Eu amo tanto o Leo, estamos esperando um filho, como eu poderia pensar em divórcio? — Mônica respondeu com um leve sorriso, sabendo que, se não usasse de medidas mais duras, Talita jamais entregaria o dinheiro.Ela tirou o celular da bolsa, abriu um vídeo e o levantou, de modo que Talita pudesse ver.A princípio, Talita não entendeu o que Mônica estava fazendo. Quando viu a si mesma no vídeo, o choque foi imediato. Ela correu para tentar pegar o celular de Mônica, mas esta se esquivou facilmente.— Eu tenho vários vídeos como este. O que você acha que suas amigas pensariam se soubessem que você sempre trapaceia no jogo de cartas e ainda rouba as coisas delas?— Você está falando bobagens! Esse vídeo c
Por sorte, Mônica nunca tinha feito nada para irritar Rubem. Sabia que mexer com um homem tão perigoso seria seu fim.A cama da suíte era incrivelmente macia, perfeita para dormir. Mônica teve uma noite tranquila e confortável. Ao acordar, ouviu vagamente sons de passos apressados e vozes agitadas do lado de fora.Será que o espetáculo começou?Ela sorriu de canto e, sem pressa, foi escovar os dentes, tomou um banho, vestiu-se, passou maquiagem e, por fim, colocou o anel que Leopoldo lhe dera. Então, abriu a porta do quarto.O corredor estava lotado de jornalistas, e Leopoldo estava no meio deles.Ele, sem perceber que Mônica havia saído do quarto, falava aos repórteres com uma expressão de tristeza e indignação:— Gente, eu sei que problemas de família não deveriam ser expostos, mas minha esposa passou dos limites. Enquanto eu trabalho duro para sustentar a casa, ela faz isso comigo. Vem a um hotel para me trair! Agora, eu nem sei se o filho que ela está esperando é meu.Leopoldo se c
Os jornalistas se entreolharam, com expressões de incredulidade.Até segundos atrás, Leopoldo estava acusando Helen de traição e os dois estavam discutindo ferozmente. E agora, de repente, Helen estava virando o jogo?Mesmo assim, a maioria dos jornalistas tinha recebido dinheiro de Leopoldo, então preferiram não fazer mais perguntas, aguardando para ver qual seria a próxima jogada.Helen lançou um olhar significativo para Leopoldo, que entendeu o recado. Sabia que haviam caído em uma armadilha, então decidiu seguir o teatro dela.— Sim, é verdade. Eu vim aqui para ajudar a Srta. Helen.A única pessoa que parecia completamente perdida era Guilherme. Seu rosto ficou pálido, e ele apontou para Helen, gaguejando:— Gerente Helen, você me armou uma cilada?— Eu? Você me trouxe para este hotel e fez essa sujeira toda! Agora quer bancar o inocente? — Helen deu-lhe outro tapa, desta vez mais teatral. — Se tinha algum problema comigo no trabalho, deveria ter dito diretamente. Não precisava rec
Helen, instintivamente, levou a mão ao colar que usava no pescoço. Ainda não teve tempo de escondê-lo quando o jovem jornalista se aproximou, puxou o colar e o entregou a Mônica:— Sra. Mônica, este colar não parece ser parte de um conjunto com esse anel?— Mas... O que é isso? — Mônica segurou o colar e, com o rosto pálido, olhou para Leopoldo. — Amor, você não disse que ela era só sua chefe? Vocês... Estão juntos?Leopoldo ficou totalmente desconcertado com a pergunta de Mônica.Ele estava visivelmente desconfortável e tentou dizer algo, mas Mônica o interrompeu:— Por que você fez isso comigo, Leopoldo? Você tem ideia do quanto isso me machuca?— Machuca? Que porra de machucar, Mônica! — Leopoldo explodiu. — Você sempre soube sobre mim e Helen! Agora vem bancar a vítima aqui? Mônica, você está grávida de outro homem e ainda tem a cara de pau de me acusar?Mônica, com a voz trêmula e os olhos cheios de mágoa, apontou o dedo para ele:— Como eu poderia saber? Qual mulher aguentaria o
— Sr. Leopoldo, o que foi? Vai bater em mulher agora?O pulso de Leopoldo foi firmemente segurado por alguém. Um homem alto e forte se colocou na frente de Mônica, sua voz era grave e carregada de autoridade.— Tomás? — Leopoldo exclamou, surpreso ao reconhecer o homem.Mônica também olhou discretamente para ele. Era Tomás, o assistente pessoal de Rubem, sempre sério e inexpressivo. O que ele estava fazendo ali? Não deveria estar grudado em Rubem, como de costume?Leopoldo e Mônica não eram os únicos intrigados com a presença de Tomás. Helen ficou ainda mais pálida, segurando o lençol com força e recuando lentamente.No escritório, fofocas eram altamente condenadas, especialmente para alguém na posição de Helen. Se Tomás descobrisse que ela estava se envolvendo com um subordinado e levasse isso para a diretoria, sua carreira estaria acabada.Mas Tomás parecia não se importar com a presença de Helen. Ele sequer olhou ao redor.Soltando o pulso de Leopoldo, Tomás se virou para Mônica, di