No contrato também estava especificado que, nesta parceria, Mônica era indispensável e não podia revelar nada a terceiros. Quanto ao momento da negociação, caberia à parte contratante decidir, e ela teria que cumprir até que o acordo fosse concluído.Em outras palavras, o contrato entrava em vigor assim que assinado, e, mesmo que ela conseguisse levantar dinheiro para pagar Rubem, não faria diferença. Ela precisaria acompanhar Rubem até que a negociação fosse fechada, e apenas a parte contratante poderia rescindir o acordo.Ao terminar de ler o contrato, Mônica já sabia que a situação não seria nada simples. Ela queria estrangular sua irmã tola!Enquanto Mônica ainda estava tomada pela irritação, alguns colegas de trabalho começaram a entrar no escritório, conversando enquanto caminhavam. Não muito longe de Mônica, suas palavras chegaram nitidamente aos seus ouvidos.— Eu falei que o gerente Leopoldo e a chefe dele estavam juntos, mas vocês não acreditaram! Agora, vejam só, até a mãe d
Mônica mandou uma mensagem para Leopoldo, dizendo que o departamento estava comemorando o aniversário de chefe e que queria que ele fosse buscá-la depois.Leopoldo, como esperado, recusou, dizendo que também tinha compromissos naquela noite e sugerindo que ela pegasse um táxi para voltar.Era claro que ele já tinha planejado tudo! Se ele fosse buscá-la, o esquema que ele e Helen haviam armado não funcionaria.Mônica não disse mais nada. Depois do expediente, pegou um táxi com alguns colegas para o hotel. Muitos já haviam chegado e o grande salão estava bastante animado, com todos conversando.Logo o chefe Vitor também chegou, acompanhado de várias pessoas. Além de um vice-presidente que costumava estar na empresa, havia também outros executivos de diferentes departamentos, e Helen, é claro, estava entre eles. Mônica acabou cruzando olhares com ela.— Mônica, venha sentar aqui. — Chamou Helen com um sorriso largo. — Ouvi dizer que você fala francês muito bem. Estou aprendendo francês re
[Amor, estou esperando você para comemorarmos, Hotel Varandas, quarto 8082.]O quarto 8082 era o lugar onde eles se encontravam com frequência. Leopoldo havia mencionado de manhã que poderia estar no hotel esperando por ela, então Helen nem hesitou ao ver a mensagem. Após se despedir de Vitor, pegou um táxi rumo ao Hotel Varandas.Assim que subiram no táxi, Guilherme mostrou suas verdadeiras intenções, começando a acariciar Mônica com suas mãos atrevidas.Mônica fingiu tímida e, com um sorriso malicioso, sussurrou ao seu ouvido:— Vamos para o Hotel Varandas, já reservei um quarto lá.— Você é mesmo sedutora, hein. — Guilherme respondeu, dando-lhe um beliscão no quadril e soltando uma risada de cumplicidade.Mônica aguentou o desconforto interno, mantendo a calma. “Pode rir agora... Amanhã de manhã, quero ver quem estará rindo”, pensou ela.Ela já havia estado no Hotel Varandas uma vez e, ao chegar lá desta vez, sentiu um nojo profundo ao olhar para o lugar. Ainda assim, permitiu que
— Nataly, por que não diz nada? Hein? — Douglas sorriu, seus olhos brilhando por um breve instante, enquanto estendia a mão para tentar pegar o braço de Mônica novamente.De repente, outra mão firme pousou sobre o ombro de Mônica. Um homem alto e imponente estava ao lado dela, transmitindo uma sensação de proteção. Com uma voz calma e indiferente, ele perguntou:— Ela é minha amiga. Qual é o problema?Rubem lançou um olhar de canto para a mulher ao seu lado. Ele sentia claramente que ela estava tremendo, tomada pelo medo. Será que ela temia aquele homem à sua frente?— Então, é o Sr. Rubem. — Disse Douglas, reconhecendo-o. Com um gesto elegante, ele ajustou os óculos na ponta do nariz, mantendo seu ar educado e refinado. — Prazer, sou Douglas.— Prazer. — Respondeu Rubem, apertando a mão dele, mais por educação do que por vontade, já que o outro o conhecia.Douglas olhou para Mônica, que permanecia imóvel, e disse com um tom de desculpas:— Há dois ou três anos que não vi a Nataly. Não
— Aquele homem é meu... ex-namorado. — Mônica hesitou por um momento, mas acabou falando. — Eu o conheci há alguns anos, quando estudava no exterior. Você provavelmente já ouviu falar no nome dele.— Continue. — Respondeu Rubem, com uma expressão neutra, indicando que estava disposto a escutar.Mônica mordeu o lábio antes de continuar:— No começo, nos dávamos muito bem, mas um dia, durante um passeio, ele mudou completamente. Tentou me estuprar e, depois, quis me matar... Eu consegui fugir e o denunciei à polícia.Ela sabia que a família de Douglas era rica, bem conectada com a alta sociedade do País Y. Com tanto poder e influência, ele escaparia facilmente de qualquer acusação. Por isso, ela nem alimentava esperanças de justiça.Para sua surpresa, Douglas aceitou a sentença de um ano de prisão sem qualquer resistência. Quando passou por ela, escoltado pelos policiais, ainda conseguiu manter o tom elegante e disse para que ela o esperasse.Depois que ele foi preso, Mônica passou uma s
— Presidente Rubem, isso já é demais, não acha? — Mônica mal conseguia acreditar no que ele acabara de fazer, sentia-se quase sufocando. — Não foi você que me disse para que eu pudesse acompanhá-lo ao exterior para negociar?— Srta. Mônica, quando foi que eu disse que faria isso de graça?Capitalista sem escrúpulos! Mônica pensou, contendo a vontade de gritar. Ela respirou fundo algumas vezes, tentando se acalmar. Rubem, com sua expressão sempre tranquila, perguntou em seguida:— Quer que eu a leve ao hotel ou...— Por favor, me leve para casa. — Respondeu Mônica, forçando um sorriso. As palavras pareciam sair com dificuldade por entre os dentes, pois ela tinha assunto mais importante para resolver. — Obrigada.— Não há de quê.Mônica não mencionou o endereço para o motorista, mas, cerca de dez minutos depois, o carro parou em frente à casa de Leopoldo.Antes que ela pudesse perguntar como eles sabiam, tudo o que viu foi a traseira do carro desaparecendo na esquina, enquanto o vento
Ela estava sonhando?Mônica também se levantou, mantendo a calma, e perguntou:— Você vai me dar o dinheiro ou não?— Não tenho! — Aparentemente, o confronto com Mônica fez com que Talita ficasse furiosa. — Mônica, se você não quer mais viver com meu filho, então fale logo, se divorcie!— Eu amo tanto o Leo, estamos esperando um filho, como eu poderia pensar em divórcio? — Mônica respondeu com um leve sorriso, sabendo que, se não usasse de medidas mais duras, Talita jamais entregaria o dinheiro.Ela tirou o celular da bolsa, abriu um vídeo e o levantou, de modo que Talita pudesse ver.A princípio, Talita não entendeu o que Mônica estava fazendo. Quando viu a si mesma no vídeo, o choque foi imediato. Ela correu para tentar pegar o celular de Mônica, mas esta se esquivou facilmente.— Eu tenho vários vídeos como este. O que você acha que suas amigas pensariam se soubessem que você sempre trapaceia no jogo de cartas e ainda rouba as coisas delas?— Você está falando bobagens! Esse vídeo c
Por sorte, Mônica nunca tinha feito nada para irritar Rubem. Sabia que mexer com um homem tão perigoso seria seu fim.A cama da suíte era incrivelmente macia, perfeita para dormir. Mônica teve uma noite tranquila e confortável. Ao acordar, ouviu vagamente sons de passos apressados e vozes agitadas do lado de fora.Será que o espetáculo começou?Ela sorriu de canto e, sem pressa, foi escovar os dentes, tomou um banho, vestiu-se, passou maquiagem e, por fim, colocou o anel que Leopoldo lhe dera. Então, abriu a porta do quarto.O corredor estava lotado de jornalistas, e Leopoldo estava no meio deles.Ele, sem perceber que Mônica havia saído do quarto, falava aos repórteres com uma expressão de tristeza e indignação:— Gente, eu sei que problemas de família não deveriam ser expostos, mas minha esposa passou dos limites. Enquanto eu trabalho duro para sustentar a casa, ela faz isso comigo. Vem a um hotel para me trair! Agora, eu nem sei se o filho que ela está esperando é meu.Leopoldo se c