— Que tipo de compromisso você tinha para não me buscar no aeroporto? Depois de tantos anos sem me ver, você mandou aquele assistente ir me buscar? — O rosto de Carol estava sério quando indagou sem fazer pausas.— Desculpe, tive um contratempo…“Contratempo?” Como ele podia se referir daquela maneira ao dia do casamento? Revoltada, Justine levantou-se e ajeitou o vestido preto que criou para aquela ocasião.— Não gostei muito do seu assistente… — Carol sussurrou para Kevin.— Ele te maltratou? — O senhor Harrison franziu a testa.— Não, eu apenas não gostei dele… — Retrucou Carol.— Deixe o Alessandro para lá. Estou muito feliz que você finalmente encontrou tempo na sua agenda para visitar a minha humilde casa. — Mudando de assunto, Kevin deu um sorriso para a outra mulher. — Desculpa, mas essa mansão não tem nada de humilde. — Ela jogou os cabelos negros para trás dos ombros. O sorriso dele alargou ainda mais. O senhor Harrison estava mostrando os dentes bem alinhados e branquinho
Embora estivesse adorando toda aquela situação por dentro, Justine se afastou quando Kevin avançou com intenção de pegar em seu braço.— Sei o que está fazendo, pare com isso! — Aborrecido, ele exigiu.— Quer que eu pare com o quê? — Ela perguntou num tom displicente.— Você jogou chá quente em Carol de propósito. — Ao dizer, avaliou-a.Independente do que ele pensava, Justine estava desempenhando o papel que assumiu novamente, não tinha a intenção de deixar outra pessoa se meter entre ela e o marido de novo.— Por acaso, está tentando me impressionar com essa encenação de ciúmes? — O olhar inquisidor a fulminou.— Eu só tropecei. — Justine reafirmou.— Já te vi andando em saltos bem maiores do que esses, — fez um gesto para a sandália que ela calçava. — Você nunca se desequilibrou dessa maneira. — Não quero que a sua prima fique na nossa casa. — Justine falou o primeiro pensamento que veio à sua mente.Por alguns segundos, os olhos captaram um ar de frustração no semblante do marido.
Kevin continuava com a mão no interior de suas coxas, dedilhando em seu clitóris numa carícia sôfrega, deixando-a ainda mais encharcada. — Quentinha e molhada, do jeito que eu gosto! — Sibilou antes de beijá-la.— Ah, Kevin! — Justine sussurrou o nome dele, quando escutou ele abrindo o zíper da calça. — E se algum dos seus funcionários entrar?— Foda-se! — Retrucou com um palavrão e, logo, esfregou o robusto membro no meio de suas pernas. — Quero e vou continuar trepando com a minha mulher… — vociferou, exasperado.— Tenho receio de a Dona Laura vir e… Excitado, ele silenciou Justine ao pôr os lábios contra os seus.Embora estivesse apreensiva, ela era consumida pelo calor que se intensificava na parte onde ele friccionava na fenda. Os beijos e toques ávidos do senhor Harrison atiçaram o desejo. A intensidade daquele beijo mesclada ao jeito brusco de Kevin acelerava os seus batimentos.— Coloque! — Ela choramingou.Empunhando a extensão dura, o senhor Harrison encaixou-se e empurrou
Kevin continuava sob o jato quente do chuveiro, relaxando enquanto deixava a água lavar o corpo, mas foi impossível continuar a tomar um banho enquanto ela estava ali parada, olhando para ele. — Ela o amava? — perguntou Justine, a voz mais baixa do que de costume, mas carregada de uma dor contida.Desligando o chuveiro, ele levantou as sobrancelhas, absorvendo a pergunta. “Por que está fazendo isso agora, Justine?”, pensou, mas manteve o rosto impassível.— Não pode me cobrar satisfação sobre algo que…— Por que não me contou que havia outra pessoa além da Beatrice? — Ela o interrompeu, sem dar espaço para que ele continuasse. — Espera, você traia a Beatrice com a... — Justine hesitou, o olhar perdido por um segundo, ponderando o que estava prestes a dizer. — Chega! — Pegando a toalha, ele começou a se enxugar.— É alguém que eu conheço? — Insistiu ela enquanto seus olhos repararam nos músculos do homem que se secava.Kevin soltou um riso seco que nada tinha de humor.— Está falando
Justine caminhava lentamente até o espelho imponente de seu closet, observando cada peça de roupa até escolher o vestido perfeito para o almoço. Optou por um vestido midi de seda azul profundo, com um leve brilho que capturava a luz natural, exibindo discretamente sua elegância. A peça, de modelagem clássica e caimento impecável, envolvia a sua silhueta esguia, destacando-se pelo corte refinado e pelo decote em “V” sutilmente ousado.— Perfeito! — disse para si.Ela escolheu brincos longos de diamantes e safiras, que reluziam como pequenos focos de luz ao redor de seu rosto. No pulso, um bracelete delicado com detalhes em ouro branco completava o visual com um toque de sofisticação. Ela borrifou algumas gotas do perfume com fragrância floral e amadeirada da La Vie Est Belle da Lancôme antes de arrumar ass longas madeixas em um penteado semi-preso, com mechas delicadamente caindo sobre os ombros. Ao terminar, Justine se olhou uma última vez no espelho.Enquanto finalizava os últimos de
Embora o filho estivesse eufórico e não parasse de falar do pai, Justine suspirava enquanto servia a sobremesa. Seus olhos se fixaram no jardineiro que cuidava das belas flores no jardim, e a nostalgia lhe trouxe lembranças da infância na França. Desde o abandono de Sophia, que não era sua mãe biológica, Justine sentia um vazio e uma saudade difícil de preencher.“Será que minha mãe biológica está viva?” O pensamento surgiu de repente.— Está triste, mamãe? — O menino acariciou seu rosto com as mãos pequenas.— Só estou um pouco cansada, meu anjo.Só naquele momento percebeu que todo luxo daquela casa não se comparava à liberdade que tinha de ir e vir quando morava no conjunto habitacional da Via Aler. A vida era simples, porém, ela vivia sem medo de perder a guarda do filho a todo momento.— Está tudo bem? — Dona Laura aproximou-se, oferecendo uma xícara de chá de camomila, com a delicada etiqueta da Dammann Frères. — A governanta me disse que você adora essa marca.— Foi a Helena qu
Após trocar de roupa, Justine seguiu para a sala de estar, onde o filho lia com atenção a história do “Pequeno Polegar” de Charles Perrault. Com um orgulho evidente, a mãe observava a desenvoltura do menino enquanto ele passava os olhos pelo texto. Sentada no sofá ao lado de Bryan, Dona Laura estava tricotando um suéter azul-claro. — Mamãe, quer ler comigo? — perguntou Bryan ao perceber a presença dela. — Mais tarde, querido. Preciso sair agora… — respondeu Justine, com ternura. — Você vai à nossa outra casa? Posso ir junto? — Animado, Bryan deixou o livro sobre o sofá e encheu a mãe de perguntas. Embora ficasse feliz por saber que o filho sentia falta da humilde casa onde viviam nos últimos anos, Justine tinha medo de voltar para lá desde que Beatrice e Andrew Turner haviam descoberto o endereço. Aquele lugar já não era um local seguro como antes. Bryan estava mais protegido sob o mesmo teto que o pai. — Deixa eu ir, mamãe. Quero contar para os meus amiguinhos que meu papai volt
Por volta das três da tarde, as espessas nuvens cinza enfeiavam o céu. Justine estava sentada ao lado da mulher que conduzia o Mercedes e, em certo momento, sentia saudade da época em que conduzia o próprio carro.Ela fitou o retrovisor para passar um pouco do gloss labial para dar um brilho ao contorno de seus lábios cor de cereja. Foi nesse instante que ela focou nos dois homens sentados no banco carona e se deu conta de que ambos não faziam parte da equipe de segurança do marido.— Não se preocupe, eles não trabalham para o meu primo. — Carol mencionou, assim que notou as sobrancelhas claras em forma de V e os cantos dos lábios abaixados de Justine. — São os meus guarda-costas de confiança. O único problema é que eles odeiam ficar no banco carona porque o carro é meu e eu gosto de dirigir. — Comentou ao reparar nos rostos franzidos de seus seguranças.Dando um sorriso refreado, Justine tirou a presilha e deixou os seus cabelos longos deslizarem por seus ombros.O percurso pelas ruas